INVEJA, MIL VEZES INVEJA! | o fogo da revolta
0Ah. Não pentear o cabelo antes de ficar online não é uma boa escolha, mas parece. Será que eu sempre faço? Deixa eu mandar lá pra galera falar aqui. Adiantou. Boa tarde galera. Como vocês estão? Tive que adiantar a live em razão da criança. Então agora eu vou avisar as pessoas que a live marcada para 6 horas começou tcha tchararã 2:30. Porque assim, neste canal vocês sabem que a criança tem prioridade. Então, se o marido diz: “Fasta esta live à tarde e não 6 horas, eu tenho que cumprir, porque senão eu vou acabar sem conseguir fazer de forma alguma, né?” Imagina se Deus abençoar gente com uma segunda criança, né? Como é que vai funcionar? Acho que estamos lascados. Acho que vou ter que fechar o canal de uma vez por todas. Só compartilhar lá no Telegram pros membros e no Twitter. É que estamos online. Eu já começo. Vamos lá. Ah, meu Deus. Diz o logou do Telegram aqui. Galera, quem tá ali no Telegram avisa que começou mais cedo, por favor, por razões de criança. Avisa lá, avisa lá. Oh, oh, avisa lá. Chegou. Então, me contem o áudio tá bom, se dá para escutar, o volume, tá OK? Pra gente poder começar. O negócio é fazer sete crianças para elas se entreterem e o trabalho ficar menor, né? Você, quanto mais filho você tiver, mais fácil fica. Vamos acreditar no molde. Você deixa as sete crianças sozinhas no mundo e aí que o mais velho que se lasca, que o mais velho que se vire. Ninguém chama o Twitter de X. Olha, porque vocês não são jovens o suficiente? Porque os jovens nem sabem que um dia o Twitter eventualmente já se chamou Twitter, só o chamo de X ou X. Fiquei sabendo disso esses dias em contato com os jovens, tá? Eu não recomendo muito contato com jovens de forma geral. Bom, ok. Não vou conseguir avisar meu Telegram, mas não tem problema, fiquemos assim. Deixa eu fazer o pup do chat aqui para eu poder ver o que vocês estão mandando sem ser no celular exclusivamente. E se eu conseguir ler, né, o áudio tá bom, etc, etc, etc. Então, tá. Então, hoje eu quero fazer uma espécie de apanhado geral do próximo assunto que nós vamos conversar. Eu espero até a exaustão, que é a fonte que origina a revolta. Eu quero falar sobre o fogo que alimenta todas as revoltas, mas principalmente as revoltas ocidentais, que tem uma coisa um pouco de diferente das outras formas de revolta que já existiram no mundo e principalmente as revoltas ocidentais modernas, que também em razão da característica do que nós vamos falar hoje, se apresentarão de uma forma mais violenta, quase como se o homem ocidental moderno estivesse numa situação de revolta constante, quase como se na antiguidade a revolta fosse a exceção e a estrutura ah de espiritual e da alma do homem moderno o levasse para essa este estado constante de revolta, né? Para que a gente compreenda esta situação específica, nós precisamos compreender de uma forma muito profunda, de uma forma muito detalhada aquilo que é chamado de sofrimento, tá? O, e existem várias formas pra gente começar a estudar isso. Primeiro, existe o livro Homem Revoltado do Aber Camil, que eu já recomendei aqui várias vezes, mas a principal forma para compreender o sofrimento que se traduz eventualmente nos movimentos de revolta é a literatura, principalmente, obviamente, a literatura clássica. e autores clássicos que t que escreveram sobre situações de sofrimento muito profundo e de sofrimento muito extremado que tornam a existência disso que a gente sabe que é algo que acompanha o ser humano desde o seu nascimento, mas que torna a existência desse sofrimento algo mais racionalizável, algo mais palpável, né? Quem são esses autores? Naturalmente, o primeiro deles é o Dostoevski. Quem quer queira compreender a estrutura do sofrimento humano, principalmente dentro do quadradilho cristão, precisa ler Dostoyevski. Não tem como, é inescapável. Por mais que você não goste do jeito que o Dostoyevski escreva, por mais que você prefira, ai meu Deus, como eu prefiro Ty, como eu prefiro os outros russos que escrevem de uma forma mais bela. Sim, eles escrevem de uma forma mais bonita, mas eles não conseguem traduzir isso que nós vamos estudar agora, que é o sofrimento humano, da forma que o Dostoyevski ah consegue. Quais as principais obras? todas, mas as principais são os irmãos Karamazov, porque ali sim o sofrimento humano é a base do romance. O livro Memórias do Subsolo, que é um livro bem menor e que também diz respeito ao sofrimento, mas diz mais sobre as consequências desse sofrimento quando ele não encontra o sentido, que já é uma fase um pouco mais pra frente da revolta. E ah, o idiota também. Então, os romances do todos eles têm esta característica da dor, mas os irmãos Karamazov, eu escolheria como sendo aquele grande romance para compreender o sofrimento sobre o qual nós estamos falando. Eh, você também pode fazer a leitura de Os Miseráveis do Vitor Hugo, porque ali, como o próprio nome da obra já diz, vamos acompanhar vidas miseráveis. miseráveis a partir de todas as perspectivas, mas principalmente a partir da perspectiva material. Então, olha só, o Dustoevski, ele narra um sofrimento material, mas que é antes de tudo espiritual. Enquanto o Víor Hugo, ele narra um sofrimento que é antes de tudo material. Cada personagem que o Vitor Hugo descreve é um personagem absolutamente desgraçado, mas que muitas vezes ainda não perdeu a esperança. Ele é desgraçado materialmente, mas ele ainda está em um certo estado de graça, até mesmo porque a própria condição de desgraça material leva os seus personagens a certo estado de graça. Colocando em contraposição o Dostoevski e o Vittor Hugo. Eu particularmente, mas isso já é uma opinião pessoal minha, eu prefiro o Dostoevski, exatamente porque aqui temos o homem desgraçado em seu sentido mais profundo da palavra. Enquanto aqui em Vitor Hugo você tem uma sequência de tragédias e sofrimentos que acontecem com as pessoas, mas que são descritas de uma forma tão ah, de uma forma tão tão primária, tão crua, que acaba ficando patético em determinadas determinados arcos aqui do Vitor Hugo, né? Eh, mas sim ali nos miseráveis, nos outros romances do Vitoru Hugo também é possível explorar este assunto. Eh, e aqui, lógico que eu tô dando algumas opções. Eu não estou limitando o escopo de literatura que fala sobre sobre o sofrimento humano, né, porque é infinito. A gente ficaria aqui até amanhã. Mas dentre os a as obras que tratam do sofrimento, da forma que eu gostaria de conversar aqui com vocês, aí sim, sem a menor sombra de dúvida, a que vai reunir absolutamente todos os elementos necessários para que você possa compreenderlo é o falso do guit. Ah, tenho uma pergunta. O Vittor Hugo fica ostentando seus talentos para escrito em Os miseráveis, igual em os trabalhadores do muito mais, muito mais, né? Ele é profundamente descritivo, ele floreia bastante, né? Ele é bem romântico nesse sentido. Tem gente que não consegue ler Os Miseráveis por causa disso. Eu recomendo a obra como sendo uma das obras mais belas que eu já li em toda a minha vida. Mas váciente disso, certo? Então, sem a menor sombra de dúvidas, essa obra é Fausto, uma tragédia escrita pelo Geto. Por quê? Não porque ali exista de fato tragédias desesperadoras, igual existe no Dostoevsk, igual existi no Vitor Hugo. longe disso. Na primeira parte da tragédia, que é a parte que nós vamos estudar de forma mais aprofundada, só existe uma única tragédia, que é a tragédia da que na verdade é uma comédia, no final das contas, porque ela é salva, que é a comédia da história de Margarida. A história de uma menina recém-chegada à adolescência com 14 anos, que é escolhida por um velho, por um médico mais velho, que fez um pacto satânico com uma representação do diabo na literatura que se chama Mefistófolis. E essa menina é corrompida, ela é seduzida por este homem maligno. Ela perde a sua pureza, ela perde a sua virgindade, ela engravida, ela assassina o próprio filho, ela acaba assassinando sem querer a própria mãe, ela é a causa do assassinato do próprio irmão. Tudo em razão deste relacionamento que ela tem com este homem diabólico. E esta é a grande tragédia desta primeira parte da história. Então, não existe, por exemplo, as inúmeras descrições de tragédias, como lá em Os Miseráveis, ah, um livro no qual cada um dos personagens vai sendo vai tomando, vai tomando, vai tomando, página após página, você fica, cara, essas pessoas nunca serão felizes, não é possível, é só tristeza, após tristeza, sim, os miseráveis é basicamente isso. E não preciso nem falar sobre as tragédias que tem nos livros do Cevsk, né? Então, não é porque as pessoas sofram nesse sentido, mas é porque ali tem uma personagem que é essa personagem, essa representação do diabo na literatura que é o Mefistófil Giget, que logo no início da peça ele já te apresenta os motivos pelos quais este tipo de sofrimento que nós vamos descrever aqui, eles são a chama que alimenta estes espíritos em revolta. Logo no início do Fausto, que de novo conta a história deste senhor que faz uma espécie de pacto com capeta que se transforma depois que passa a ser chamado de pacto fáltico, né? Todas as pessoas que fazem esse tipo de de com o diabo acabam levando o nome de pacto fálstico por causa desta lenda que o geto traduz para uma obra maravilhosa. Então este senhor que faz isso, ele faz isso com esta figura específica, né? Logo no início, essa figura, essa essa figura específica, ela nos será apresentada. Quais são as principais características dela? Primeiro, ela é muitíssimo parecida com aquela outra figura satânica que tá lá no livro de Jó. Lá no livro de Jó, nós somos apresentados ao acusador. Esse acusador já tinha aparecido ali na forma de uma serpente em Gênesis, tá? Mas não era nada muito explícito ali, não. Ali a gente tem o acusador, que parece ser um anjo com trânsito livre na corte celeste e que diz que acabou de chegar de uma voltinha pelo mundo e deu uma olhada ali naquele naquele servo super fiel de Deus, que é Jó, e pergunta a Deus se ele pode tentá-lo e Deus diz: “Vai lá tenta sorte”. O G faz esta mesma história, ele pega este mesmo molte, né, e ele faz o seu prólogo no céu. Então, nós temos ali também um couro de anjos, os os anjos cantando harmonia celeste, o quanto o bem está em equilíbrio com o mal, o quanto as luzes estão em equilíbrio com as sombras, até que chega esta mesma figura que nós sabemos obviamente que é o diabo. Então esta figura chega e ela diz logo no início: “Olha só, eu não sei cantar, eu não sei dançar, eu não sei ficar fazendo coisas bonitinhas aí igual esses outros anjinhos ficam”. Tudo que eu vejo no mundo é a miséria. Tudo que eu vejo no mundo é sofrimento. Eu acabei de dar uma volta pelo mundo e tudo que eu vi foi aqueles bichinhos que você chama de seres humanos sofrendo. Eles são miseráveis. Eles são desgraçados e o pior de tudo é que eles são racionais. Porque se eles sofressem tanto e não fossem racionais, aí eu ainda tinha lá um motivo para dizer: “Não, olha eles só, eles nem entendem porque sofrem”. Mas além de sofrer, eles ainda buscam um uma razão ali pro seu sofrimento, né? Ou seja, esse espírito que sempre nega, que depois, durante a obra, ele será o espírito que instigará o personagem principal, que é o Fausto, a fazer coisas terríveis e levará a alma de uma inocente, de uma menina inocente até a quase perdição. Este espírito, ele raciocina a partir do sofrimento, ele raciocina a partir da miséria humana. Então, como o espelho de todas as almas em revolta, como o espelho de todas as rebeliões do mundo, este espírito mefistofélico é o que está na base de toda a revolta humana, pelo menos a revolta, no sentido que nós vamos discorrer aqui daqui até sabe se lá Deus quando é verdadeiramente, portanto, um espírito mefistofélico que se apodera desta pessoa a partir da da constatação da existência do sofrimento e a partir da constatação da existência de que há a desgraça, há a dor, há a miséria. E mais do que isso, os homens ainda têm consciência disso, o que torna tudo ainda mais miserável. É por esse motivo que se as pessoas não compreenderem o sofrimento que tá na base da revolta, elas não vão compreender a revolta nem nos outros e nem em si mesmas. Por quê? Pode ser que eventualmente a as pessoas estejam bradando contra as grandes rebeliões do mundo, os grandes movimentos revolucionários do mundo, mas elas próprias elas estão em revolta. Elas próprias são aquele espírito mefistoférico. Elas só não tiveram a oportunidade, quem sabe, de colocar aquele espírito mefistoférico em uma projeção política que possa causar ali danos maiores além dela mesma e das pessoas que estão ao seu redor, né? E quais são as características, portanto, desse tipo de sofrimento, que é a primeira coisa que a gente precisa aprender? Primeiro, ele é um sofrimento que se traduz em duas ah a partir de duas duas visões, vamos chamar assim, né? Primeiro é o é o próprio sofrimento material mesmo, aquele que as pessoas que nós vamos encontrar lá nos miseráveis do Vitor Hugo, que é o sofrimento da carne, que é o sofrimento de estar privado do pão físico, da comida, daquilo que você precisa para que o seu corpo sobreviva. Este sofrimento físico em suas formas extremadas, ele sempre aparece quando as pessoas são submetidas a a condições de degradação máxima, né, a condições de pobreza máxima ou guerras ou campos de concentração diversos, geralmente vinculados a guerras. Eh, ou às vezes nem desta forma tão extremada assim, mas quando a própria pessoa eh sofre com doenças, por exemplo, com doenças inexplicáveis. Isso que a gente tá começando somente a partir do ponto de vista da pessoa, de alguém que sofre, de um ser humano que sofre. Então, uma doença inexplicável, às vezes ela não ela pode não ser nem tão agressiva assim, ela pode não, ela pode ser uma doença que seja só incômoda, porém persistente. Essa doença, ela já pode se apresentar para essa pessoa como um sofrimento insuportável, no sentido de por que que eu tenho, vou dar um exemplo a Esur, por que que eu tenho dores constantes nas costas enquanto as outras pessoas vivem as suas vidas normais, sem sentir nenhum tipo de dor? Por que que eu tenho determinada condição genética ah que me impede de ah correr como eu gostaria ou fazer os esportes como eu gostaria enquanto as outras pessoas vivem normal? Independente do grau de sofrimento físico, seja aquele extremo ao qual as pessoas são impostas por vontades externas. seja aquele grau de sofrimento que talvez não seja tão extremo do ponto de vista comparativo, mas que ainda assim seja visto por aquela pessoa como algo insuportável. Este é um sofrimento que deve ser levado em consideração quando nós estamos falando do surgimento desse desse espírito de revolta. Muitas vezes, eh, o sofrimento menor, ele pode causar uma revolta maior do que um sofrimento absurdamente extremado. Porque, ah, coloquemos em perspectiva aqui. Alguém que tá em uma guerra e que ela não tem comida, ela não tem mais casa, ela tá naquela situação, ah, naquelas situações terríveis que as pessoas ficam quando as guerras acontecem. Bom, esta pessoa, ela sabe que esta guerra muitas vezes é uma guerra injusta e ela sabe que a culpa daquela situação é do agente X ou do agente Y. Então eu posso os as pessoas nos nos campos de concentração que o que o Chalamf descreve, por exemplo, as subnutridas que não conseguem às vezes nem acordar para trabalhar e fazer os trabalhos forçados que elas precisam fazer ah no sistema de prisão soviético. Essas pessoas elas t a quem culpar, que é aquele sistema injusto, que é o próprio Stalin, que é seja lá quem for que as tem colocado daquele lugar. Agora, a pessoa que sofre fisicamente de uma condição inexplicável, esta pessoa, obrigada, Bet Belini pelo super chat. Ah, é o terceiro super chat que eu recebi já. Eu não vi não. Aqui depois eu vejo. Então, às vezes essa condição injusta, exatamente essa condição inexplicável, exatamente por ser inexplicável, ela pode levar uma revolta mais rápido ou maior do que um sofrimento físico imposto a alguém de fora para dentro. Eh, por isso que tem uma filósofa francesa mística que se chama Simone Vel, que ela escreve vários ensaios sobre o sofrimento e sobre a dor. Um desses ensaios se chama o peso e a graça. Foi traduzido assim pela penguin recentemente, porque em francês é lepes e la graço. Alguns, algumas traduções vão aparecer aí a gravidade e a graça, mas eu também preferi a tradução que diz o peso e a graça. Então, essa filósofa tem ah vários ensaios nos quais ela reflete sobre o sofrimento e ela própria tinha uma dor de cabeça insuportável que a perturbou a vida inteira. E nesses ensaios, ela ela diz que quando eu tenho uma pressão externa muito grande, capaz de ir consumindo a pessoa de fora para dentro, esta pressão externa, ela é mais eficiente. Ela é tão eficiente, ela é com mais eficiente quanto for a fragilidade interna da pessoa, que ela chama de vazio, né? Quanto mais preenchido estiver o vazio da pessoa, mais fácil ela vai sucumbir. E quanto mais ela souber a preencher aquele me confundi aqui na mística, mas para voltar para explicar do início, é o seguinte. Ah, para ela, o vazio que todos os homens têm, ele não pode ser preenchido. A única forma de se preencher esse vazio sem sucumbir é com Deus. Somente Deus pode preencher esse vazio. Isso só pode acontecer a partir de um processo de descriação, a partir de um processo a que ela descreve de forma mística, que é uma necessidade que nós temos de nos reencarnar e nos reencarnando, nos descriando por consequência, né? Eh, é, é, é um pouco viagem de LSD, é, mas vale a pena conferir. E é nesse sentido que ela diz que quando eu tenho vazios preenchidos por coisas diversas, né? O que são essas coisas diversas? Prazeres hedonistas, ah, prazeres mundanos de forma geral ou aspirações à glória e a grandeza, que tudo isso são a coisas que a imaginação usa para tentar suprir aqui esta falta que nós temos de Deus. Então, sempre que isso está preenchido por qualquer coisa que não Deus, qualquer pressão externa vai ser suficiente para te explodir, né? Então, é melhor você estar vazio caso você não esteja preenchido por Deus, porque se vier uma pressão externa, pelo menos você tem algo para fazer uma contraparte a aquilo ali, né? A a o sofrimento físico, portanto, ele é muito subjetivo, né? É por isso que a maior parte das pessoas têm dificuldade de compreender a sua existência como algo sendo real, porque elas vão desqualificar o que o outro sofre como sendo bobagem por colocar em em comparação os grandes sofrimentos físicos que podem existir, né? Então, primeiro é eu digo que essa pessoa que tem uma dor de cabeça insuportável, que ela sente esta dor todos os dias, que isso não é sofrimento coisíssima nenhuma. Afinal de contas, existem pessoas morrendo com câncer, mas essas pessoas morrendo com câncer, elas têm que ficar feliz porque male male elas ainda tiveram a oportunidade de viver uma vida. E as crianças que têm câncer, né, essas crianças terríveis, elas não tiveram nem oportunidade de viver. Mas essas crianças que tem câncer, elas ainda estão eh recebendo um tratamento, porque vocês já pensaram nas crianças da África ou nessas situações de guerra, então tirando situações muito extremadas, no qual o sofrimento físico ele é muito claro, ah, as pessoas tenderão a descartar como sendo algo ah risível, como sendo algo, se não risível, mas coloque-se em perspectiva aí o sofrimento do mundo. com isso que você tá sofrendo, isso que você tá sofrendo não é nada, né? E então, por ser subjetivo, ainda que ele exista e ainda que ele não possa ser desconsiderado, é sempre muito difícil chamar a à tona, lembrar as pessoas de que, bom, tá ali, é uma parte da da existência humana, faz parte da contingência humana. É tão difícil de de trazer à tona, que muitas vezes é a tentativa de preencher esse sofrimento físico, o que vai alimentar os grandes movimentos de revolta, como nós vamos ver lá na frente. Exatamente porque foi algo que foi desconsiderado, foi algo que não foi ouvido, foi algo que foi tratado como sendo uma grande bobagem e por aí vai. Então, por isso que eu recomendo eh para tentar trazer uma racionalização um pouco melhor, principalmente os os livros do Vitor Hugup, tá? Porque ele é socialista, exatamente por ser socialista, ele vai focar neste sofrimento material, né? Porque os socialistas vão tentar dar uma resposta a este sofrimento material, a este sofrimento físico, principalmente quando na verdade a busca deles é preencher o sofrimento espiritual, como nós já vamos conversar. Então, a a Diva voltou com o cenário. A reforma terminou? Terminou não, gente. Eu vi aqui só para gravar porque a casa da minha mãe é muito barulhenta. Eu vivo reforçando isso. Não dá para gravar na casa da minha mãe. Eu tenho que vir aqui do apartamento em reforma para gravar. Eu tenho que esperar os pedreiros saírem da reforma também para gravar, porque senão aqui eu não consigo, né? Tudo bem? Então esse é a, de certa forma essa miséria física que existe, faz parte da contingência humana. Nós podemos tentar diminuir, mas nós nunca vamos conseguir eliminar a primeira consciência que aquele que não é o o homem revolta tem que ter. Agora, quanto ao sofrimento espiritual, este sim, que é o principal responsável pela revolta e este sim é que é o mais ignorado pela modernidade, porque se trata de uma modernidade que desaprendeu o que é o sagrado. E o sofrimento espiritual só pode existir caso haja essa consciência de que existe o sagrado, de que existe uma transcendência. de que sofremos por sermos algo que não é absoluto, algo que não é. Sofremos por sermos seres criados, né, e não criadores. Então, sobre esse sofrimento, aí sim a gente traz naturalmente o Dorevski, a baila. Aí sim a gente traz as discussões existentes lá nos irmãos Caramasov, porque aí a gente vai conseguir compreender a dimensão espiritual de tudo isso que pode começar sim sendo algo físico. A a dor física, ela pode, ela pode matar o homem, mas ela não pode consumir o homem, né? Aquilo que aquilo que consome consome o homem é a falta de uma justificativa pro sofrimento. Eu acho que esse aqui é o ponto mais importante, né? Todo sofrimento, ah, que o homem carrega ou que a humanidade carrega, ele só vai ser considerado de fato sofrimento se ele for alguma coisa injusta. Por quê? Quando as pessoas recebem de volta aquilo que elas fizeram pros outros, né, quando elas ah recebem a punição pelos seus pecados, quando as pessoas são más e elas sofrem porque elas são más, então, meu amigo, não há para essas pessoas a noção verdadeira de sofrimento. Porque elas só estão recebendo, vamos chamar de karma, né? Elas só estão recebendo de volta o karma. Quando a gente lê, por exemplo, Medeia, a tragédia, a tragédia de Medeia sobre uma mulher que assassina os seus filhos para poder se vingar do marido ou ex-marido, que é o Viazão, que a havia traído. Qualquer coisa que essa mulher sofra não vai ser visto como um sofrimento per si, vai ser visto somente como a justiça sendo feita. Ou então quando nas inúmeras notícias de jornais aí de pessoas más fazendo ruindade, essas pessoas são pegas e linchadas, ninguém de fato olha para aquele linchamento e pensa: “Bom, eis o sofrimento”. Não, todo mundo olha para aquele lenchamento, pode até discutir se isso aqui é de fato uma justiça válida ou não, mas aquilo que a pessoa está recebendo é visto como a justa medida daquilo daquilo que ela merece, principalmente se foi peg em flagrante, se foi confirmado o que ela fez. Portanto, a o revoltado ele se insurge principalmente contra o sofrimento que é promovido contra o inocente. O sofrimento do inocente é aquilo que realmente faz com que a alma ah não aceite mais as explicações que ela havia recebido para aquela situação. Por quê? A, o sofrimento, ele precisa de uma justificativa. As pessoas precisam entender porque que aquela coisa está acontecendo com ela. E se elas não são capazes de compreender o porque que aquilo está acontecendo, muito naturalmente essa pessoa se revoltará contra aquilo que ela acha que é uma grande injustiça. É por isso que a revolta, ela é sempre uma revolta contra o sofrimento do inocente. Mesmo que a pessoa tenha se considerado inocente por ela própria, o que acontece muito, né? É, a pessoa acha que ela sofre de forma injusta. Às vezes não, às vezes ela é uma grande filha da e ela merece aquilo, mas ela se convenceu que ela é inocente e que tudo que estão fazendo contra ela são injustiças terríveis. ou às vezes ela está se revoltando contra uma situação que é realmente uma situação injusta. Os exemplos mais claros, lógico, são exemplos usando crianças. Por que que são exemplos usando crianças? Porque crianças são inocentes. Que que uma criança pode ter feito para merecer receber qualquer tipo de dor e qualquer tipo de sofrimento? Né? Por isso que o inocente por excelência, ele sempre vai ser encontrado ali nos exemplos das crianças. São o tipo de sofrimento que mais um se revolta. Ah, e daqueles claramente inocentes, aquelas pessoas que são claramente inocentes e mesmo assim estão sofrendo algo que elas não mereciam sofrer. A busca pela resposta, portanto, ela depende da existência de uma justiça, por aquilo ali só pode ser considerado injusto se essa pessoa estiver ah tendo em mente um padrão de justiça qualquer. Porque senão, né, se o mundo fosse caótico, se o mundo não tivesse em ordem e se as pessoas boas, as pessoas más pudessem ser punidas a revelia, então não haveria motivo para se revoltar de forma nenhuma, porque ali seria somente a vida sendo o que ela sempre foi. É por isso que quando a gente volta pra Fausto do GET, vamos lá. É, é por isso que a gente entende o motivo pelo qual os movimentos de revolta são mais profundos, mais flagrantes e mais constantes no ocidente, principalmente no ocidente moderno, né? Primeiro, é muito fácil para é muito fácil explicar o sofrimento quando eu tenho um mundo pagão. Os deuses pagãos, eles são ao mesmo tempo bons e ao mesmo tempo maus. Eles têm uma ambivalência. Então, se alguma coisa ruim acontece, é porque você magoou o deu X ou porque você simplesmente estava vivendo a sua vida. E o um deus Y acordou com a pavirada e resolveu te punir. As maldições, portanto, eram jogadas a revelia, não partiam de nenhum critério de justiça. De fato, nesse mundo, nesse mundo no qual os deuses podem ser maus, é fácil explicar porque coisas ruins acontecem. E é por isso que neste mundo onde os deuses podem ser maus, os sacrifícios diversos eram frequentemente feitos para que você pudesse aplacar esta ira divina e para que você pudesse evitar que esta ira divina caísse sobre você, sobre a sua família, sobre a sua plantação, sobre a sua cidade e assim sucessivamente. O jogo, portanto, não era um jogo de buscar de fato respostas, mas um jogo de buscar tentar agradar aquele panteão de deuses para tentar expulsar os demônios dali. Por isso que os sacrifícios de sangue eram muito feitos. Por isso que os sacrifícios ah de as ofertas de comida eram feitas. E por isso que até hoje muita a uma parte do mal é explicado até mesmo por cristãos usando estas mesmas oferendas, né? A gente estava comentando isso lá no nosso grupo do Telegram. Ah, muito, muito cristão, principalmente evangélico, principalmente crente nesse sentido, dizendo que as coisas deram ruim para mim, porque as pessoas estavam com inveja de mim, né? Eu sou muito invejada. Aí fizeram uma cumba para mim. E aí, por isso que eu estou sofrendo, por isso que eu perdi isso, por isso que eu perdi assado, por isso que eu perdi minha casa, por isso que eu tô doente. Ah, por isso que meu cabelo caiu. Não vou falando de nada pessoal, mas a explicação encontrada nesses nessas deidades de categoria menor e que essas deidades elas podem ser ruins e que você pode superar isso fazendo sacrifícios diversos. Essa é uma explicação padrão na existência do homem. Padrão, padrão. O que muda de figura, portanto, com o cristianismo. Porque o cristianismo, ele oferece a difícil missão de responder o por que um Deus bom permitiria que coisas ruins fossem feitas com as pessoas que são fiéis a ele. É daí que vem a difícil missão de interpretar o livro de Jó, de entender que esses sacrifícios diversos, eles são somente engodos para buscar preencher estes vazios sobre os quais nós estávamos conversando, para buscar dar certo conforto espiritual, mas que tudo isso é uma espécie de fuga, eh, é uma espécie de tentativa de superar um engodo por outro engodo, um simulacro por outro simulacro e que no fundo Jó não v vamos lembrar lá da conversa que o Jó teve com os amigos dele, né? Que que os amigos dele buscaram fazer? Buscaram convencer Jó de que ele não era tão inocente assim e que ele tinha que revisitar os pensamentos dele para pensar no que que ele tinha ofendido a Deus. Você não é tão inocente assim. Pensa direito, né? Você deve ter feito alguma coisa que ofendeu a Deus. Você deve ter pisado fora do caminho em algum lugar, né? E ele responde: “Não, eu sou inocente. Eu estou sofrendo ah mesmo sendo inocente.” E essa é a grande questão da teodiceia cristã. Olha o que não, vamos lá. O que Platão já tinha feito antes de Cristo foi expor que, por mais que você coloque vários deuses ali tentando dar explicações diversas para essas pessoas, mesmo que você faça isso, eventualmente você vai precisar chegar num princípio de justiça superior a aquilo ali. Porque como é que você diz que a o que você está sofrendo é justo ou injusto se você não tem um padrão transcendente a partir do qual você pode buscar isso? Se os deuses eles são tão maus quanto os homens, então isso só significa que este critério de maldade ou bondade tem que estar sendo buscado acima deles. Então é por isso que Platão, muito antes de Cristo, já disse que não tem a possibilidade dessa quantidade de Deus existir e dessa quantidade de deuses ser boa ou má. A forma que os deus estavam sendo escritos por Homero e por Exildo era uma forma falsa. Deus só pode ser um e ele só pode ser bom. Ele tem que necessariamente, por sua condição de eh de Deus ser bom. Não tem como ele ser bom e mal ao mesmo tempo, né? Ah, então o cristianismo vem diz: “Olha, sim, exatamente, mas esta é a verdade. Ela é inescapável. Porém, a busca de de justificar o sofrimento a partir desta verdade se torna uma busca muito mais difícil do que simplesmente dizendo que a culpa é do Deus X e da culpa a culpa é do Deus tal. É por isso que o Camil diz que as grandes revoltas, as grandes revoluções, elas só podem acontecer a partir do momento que surge o cristianismo. Não por causa de certas teorias que foram criadas, por exemplo, por Niet ou por um outro psicólogo chamado Mark Sheller ou por várias outras pessoas que tentaram atribuir à religião cristã um caráter de religião dos ressentidos. Portanto, a religião dos escravos, né? E, portanto, a religião que alimentaria essas revoluções. Eu disse que não é é uma coisa muito mais básica, muito mais simples de ser entendido. Se você não dá pro homem uma possibilidade de explicar o porque ele sofre, ele vai se revoltar. Ele vai se revoltar e ele vai buscar um jeito de espiar este sofrimento de formas distintas. Aí agora, enquanto reinou a cristandade, enquanto reinou a centralidade da autoridade na Igreja Católica, você ainda tinha convicção de que o sofrimento ele ele é explicado pela cruz, pela encarnação, pelo logos que se fez carne e como o cordeiro foi sacrificado na cruz. Então, nenhum sofrimento humano pode ser maior do que o sofrimento de Deus na cruz. Nesse sentido, enquanto reinava a cristandade, enquanto existia a cristandade, esta unidade na cruz, ah, a busca por explicar este sofrimento também era algo fácil, entre muitas aspas, de ser de ser feito, porque o modelo de Jesus e o modelo de Deus estava ali perfeitamente ao nosso alcance, era real, né? né? Então, Deus morreu na cruz. Isto era algo real para as pessoas ali. Não era uma historinha contada ali antes de dormir. Isso era verdade. Se fazia verdade de forma diária na vida dessas pessoas, né? Se eu sofro, portanto, deve haver um sentido, ainda que eu não conheçam, ainda que as explicações teológicas estejam longe do meu alcance, estejam ali restritas aos escolásticos, restrita aos homens de letra. Eu não preciso desta racionalização porque eu sei que meu Deus morreu na cruz por mim. Isto me basta. Quando a cristandade começa a se diluir na fragmentação e múltiplas seitas diversas, inclusive a maior parte delas negando a humanidade de Cristo. E daí, se Deus não era homem, não se fez homem, então o que morreu na cruz não sofreu como homem. Então, logo todos os martírios em sequência foram a um escárnio, né? Foram homens que sofreram, achando que estavam sofrendo como Deus sofreu, quando na verdade nem Deus mesmo era só uma ficção, era uma mentirinha, né? Porque um Deus não pode sofrer de forma alguma com o sofrimentos da carne, penso com os sofrimentos espirituais. Quando isso começa a se fragmentar, portanto, eu começo a perder. A única forma que você tinha de eh explicar a situação da condição humana. Deus começa a se perder. Com ele a cruz começa a se perder. Então eu lanço os homens do mundo completamente sem sentido, mas este mundo completamente sem sentido continua sofrendo. Isso é o que é mais impressionante. O fato de algumas pessoas desejarem matar Deus porque sofrem, não vai mudar o fato delas sofrerem. O sofrimento continua existindo. Agora ele só não tem uma explicação. E agora você nem pode chamá-lo de injusto ou não. Você só pode recebê-lo como sendo algo derivado do caos e da completa aleatoriedade deste mundo que nasceu do nada, né? Como dizem os cientistas. Por sorte, por sorte estamos aqui. Por azar você sofre. por azar aí, azar o seu, tá? reclame com a grande explosão mística que fundou o universo. É por isso que no mundo moderno, que é um mundo que não tem sentido, o sofrimento, ele teoricamente não deveria ter sentido. Só que a busca por sentido é muito maior do que qualquer possibilidade de se destruir Deus. A alma que anseia Deus é uma alma que ela vai continuar buscando Deus, ainda que você diga que Deus não exista, ela vai continuar fazendo isso, né? E, portanto, continuando existindo o sofrimento físico, olha, você tá falando sofrimento físico até agora, né? Eh, este sofrimento, ele vai ter que ser espiado de alguma forma. E daí que entram as os grandes movimentos de revolta e as grandes almas em revolta, né? Quantidade de almas em revolta da modernidade, como se o homem moderno estivesse sempre em revolta. Exatamente. Porque ele está sempre em busca de um sentido para aquele sofrimento. Agora, muito rapidamente, este homem revolta, que se revolta contra o sofrimento físico, por exemplo, ele vai descobrir que antes de um sofrimento físico, na verdade, ele sofre porque ele está limitado, ele sofre. Porque ele sofre com uma nostalgia daquilo que é perfeito. Ele sofre como se ele tivesse sendo expulso de algum lugar. Não vamos chamar de paraíso, porque isso machuca os coraçõezinhos mais ã ateus do da história, né? Mas ele sofre porque ele perdeu uma idade de ouro, porque ele busca uma idade de ouro. Então ele sofre. uma questão vital que é mais profunda e que tem a ver com a resposta que a alma busca e não só a a carne nesse sentido busca do por que ele está aqui, certo? Este sofrimento que é o sofrimento relacionado à questão vital, que é o sofrimento relacionado a você entender a contingência humana, o fato de que nós morremos, porque que nós sofremos, veja só, não é tanto um problema quando a gente considera que nós morremos, porque afinal de contas, se fosse sofrer para chegar até algum lugar melhor, tudo bem. Agora, sofrer para morrer, se você vai morrer de qualquer forma, por que aceitar esse sofrimento para no final das contas morrer? Por que aceitar esta vida desses sofrimentos sequenciados se no final das contas vamos morrer de qualquer forma? Por que não encerrar tudo isso aqui agora, né? Por continuar perpetuando esta dor da existência até o final de uma vida? sabe se lá quando isso vai acontecer vai que você vive muito. Quanto mais você viver pior, porque mais você vai sofrer, né? Se a busca por explicar este sofrimento, de novo, visto como sofrimento perpetado contra o inocente, ela é uma busca difícil de ser feita. Quando nós consideramos a busca por explicar um sofrimento relacionado a essa questão vital, aí sim que nós não vamos encontrar de forma alguma possibilidade de explicar isso além da revolta. E a revolta, ela se apresenta, portanto, como uma condição necessária para aquela alma que sofre e não encontra uma resposta que possa justificar o seu sofrimento. A alma em revolta, portanto, ela não é necessariamente uma alma já condenada, tá? Por quê? em determinados momentos. Isso a gente vai ver à medida que a gente for fazer a leitura de Fausto também. A revolta é algo que a pessoa precisa para sair daquela condição de ressentimento e de espiral que este sofrimento pode lançá-la. E eu já dei um exemplo aqui que para mim até hoje é o exemplo mais mais emblemático de todos, que é o exemplo da de uma mãe dando uma entrevista falando que o filho dela nasceu deficiente físico, que vai depender dela pro resto da vida. ele tem uma paralisia cerebral e que ela deixou de ser católica no momento em que isso aconteceu, porque ela não consegue conceber porque um Deus bom puniria o filho dela e ela no caso também, né, a viver uma vida de dor e sofrimento como era aquela vida. E muita gente na internet eh xingou essa senhora, né, falando que, ah, só o fato do seu filho estar vivo, isso já é um milagre e tudo mais. Será que você não percebe que você tem o seu filho aí e tudo mais? Tem muitas menas que queriam ter. Só que eh o o que me o que me deixa impressionada nesses casos eh é que bom primeiro, né, que falar isso para uma mãe que se revoltou porque é o filho nasceu deficiente, isso não vai adiantar nada, né? Porque naturalmente ela está ali cuidando daquele daquela criança. Ela ama aquela criança porque se ela não amasse ela não estaria ali, né? Mas o que falta a essa alma, portanto, é perceber que ela tendo negado ou não Deus, o filho dela continua doente, né? Então, tudo que ela fez quando ela matou Deus no coração dela foi condená-la. E o filho também, por consequência, há uma vida completamente sem sentido. E aí sim este sofrimento, que já era um sofrimento verdadeiro, se torna um sofrimento ainda mais profundo, porque é um sofrimento totalmente sem sentido. A pessoa, ela quando ela se fente a um sofrimento deste deste nível, que é o sofrimento de uma mãe que tem um filho dependente dela pro resto da vida de um filho que sofre todos os dias por causa de uma condição física, ela escolheu a pior opção de todas, que é a de não se revoltar. Ela só matou Deus. Ela falou: “Este sofrimento existe, ele não tem sentido. Não existe um sentido para esse sofrimento.” E continuou vivendo o absurdo. A vida dela é viver o absurdo dia após dia, dia após dia. Isso é sofrimento. Isso é o inferno. Isso é o inferno. O quase inferno na terra, né? Frente a uma situação como essa, a alma que não se revolta, ela morre. Você não precisa se revoltar para morrer. Ela morre antes de chegar no fim. Ela já morreu há muito tempo. Está morta, vivendo todos os dias morta. Desligado. Desligou. Desligou. Por quê? O sofrimento de você buscar uma resposta e talvez não ser a resposta que você gostaria que fosse, pode ser ainda mais profundo do que este sofrimento de desligar. Então, frente a esta situação, há a revolta. E a revolta muitas vezes ela é necessária para que a pessoa não morra, não morra em vida, não viva o inferno em vida. Frente esse sofrimento do inocente, portanto, vem a revolta. E esta revolta ela pode terminar na graça. Este sofrimento pode ser um sofrimento redentor e a pessoa pode passar por esse sofrimento, por esta revolta e a partir da revolta encontrar a graça. Porque até mesmo Deus perguntou: “Pai, porque me abandonastes?” Até ele fez esta pergunta. Ele que é Deus perguntou: “Pai, por que me abandonastes?” Então, a pergunta: “Pai, por me abandonastes?” Não é uma blasfêmia, não é uma heresia, não é um, não é necessariamente um movimento de apostasia, é um movimento necessário para que você entenda o porquê e para que você entenda que às vezes, com certeza, na verdade, ninguém te abandonou. Deus não te abandonou, né? Só que tem um problema e é isso. Quem fala de novo é a Simone Velva. Vamos voltar aqui para falso do Git, né? A gente tem essa menina que é a Margarida, que foi enganada e que quase quase perdeu a sua alma. Então ela se revolta, ela percebe o engodo demoníaco no qual ela havia sido enfiado, enfiada, e ela pede a intercessão de Virgem Maria, da mat dolorosa. Ela consegue, a partir da intercessão de Virgem Maria, ela consegue salvar a sua alma, certo? Mas as pessoas que sofrem esse tipo de miséria e que se revoltam e que conseguem salvar a sua alma, essas pessoas eh são raras. A maior parte das pessoas ou vai morrer como esta mãe, vai simplesmente matar Deus no coração e não vai querer mais saber. Este é o desespero verdadeiro, este é o absurdo verdadeiro. Ou elas vão a condenarem as suas respectivas respectivas almas, porque daí elas vão fazer o passo que o espírito mefistoférico faz, que é se tornar Deus, buscar se tornar Deus. E daí funciona assim. Bom, se eu não encontro um sentido para esta dor que eu estou sofrendo ou para esta, para este sofrimento de forma geral, tá? Eh, eu vou então ir atrás de um padrão de justiça. E se eu acho que este Deus que foi posto aí, ele não é um Deus justo, então eu vou criar o meu próprio Deus. Ou eu vou criar o meu próprio Deus ou eu vou me tornar Deus. Quando esta alma decide se tornar Deus, é aí que o movimento que começa lá no sofrimento, ele passa a se transformar na revolta como nós geralmente a conhecemos. Não a revolta redentora, mas a revolta que se transforma neste espírito mefistofélico que começa uma grande luta contra Deus. Só que ele não sabe que ele não pode lutar contra Deus. Ele está, na verdade, lutando contra si mesmo e lutando contra a realidade na qual ele tá inserido, na qual ele tá vivendo. E ele acha às vezes que ele vai estar criando alguma coisa, quando na verdade o espírito mefistofélico, ele é o espírito que sempre nega e nunca poderá criar nada, somente destruir. Só destruir. Então, Francisco tá falando aqui, ó. Minha vida toda foi indar hospitais, internado, exames, infelizmente causou o ateísmo do meu pai. Tá vendo? 4 anos cadeirante com muita dor todos os dias na minha adolescência. Foi Deus quem me deu forças para continuar. Veja só, você que sofria de fato, fisicamente, você conseguiu encontrar Deus e o seu pai, que via um filho inocente sofrer, não conseguiu. Por isso que o sofrimento do inocente, ele é um ele é uma fonte muito poderosa de revolta, porque não precisa ser você que sofre para que você se revolte contra o sofrimento do inocente. Muitas vezes, muitas almas revoltadas estão em revolta em razão de um sofrimento de outras pessoas. Então elas não conseguem conceber a possibilidade de um mundo no qual crianças inocentes sofrem. Então elas matam Deus e vão atrás de se tornar Deus por causa disso. Ou aí que por que que eu digo que a revolta da mulher ela é mais destruidora do que a revolta do homem? Porque a mulher ela tem a graça e a bênção de gerar uma vida. Então, a mulher ela está mais ligada com o sofrimento da criança do que o homem de forma geral, porque você pariu aquela criança, você gestou, você amamentou aquele bebê. Então, se alguma coisa acontece com aquele bebê, é a mãe que sofre mais profundamente. E todas as mulheres, mesmo aquelas que não são mães, entendem a dor da mãe que perde o bebê. Então, todas as vezes que uma mãe escuta uma notícia de uma criança sofrendo alguma coisa, às vezes ela nem quer escutar aquela notícia, que é só fechar e nem saber mais nada daquilo, porque dói no coração como se realmente fosse com você, como se realmente fosse com seu filho. Então, é muito mais fácil você convencer mulheres de entrar em um movimento de revolta para tentar acabar com o sofrimento do mundo do que você conhecer, convencer homens. Então, você criar a inocência masculina, ela é mais difícil do que você criar a inocência feminina. Tanto que a inocência feminina veio primeiro na história das grandes revoluções e depois, muito depois, que veio a ideia do povo como sendo mais sofredor e mais inocente de todos. Depois que veio a ideia dos trabalhadores, aí os trabalhadores sendo os grandes inocentes da história, né? Ô, Marcelo, ó, eu sou deísta. Você consideraria matar? Você consideraria isso? Matar Deus ou criar Deus? Cara, assim, eu vou vou contar minha o meu rolê aqui, que aí vai ficar mais fácil. Eu fui criada na Igreja Católica pela minha mãe. Fiz primeira eucaristia, fiz crisma, crismei, falei: “Mãe, não quero mais isso aqui. Isso aqui para mim completamente sem sentido, completamente irracional. Não faz sentido para mim. E minha mãe, beleza, meu pai já era meio agnóstico na da vida, falou: “Beleza”. E desde então eu nunca mais tinha pisado numa igreja. Eu voltei pra igreja depois que eu casei, na verdade namorando meu marido e depois e eu voltei pra Igreja Católica porque foi o seguinte, eu comecei a estudar e eu comecei a perceber que se existe alguma verdade no mundo, esta verdade está na Igreja Católica. Só que eu não aceitei de cara. Eu não, porque eu sou, eu sou imbecil, eu sempre fui muito limitada e burra, limitada cognitivamente desde adolescência, como vocês podem perceber. Então, eu não aceitei de cara. Eu falava: “Pô, tem isso aqui que tá me pegando”. Aí eu ia lá, estudava, a igreja tinha respondido. Ah, mas falta isso aqui, pô. Já tinha respondido. Então eu não passei por esse negócio assim, ah, sou deísta, né? Porque como eu já sabia que eu era burra, eu falei: “Cara, deixa eu ver que que a galera já falou sobre isso”. Quando eu ia ver, não sustentava o argumento, entende? Então, não sei se é uma revolta que você quis matar Deus de fato que você criou o seu Deus, ou é uma revolta levada até a metade? Por quê? Aí que tá, né? Eu voltei pra igreja, mas eu levei a minha revolta só até a metade do caminho também. Eu não conseguia encarar a verdade de fato e de frente. E quando eu fui forçada a encarar a verdade de frente, encarar de frente a pleonasmo, doeu muito. Doeu muito. Não foi fácil. Eu fui, eu fui pro inferno e eu voltei. Eu fui pro inferno, não literalmente, né, mas o quase inferno sobre o qual nós estamos falando. E aí eu quase fui pro inferno de fato e eu voltei. Eis o problema da revolta também. Às vezes você só leva a revolta até a metade do caminho. Você não tem coragem de levá-la até a sua última consequência. Por isso que o meu chamado é para que as pessoas que estejam aqui sejam verdadeiros rebeldes e não rebeldes pela metade. Porque rebeldes pela metade qualquer um pode ser. Você veste uma camisa de punk, sua subcultura, sabe? Qualquer um pode ser. Agora rebelde de verdade, meus amigos, são para poucos, né? Então, mesmo quem não tem filhos, né, Eurídice, a Euritse disse que eu não tenho filhos e dá-me uma dor imensa. Então, mesmo quem não tem filhos, essa esta dor de uma mãe que perde um filho, ela é compartilhada por todas as mulheres, cara. Não, você não precisa ter filho. Isso é o que é mais impressionante. Por isso que o símbolo que eu venho comentando com vocês, que é o símbolo da matorosa, ele é tão poder, ele é tão abrangente, ele é tão impressionante, porque a mulher que tem filho, a mulher que não tem filho, a mulher que já perdeu um filho, que nunca perdeu, que pode vir a ter, que não quer ter filho, quando ela está frente a uma má dolorosa, ela não consegue escapar daquilo. A única mulher que consegue escapar de uma mat dolorosa é uma mulher que já se transformou no inverso dela. É uma mulher que já está matando os seus filhos, né, de uma forma ou de outra. É a menina lá que fez laqueadura com 22 anos de idade, a outra que quer tirar útero com 21. Essas pessoas são as únicas que não conseguiram olhar para uma matriz dolorosa e se ver nelas porque elas já fugiram dela há muito tempo. Não são as únicas. Agora deixa eu ver que tem um super chat. Começou a live da inveja. Então o jurídico meio que entrou aqui achando que seria fofoca, né? Mas eu já falei que é que era clickbait. Então vocês fofoqueiro de plantão, vocês pode tudo que atar coquinho que não vai ter mais fofoca aqui não. Tô cansada de fofoca. Fofoca agora só casos extremamente graves, extremamente fofoqueiros, fofoqueiríssimos. Que vai acontecer? Debs conhece o caso da Lucélia Rodrigues? Não, não conheço. Se for caso triste também não precisa contar não. Sexta-feira à tarde estamos triste. Ai, senhor, o chat é sempre muito bom. Só que eu acho que a gente caiu. Ah, ca não caindo. Tá bom, né? Não tô conseguindo ver o chat. Por que caiu? Bom, galera, é isso. É, eu não tenho certeza se eu caí ou não, porque eu não tô conseguindo ver o chat ou mais mensagens. Mas é isso, até a próxima. Fiquem com Deus. Como é que eu encerro daqui, gente? Meu Deus do céu. Fiquei aqui aqui que não não tô usando outro aplicativo. Onde é que desliga? [Risadas] Ai, senhor que aqui