Por que é tão DIFÍCIL manter o FOCO? | OLAVO DE CARVALHO
1Um dos motivos pelos quais ela retorna é uma constante da mente humana. A mente humana, ela não tem nenhuma capacidade de contemplar a verdade diretamente. Ela só concebe a verdade através de contrastes. Assim como para desenhar, você precisa de uma superfície de contraste, você coloca uma linha que não existe para demarcar. Você quer desenhar o cachorro, então você faz o perfil do cachorro. Essa essa linha a qual não existe na realidade demarca o fim do cachorro começo de tudo mais, não é isso? A nossa mente funciona do mesmo modo. A nossa capacidade de concentração é é é mínima, é ridícula. Se você pensar bem, né? O o bom e velho Graf, que era um gozador, mas que de vez em quando dizia umas coisas certas, dizia que todos os problemas da humanidade estariam resolvidos se nós conseguíssemos prestar atenção num dedo durante 5 minutos. Mas experimente, você vai ver que logo a sua mente vai parar em outra coisa, né? Uma vez perguntaram ao Hugo de São Vítor por que o ser humano não conseguia se concentrar em Deus. Mas na verdade não consegue se concentrar nem numa azeitona, quanto mais em Deus, não é isso? Eh, então o servior esc fez um desenho, um que é um uma obra de arte, mas que era um esquema cosmográfico, né? Eh, e deu um dos seus cursos mais complexos em todos os tempos, né? Então, não é que os caras não conseguiam se concentrar em Deus, acho que eles não conseguiam se concentrar no curso do Hugo de São Víor, n? Então, esta impermanência da mente humana é outro eh outro dado de experiência, tá certo? E em função disso é que aparece a ideia da dialética. Ela aparece mais, ela já tá em germe de certo modo nessas na ideia da luta dos contrários, tá certo? Mas como um método de investigação, de pensamento e de educação, ela aparece sobretudo com Sócrates, né, nos diálogos socráticos. Então você vê o contraste de várias ideias, quer dizer, a a confrontação e de ideias é vista como uma espécie de uma escalada que através dos contrários vai chegando a alguma coisa que tá mais elevada e que tá para além dos contrários e que na verdade é indisível e que o o Sócrates acaba sempre expressando com uma figura, um mito, uma história, né? eh a própria a própria eh a alegoria da caverna, um mito de er que morre e volta volta à vida. Tod são histórias que eh com as quais Sócratas ilustrava esse vislumbre de um algo que está para além do mundo da mutabilidade. Então isso quer dizer que Platão entendia a dialética como uma espécie de acese, um exercício acético da mente que vai aos poucos superando o mundo da mutabilidade e da luta dos contrários até chegar a uma coisa mais elevada e mais constante.







