Parem de dizer que EXISTE OBESO SAUDÁVEL

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É possível ser obeso e ao mesmo tempo saudável? No vídeo de hoje eu vou te contar, quando o excesso de peso se torna um 
problema do ponto de vista da saúde. Eu sei que existe um movimento para as 
pessoas obesas se aceitarem como são, algo importante para a saúde 
mental e no combate à gordofobia. Mas uma coisa é se sentir feliz com a 
sua estética e combater preconceitos, outra completamente diferente é correr riscos por acreditar que um determinado 
padrão estético é saudável. E mais, será que uma pessoa com 
uma gordurinha localizada ou acima do peso corre risco mesmo ou isso é exagero? O que é sobrepeso e obesidade? Muita gente acha que qualquer gordurinha 
a mais na barriga é excesso de peso. Mas a verdade é que existem várias faixas de peso 
que vão do peso abaixo do normal à obesidade. O jeito mais fácil e mais 
comum de descobrir em qual faixa você está é com uma relação de peso e altura chamada índice de massa corporal, o IMC. É bem simples descobrir seu IMC dividindo 
o seu peso pela sua altura ao quadrado. Mas para facilitar, vou deixar um link no 
comentário fixado que já faz isso para você. Em teoria, se o IMC for maior do que 
24,9, a pessoa está acima do peso ideal e IMC maior do que 30 indica obesidade. Só que o IMC tem limitações muito sérias. Um atleta olímpico, como o judoca Daniel Cargnin, que tem 1,68 de altura e 73 quilos, 
entra na faixa de sobrepeso, com um IMC de 25,8. O Ramon Dino, atleta de fisiculturismo, 
com seus 101kg e 1,80 de altura, tem um IMC de 31 e cai na categoria de obesidade! Se isso aqui é sobrepeso ou 
obesidade, eu sou um guindaste. Já uma pessoa muito alta mas 
com muito acúmulo de gordura poderia ficar dentro da faixa de peso ideal. É por isso que, por mais que o IMC coloque várias 
pessoas na categoria de sobrepeso ou obesidade, ele precisa ser somado a uma outra medida. O certo é avaliar não só o peso, mas como a gordura está distribuída 
no corpo, como por exemplo, no abdome. E a medida mais usada é a 
circunferência da cintura. No Brasil, ter mais de 94 cm de cintura 
para homens e mais de 80 cm para mulheres já indica excesso de gordura na região. Não apenas gordura por baixo da pele, 
formando o famigerado “pneuzinho”, mas também gordura em volta de órgãos internos, como fígado e intestino, 
chamada de gordura visceral. Que a gente vai ver que faz 
muita diferença na saúde. O diagnóstico de sobrepeso ou obesidade 
é dado por um profissional de saúde quando pelo menos esses dois indicadores, IMC e a circunferência 
abdominal estão acima do normal. É aí que o tal excesso de 
peso pode ser um problema. Peraí, existe mesmo algum problema em estar 
com excesso de peso, de acordo com a ciência? Olha, eu já vou te falar sobre 
os riscos do excesso de peso, mas eu quero te falar antes 
sobre algo que só tem benefícios, A obesidade já atinge 1 a cada 
quatro pessoas no Brasil em 2023. Só para comparação, em 2006, era 1 a cada 10 e 
o número de pessoas obesas continua crescendo. E eu sei que você já ouviu que a 
obesidade tem impactos na saúde, mas a nossa jornada pelo corpo de uma 
pessoa que está se tornando obesa, talvez mude a sua percepção de 
como esses impactos acontecem. Todos nós, independente do peso, temos 
células que armazenam gordura, os adipócitos. Eles lidam muito bem com ela, podem se multiplicar 
ou aumentar de tamanho dependendo da necessidade. O problema é quando essa gordura chega 
em uma grande quantidade pela alimentação ou não é bem metabolizada pelo corpo, 
levando a um excesso de gordura constante. Nesse caso, a velocidade de multiplicação das células não consegue aguentar 
a quantidade de gordura extra que está chegando. Então, os adipócitos seguem pelo seu caminho 
alternativo: eles aumentam de tamanho. Por fora, a pessoa percebe que ganhou uma 
gordurinha na coxa, nos braços ou na barriga. Mas esse crescimento dos adipócitos tem limite. Se a gordura continua chegando em excesso, 
alguns adipócitos não suportam crescer mais e, simplesmente, morrem. A gordura que já não tem mais 
pra onde ir, vai parar onde? em órgãos como fígado, coração, rins e pâncreas, causando danos, o que já é 
um baita problema de saúde. Mas o pior são os adipócitos que conseguem 
sobreviver ao crescimento exagerado. Eles entram em um estado de estresse, 
com cada vez mais gordura dentro produzindo radicais livres, 
um lixo reativo e instável que quebra estruturas importantes 
e causa um caos nas células. Toda a morte e o estresse dos adipócitos 
chama atenção do sistema imune. Tentando resolver a situação, as células 
de defesa liberam substâncias inflamatórias que atrapalham ainda mais o funcionamento 
dos adipócitos e do corpo como um todo. Se tem alguma coisa capaz de te deixar inflamado, 
não é o leite ou pão, mas sim a obesidade. Os adipócitos estressados e sob ataque do 
sistema imune ficam resistentes à insulina, o hormônio que leva glicose para 
as células usarem como energia. Sem glicose e sem energia, os 
adipócitos disparam um sinal de fome, o que é contra intuitivo já que o corpo 
já tem muita gordura e energia estocada. E olha só, mesmo comendo, o sinal de fome 
ainda permanece porque os mecanismos hormonais da saciedade em pessoas obesas 
também estão bagunçados. Eu explico isso em mais detalhes nesse vídeo aqui. Ou seja, pessoal, esse combo de excesso de 
gordura, inflamação e desequilíbrios hormonais cria um ciclo vicioso e destrutivo para a saúde. É por isso, galera, que a obesidade 
é considerada uma doença por médicos, cientistas e órgãos importantes como a 
Sociedade Brasileira de Endocrinologia e a OMS. Aliás, a obesidade não é só uma doença, mas também 
um fator de risco para várias outras doenças. A primeira consequência perigosa da inflamação constante gerada pela obesidade é 
que ela dilata os vasos sanguíneos. A longo prazo eles ficam endurecidos e param 
de contrair de acordo com o fluxo sanguíneo. A gordura em excesso também se 
acumula nos vasos sanguíneos e forma placas endurecidas 
que dificultam a passagem do sangue e podem levar a doenças cardiovasculares. A inflamação gerada pela obesidade também aumenta o risco de danos cerebrais, 
o que pode mudar o humor, o comportamento e até aumentar o 
risco de depressão e ansiedade. Isso sem falar da gordura no fígado que 
pode aumentar o risco de cirrose e câncer. Na garganta, a gordura extra gera flacidez e 
problemas respiratórios, como a apneia do sono, onde a pessoa fica sem respirar 
várias vezes enquanto dorme. Todas essas alterações fazem 
com que pessoas obesas tenham um risco maior de desenvolver diabetes, triglicerídeos altos, 
colesterol alto e hipertensão. Ter pelo menos 3 dessas doenças que podem ser 
causa e consequência da obesidade ao mesmo tempo gera o que os cientistas 
chamam de síndrome metabólica. É um desbalanço hormonal e inflamatório que toma 
conta do organismo de várias pessoas obesas. Mesmo assim, algumas pessoas obesas dizem que 
se sentem bem e têm os exames todos normais. Será que então a obesidade não faz mal pra todo 
mundo? Dá pra ser obeso e saudável ao mesmo tempo? Pessoal, antes de falar sobre isso, é 
importante eu me posicionar como ser humano né. Gordofobia existe e muitas vezes esse preconceito 
está disfarçado de uma preocupação com a saúde. A obesidade não é uma simples questão de escolha, ela pode ser causada por fatores genéticos, 
falta de acesso a alimentação de qualidade, falta de acesso a exercícios físicos, e até falta de informação adequada sobre saúde. Quando entendemos que pessoas com obesidade 
enfrentam mecanismos biológicos desregulados que tornam o emagrecimento uma batalha 
constante contra o próprio corpo, fica mais fácil desenvolver 
empatia e combater o preconceito. Ou seja, o movimento de aceitação do 
próprio corpo é extremamente válido. Mas agora falando como profissional de saúde, eu preciso te dizer que ser uma das 
milhões de pessoas convivendo com obesidade e ter exames totalmente normais 
não é o mesmo que ser saudável. Na verdade, é isso que a ciência está mostrando. Cientistas acompanharam pessoas obesas sem 
nenhuma daquelas doenças da síndrome metabólica, como diabetes e hipertensão, para entender o que acontece com a 
saúde delas com o passar do tempo. Surpreendentemente, a cada 100 pessoas com 
obesidade e exames normais que começaram o estudo, só 6 permaneceram saudáveis. Ou seja, pessoal, existe obesidade saudável? Até pode existir e algumas pessoas terão a sorte 
de conviver com esse estado durante muitos anos, sem qualquer outra doença. Mas isso não quer dizer que 
é uma condição inofensiva. Fato é que a obesidade sozinha, mesmo com exames 
normais, já aumenta o risco cardiovascular em 40% em comparação com pessoas com peso normal. O que acontece é que para a grande maioria das 
pessoas com obesidade e que são saudáveis hoje esse estado saudável vai ser passageiro, já que os danos do excesso de gordura no corpo 
são silenciosos e se acumulam ao longo do tempo. Quem tem os exames em dia fica com 
a impressão de que está tudo certo. Mas depois de décadas, aparece 
um exame de sangue alterado, como se os problemas de saúde começassem ali, mas eles são consequência de 
anos lidando com a obesidade. Esse é um alerta para todo mundo. Para quem está acima do peso e se preocupa com a 
saúde e também para quem não está acima do peso. Mas vamos combinar um negócio? Continue se cuidando, indo ao médico 
e fazendo os exames regularmente. Eu sei que é difícil, mas é necessário fazer o possível para combater a obesidade 
com uma alimentação equilibrada, atividade físicas e acompanhamento profissional. E ao mesmo tempo, bora respeitar 
a individualidade de cada um. A pessoa com obesidade tem os mesmos direitos 
de qualquer pessoa a comprar roupas que servem, sentar em um banco de avião, a comer em um bom restaurante e a existir 
nos lugares públicos com dignidade. A gente só vai resolver isso 
conversando mais sobre o assunto, que foi isso que eu tentei fazer nesse vídeo então me conta o que você pensa sobre 
toda essa reflexão aí nos comentários. E se liga nesse vídeo aqui, em 
que eu discuto sobre um motivo

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