7 FORMAS COMO a ECONOMIA está matando os RELACIONAMENTOS | CONVERSAS DIFÍCEIS 060
0Muita gente vai falar sobre relacionamento por um prisma de comportamento. Muitas pessoas vão falar que os relacionamentos de hoje em dia eles estão ruins por causa que o feminismo destruiu as relações ou que o progressismo destruiu as relações. Vai ter a galera que vai culpar os Redpill, vai ter a galera que vai culpar a internet. Existem diversos prismas para você olhar, né? Tem gente que fala que a falta de fé destruiu os relacionamentos. Mas hoje eu quero seguir para um outro caminho. Hoje eu não quero falar de Redpill, não quero falar de feminismo, não quero falar de progressismo, não quero falar de nada disso. Quero falar de uma outra coisa que está destruindo as relações muito mais do que a gente sequer tem de vista e que tem um impacto muito grande na forma como a gente se relaciona, que é a economia. Eu quero falar sobre como nossa economia, o jeito como a gente lida com o dinheiro, tá afetando nossas relações pessoais. E você pode achar, tipo assim, meu Deus do céu, Edson, como você tá exagerando. Pior que não. Vamos começar por um fato. Namorar custa caro, certo? Você pode fingir que não, você pode achar que não, mas namorar tem um custo. E namorar no sentido de você estar namorando. Tô falando, tô falando de você conhecer alguém, você sair com alguém, você simpatizar com alguém. Existe um custo financeiro em cima disso. Se você vai sair de casa ou você vai até um lugar minimamente decente, arrumado, comer alguma coisa, beber alguma coisa, assistir a um filme e voltar para casa, existe um gasto nisso. Principalmente se a gente tá falando de uma cidade grande como São Paulo. Uma iding, você tem o estacionamento, você tem a praça de alimentação, você tem o Cinemark, você tem a volta, o Uber ou o metrô ou o ônibus. Existe um gasto financeiro aí. Hoje mais de 70% das famílias brasileiras elas estão endividadas. Muitas pessoas vivem apenas com o salário que tem. E qualquer coisa que seja ali, não tem reserva financeira, não tem projeção de ter melhora de dinheiro e se perde um emprego, fodeu. Então a gente trabalha com um um limite muito curto, com um gasto muito curto. Então você sair um pouco da média, ela é perigosa para você, porque às vezes você vai sair com seus amigos, você sai para lugar bagaceira, tá tudo bem, vocês estão acostumados, tal, mas quando você quer sair com alguém para flirtar, você vai no pior lugar que você conhece, não? Ou espero que não, pelo menos, né? Outra coisa também que afeta muito é falta de tempo. E olha como isso afeta diretamente as relações. Imagine você que é uma pessoa de classe média baixa, você vai trabalhar provavelmente numa escala de trabalho ruim. Você vai trabalhar com um salário que ele não é tão alto e se você vive numa grande cidade, você perde muito tempo de deslocamento. Agora vamos pôr no pior cenário possível. Uma pessoa que tá trabalhando uma escala 6 por1, que mora num extremo da cidade, precisa demorar 2 horas para ir, 2 horas para voltar. A jornada de trabalho dela ali é em torno de umas 9 horas por dia, né? Então vamos supor que ela trabalhe das 9 às 19 com uma hora de almoço. Demorando 2 horas para ir, 2 horas para voltar. Cara, você tem um cansaço muito grande. E aí vamos falar sobre quando sobra o tempo para sair. Que dia que você sai? O dia que você tem a sua folga? Numa terça, numa segunda, numa quarta. Uma quarta você deu sorte ainda. Que que você faz numa segunda noite? Que você faz numa terça quando você tem que arrumar sua casa, limpar suas coisas, cuidar das suas coisas? Que hor sobra para namorar? Que hora sobra para curtir o outro? Com que dinheiro? E com que energia? Com que potência você tem? Com que pulsão você tem? Pô, se tu gastou toda a sua energia trabalhando, guardando, pagando boleto, cuidando das contas, arrumando a casa, blá blá, que horas você fala assim: “Não, vou sair para namorar, vou sair para curtir”. Falta tempo, falta energia. Tem uma questão também de construção de patrimônio. Tem uma frase que é muito famosa que é: “O quem casa quer casa”. Quem quer casar quer ter um lugar para morar, mas precisa de um espaço, de um imóvel. E a gente vive hoje o auge, não, acho que o auge não vai o começo da subida da geração canguru, né? Porque acho que vai piorar, que são pessoas que tem ali na faixa de 30 anos que ainda moram com os pais. Isso tá se tornando cada vez mais comum. Por quê? O custo de vida da nossa geração aumentou muito e mas o nosso salário não acompanhou isso. A gente tá vivendo imóveis cada vez mais caros. Existem diversas pesquisas que mostram que os imóveis estão vezes, tá? Não é duas, três, é mais vezes caros do que eram para nossos pais. Então, se o sonho da casa próprio pareceu um sonho muito difícil anos atrás, acredite, hoje tá mais difícil ainda. Como é que você cogita a casar se você ainda não tem um patrimônio adquirido? Como é que você cogita casar se você não tem onde morar, como morar, no que fazer? Como é que você cogita ter um relacionamento se você vai namorar na casa dos seus pais? Vocês vão, onde é que vocês vão fazer um eco eco? Pense em casas cada vez menores, espaços cada vez menores, com paredes cada vez mais finas. Você vai, cara, sinto falar, mas as próximas gerações vão ter que se acostumar a ouvir o som de virilha batendo no quarto do lado, porque não vai ter onde a gente namorar, onde a gente ficar, porque a economia, o o lugar onde a gente vive, os contextos urbanos que a gente vive, eles não acompanharam as relações humanas que a gente vive também. E isso tem um impacto muito grande. E quando a gente tem uma mudança de prioridades, quando a gente tem um momento tão difícil, o relacionamento ele não é a maior prioridade de muita gente. Isso é um fato. Isso é muito louco que eu vejo esse conflito geracional também, né? Um conflito dos tempos. A minha geração viveu um momento de prosperidade e que relacionamento pra gente era uma coisa muito legal, era muito divertido, era um assunto. E eu lembro assim, pode ser um recorte aqui, você pode me corrigir, mas eu tenho certeza que não é, porque eu lembro disso em faixas de dinheiro diferente, né? Como eu vim de uma infância com um pouco menos de dinheiro e aí minha família começou a ganhar dinheiro, tive acesso à faculdade, comecei a trabalhar, comecei a frequentar outros círculos, eu tinha conversas com gente com menos dinheiro, com gente com mais dinheiro. Relacionamento era sempre um papo. Era sempre um papo. Acho que ainda é um pouco, mas não é tanto quanto era antes. Então eu lembro, por exemplo, de chegar toda segunda-feira no trabalho, a gente tinha um momento que era o café da manhã da da galerinha que trabalhava ali antes de uma reunião que a gente tinha toda segunda. O pessoal chegava no trabalho, ia pro café e a gente começava a conversar o que a gente fez, com quem a gente saiu, com quem a gente ficou. É, quando chegava quinta-feira, a gente mostrava: “Ó, vou sair com essa mina, tô saindo com essa mina, tá rolando isso.” O relacionamento era um assunto pra gente, porque a gente ganhava bem, a gente ganhava relativamente bem, a economia era minimamente acessível, então a gente tinha preocupações bobas. Pirâmide de Maslon, né? Quando tá tudo bem bonitinho ali, quando as prioridades nossas estão acertadas, a gente vai arranjar uns problemas idiota pra cabeça, né? Você tem dinheiro, lugar para morar, tá estável, sua saúde tá boa? Ah, eu vou arranjar um hobby imbecil para cuidar, vou aqui arranjar umas duas ficantes para ter dor de cabeça. Então você tinha essa dor de cabeça, ela era um esforço eh voluntário nosso. Quando você tá [ __ ] de dinheiro, você quer você quer poupar energia. Quando você tá [ __ ] de coisa para fazer, você quer poupar energia. E eu vejo isso por comentários, por conversas, tal, tipo assim, cara, não tenho tempo de pensar em relacionamento. Eu tô querendo comprar uma casa, cara. Não tenho tempo de pensar em relacionamento. Tô [ __ ] de grana. Isso vai me atrapalhar. Vou tirar isso da frente e vou focar em outras coisas. Cara, se falar isso primeira geração, a galera ia rua sua cara. Se falar isso naí nos anos 2000, a galera fala: “Caralho, que virgão! Hoje não, hoje os caras, os caras assim, cara, realmente os cara tá [ __ ] de dinheiro, tem outras coisas para fazer, né? A galera tá [ __ ] nos trabalhos que tem, a galera tá [ __ ] no no na corrida deles por bicos. Então, a economia, o jeito como o dinheiro, como a gente pensa tudo isso, ela afeta nossas relações também. elas estão intrinsecamente ligadas. Eu gosto de ter uma visão muito holística da vida. Isso deixa umas pessoas meio bugadas, mas a nossa vida, ela é cheia de interdependências. Então, entenda, o jeito como o seu trabalho te afeta, ele afeta diretamente a sua saúde mental. Não é pra gente pensar em ter saúde mental se a gente não pensa na nossa estrutura de trabalho. O jeito como você vive na sua cidade, ela afeta a sua saúde mental também. Como é que isso não afetaria os seus relacionamentos? O jeito como você cuida do seu corpo, ele também às vezes melhora. O jeito como você cuida de outras relações e viceversa, às vezes você tá vivendo um ambiente tóxico, isso vai te deixar com cortisol alto, mais estressado, vai fazer com que seu cabelo caia, que você tenha problemas de pele, porque as coisas elas estão relacionadas. É uma visão holística. O ser humano ele não é uma coisa só. A gente não tem compartimentos. A gente não é um bonequinho do The Sins que cada característica ela é individual e não afeta uma outra. O nosso todo tá misturado. Quando uma coisa tá ruim, ela afeta a outra. E quando a gente tá vivendo um momento de instabilidade, quando a gente tá vivendo um momento de insegurança, quando a gente estava vivendo um momento de pressão muito alta, é óbvio que diversas outras nossas relações elas vão sendo afetadas. É que a gente não vê. E o objetivo de hoje é esse, a gente conversar sobre como o contexto no qual a gente vive, sobre como a economia no qual a gente vive, sobre como nossas relações de trabalho, elas estão afetando nossas relações amorosas. Então, prepara o seu coraçãozinho porque tá começando o Conversas Difíceis. amigo na internet, sou jornalista apresentador. Esse daqui é o Conversas Difíceis, o quadro que eu faço todas as segundas-feiras às 8 horas da noite, onde a gente fala sobre a vida, o universo e tudo mais. São reflexões duras sobre a vida real para você viver uma vida mais fácil. A ideia não é ser um papo fácil, a ideia é ser uma conversa um pouco mais questionadora, uma conversa um pouco mais incisiva, mas que ajude a gente ter um pouco mais de qualidade de vida. Quero avisar para você que no sábado, sobre economia e relacionamento que a gente precisa falar, que ela afeta diretamente os homens. E essa é uma crise que a gente tá vivendo agora e muita gente sabe que isso acontece, que é o quê? A gente tá vivendo esse momento onde o nosso salário não acompanhou inflação, não acompanhou o custo de vida, não acompanhou uma paz de coisa. Então, tá mais difícil comprar coisas, né? O preço do alimento aumentou, o preço da moradia aumentou e a gente viveu e isso resultou em várias coisas, né? Tanto que hoje a mulher ela tá indo pro mercado de trabalho, né? Hoje para uma renda ser complementada, precisa que o homem e a mulher trabalhem. É muito importante uma casa ser sustentada e isso aconteça. Porém, a gente tem algumas estruturas ainda que vem do passado que elas afetam bastante a gente, que é essa cobrança do homem ser provedor financeiramente. E essa cobrança ela recai muito no homem ainda de que você tem que pagar a conta, você tem que levar a garota pro encontro, buscar, você tem que ser provedor, pagar e alguns hobbies, alguns gostos dela. Isso ainda tem uma cobrança muito grande. Isso gera uma repercussão ainda em redes sociais diversos. Café com Deus pai, café com Deus mãe, café com não sei o quê, café com teu pai, café com tua tia. É esse monte de gente que, pô, é o tempo todo esse tipo de perfil, né? É [ __ ] O cara criou o café com teu pai e aí todo mundo acha que agora para você ter um perfil de sucesso na internet é só você copiar isso, né? E essa cobrança ela chega a ser irreal por dois lados, né? Da mulher que acha que o cara tem que ter isso e do cara que acha que ele tem que correr atrás. Não é à toa que a gente tem visto conversas e conversas completamente fora da linha de garotas mais novas de 20 anos falando para outras garotas que elas não deveriam sair com um cara que não paga conta, que não vai buscar de carro, que não sustenta ela, que não mima elas, quando sendo que nem elas conseguem fazer isso por elas mesmas. Você fala assim: “Caralho, mas nem você paga sua conta porque você tá exigindo que o cara pague as contas para você.” E aí você vai gerando um outro conflito que é garotos de 20 anos falando que, ah, não saia com garotos de 20 anos, saia com caras de 30 anos porque eles já estão estabelecidos financeiramente. Sim, estão, mas isso gera uma uma desmorfia de relacionamentos. Isso não era tão maluco quando a economia era um pouquinho melhor, porque, por exemplo, quando eu tinha 20 anos, eu saía com garotos de 20 anos. Fato, garotos de 20 anos saiam com caras de 30 anos naquela época também. Eu saí com garoto de 20 anos, eu até conseguia pagar o primeiro encontro, até conseguia ir buscar, eu até conseguia pagar uma coisinha ou outra, porque o meu salário conduzia com o status da economia atual da época, né, daquela época. Hoje não. Então hoje ao invés de ter um entendimento do a o cara não vai conseguir pagar tudo comigo, gera um ah, esse cara ele não é homem suficiente porque ele não paga conta, tenho que fugir dele porque eu tô assisto muito vídeo da Super Vulgar, que é um descolamento da realidade. Pô, quem não odeia, tá, não é só você que odeia, não, tá? Quem não odeia tá descolado da realidade, né? é completamente descolado, assim, é um um feminismo liberal descolado da realidade, descolado da noção do que é o Brasil e que odeia a pessoa de classe média baixa. Assim, é um discurso que odeia o discurso a pessoa que tá em classe média baixa. Eu poderia elaborar mais, mas eu estou evitando um pouco dos processos. Isso vai gerando um burnout afetivo muito grande por parte das pessoas. E eu vejo que muitos homens eles estão sofrendo isso, um burnout afetivo absurdo, que é, eu não só tô cansado, tá? de tá buscando as coisas, como eu olho e falo assim: “Pô, isso vai me custar dinheiro, vai custar tempo, vai custar estress, vai custar uma outra parada minha que eu não tenho para gastar, cara, que eu não tenho para gastar. Eu tenho pouco tempo para me relacionar, eu tenho pouco dinheiro para me relacionar e aí eu sair ao mercado. A frustração disso é é um custo tão alto que eu não sei se eu quero ter essa frustração. Eu não sei se eu tô com com carga suficiente para isso. Então a gente vai ficando, ai não, não, não, deixa para depois, se relaciona depois, a gente vai abrindo mão de se relacionar por causa do burnout que a gente tem das relações, porque o preço é alto demais pro que volta. E se antes você tinha dinheiro que não sobrava, mas também não faltava tanto, você corria o risco, você aproveitava as coisas, você curtia as coisas, ah, isso aqui não deu certo, vou pra próxima, tal. Eu vejo que a gente tá cada vez mais estressado, cansado, porque se eu tenho um dia de folga, pô, eu vou sair com uma pessoa que eu nem sei no que vai dar, sendo que eu podia ficar em casa jogando PlayStation, o que compensa mais. PlayStation é da hora, né? PlayStation você tem algum prazer. PlayStation vai É, pô, o o a PlayStation vai te decepcionar, né? O Play pode acreditar que o PlayStation vai te decepcionar, mas não vai te decepcionar tanto quanto uma mulher às vezes vai, quanto um cara às vezes vai. Pô, pensa nisso também, né, pô? Será que na sua hora vaga, no seu único dia de folga, da sua escala 6 por1, você quer ir quebrar a cara com macho, com mina? Às vezes não, às vezes você quer um pouco de conforto e as pessoas abrem mão às vezes se relacionar justamente por causa disso. Gosto de falar que tem a trinca perfeita de uma sexta-feira, né, que é o 3P, pizza, [ __ ] e PlayStation. Pô, como é que você vai ser infeliz com isso? E aí a gente precisa falar também da redução de tempo de qualidade numa relação, né? Porque assim, mesmo que você encontra em relacionamento, o tempo de qualidade ele é muito importante. Essa construção ela é muito importante. Agora pensa alguém que tá na faixa de uns 20 anos, que tá fazendo faculdade, tá correndo atrás, fazendo estágio, trabalhando, tá numa escala 6, tá, você tem pouquíssimo tempo de qualidade com quem você ama. E esse tempo de qualidade ele é importante. Essa construção das coisas, essa construção da intimidade, essa construção do afeto, ela é feita no tempo livre. ela não é feita no tempo ocupado e o WhatsApp e as redes sociais elas não substituas não substituem a proximidade e e esse burnout afetivo, esse cansaço, tudo isso que a gente falou, ela tem gerado efeitos muito eh quantitativos. A gente tem visto uma queda de natalidade muito grande. Você acha que a queda de natalidade é só porque as pessoas ah perderam a fé no futuro? Não, cara, porque as pessoas não conseguem mais ter filhos economicamente, então, a gente tem menos tempo pra intimidade, a gente tem menos construção de patrimônio, a gente tem um cansaço muito grande e isso tem diminuído a paternidade, a natalidade, na verdade, nído os filhos que a gente tem. Isso é quantitável, é só você olhar, dá para ver, olha dos anos 90 anos 2000, como foi caindo a natalidade brasileira. Então você tem um controle maior de natalidade aliado a um estilo de vida pior nas grandes cidades, com menos recurso financeiro. Isso é menos família, menos filho. E menos família, menos filho, agora vai gerar um efeito contrário, que é como isso vai afetar a economia. E olha como tudo é retroalimentado. Quando a economia, quando a sociedade, quando a política não coloca a família, o o ser humano no seu centro, isso afeta a política e a economia. Por essa queda de natalidade vai ter um efeito muito forte na aposentadoria, porque com menos pessoas nascendo, menos pessoas pagando a conta, menos dinheiro paraa aposentadoria, né, anjo? Então, quando as gerações passadas se usurparam das gerações mais novas para engordar os seus gordos salários, suas gordas, suas gordas aposentadorias, o assistencial, o funcionalismo público, o assistencialismo, esse tipo de coisa, agora a gente não consegue mais pagar a conta porque as próximas gerações a conta não vai fechar. E não é ser profeta do fim do mundo aqui, porque tá longe de ser o meu papel aqui, mas é uma conversa que cada vez mais países diferentes e aqui no Brasil cada vez mais vertentes diferentes começam a encarar. Vertentes de esquerda, vertentes de direita, vertentes mais radicais, vertentes mais comunistas. A gente começa a olhar e falar assim: “É, essa conta ela não vai fechar, porque quando a natalidade cai, a conta não fecha”. E olha que doido, a gente colocou uma pressão, uma cobrança, uma exigência muito grande por n motivos em cima das pessoas. As pessoas foram afetando seus relacionamentos, foram afetando os núcleos familiares, foram afetando a construção de famílias grandes. E isso agora vai ter um efeito na economia. A economia afetou a gente, a gente afetou a economia e aí a gente vai ter que lidar com o o que vai vir depois disso, né? E aí, como sempre, né, a a única certeza que você tem no Brasil é que hoje a gente tá melhor do que amanhã. E a coisa vai piorar. E aí, com esse monte de desgraça, a pergunta fica: será que existe esperança pros relacionamentos com a economia, com a política, com o estado atual do mundo? E aqui é onde eu vou ser um pouco poliana. Sim, existe. Não existe como pensar em relacionamento hoje em dia, sem a gente pensar em ser bem realista e menos idealista. ser menos idealista no sentido de ai quem tem que pagar a conta, quem tem que fazer isso, quem tem que fazer aquilo, mas sim de pensar qual que é a realidade na qual eu tô inserida. Porque assim, um relacionamento bom e de qualidade, ele vai exigir conversas muito difíceis. Ele vai exigir que você tenha uma sobriedade muito grande. Essa coisa de achar que o homem ele vai ser o provedor da casa, o homem ele pode pro diversas maneiras que não só financeiramente. Ele pode prover com afeto, com tempo de qualidade, com segurança, com uma estabilidade emocional e psicológica, que às vezes é mais importante até do que a financeira. Mas a conversa do dinheiro, ela vai ter que existir, vai ter que ser muito clara. Qual que é a realidade daquele relacionamento? Qual que é a realidade que aquele casal pode atingir? Eu e minha noiva, a gente tem conversado sobre comprar uma casa. Isso exige que a gente tenha conversas e adequar expectativas muito grande. A gente achou uma casa animal, o aluguel era caríssimo. A gente foi ver quanto era para comprar, era mais caro do que a gente podia pagar e a gente parou e entendeu tipo: “Ah, é, a gente não vai conseguir morar aqui, então a gente vai precisar baixar um pouco do que a gente quer. Se a gente optar fazer isso, a gente vai abrir mão de outras coisas. E aí isso exige um reposicionamento, isso exige você parar de viver no campo dos sonhos e morar no campo das realidades, que é onde os bons relacionamentos prosperam. Muitos relacionamentos terminam e acabam, não é por causa de dinheiro, não é por causa do interesse do dinheiro, é porque não houve uma sinceridade com o dinheiro era gasto. Existe uma crise de confiança justamente por causa disso. Pô, nós tínhamos um acordo que nosso relacionamento seguiria essa regra. A gente tinha esse dinheiro aqui que tava acontecendo e você comprometeu essa renda com A, B, C, D, você comprometeu essa renda com essa coisa que vai afetar a gente no longo prazo. Pô, isso é uma traição. Traição financeira, ela dói tanto quanto uma traição amorosa às vezes. Eu sempre gosto de citar o caso aqui de, é uma conversa que eu já tive com alguns especialistas em finanças, de como muitos relacionamentos começam a ruir depois que a mulher descobre que o cara contraiu uma dívida às vezes na casa dos seis dígitos. e não avisou para ela. Por quê? Porque o papel do homem é pagar conta, porque ele não queria levar essa esse problema para casa. Mas a partir do momento que você leva o problema do dinheiro, de novo a visão holística, o problema do dinheiro começa a afetar várias coisas, porque o cara tá estressado, o cara tá cansado, o cara até mesmo brocha por causa de questão de dinheiro. Isso vai afetando aquela relação, vai afetando aquela família. E a construção de uma família, ela vai além do encontro de dois corpos. Ela vai no encontro de dois ideais, de duas vidas financeiras, de duas construções de futuros e planos. Uma família, ela é construída a partir não só do desejo de ter filhos, mas do desejo de como a gente vai ter aqueles filhos, como a gente vai criar aqueles filhos. As famílias desestruturadas, elas não são desestruturadas porque não existe amor. Elas são desestruturadas porque não existe um plano maior, porque não existe dinheiro, porque não existe um plano de criação. Porque quando a crise econômica bate, o amor às vezes não segura. Quando o filho chora de fome, é difícil falar: “Não, filho, alimenta-se aqui de amor”. Não, você começa a olhar falar assim: “Pô, [ __ ] nosso filho aqui [ __ ] de querendo comprar um uniforme pro meu filho, botar meu filho num boa escola, você tá gastando dinheiro com merda ou você ou a gente não tá conseguindo botar dinheiro dentro da casa? Como é que a gente resolve isso? É preciso ter empatia e apoio mútuo. Desculpa, cara. Você quer se relacionar com uma mulher que vai ficar querendo cobrar você de pague as coisas, pague as coisas, fala assim: “Filha, mas e você tá fazendo o que, anjo? Cadê a sua parte da ecoação? Ou você quer se relacionar com um cara que ele é uma criança adulta, que não tem responsabilidade nos gastos de dinheiro dele, que não tem responsabilidade financeira? É preciso ter apoio mútuo, é preciso ter empatia. Pô, aqui dentro da minha relação, as escolhas com meu dinheiro, com meus gastos afetam a minha relação também. Como é que a gente vai fazer isso? Apoio mútuo. Pô, amor, faz isso, faz isso. A gente vai construir isso. Essa conversa séria sobre dinheiro, que é o que a gente vai fazer com o nosso dinheiro? Qual que é o meu dinheiro? Qual que é o seu dinheiro? Qual que é o dinheiro do casal? Qual que é o plano do casal? Uma construção sólida de como o dinheiro vai ser gasto. A gente vai gastar dinheiro, vai juntar dinheiro para comprar uma casa. Então vamos colocar aqui num fundo, vamos colocar aqui num investimento, vamos juntar esse dinheiro, vamos trabalhar esse dinheiro a nosso favor, vamos fazer isso, isso e isso sério, sóbrio, sem idealismo, sem pensar no, ah, mas antigamente meu pai, [ __ ] que seu pai pagava conta da casa ou não, [ __ ] seu avô era o provedor ou não. Você tem que pensar na realidade que você vive, do tempo que você vive, da relação que você vive, não a relação do tempo passado, não a relação idealizada de Instagram de 20 anos atrás, assim o que você tem agora, o que tá acontecendo agora. A gente tem que aprender a falar de dinheiro. A gente tem que aprender a falar de dinheiro. Não é só falar, mas de falar com sobriedade, com seriedade. Porque a gente vive muitos dos problemas que a gente tem, ele é por causa do dinheiro, porque a gente não sabe falar, pensar, se relacionar com dinheiro. Isso numa relação, ela potencializa para [ __ ] Piora muito nossa vida. Então a gente vai ter que aprender a falar isso a dois. construir planos a longo prazo, falar sobre filhos, sobre o impacto financeiro que são filhos, como é que vai custar, como é que custa de tempo essa sobriedade. Uma relação é é quase uma empresa, cara. Era quase uma empresa. Não é só sexo, não é só amor, não é só querer estar junto, é querer construir como vocês vão estar juntos. Anota comigo, uma relação não é só querer, é estruturar de como vai acontecer, como você quer estar juntos. E hoje, aos 38 anos de idade, eu olho pra minha relação, vejo assim: “Eu quero estar com minha mulher, só que eu tenho que entender como eu quero estar com minha mulher, qual é o custo financeiro, qual que é a estrutura que vai ser necessária, como é que as coisas não é só: “Ah, vamos sair para dar um rolê, não, a gente vai ficar junto. Como é que vai ser nossa casa, que casa é que a gente quer? Como é que vai ser a nossa relação quando a gente tiver filhos? Como é que vai ser a gente ter filhos? Para pensar isso. Você quer casar e ter filhos? Beleza. Já para pensar como ter filhos vai afetar o seu relacionamento? Já para eu pensar como ter filhos vai afetar a sua rotina, porque vocês vão ter que buscar o filho na escola, na creche, levar de um lado pro outro, pro médico. Como é que vai ser o seu trabalho? Será que você vai conseguir buscar seu filho na creche, na escolinha? Quem que vai? Onde é que ele vai estudar? Onde é que ele vai est perto? Alguém vai ter que abrir mão do trabalho. Se abrir mão do trabalho, como é que vai ficar as finanças da casa? Olha como a economia afeta a natalidade, porque você começa a fazer duas equações e a conta pesa. Tem uma coisa que eu gosto de falar muito aqui no canal e ela é muito séria. Quando você protege seu trabalho, você protege seu dinheiro. Quando você protege o seu dinheiro, você protege os seus sonhos. Você pensar sua carreira, seu dinheiro, é você pensar na sua família também. Então, precisa ter uma via de mão dupla dos dois lados também. Uma um relacionamento bem estruturado, ele não é apenas de afeto, carinho, beijinhos, mão dadas, é um relacionamento onde ele vai para outros campos da vida também. Amor, como envelheceremos? Como vai ser a nossa aposentadoria? Onde moraremos? Como estão as contas da casa? Porque quando as contas estão apertadas, os conflitos começam a surgir pelos cantos, pelos buracos. Quando as contas estão certas, você dorme de bom humor, você dorme junto, vocês estão fazendo as coisas legais, estão fazendo as coisas bem. Então você pensar dinheiro, você pensar as coisas como dinheiro, como trabalho, é você proteger aquilo. Não é limitar a dinheiro, trabalho. Não tô falando, vá trabalhar, deixa sua família de lado, não. Estou falando pense na sua família e pense no seu dinheiro junto. Eu trabalho, ganho tanto e tenho essa conta, sobra tanto, a gente investe tanto, cuida tanto, paga uma conta, paga aquilo. Portanto, posso ser feliz com minha mulher, eu desço um pouco meu estilo de vida, a gente consegue pagar tal aluguel em tal lugar de tal jeito. Pá. Então, a gente vive bem, a gente vive seguro, a gente vive estável. Pensar dinheiro é pensar afeto também. A gente não pode descolar uma coisa da outra, porque tá tudo muito interligado, tudo muito junto. Olha como a economia afeta o nosso relacionamento. Olha todos os argumentos que a gente levantou aqui até agora. Então, começa a pensar nisso também. Se, se eu sei que a economia afeta meus relacionamentos, eu preciso criar filtros, eu preciso criar estruturas para que meus relacionamentos possam ser, se não a prova da economia, mas pelo menos estáveis dentro desta economia. Que eu saiba que uma mudança de caminho não vai destruir uma relação, porque eu construí coisas sólidas ao longo do caminho. É pensar com sobriedade, com seriedade, com racionalidade e menos no campo das ideias, dos planos da idealização do discurso fácil da internet. pensar as coisas com discurso sóbrio da realidade, porque o nosso amor acontece na vida real. A gente sonha, a gente imagina, a gente figura, mas quem tá lá no dia a dia sabe o perrengue que é pagar conta, o perrengue que é pensar na aposentadoria, o perrengue pensar saúde, pensar moradia, pensar casa. E quando a gente protege isso, o nosso amor tá protegido. Amar é fácil, mas fazer um relacionamento durar é difícil para [ __ ] E exige além de beijinho, amor, carinho, noites românticas, muita planilha, muito planejamento. Então, quem ama cuida. Cuide do seu dinheiro, cuide dos seus amores. Meu nome éon Castro, são conversas difíceis. Valeu,