Cultivando a PAZ INTERIOR enquanto o mundo APODRECE | Olavo de Carvalho

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Ah, eu, mas eu vou me contaminar. Falei, claro que você vai se contaminar. Quem você pensa que você é, né? Você pensa que você é melhor do que nós todos? Nós estamos todos no mesmo barco, meu filho, tentando nos levantar um pouquinho, quer dizer, a partir desta sujeira e desta miséria onde estamos. E pessoas como Fran Friaco, Henry Rimir nos ajudaram formida nisso. Então, nós não podemos fugir da briga. Você tá vendo a situação de toda a civilização, você tá vendo todos os valores, todos os símbolo sagrado, tudo ser aviltado, a vida humana ser totalmente depreciada, né? Você tá vendo o império da mentira na sua frente e diz: “Ah, não, mas eu vou cuidar aqui da minha alminha”. Isso não é cristianismo, isso é coisa de pequeno burguês. Meu Deus do céu, é ilusão do pequeno burguês. Ah, vou cuidar apenas, né, da minha vidinha. Eu digo, escuta, mas onde está a sua vidinha? sua vidinha é uma redoma, tá isolado no espaço. Quer dizer, porque você não presta atenção nas coisas, elas cessam de acontecer e cessam de te afetar, né? Então essa é política de avestruz, é uma é uma é uma ilusão, porque a vida da sociedade vai te perseguir aonde você estiver, né? Então ela está no telefone, ela está no celular, ela está na televisão, ela está no seu computador, ela está em toda parte, né? Então não temos que não temos que fugir, mas ao contrário, tá certo? Ah, mas eu vou me contaminar. Falei: “Claro que você vai se contaminar. Quem você pensa que você é, né? Você pensa que você é melhor do que nós todos?” Nós estamos todos no mesmo barco, meu filho, tentando nos levantar um pouquinho, quer dizer, a partir desta sujeira e desta miséria onde estamos. E pessoas como Franço Morriaco, Henry Mir nos ajudaram formida nisso. Na medida em que você dizer partindo da miséria, você já consegue criar uma ordenação pelo menos estética daquilo, você já saiu do caos. Não que isso basta, evidentemente, hã, quer dizer, o sujeito pode fazer isso, quer dizer, ele consegue ordenar, criar uma forma de dentro do caos e ele pode parar isso. Não quer dizer que ele vai melhorar, continuar melhorando moralmente ou intelectualmente. De bom, mas eh você não é obrigado a parar onde ele parou. Por exemplo, é impossível você ler o Henry Miller sem você sentir o gosto do da sinceridade, a voz sincera. Até nas entrevistas dele, você ouve ele falando, falando, esse homem, ele transpira a sinceridade, ele não mente. Hã, digo: “Ah, mas ele fez aquilo”. Por que que você tem que olhar pros pecados dele e não pra virtude? Porque a foi a virtude que criou as obras. Hã? Então, aproveita, pega o que é bom, como disse São Paulo, não posso experimentar e tudo, ficar com o que é bom. Então você tá, né, lendo Hermir para descobrir os defeitos dele. É isso que você quer? Então você é um fofoqueiro, né? Então agora no século XVI você ver o pessoal tá a perspectiva completamente diferente. É, quer dizer, qual era o número de leitores na população geral? Qual era o número de leitores? Não é isso? E naquela época os livros eram uma maneira importante de corromper as pessoas. Por exemplo, você pega o livro do Paul Paul Hazard sobre a cultura europeia no século, os dois livros dele, né? O a crítica consciência europeia e a outro título é a mais ou menos assim, a cultura europeia do século XVI, uma coisa assim. E você vai ver, por exemplo, que dos livros que se imprimia, eu acho que 80% era pornografia. Ora pornografia era literatura de combate antirreligioso, mas de uma maldade, de uma sordidez que você não consegue imaginar. Então, era essa literatura que havia à disposição do povo. Hoje não é assim, né? Se você entra numa numa livraria, bom, você tem lá a parte de pornografia, mas é pouquinho, né? A maior parte não é isto. Então é uma situação totalmente totalmente diferente. Quer dizer, os livros já não são o meio preferencial de corrupção das almas, porque inclusive este ataque à religião, a moral tal no século XVI era dirigido sobretudo às classes altas, né? Então ali se verifica aquilo que falava Adam Smith, que você tinha, quer dizer, em toda a sociedade tem dois códigos morais. tem um código conservador para os pobres e um código liberal para os ricos. Então, no século XVI francês, você observa isso com uma nitidez formidável, né? Lê lá no Paulo Azar. E depois você vê os os autores que circulavam ali, Chodelô, de Laclô, Volter, Didro, você mentirosos, compulsivos, malignos e eram os caras que tinham, vamos dizer, a fama na época, né? Poucos autores foram mais populares do que de Voltaire. Hoje a oferta de livro é infinitamente mais variada e e de melhor qualidade até no sentido moral. Quer dizer, o que tem de pior certamente não veio por livro. É, quer dizer, você acha que se você pode, né, você liga lá a internet, você tem tudo quanto é que você pode imaginar. Você vai ler livros de sacanagem. Ninguém mais ler livros de sacanagem, tá entendendo? Porque para ler o livro tem que usar um pouco de imaginação. Para que que eu vou usar imaginação se está na tela? Meu Deus do céu.

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