Pariston Hill: O Personagem Mais Perigoso de Hunter x Hunter
0Como já dizia o grande filósofo Alfred, alguns homens só querem ver o circo pegar fogo e esses quando tm poder são os inimigos mais perigosos que alguém pode ter. E esse é exatamente o caso do nosso protagonista de hoje, Pariston Hill, um dos personagens mais intrigantes e misteriosos de Hunter Hunter. Aquele que ninguém sabe ao certo o que quer, mas todo mundo sabe o perigo que ele representa. E por isso é sobre ele que a gente vai falar hoje, entender quem ele realmente é e a sua importância pra obra. Então vamos embora. O Pariston é apresentado inicialmente como vice-presidente da Associação Hunter durante o arco da eleição, que acontece logo após o fame gerado arco das formigas quimeras. Nesse primeiro momento, o que mais chama atenção no personagem é a sua aparência e a sua postura impecável com aquele sorrisinho bizarro, claramente alguém que esconde alguma coisa. O mais estranho disso tudo é que parece que ele quer deixar isso bem claro para todo mundo, que ele realmente tá escondendo alguma coisa, quase como uma ameaça velada, como se quisesse que as pessoas soubessem que ele é perigoso. O Pariston é essencialmente um manipulador nato, alguém que encontra satisfação pessoal em criar conflitos. Sua maior motivação não parece ser o poder político, riqueza ou influência direta. Mesmo assim, ele tem tudo isso. No primeiro momento, a motivação do Pareston parece ser o puro entretenimento, o prazer de manipular as pessoas ao seu redor. E essa busca incessante pelo puro caos, torna o Pariston não só alguém único na obra, mas particularmente perigoso, principalmente porque em Hunter Hunter a maior parte dos vilões tem objetivos claros, como o Meruen seu desejo de dominar o mundo e colocar sua espécie no topo ou o Jir com seu nilismo absoluto. Mas até aqui o Paristo não parece se encaixar em nada disso. Nenhuma dessas ambições comuns das pessoas parecem atrair ele de alguma forma e por isso ele é tão imprevisível, quase como se não fosse humano. E essa sua diversão, esse prazer pelo caos, não é algo inocente ou comum. Muito pelo contrário, nenhum outro personagem na obra ama tanto o Caos quanto ele, nem mesmo Rissoca. Já que ao contrário de 99% dos personagens da obra, o seu prazer não tá em vitórias ou grandes objetivos, nem em provar que ele é o mais forte, e sim no conflito em si, na tensão e na imprevisibilidade das reações humanas. É só quando ele consegue mexer com a cabeça das pessoas que ele se sente realmente vivo. E é justamente a imprevisibilidade uma das características mais marcantes desse personagem. Uma coisa que o Togashi não construiu assim por acaso. A ideia é que ele seja um enigma constante, um homem cujas ações são tão difíceis de prever que ele se torna ainda mais perigoso que os vilões clássicos, aqueles que têm as suas más intenções claras desde o início. E o poder do Parison tá exatamente aí, já que quando não sabemos o que move, o que motiva alguém, se torna impossível prever as suas ações ou se preparar para elas. Se fosse para descrever o Parison como um fenômeno do mundo real, trazer aqui pra nossa realidade, eu diria que ele é como vale da estranheza, aquela coisa que é parecida demais com o humano, com o natural, mas não é exatamente humano. E por mais que você não saiba o que é, você sabe que tem algo de muito errado com ela. Tem uma galu, tem uma gambu. Em resumo, esse é o Pariston. Mas para além do seu comportamento e aparência bizarra, outro ponto fascinante no personagem é como ele cria paralelos claros com outros personagens importantes na obra, como Jink e o Netero. Dois personagens que não são os mais normais do mundo, como a gente já discutiu nesses dois vídeos. Começando pelo velho brabo, a sua relação com o Netero é especialmente interessante, já que foi ele quem escolheu Pariston para ser o seu vice-presidente, justamente por ele ser esse tipo de pessoa, alguém que criaria dificuldades e consequentemente faria da sua própria liderança algo muito mais divertido e desafiador. O que faz total sentido quando lembramos que o Netero também é meio maluco da cabeça. Então, botar alguém como Pariston de Vice é perfeito para ele. De certa forma, dá para dizer que o Pareston herdou do Netero esse gosto pelo desafio, já que os dois parecem não só gostarem de situações complicadas e imprevisíveis, como também gostam de causar essas situações assim por querer. Ainda assim, a provável maior diferença entre eles está na sua motivação. Enquanto Netero buscava esses desafios por conta da sua paixão pelo crescimento e pela força em si, o Pariston transforma isso numa busca de prazer puro, quase uma obsessão pelo caos, pelo conflito. A própria dinâmica entre esses dois personagens é algo único na obra e muito importante pra gente entender de verdade cada um deles. Por mais que a gente tenda a ver o Netero como alguém forte, respeitado, principalmente depois do Arco das Formigas Quimeras, a forma com que o Paliston enxergava e interagia com ele mostra que existe um lado bem mais complexo e até sombrio entre eles, já que nenhum dos dois tinha como objetivo real a liderança da Associação Hunter. Pro Pariston, tudo aquilo era um jogo. Nas suas próprias palavras, o seu objetivo na associação sempre foi brincar com Netero. E o próprio Netero, de certa forma, também viu Parison assim. E por isso eles são uma dupla tão única, não só pela admiração que eles demonstram um pelo outro, mas também por mostrar o quão distorcida e bizarra é a relação deles. Ambos viam um no outro não só um rival, mas alguém que dava eles o que eles mais queriam, um desafio intelectual constante, a sensação de estar vivo. Essa relação serve inclusive pra gente refletir um pouco sobre o que é rivalidade e admiração. Normalmente a gente pensa na admiração como algo positivo, algo baseado no respeito e afeto, enquanto a rivalidade tende a ser visto como algo ruim e às vezes até destrutivo. Mas aqui no caso desses personagens, esses sentimentos são dois lados de uma mesma moeda, até porque você só rivaliza com alguém que tá a sua altura e, portanto, também é alguém que você admira e respeita de alguma forma. A própria escolha do Netero, de nomear o Paristo como seu víci diz muito sobre a sua própria personalidade. Ele não queria alguém obediente, passivo, que faria tudo que ele dissesse sem questionar. Pelo contrário, ele escolheu a pessoa mais difícil, mais desafiadora e problemática possível. O que mostra que apesar da sua responsabilidade em momentos decisivos como o sacrifício contra o Meruen, ele também era um homem que vivia em função do desafio e da emoção da competição. O que deixa bem claro o quanto esses dois, no fim das contas, são parecidos. Ambos veem a vida como um grande jogo, onde tudo e todos estão ali pelo entretenimento. Desafios emocionantes a serem superados e, por isso, merecem ser explorados ao máximo. E por isso a perda do Netero realmente causou tristeza no Pariston, porque ele era, no fim das contas, uma das poucas pessoas que viam o mundo da mesma forma que ele. Mas é aí que vem a pergunta. O Netero era a única pessoa que rivalizava com Pariston, o único à sua altura nesse jogo? E a resposta é não. Ainda tem um outro cara essencial para entendermos o nosso personagem, Jing Freaks. A sua dinâmica com Jing é tão interessante e complexa quanto a Conetero. Os dois são extremamente inteligentes, manipuladores e motivados pelo desafio intelectual. Ainda assim, a grande diferença tá na forma com que eles buscam por esse prazer. O Jing, apesar de também ser muito egoísta e aventureiro, não parece ter tanta satisfação em machucar ou prejudicar diretamente outras pessoas. Já o Pariston, por outro lado, não só fica extremamente feliz com o sofrimento alheio, como claramente é a causa desse sofrimento, já que ele manipula todas as situações possíveis para garantir que ele vai ser descoberto e odiado. E essa é uma outra característica interessante e bizarro do personagem, já que ele claramente sente um prazer absurdo no ódio, mas especificamente em ser odiado, o que explica e muito seu comportamento autodestrutivo, como se ele só se sentisse plenamente feliz recebendo atenção negativa, ou, em outras palavras, ódio e desprezo. O curioso é que foi justamente com o Jing que o Piston experimentou esse sentimento por outra pessoa. O Jing é um dos poucos personagens capazes de não só entender a mente complexa e perturbada do Paliston, como também antecipar algumas das suas estratégias. Essa capacidade, inclusive, fez com que o Paliston sentisse um ódio genuíno pelo Jing. E isso é importante pro personagem porque representa uma virada, uma mudança gigantesca no padrão de comportamento que ele já estava acostumado. Antes era sempre ele sendo odiado pelo mal que ele fez. Ele tava no controle e agora ele odiava alguém, algo fora do seu controle, algo novo e desconhecido. E é como dizem, poucas coisas causam tanto medo quanto desconhecido. O surgimento desse ódio do Paleston pelo Jing cria mais uma pergunta. O que acontece quando alguém é acostumado com controle perde esse controle e se sente vulnerável? Com toda a certeza, algo muito ruim. E isso fica ainda pior e mais perigoso quando lembramos que o Python já é por si só alguém imprevisível. Imagina agora encurralado e ameaçado pelo Jink. Se ele sente prazer em sabotar as pessoas que ele admira e respeita, imagina o que ele vai fazer com alguém que ele odeia. Com isso, o J se torna não só o único personagem capaz de enfrentar os jogos do Pariston, como também aquele que o obrigou a mudar e além do seu padrão de comportamento. De certa forma, dá para dizer que o Jing, assim como o Netero, foi um espelho pro Paleston e, por isso tão desconfortável de olhar, porque reflete diretamente a sua própria inteligência e estratégia, mas com objetivo totalmente diferente. Enquanto o Pariston quer criar o conflito e o caos, o Jing usa sua genialidade para explorar o mundo e alcançar o desconhecido, o que, apesar de parecer mais nobre, ainda é tão egoísta quanto o Pariston. E por isso o momento atual do mangá é tão interessante. Ver esses dois personagens interagindo e criando planos juntos tem um potencial absurdo. De uma hora para outra, a história pode mudar completamente por conta desses dois e o caos que eles carregam. Mas ok, até aqui já ficou bastante claro que o negócio do Piston é a imprevisibilidade e a inteligência, mas como estamos em Hunter Hunter, não dá para ignorar o poder bruto. Então afinal, quais são as habilidades de Nem do Paleston? E por que ele é tão perigoso? Por ser um membro do Zodic, o Paleston com toda a certeza, é um usuário de Nem muito habilidoso, senão ele nem estaria lá. Mas em nenhum momento durante a obra a gente vê claramente as suas habilidades, o que abre espaço para várias e várias interpretações e teorias sobre seus poderes. Algo que ainda é reforçado por alguns momentos na obra onde o personagem ameaça outros membros do zodíaco, dizendo para não subestimar suas capacidades para acabar não se arrependendo depois. Isso gera um hype ainda maior no personagem, que cada vez mais parece esconder alguma coisa muito grande na obra. Claro que ele tem sim aquele combo padrão de velocidade, força e resistência aprimorada, como todos os Hunters de Elite, mas o seu foco mesmo parece ser na manipulação. Então talvez as suas habilidades nem estejam relacionadas à manipulação de pessoas, aura ou memórias. Claro que tudo que eu tô dizendo aqui é apenas especulação, mas é innegável que faria muito sentido para um personagem inteligente e malicioso como ele, principalmente porque o Pariston é a essência de um mestre absurdo nas jogadas de manipulação, a ponto de transformar todo um cenário político mundial super complexo em um tabuleiro pessoal, onde ele é o único que conhece todas as regras, o que também combina perfeitamente com a sua visão de mundo, onde tudo é um grande jogo e as pessoas são as peças, o que não significa que ele não tenha capacidade destrutiva ou poder bruto. Então vamos subestimar ele, até porque durante o período em que ele atuou como vice-presidente, ele aumentou muito a taxa de desaparecimento de caçadores no mundo. Ele mesmo admitiu tranquilamente que até poderia reduzir esses números se ele quisesse. Uma fala que sugere o seu envolvimento direto nesses desaparecimentos. Isso exemplifica perfeitamente a forma distorcida que ele vê o mundo e as pessoas como ferramentas a serem usadas por ele a qualquer momento. Isso sem falar no risco mais direto. Ariston atualmente possui o maior exército nem do planeta. 5000 formigas quimeras estão sob seu controle, escondidas em algum lugar, só esperando a hora certa para serem usadas por ele. Literalmente um exército com potencial de aprendizado ridiculamente alto, até porque as formigas que nós vimos evoluíram em pouco mais de três meses, do zero até um nível de Enem absurdo. Então imagina onde elas poderiam chegar com muito mais tempo recursos da Associação Hunter. Ou seja, na prática, mesmo sem demonstrar sua habilidade de nem ou capacidades físicas absurdas, ele foi capaz de chegar ao topo da hierarquia Hunter, rivalizar com Nethero e com Jing, dois dos maiores usuários de nem do universo Hunter. Tudo isso sem revelar qual é o seu objetivo, a sua verdadeira intenção. Isso dá o par um potencial absurdo para fazer literalmente qualquer coisa dentro da obra. Inclusive, é por isso que tem tanta teoria sobre quem ele realmente é e qual o seu plano. Talvez seja dominar o mundo, exterminar a raça humana ou quem sabe ele mesmo nem seja humano. Existe uma teoria muito interessante que diz que o Parison na verdade veio do continente sombrio como uma entidade com poderes focados em manipulação e por isso ele brinca com todo mundo sem se importar com nada. Até porque é como o Meruen uma vez disse, os humanos não se importam com as formigas que eles pisam. Então as quimeras também não se importam com os humanos. Por isso, se o Pariston realmente for um ser ainda mais poderoso que as formigas quimeras, ele descartar a vida humana como um inseto faz total sentido e faz dele uma ameaça única na obra. Por isso, o Pareston não é mais um antagonista comum que é apresentado, luta um pouco e depois é derrotado. Ele é uma força completamente imprevisível, capaz de manipular tanto as pessoas quanto os próprios leitores da obra, tornando impossível entender ele completamente ou prever os seus próximos passos. E por isso a sua importância em Hunter Hunter é tão grande. Ele é literalmente um coringa na mão do Togashi em vários sentidos. O Togashi pode acordar um belo dia e escrever um capítulo onde o Pariston é essa entidade absurda do continente sombrio, dizer que ele comanda todas as outras entidades e se infiltrou na associação para entender como os caçadores se organizam e como destruir a humanidade com mais facilidade ou quem sabe ele seja só um manipulador perturbado, tão genial que a gente nem entenda totalmente. Tudo isso faz do personagem alguém muito acima dos outros antagonistas. Não porque ele é o mais forte ou poderoso, mas porque ele é imprevisível o suficiente para fazer qualquer coisa com qualquer um a qualquer momento. E por isso ele é para mim o personagem mais perigoso da obra. Mas e você, o que acha do Parison? Consegue pensar em alguém mais perigoso que ele no universo de Hunter Hunter? Comenta embaixo. No mais, muito obrigado pela sua atenção e pelo seu tempo. Um agradecimento especial aos membros do canal, os zodíacos, que me ajudam a continuar produzindo por aqui. E se você também gosta do conteúdo e valoriza o trampo que a gente faz por aqui, considere também se tornar um membro. Com só cinco pila no mês, você já tem acesso aos vídeos exclusivos, seu nome aqui nos créditos finais e claro, você ajuda o canal a continuar existindo. E por isso, meu muito obrigado. No mais, estamos junto. É nós e te vejo no próximo vídeo. Valeu, [Música]









