Como O Deserto Do Saara Está Se Transformando Em Uma Floresta
0Quando se fala no deserto do Sahara, a maioria das pessoas pensa em calor extremo, vastas extensões de areia escaldante e poucos sinais de vida, além de alguns camelos. Bem, por mais verdadeiro que isso seja, em breve a gente vai poder pensar de forma bem diferente sobre esse lugar. Nos últimos anos, tem havido uma série de soluções focadas em tornar o Saara Verde, sejam círculos nas plantações ao estilo alienígena ou até mesmo florestas adubadas. Preparem suas paz enchadas, porque a gente vai descobrir exatamente como o deserto do Sahara tá se transformando em um oasis agrícola. [Música] Hoje, o deserto do Saara, que se estende por grande parte do norte e centro da África, abrange uma área de 9.300.000 1000 km², que ocupa 11 países. E o que é ainda mais incrível é que o Saara representa cerca de 8% da área total da Terra. Isso faz dele o terceiro maior deserto do mundo, atrás da Antártida e do Ártico e o maior deserto quente do planeta. Esse enorme pedaço de areia se estende do Mar Vermelho a leste e ao Mediterrâneo ao Norte e ao Oceano Atlântico ao Oeste. Ao sul, o deserto é delimitado pelo Sahrel, uma zona de transição de terra semiárida que separa o Saara ao norte e as savanas ao sul. Ou seja, você já entendeu, Sara realmente é gigantesco, mas apesar desse lugar ocupar uma área tão grande de terra, apenas 2 milhões e meio de pessoas vivem aqui. E isso é menos de uma pessoa por quôm quxtualizar, em Nova York você vai encontrar 11.000 pessoas por quilôm qu Mas as pessoas não são as únicas que lutam para sobreviver no Saara. O deserto é conhecido pelas suas vastas extensões de areia e distinta falta de vegetação. E não é surpresa que isso se deve às condições extremamente inóspitas. Na verdade, mais da metade do Sahara é considerada hiperárida, o que significa que as condições são tão brutais que não existe vegetação. Mas então, quão brutais são realmente essas condições? Bem, em primeiro lugar, as temperaturas aqui são absurdas. A temperatura média anual aqui é de 30º, o dobro da média global. Enquanto isso, a temperatura mais alta já registrada nesse deserto foi de 58º. E como se isso já não fosse bem severo, a umidade média, que é a concentração de vapor de água no ar, é de apenas 25%. Agora, compare isso com os países do norte da Europa, cujos níveis médios de umidade são mais de três vezes maiores, em torno de 80%, como as nuvens se formam quando o vapor de água na atmosfera se condensa. Essa umidade super baixa do Sahara também significa que a cobertura é limitada de nuvens sobre o deserto. Isso significa que o sol escaldante brilha sem qualquer obstáculo. E sem nuvens também não tem chuva. Na verdade, grande parte do deserto do Sahara tem uma média de menos de 80 mm de chuva por ano. Em contraste, Londres recebe 60 mm de chuva só em novembro, com temperaturas altíssimas, poucas nuvens e quase nenhuma chuva. Não é surpresa que a severa falta de água no Saara significa que nenhuma vegetação sobrevive nesse deserto. Mas não para por aí. Devido a uma variedade de fatores, o deserto do Saara também tá ficando maior. E como seria de se esperar, nós humanos somos os principais culpados. Em primeiro lugar, os agricultores na região ao redor do Saara são culpados por super povoar terras com gado. De acordo com as Nações Unidas, o número de animais pastando no sarrel é mais do que o dobro da capacidade de suporte da região. Quando o gado consome a vegetação mais rápido do que ela possa se regenerar naturalmente. Isso leva a perda de cobertura vegetal, deixando o solo exposto à erosão do vento e da água. Com o tempo, o pastoreio reduz a diversidade de plantas e mata a vegetação de raízes profundas, que ajuda a reter a umidade do solo, tornando a terra cada vez mais árida. E você poderia pensar que fazer mais plantações ajudaria a compensar esse sobrepastoreio, mas na verdade não. O cultivo excessivo pode ser igualmente prejudicial. O plantil contínuo esgota os nutrientes do solo, reduzindo sua fertilidade. Além disso, o velho inimigo, as mudanças climáticas também contribuíram pra expansão do deserto. No final do século XX, o Sahrel, a faixa de terra logo abaixo do Sahara, sofreu uma redução de 30% nas chuvas. Não só as chuvas estão diminuindo, como as temperaturas também estão subindo. As temperaturas aqui estão subindo a uma taxa 1,5 vezes mais rápido que a média global, com projeções indicando um aumento de até 4º até 2080. Tudo isso contribuiu pro Saara crescer ainda mais. Surpreendentemente, o deserto cresceu 10% desde 1920. A Líbia, no norte da África, que era principalmente não desértica em 1920, agora sofreu uma invasão de mais de 480 km do Sahara, tornando o país principalmente desértico hoje. Da mesma forma, o Mali encontrado no oeste do continente vê o Saara crescendo a uma taxa de 48 km ao ano dentro de suas fronteiras. Agora, não é preciso ser um gênio para descobrir que o crescimento do Saara é uma notícia bem ruim. Como vimos, a desertificação torna a Terra inútil, o que significa que os animais não podem pastar e as plantações não conseguem crescer. Isso significa que as pessoas que vivem em regiões dentro e ao redor do Sahara estão propensas a problemas de segurança alimentar. De fato, a situação é tão grave que em 2014, as Nações Unidas estimaram que 20 milhões de pessoas no Sarrel corriam risco de fome. A redução da produção agrícola não só aumenta o problema da fome, mas também significa que os agricultores que dependem da venda de colheitas e gado praticamente não tem renda. Bom, já vimos que as coisas não parecem muito boas. Não só vimos que o deserto do Saara é praticamente inóspo, como tá crescendo a cada ano, destruindo a produção agrícola e afetando a vida de milhões de pessoas. Mas nem tudo é tão sombrio quanto parece. Movimentos estão sendo feitos para transformar o Saara em um oasis de terras agrícolas, permitindo que as colheitas e o gado prosperem para que as pessoas possam viver da Terra. Mas parece muito trabalho duro. Então, como é que isso está sendo feito? Para explicar, primeiro eu preciso apresentar vocês a estrela desse show. Tony Reinaldo. Nascido em 1957, Tony é um agrônomo da Austrália, essencialmente um profissional científico que aconselha agricultores sobre como melhorar a produção agrícola. Em 1981, Tony decidiu se mudar pro Niger, na África Central, determinado a tentar fazer a diferença na crescente desertificação do país. Por dois anos, Tony plantou milhares de árvores na tentativa de dar um pouco de vida à paisagem árida, mas menos de 20% delas sobreviveram. O pastoreio e o cultivo excessivos na área levaram ao esgotamento dos nutrientes do solo, enquanto as secas na região tornaram praticamente impossível o cultivo de mudas. Até mesmo os arbustos que sobreviveram acabaram sendo comidos pelo gado ou cortados paraa lenha. Por melhores que fossem as intenções de Tony, parecia que ele estava diante de uma tarefa impossível. Toda a esperança de transformar paisagem seca e desértica em terras agrícolas prósperas foi perdida. Até que um dia, em 1983, Tony teve aquele repentino momento de Eureca. Ao avaliar o crescimento deficiente das suas mudas, Tony avistou um arbusto seco brotando do chão e pode não parecer nada demais. Considerando que ele já tinha visto milhares desses arbustos secos espalhados pelo Ner, mas ao se aproximar para observar mais de perto, ele percebeu que não era um arbusto, mas uma árvore que tinha sido cortada e estava brotando de novo do toco. Com um pouco de cuidado e perspicácia, Tony percebeu que aquelas árvores que ele tanto tentava plantar e cultivar não eram a solução. Em vez disso, ele precisava aproveitar o máximo essa floresta subterrânea escondida. Então Tony chegou a uma conclusão. Em vez de plantar novas árvores, a melhor maneira de impedir a desertificação seria nutrir e replantar esses arbustos abandonados. O processo, conhecido como regeneração natural gerenciada pelo agricultor ou é femeninar na sigla inglês não apenas aumentaria a produtividade das colheitas, mas também melhoraria todo o ecossistema. As raízes profundas das árvores regeneradas quebrariam o solo compacto, permitindo melhor infiltração de água nas raras ocasiões em que chovesse. As raízes também estabilizariam o solo, impedindo a erosão pela chuva ou pelo vento. Falando em erosão, quando crescidas, as copas das árvores iam interceptar a chuva e o vento, protegendo as plantas de serem levadas pelo clima severo. As árvores regeneradas também perderiam folhas e detritos orgânicos que, ao se decomporem, iam enriquecer o solo com nutrientes essenciais pro crescimento de plantas. Considerando tudo isso, não é surpresa que Tony estivesse ansioso para implementar rapidamente o efemenar. Ele educou agricultores no Niger, instruindo sobre como identificar esses sistemas radiculares sobreviventes. Mesmo que as partes acima do solo das árvores possam ter sido cortadas ou danificadas, suas raízes geralmente permanecem viáveis, oferecendo uma fonte potencial de regeneração. Os brotos mais fracos seriam podados seletivamente para direcionar os nutrientes pros galhos mais saudáveis, além de usar as partes removidas como lenha ou alimento pro gado. A partir daí, as árvores regeneradas seriam cercadas, protegendo-as da pecuária e da atividade humana para permitir que essas árvores femenar criassem uma paisagem exuberante. Parece fácil, né? Graças à simplicidade do sistema, o método rapidamente se espalhou por meio do aprendizado entre pares e entre agricultores. Melhor ainda, essa estratégia de regeneração da vegetação é extremamente barata, custando apenas 320 por haar. Para efeito de comparação, a estratégia de plantar novas árvores custa até 36 vezes mais do que o efemenar por hectáreare. Além disso, essas árvores e arbustos têm uma taxa de sobrevivência de 100%, o que é cinco vezes maior do que apenas plantar mudas no solo. Só tem vantagens. A brilhante descoberta de Tony ajudou a quase dobrar a porcentagem de terras aráveis no Niger desde a década de 80, regenerando 4.900.000 1000 acres de terra e permitindo o crescimento de 200 milhões de árvores. Como resultado, os agricultores do país agora produzem 500.000 toneladas adicionais de alimentos ao ano, o suficiente para alimentar cerca de 25 milhões e meio de pessoas. Graças ao seu sucesso, o Femenar agora é realizado em muitos outros países africanos que são afetados pela expansão do Sara. Em Corque, no oeste do Senegal, por exemplo, as práticas de Femenar fizeram a densidade de árvores saltar de 0,4% em 2002. para 5,2% em 2019, um aumento de 13 vezes. Deus abençoe Tony Rinaldo. Mas o Femenar não é a única prática que causou uma transformação recente no Sara. Começando mais de 30 anos após a notável descoberta de Rinaldo, existia a Grande Muralha Verde ou DGW. Lançado em 2007 pela União Africana, com o apoio da União Europeia, do Banco Mundial e das Nações Unidas. Esse projeto de reflorestamento visava criar uma barreira de árvores que se estendesse do Senegal a oeste até Dibut a leste até o ano de 2030. No total, o objetivo era criar uma floresta exuberante com 16 km de largura e cerca de 7.000 km de comprimento, impedindo a propagação da desertificação do Saara em direção ao Sul, atingindo o Sahrel. Com esse esforço ambicioso, o objetivo era restaurar mais de 100 milhões de hectares de terras degradadas até 2030. Para referência, 100 milhões de hectares cobrem uma área de terra quase duas vezes o tamanho da França. Uma tarefa e tanto, né? E é justo dizer que o projeto não começou da melhor forma. Os planos iniciais envolviam plantil de árvores em larga escala, sem envolver as comunidades locais no planejamento, na implementação ou na manutenção. E isso levou alguns problemas. Em primeiro lugar, como já vimos com as estratégias pré-efemenar, as taxas de sobrevivências de árvores e culturas recém- plantadas no Sara são de apenas 20%. O que significa que qualquer chance de crescimento de uma floresta totalmente desenvolvida era impossível. Além disso, a falta de envolvimento da comunidade fez com que os agricultores locais não aderissem ao projeto. Isso tornou as chances de sobrevivência dos arbustos ainda menores, já que os agricultores não se sentiam responsáveis. Como consequência, eles não mantiveram ou protegeram as poucas árvores que sobreviveram. Pior ainda, grandes partes desse muro proposto estavam desabitadas. O que significa que mesmo que os agricultores estivessem dispostos a regar e manter essas árvores, eles nem teriam chance de fazê-lo. Diante de tudo isso, não é de se admirar que em 2030, 13 anos após o início do projeto, a Grande Muralha Verde estivesse apenas 4% concluída antes da data prevista para 2030. Isso levou uma mudança no programa. Em vez de reflorestamento em larga escala, políticas de gestão do solo seriam implementadas, entre elas, técnicas de captação de água, bem como agrofloresta, um sistema de gestão de terras que integra árvores com plantações. Olha só essa prática bizarra encontrada no Senegal, conhecida como Toler. Vista de cima, essa paisagem no nordeste do país parece um olho sinistro com propósito ecológico, mas no solo essa formação foi projetada para ajudar a combater o Saara que invade o Senegal. Os jardins circulares integram cerca de 60 espécies mistas de acordo com o projeto preciso. As paredes externas são plantadas com árvores e arbustos resistentes à seca, incluindo mamão, mangueira e moringa. Seu grande tamanho protege as espécies menores de plantas alimentícias encontradas nos círculos internos. As plantas maiores oferecem sombra do sol e abrigo do vento. Quanto ao formato peculiar, os canteiros circulares concentram naturalmente a água em direção ao centro. Como as raízes das plantas são naturalmente atraídas pela umidade, elas vão crescer para dentro, seguindo o caminho da água, melhorando a retenção de água nesses jardins. Imagine que daqui a 20 anos, quando os arbustos de Tolow Care tiverem tempo de crescer, esses jardins circulares vão se destacar na paisagem desértica. Por mais positivo que o Tolou Kerça, apenas 23 jardins foram estabelecidos nos primeiros 3 anos da sua implementação. Com cada jardim exigindo cerca de 17.500 500 para ser montado, mas financiamento é necessário para que essa ideia engenhosa realmente ajude a tornar o Sara Verde. Mesmo assim, o sucesso promissor do Tul Care deu alguma esperança de que a grande muralha verde renovada possa funcionar. Mas o Tlou Care não é o único método em comum implementado como parte da grande muralha verde no combate ao deserto. No Niger, agricultores têm cavado essas crateras em forma de crescente na Terra árida. O solo extraído durante a escavação é então colocado ao longo da borda curva dessas crateras, formando um soco construídas em um leve declive. Suas bacias semicirculares e abertas retém a água do escoamento, capturando e retendo a pouca água da chuva que cai nas paisagens áridas dentro e ao redor do Saara. À medida que a água se acumula nas meiasluas, ela permite a absorção de nutrientes pelo solo. Com o tempo, isso estimula o crescimento da vegetação, incluindo gramínias e arbustos que melhoram a estrutura do solo e previnem a desertificação. Em Maradi, no Niger, onde ocorreu a intervenção das meias luuas, observações de satélite mostram que o verde da vegetação tá agora 50% maior do que antes da construção delas, ou seja, mais uma ideia muito engenhosa sendo implementada. Da mesma forma, em Burkina Fasso, ao Niger, a iniciativa da Grande Muralha Verde conscientizou agricultores locais sobre uma técnica agrícola conhecida como ZAI, assim como as meias luuas, o método envolve cavar covas rasas no solo durante a estação chuvosa para capturar a escassa chuva e concentrá-las nas raízes das plantações, permitindo que a vegetação floresça. Alguns agricultores foram além, colocando esterco nessas covas. O esterco não só melhora a fertilidade do solo, reabastecendo com nutrientes, como odor desagradável, também atrai cupins. Incrivelmente, essas criaturas comem o esterco, criando túneis subterrâneos entrincados no processo. Fazendo isso, os cupins quebram o solo compacto, facilitando o crescimento das raízes e, ao mesmo tempo, melhorando a irrigação. Quem diria que mastigar esterco poderia ser tão útil? Então, a grande questão é: a nova abordagem da grande muralha verde resultou em um aumento na vegetação? Em suma, sim, graças a métodos focados na captação de água e água floresta, 18 milhões de hectares de terras degradadas foram restaurados até 2023. No geral, isso representa cerca de 18% da meta da Grande Muralha verde para 2030. Tá, mas então não parece que esse projeto vá conseguir atingir suas ambições para 2030. Mesmo assim, não se pode negar que essa iniciativa tem visto alguns sinais de recuperação, desde que um maior ímpeto foi dado às políticas de gestão de terras que colocam as comunidades locais no centro da Grande Muralha Verde, como é de se prever o principal obstáculo do projeto é o dinheiro. Estimativas sugerem que no total pelo menos 33 bilhões de dólares em financiamento são necessários para atingir a meta inicial de concluir o projeto até 2030. Em 2021, o presidente francês Emanuel Macron anunciou o acelerador da Grande Muralha Verde. Essa iniciativa busca facilitar a coordenação e a colaboração de doadores e partes interessadas envolvidas na Grande Muralha Verde para garantir o projeto o financiamento que ele precisava desesperadamente. Um total de 19 bilhões de dólares foi prometido em novos financiamentos para serem distribuídos entre 2021 e 2025. Mas até março de 2023, apenas 2 bilhões e meio de dólares haviam sido liberados. Quem sabe se esse financiamento vai vir algum dia? Uma coisa é certa, se a Grande Muralha verde reformada receber apoio financeiro suficiente, em breve poderemos ver o trecho sul do Saara se transformar naquele oasis verdejante exuberante que foi prometido em 2007. Até agora vimos como tanto é femenar quanto a iniciativa da Grande Muralha ajudaram a tornar mais verde a paisagem desértica ao redor da porção sul do Sahara. Mas mesmo nas regiões setentrionais da África, esforços extremos estão sendo feitos para combater o temido deserto. Veja, por exemplo, o Sharkowainat encontrado no sul do Egito. Ao ser visto de cima, esse lugar parece uma espécie de base extraterrestre. Mas o que você tá realmente vendo é um dos projetos de recuperação de desertos mais impressionantes do Sahara. Cobrindo uma área de 45.000 haar, existem milhares desses círculos de plantações de 800 m de largura. Parece bem estranho que tantos hectares de plantações possam ser cultivados aqui, né? Especialmente considerando que a área praticamente não recebe chuva durante o ano e fica 290 km da cidade mais próxima. Hum, será que isso é um quartel general alienígena? Na verdade, esses círculos nas plantações florescem graças a toda a água que recebem, só que não é água da chuva. Em vez disso, essa substância é encontrada no subsolo. Abaixo dessas plantações, você vai encontrar o sistema aquío de arenito Núbi, o maior sistema aquío fóssil conhecido no mundo, contendo 150.000 km cic de água subterrânea. A água subterrânea é extraída de postos no centro dos círculos nas plantações, de onde é então alimentada em um sistema de irrigação por pivô central. Esse método envolve uma máquina rotativa equipada com aspersores que irriga as plantações em torno de um ponto de pivô central, criando esses círculos grandes e exuberantes. De acordo com a Companhia Nacional de Recuperação e Agricultura em Sharkelowinat, os círculos nas plantações produzem cerca de 145.000 toneladas de grãos, 35.000 toneladas de milho e 85.000 1000 toneladas de batata por ano. Como se isso já não fosse bem impressionante, Sharkowinato também cultiva cerca de 2.500 haar de árvores frutíferas por ano. Esse frenesi por terras agrícolas explodiu tanto que um aeroporto até foi construído próximo aos círculos nas plantações em 2003, atendendo apenas alguns milhares de passageiros por ano. A principal função desse aeroporto é trazer equipamentos para essas terras agrícolas, além de levar essa colheita por todo o Egito. Ou seja, o projeto Sharkow Nat está realmente decolando. Dito isso, há algumas dúvidas de que esse projeto não seja muito sustentável. Pesquisadores estimam que, apesar da sua capacidade aparentemente limitada, o sistema aquío de arenito da Núbia pode secar em breve. Especialistas sugerem que se as taxas de extração de água continuarem a aumentar no ritmo que tem aumentado, toda essa água poderá ser consumida nos próximos 350 anos. É seguro dizer que isso não vai ser um problema para você ou para mim, mas se a gente quiser transformar as areias do Saara em uma vegetação exuberante a longo prazo, parece que a gente vai ter que encontrar abordagens alternativas pro projeto Sharkelowinat. Mas não se preocupe, porque a 800 km ao norte dos círculos, nas plantações de Sharkelowinat, o Egito tem outra abordagem para tornar o Saara mais verde, sem envolver aquíos subterrâneos. No Egito, as árvores são uma raridade. 96% do país é coberto por deserto. Por esse motivo, é uma grande surpresa vistar uma floresta verdejante nos arredores do Cairo. Essa é a floresta Serapion, um projeto lançado pelo governo egípcio na década de 90. Cobrindo 200 ha. Essa paisagem exuberante abriga uma variedade de árvores nativas e não nativas, como teca, eucalipto e mogn. Ainda mais impressionante é que essas árvores estão crescendo muito rápido. Os troncos das árvores cresceram 90 cm de largura em apenas 20 anos. De acordo com o pesquisador agrícola Rossam Ramad, esse crescimento normalmente ia levar 100 anos. Portanto, não só uma floresta está crescendo no Saara, como também está florescendo. Mas então, qual é o segredo? Bem, o sol escaldante do Egito é um dos motivos pro rápido crescimento. O sol aqui irradia duas vezes mais intensamente do que na Europa central, fornecendo bastante energia pra fotossíntese, permitindo que o crescimento das árvores seja acelerado. E ainda mais importante é o que essas árvores bebem. Em vez de esgotar o sistema aquío de arenito da Núbia, a floresta Serápion utiliza uma abordagem um pouco mais fedida. Essa densa floresta é irrigada com águas residuais tratadas, que são ricas em nutrientes como nitrogênio e fósforo e fornecem à plantas uma fonte natural de fertilizante. Fica a uma curta distância da populosa cidade egípcia de Ismaília. E com uma população de 400.000 pessoas, dá para imaginar a quantidade de água de esgoto produzida aqui todos os dias. A água de esgoto chega à floresta por meio de enormes tanques subterrâneos povoados por microrganismos. Oxigênio é introduzido no sistema para acelerar o processo de purificação bacteriana. Por fim, uma rede de tubulações espelha as águas residuais para toda a floresta. Não sei se eu tô impressionado ou com nojo. Enfim, será que em breve a gente vai começar a ver mais desses arbustos de esgoto brotando no Saara? O professor egípcio de ciências florestais, Rani Alcateba. Sim. Ele afirma que os habitantes do Egito produzirão águas residuais suficientes todos os anos para tornar verde cerca de 650.000 hactares de deserto. Quem diria que dejetos humanos poderiam deixar o Saara Verde? Não é de surpreender que os esforços para transformar um ambiente inóspito de tamanho estupendo como Saara em um oasis de terras agrícolas não seja algo fácil. Sejam políticas mal planejadas, soluções insustentáveis ou falta de financiamento, muito mais trabalho precisa ser feito para tornar esse deserto árido mais verde. Mas com abordagens inovadoras, como o femeninar de Tony Rinaldo, a grande muralha verde renovada e as florestas movidas a excrementos do Egito, talvez a gente não precise esperar muito mais para que o brilho verde do Saara finalmente esteja completo. E isso encerra mais um vídeo. O que você achou dessas ideias malucas e maravilhosas para transformar o Saara em um Oasis agrícola? E você, teria alguma solução própria? me fala aí nos comentários e obrigado por assistir. [Música]