FIM DOS TANQUES E CAÇAS? A ASCENSÃO DOS DRONES NA GUERRA MODERNA I Professor HOC
0No intervalo de duas semanas, em junho, as Forças Armadas da Ucrânia e de Israel executaram duas das operações mais ousadas da história militar recente. Dia 1eo de junho, a Ucrânia utilizou centenas de drones de ataque unidirecional de curto alcance contra bandeados até o interior do território russo para danificar ou destruir pelo menos 11 bombardeiros estratégicos russos na chamada operação teia de aranha. Depois, a partir de 13 de junho, Israel lançou a operação Leão em Ascensão, usando drones de ataque unidirecional montados dentro do Irã com peças previamente contrabandeadas para destruir sistemas de defesa aéreas iraniano, permitindo que Israel assumisse o controle do espaço aéreo do Irã. Em ambos os casos, os drones que custavam apenas alguns milhares de dólares eliminaram armamentos sofisticados avaliados em dezenas ou centenas de milhões de dólares que não podem ser facilmente substituídos. Esses dois sucessos táticos marcantes, eles anunciam uma mudança mais ampla na forma de conduzir as guerras. A Ucrânia e Israel continuam utilizando sistemas tradicionais e caros, como caças tripulados, especialmente no caso de Israel, né? Mas para as forças armadas modernas, sistemas não tripulados, cada vez mais impulsionados por inteligência artificial, por sinal, tornam-se críticos pro sucesso no campo de batalha. Isso não deveria surpreender ninguém. Segundo as autoridades ucrainianas, os drones de ataques unidirecionais já são responsáveis por 70% das baixas na linha de frente na guerra contra a Rússia. Em 2024, Eric Schmith, o CEO do Google e presidente da Comissão de Segurança Nacional em Inteligência Artificial dos Estados Unidos e escreveu um livro importantíssimo, o Kissinger, eh, a era de eh AI, né, de inteligência artificial, afirmou que a ascensão dos drones baratos tornou as tecnologias antigas como tanques obsoletas e recomendou que os Estados Unidos os doassem e comprassem drones no lugar. El Musk, por sua vez, publicou, abre aspas, idiotas ainda estão construindo caças tripulados como o F35, fecha aspas, e declarou que as guerras do futuro serão todas drones. Oi, pessoal. Vamos fazer uma desse consenso crescente, o Departamento de Defesa dos Estados Unidos ainda direciona a maior parte do seu orçamento para sistemas grandes e caros. A operação martelo da meia-noite, né, que foi o ataque no dia 22 de junho contra as instalações nucleares iranianas. feita pelos Estados Unidos com mais de 125 aeronaves americanas, incluindo sete bombardeiros B2, aqueles eh invisíveis, né? aquela ASA, aqueles mais modernos de todos, mostrou que armamentos tripulados de alto custo ainda tem sim um papel relevante no campo de batalha, mas à medida que a guerra moderna vai evoluindo, o poderio militar dos Estados Unidos também vai precisar evoluir. E o Pentágono gasta dezenas de bilhões de dólares anuais para manter porta-aviões F35, né, que são os caças e tanques, mas só investiu 500 milhões de dólares em drones baratos na primeira rodada da sua iniciativa Replicator em 2023, um valor muito inferior ao necessário paraa guerra moderna de alta intensidade. Essa iniciativa replicator é uma iniciativa americana para colocar mais drones em combate e no campo de batalha todos por parte dos Estados Unidos. Mas então, a as operações ucranianas e israelenses, elas mostram que ataques de massa com precisão eles podem ser devastadores mesmo contra adversários sofisticados. Na operação teia de aranha, a Ucrânia usou tecnologias emergentes como sistemas de piloto automático de código aberto para manter o voo autônomo em caso de interferência no sinal e inteligência artificial treinada para identificar bombardeiros russos. O sucesso dessa operação e a capacidade da Ucrânia de contrabandear mais de 100 drones a 2000 km dentro do território russo reforça o padrão desde o início da guerra, que plataformas militares caras são vulneráveis a ataques de drones baratos em massa, especialmente se estacionadas num campo aberto, como no caso desses aviões. A operação Leão em Ascensão de Israel, ela evidencia a vulnerabilidade de sistemas caros, como a defesa aérea, mesmo em profundidade territorial. Os agentes israelenses, eles contrabandearam as peças dos drones para dentro do Irã e montaram antes do ataque, que acabou destruindo rapidamente as defesas iranianas, como eu mencionei. Mas além disso, quando você usa esses drones baratos, tanto a Ucrânia quanto Israel, eles acabaram impondo grandes custos assimétricos aos seus adversários. A Ucrânia afirma terído mais de 40 aeronaves russas. Só os 11 bombardeiros confirmados por imagens de satélite já equivalem a centenas de vezes o valor dos drones usados. O avião russo de alerta antecipado custa cerca de 330 milhões de dólares. Um bombardeiro de longo alcance custa até 270 milhões de dólares. Os drones ucranianos usados, eles custaram entre 600 e 1.000 cada. Ou seja, em cálculo custo de equipamento, o ataque pode ter saído por um total de menos de 117.000, 000, um valor inferior a de um único míssil quinzal transportado pelos bombardeiros russos que foram destruídos. Mas mesmo com a ascensão dos drones, os sistemas antigos como submarinos furtivos, né, ou invisíveis aos radares e aeronaves tripuladas continuam sendo úteis, especialmente quando combinadas ou usadas em conjunto com eh esses equipamentos mais baratos. No dia 13 de junho, os drones israelenses neutralizaram as defesas aéreas do Irã. permitindo que os caças israelenses e depois americanos bombardeassem as instalações nucleares sem nenhuma oposição ou obstáculo. E nenhum míssil antiaéreo foi disparado contra as aeronaves americanas. E Israel afirma que nenhuma das suas aeronaves tripuladas foi abatida. Israel usou drones para reduzir os riscos humanos e financeiros caso eh o ataque convencional falhasse. Depois, com espaço aéreo aí controlado, dominado e liberado, Israel usou aviões para destruir alvos, né, sólidos em terra, como a instalação nuclear de Natãs, de uma forma, né, com uma precisão e com uma carga que drones, por exemplo, não seriam capazes de eh fazer. A própria Rússia também tem usado essa tática e ela envia drones baratos para esgotar as defesas antes de atacar com os mísseis mais sofisticados. Claro que alguns alvos ainda exigem armamentos muito caros. Os Estados Unidos, para atacar as instalações subterrâneas de Ford e Natãs, eles precisaram usar 14 bombas de 14 toneladas que só eles possuem por sinal. e sete bombardeiros furtivos, né, invisíveis de novo aos radares P2, que cada um deles é avaliado em 2 bilhões de dólares, ou seja, armamentos extremamente caros, sofisticados, grandes, complexos, mas ainda assim extremamente úteis. vocês terem uma ideia, né, não existe drone nenhum no mundo que carrega 200 toneladas de explosivos, que são exatamente a quantidade desses dessas 14 bombas aí e que os americanos usaram. A dependência exclusiva dos sistemas baratos, ela limita, no fundo, que uma força militar pode alcançar o atingir. O próprio Irã, um extenso programa de drones, ele carece de uma força aérea moderna e por isso que ele não conseguiu atacar os alvos israelenses militares fortemente protegidos. A vitória aliada lá atrás, né, voltando no dia D, em 1944, na Segunda Guerra Mundial, exigiu uma integração de forças aéreas, navais e terrestres. Hoje a combinação, ela envolve misturar sistema barato com plataforma avançada. As operações, tanto teia de aranha quanto Leão em Ascensão e o martelo da meia-noite indicam claramente que as forças bem financiadas elas têm que investir tanto nos equipamentos baratos com os drones quanto nos caros e sofisticados como caças modernos. Quando a gente pensa na China e compara o que tá acontecendo lá, a China vem se modernizando rapidamente em todos os domínios, incluindo os drones. Os Estados Unidos, por exemplo, eles investem pouco em sistemas baratos e escaláveis. Os 500 milhões de dólares do replicator de 2023, eles representam somente, pessoal, 0,05% do orçamento de defesa americana. Ou seja, não é nada. com facilidade os Estados Unidos poderia gastar 10 vezes mais comprando drones de ataque unidirecional, plataforma de vigilância, embarcações navais não tripuladas, né, ou drones aquáticos e sistemas autônomos de baixo custo. Mas mesmo assim a gente não pode abandonar totalmente os sistemas mais caros, como os invisíveis ao radar, os conhecidos como furtivos, né? eh, e que são caros, como bombardeiros e submarinos, que são difíceis de localizar, de destruir e continuam sendo pilares do poder americano eh atual e moderno. Historicamente, os países que falham em se adaptar às mudanças na guerra acabam menos capazes de dissuadir seus inimigos e mais propensos a perder futuros conflitos. Em 1941, o Japão afundou cruzadores britânicos na época considerados indestrutíveis. Na guerra dos 100 anos, o arco longo em inglês destruiu o domínio dos cavaleiros franceses. Se os Estados Unidos continuarem investindo pouco em drone, talvez eles não vão enfrentar uma derrota tão dramática, mas eles podem eh ser pegos desprevenidos. Exatamente. Porque só investiram nas armas mais sofisticadas. E como a gente tá vendo, essas armas baratas usadas com inteligência podem desabilitar, destruir e acabar com armas muito caras de um dia pro outro. uma operação chinesa dentro dos Estados Unidos com drones escondidos que eles vão decolar e vão destruir eh aviões de 2 bilhões de dólares americanos cada, como o B2, acabaria com toda a frota americana com um simples ataque simples, barato. Claro, simples não, mas no sentido foi bem elaborado, mas simples porque é um produto barato e isso destruiria toda essa potência que os Estados Unidos têm. de um momento pro outro. Ou seja, se preparar pro futuro da guerra não significa que você tem que abandonar o passado, mas você precisa adquirir uma agilidade que talvez os Estados Unidos, por exemplo, ainda não entenderam. M.