Lembra da MONARK? Veja como ela está hoje

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Você sabia que o Brasil já teve uma fábrica de bicicletas que vendia mais de 2 milhões de unidades por ano? E ela ainda existe. É a Monarque, uma empresa brasileira que dominou o mercado entre as décadas de 60 a 80, virando o símbolo nacional de duas rodas. Mas o que quase ninguém sabe é que a Monarque tem ações listadas na bolsa e R$ 15 milhões deais de lucro nos últimos 12 meses, mesmo vendendo poucas bikes. Quer saber como isso aconteceu? Fica comigo que eu vou te explicar tudo. Seja muito bem-vindo ao Empresas da Bolsa. Eu sou a Beatriz Sales e você está na UVP Capital. [Música] Antes de chegar ao Brasil, a Monarque já era uma potência na Suécia, fundada em 1908 por Benvenson, o pobre que virou monarca da bicicleta numa cidade chamada Varberg. A marca já era sinônimo de robustez e até ganhou corridas internacionais, se tornando uma das maiores fabricantes de bicicleta do norte da Europa. Era conhecida por bikes feitas para durar muitos invernos e encarar ruas de paralelepípedo cobertas de neve. Só depois de 30 anos de existência que a monarca cruzou o oceano e chegou ao Brasil. Primeiro como uma importadora até virar o que você vai ver a partir de agora, uma das marcas mais populares do país. A história da Monarque no Brasil começa em 1948, no pós-guerra, quando o país ainda engatinhava em infraestrutura, mas já sonhava em pedalar com estilo. Naquele ano nascia a Monarque brasileira, que começou como uma importadora. Ela trazia peças da tradicional marca sueca Monarque AB e montava as bicicletas por aqui. Nada muito industrial ainda. Era um processo quase artesanal, mas com diferencial importante, qualidade robusta e preço competitivo. A demanda foi crescendo e não demorou pro negócio ganhar visibilidade. Em 1951, a empresa deu a primeira pedalada mais firme. Abriu sua primeira fábrica no Brasil, no bairro da chácara Santo Antônio em São Paulo. A partir dali, deixava de ser apenas montadora e virava fabricante nacional de bicicletas. Com esse passo, a Monarque ganhou independência e passou a construir sua identidade própria. Começou a desenvolver quadros mais resistentes, adaptar os modelos ao uso urbano brasileiro e apostar numa ideia simples. A bicicleta é um veículo de verdade, precisa aguentar o tranco. Na década de 50, andar de bicicleta não era hobby, era meio de transporte para trabalhador, estudante, entregador e até pro lavrador. E foi nesse vácuo que a Monarque cresceu, oferecendo uma bike que durava mesmo levando pancada de paralelepípedo e sol. O nome começou a se espalhar nos bairros, nas oficinas, nas bicicletarias e, claro, entre as crianças que aprendiam a pedalar nas monarcas herdadas dos irmãos mais velhos. Se os anos 50 foram aquecimento, os anos 60 marcaram a largada para valer. A Monarque começou a acelerar a produção, distribuir em escala nacional e, claro, entrar numa disputa que se tornaria lendária a rivalidade com a Caloi. Enquanto a Caloi, uma marca brasileira fundada em 1898 e já tradicional na elite urbana, ganhava espaço com marketing mais ousado e bicicletas com cara de cidade grande, a Monarque apostava em um apelo diferente. Bicicletas resistentes, confiáveis e populares, feitas para aguentar o tranco da rotina brasileira. E deu certo, muito certo. [Música] Na década de 70, a empresa atingiu seu pico, vendia mais de 2 milhões de bicicletas por ano e chegou a empregar cerca de 10.000 pessoas, assim como também foi listada na antiga Bovespa. A ação Bicicletas Monarque teve o ticker BMKS3 e uma estreia discreta pro império que estava por vir. E se você quer saber se compensa comprar essa ação ou quer saber como comprar uma ação e buscar multiplicar o seu dinheiro, saiba que não é da noite pro dia. O que acontece, galera, é que todo mundo quer fazer dinheiro. Isso é um fato, né? Mas ninguém quer ficar rico devagar. Todo mundo quer apertar um botão e pronto, dinheiro na conta. Mas adivinha? Esse botão não existe. Pelo menos a gente nunca viu por aqui, né? Agora, se você quer aprender do jeito certo, sem mágica, sem promessas vazias, entra no site vp.com.br, br, clica no botão e faça sua análise de perfil. É um questionário simples, com poucas perguntas e olha, se você tiver coragem de investir agora, mesmo quando o mercado tá cheio de gente com medo, a UVP vai te mostrar uma estratégia sólida, passo a passo para construir patrimônio de verdade. Mas vamos ser realistas. Se você ganha o salário mínimo e acha que vai sair da plataforma direto para uma Ferrari, infelizmente não vai rolar. Agora, se você ganha mais de 4500 por mês, aí dá para construir algo. Com 15.000 ou 50.000, e o processo é mais rápido, mas não é loteria, é estratégia. 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Em 1978, a empresa lançou a primeira BMX do Brasil, construiu pistas de B Cross, criou time profissional e patrocinou eventos. Foi assim que ajudou a popularizar o esporte por aqui, antes mesmo da modalidade chegar às Olimpíadas. A Monarque não era só uma empresa, era cultura popular sobre duas rodas. E por um bom tempo, parecia que nada iria frear esse pedal. [Música] Se nos anos 70 a Monarque reinava soberana nas ruas brasileiras, os anos 90 vieram com uma ladeira abaixo e sem freio Vbrebreak. Com a abertura comercial no governo Color, o mercado brasileiro foi inundado por bicicletas importadas, especialmente da China e de Taiwan. E elas não vinham com história, não vinham com preço baixo e escala absurda, coisa típica do comércio chinês. Do dia paraa noite, a Monarca se viu competindo com marcas que custavam menos da metade, mesmo sem entregar metade da qualidade. Mas pro consumidor com bolso apertado, o preço falava mais alto. A empresa tentou resistir, mas os anos 2000 não foram fáceis. Com demanda com queda e custos altos, a Monarque começou a desmontar sua estrutura. Entre 2006 e 2008, fechou suas fábricas de Manaus em São Paulo e transferiu toda a produção para Indaiatuba, que fica em São Paulo, no movimento de sobrevivência. Na época, o lema era: “Preferimos fazer menos bicicleta, mas manter a qualidade do que virar mais uma vendendo bicicletas ruins como as da China.” Coragem não faltava, mas o cenário era implacável. A Monarque perdeu espaço nas grandes redes, sumiu das campanhas publicitárias e aos poucos foi se tornando uma lembrança de infância, mais vista em memes de monareta e capas de caderno antigo do que nas vitrines de lojas. Ainda assim, a empresa não desapareceu. Ela reduziu a velocidade, mudou de marcha e seguiu em frente. [Música] Depois de décadas no topo, em uma descida forçada nos anos 2000, a Monarca chegou nos anos 2020 com outro tipo de fôlego, não mais aqueles das bicicletas nas ruas, mas sim o fôlego de quem aprendeu a sobreviver fora da pista. A monarca até enfrentou um contratempo em 10 de fevereiro de 2022, após uma polêmica envolvendo o ex-apresentador de podcast youtuber conhecido como Monarque. A empresa divulgou uma nota pública esclarecendo que não tem qualquer vínculo com o influenciador e repudiando as declarações de teor antissemista atribuídas a ele. E hoje a empresa segue ativa, sim, mas em uma trilha bem diferente. Ela ainda fabrica bicicletas, principalmente a clássica barra circular, e mantém o público fiel em regiões do Norte e Nordeste, onde o apelo nostálgico ainda fala alto. Mas a produção é pequena, o portfólio é inxuto e a presença em grandes redes é quase nula. O que chama atenção mesmo é o outro lado da Monarque, seu desempenho como investidora. Com o valor de mercado estimado em R$ 182 milhões deais, a Monarque tem um caixa robusto e lucra quase R milhões deais por ano, mesmo com receita operacional modesta, em torno de 15.7 milhões deais. Ou seja, o lucro líquido da Monarque vem quase todo de aplicações financeiras e não da venda de bicicletas. Na prática, virou quase uma gestora de ativos disfarçada de fabricante. É como se a bicicleta virasse só a fachada da loja e o dinheiro estivesse rodando mesmo no fundo do cofre. E para completar, a empresa paga dividendos gordos com dividen newil acima de 8%, o que faz muita gente esquecer da barra circular e lembrar do extrato bancário. Poderia ser um novo modelo de negócio ou apenas uma empresa que freiou onde deu e agora pedala com o que sobrou. Hoje a Monarca encara concorrentes de outro perfil. No topo da cadeia, quem pedala isolada na liderança é a Caloi. Com cerca de 40% de participação no mercado brasileiro de bicicletas. é sem dúvida, a marca mais dominante do país, presente em lojas, projetos esportivos, campanhas e praticamente em toda a esquina onde tem uma bicicleta. Outras marcas como hoje, Sense e Audax estão sempre tentando inovar com foco em performance, mas ainda não conseguem comprar essa briga. Todas essas marcas nunca foram relevantes mundialmente falando. Quando o assunto é liderança global, falamos de gigantes como a Giant em Taiwan, que lidera com cerca de 14% do mercado global, e outras marcas como Trek, Specializet, Kanaldale e Merida, que dominam segmentos premium e esportivos. A monarque já foi símbolo de liberdade, de infância, de mobilidade. Hoje é símbolo de algo bem mais específico. Uma empresa que virou quase um fundo de renda passiva. É isso mesmo. Aquela que já vendeu milhões de bicicletas por ano, hoje fatura mais com juros e aplicações do que com quadro e corrente. Ou seja, para quem esperava pedalar no lucro, a monarca acabou entregando o lucro sem nem sair do lugar. E talvez esse seja o grande segredo dela, não competir com os gigantes de hoje, mas seguir firme, discreta, lucrativa com uma empresa que, mesmo esquecida nas ruas, ainda roda tranquila na carteira de alguns investidores. Porque no fim das contas, entre uma ação estável e uma bicicleta velha bem cuidada, tem gente que prefere o que não quebra.

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