Por que só o Brasil usa Chuveiro Elétrico?

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Tudo começou nos anos 20, em Jaú, interior de 
São Paulo, com o engenheiro Francisco Canho. Naquela época, a principal forma de aquecer 
água era a lenha, e a oferta de gás era escassa no Brasil. Francisco enxergou uma oportunidade: 
aproveitar a expansão da rede elétrica brasileira para esquentar a água diretamente no ponto 
de uso, de maneira instantânea e prática). Antes disso, já existiam chuveiros elétricos, mas 
eles eram perigosos, com ligas de níquel e cromo, sem qualquer isolamento, e com carcaças de metal 
que ofereciam risco real de choques e queimaduras. Francisco resolveu esses problemas: criou o 
primeiro modelo com acionamento automático e um sistema mais seguro, o que permitiu que o 
equipamento ganhasse aceitação popular e fosse, de fato, viável para uso doméstico.
No início era tudo meio artesanal, mas logo encontrou espaço no mercado com os 
primeiros modelos industriais. Foi durante o processo acelerado de urbanização no início da 
década de 30 que o chuveiro elétrico começou a se espalhar pelas casas brasileiras. À medida 
que a eletricidade chegava a mais lares, o banho quente deixava de ser um privilégio das elites 
e passava a ser realidade para famílias comuns. Na década de 50, a empresa Lorenzetti comprou 
a patente da invenção. E esse foi um marco importante para a popularização do produto. 
A partir dos anos 60, o uso do plástico como material na fabricação do chuveiro barateou 
ainda mais os custos de produção. Isso não só tornou o equipamento mais acessível, como 
também mais seguro, já que os plásticos são isolantes naturais e resistentes à corrosão.
O chuveiro elétrico é tão comum na rotina dos brasileiros que ninguém parece dar muita 
bola — mas foi justamente essa simplicidade genial que tornou o chuveiro elétrico 
tão eficiente, prático e popular. A base do funcionamento segue praticamente a 
mesma desde a invenção há quase um século. Então, como exatamente ele funciona?
E se é tão simples, eficiente e prático, por que o resto do mundo não usa o chuveiro elétrico?
O princípio por trás do chuveiro elétrico é simples, mas engenhoso: o efeito Joule.
Quando a corrente elétrica passa por um fio condutor de alta resistência geralmente uma 
resistência espiral de níquel-cromo, ela aquece. A água, ao passar por esse fio, absorve 
o calor e sai aquecida pela saída do chuveiro. É esse aquecimento instantâneo que 
permite que o banho comece em poucos segundos, sem necessidade de reservatórios ou caldeiras.
Além do sistema de acionamento automático, muitos modelos oferecem o ajuste de temperatura entre 
“verão” e “inverno”, o que altera a resistência e, consequentemente, o calor da água. Esse sistema, 
apesar de simples, consome bastante energia, mas apenas por um curto período, o que 
compensa em termos de custo-benefício. Alguns chuveiros possuem um termostato onde você 
pode controlar ainda mais a temperatura da água. E apesar da ideia de combinar água e eletricidade 
parecer estranha, os chuveiros elétricos são, sim, seguros. A maioria dos acidentes ocorre por 
falhas humanas na instalação ou manutenção, não por falha do equipamento em si.
Em boa parte do mundo, a água do banho é aquecida por sistemas a gás ou por boiler. No 
primeiro, o aquecimento acontece instantaneamente, quando a água passa por uma serpentina aquecida 
por gás. Já no boiler, a água é aquecida com antecedência — por gás, eletricidade ou energia 
solar — e armazenada em um reservatório térmico, sendo depois distribuída pela casa. Ambos exigem 
uma infraestrutura mais complexa e custosa do que o simples chuveiro elétrico brasileiro.’
O Brasil é praticamente o único país do mundo onde o chuveiro elétrico é o mais comum. Isso aconteceu 
por uma série de fatores técnicos, econômicos e climáticos que se alinharam perfeitamente.
“O chuveiro elétrico é o campeão de popularidade no país pela sua facilidade de instalação e baixo 
custo de aquisição”. Não é preciso quebrar parede nem contratar profissionais especializados: 
com um cano de água e uma tomada elétrica, o chuveiro está funcionando.
Além disso, o clima ajuda muito. “Em climas tropicais, como o do Brasil, o 
chuveiro elétrico ainda é a melhor opção em custo-benefício e praticidade”. Como a água 
raramente chega a temperaturas muito baixas nas tubulações, não é necessário um sistema 
superpotente para garantir um banho quente. A estrutura residencial também colaborou. 
Muitas casas brasileiras são pequenas, com um único banheiro. Assim, o modelo descentralizado 
do chuveiro elétrico — cada um com sua resistência individual — é ideal para essa realidade. Não há 
desperdício de água quente parada em tubulações, como ocorre nos sistemas a gás ou boiler.
E por fim, tem a cultura. O brasileiro aprendeu a tomar banho com chuveiro elétrico. 
Adotou essa tecnologia como padrão, e por isso ela se perpetua. É um exemplo 
clássico de uma inovação simples moldando o comportamento de um país inteiro.
Em países como o Reino Unido e os EUA, até existem chuveiros elétricos, mas são pouco 
usados porque têm baixa vazão de água e exigem muita potência elétrica. Eles servem mais 
como alternativa em banheiros secundários. O desempenho é muito limitado em 
regiões frias. Nessas condições, o aparelho precisaria de uma potência altíssima 
para dar conta de aquecer a água adequadamente. Outro ponto fundamental é a fonte de energia 
do país. Com uma matriz predominantemente hidrelétrica, o Brasil tem um custo de geração 
relativamente baixo, o que historicamente favoreceu o uso de eletricidade para aquecimento. 
Ainda que as tarifas tenham aumentado nos últimos anos, principalmente por encargos e tributos, 
países como Alemanha e Japão continuam com preços finais mais altos para o consumidor residencial
Além disso, há uma questão regulatória. Em muitos países da Europa, a legislação sobre o uso de 
eletricidade em banheiros é extremamente rígida. Porém, o Reino Unido, por exemplo, usa o 
sistema apesar dessa rígida legislação. Embora o chuveiro elétrico seja associado 
quase que exclusivamente ao Brasil, ele também é encontrado em outros países tropicais ou 
com infraestrutura limitada. O Peru, por exemplo, é o maior importador mundial desses aparelhos. 
Outros países latino-americanos como Bolívia, Guatemala, Equador, Colômbia e 
México também utilizam o modelo. Nos últimos anos, empresas brasileiras como 
a Lorenzetti e a Fame começaram a vender mais chuveiros elétricos para países da África. 
Em muitos desses lugares, o chuveiro elétrico virou a única forma barata de ter banho quente. 
O principal mercado é o Quênia, que também ajuda a levar o produto para países vizinhos, como 
Uganda e Angola. Mesmo com alguns desafios, como costumes diferentes, crises políticas e 
cópias feitas na China, os chuveiros brasileiros estão se espalhando onde outras formas de aquecer 
a água são muito caras ou difíceis de instalar. A razão é a mesma: nesses países, o clima 
favorece, e a eletricidade é mais acessível do que o gás. Mas, ainda assim, em muitos 
desses locais o chuveiro elétrico não é padrão, e sim uma opção alternativa ou de nicho.
No Brasil, ele se tornou a norma. O “Brasil é o único país do mundo a utilizar chuveiro 
elétrico como padrão”. Essa exclusividade tem muito a ver com uma combinação de improviso 
e adaptação à realidade — uma espécie de “inovação na gambiarra” que acabou dando certo.
E isso tem muito a ver com o jeito brasileiro de viver. Então, como o chuveiro 
elétrico moldou a cultura do Brasil? é só sobre higiene, é sobre rotina, conforto e 
não tomar choque na hora de ligar o chuveiro. Isso porque, em instalações 
mais antigas ou mal feitas, o aterramento elétrico pode estar ausente ou 
mal conectado. Sem esse sistema de segurança, a corrente elétrica pode passar pela 
estrutura do chuveiro ou até pela água, causando aqueles “choquinhos” desconfortáveis. 
Então, subir no chinelo resolve o problema. E tem mais: em muitas casas, especialmente 
nas mais antigas ou de padrão mais simples, é comum evitar o uso simultâneo de dois chuveiros. 
Isso porque o consumo de energia de um único chuveiro já é alto, e o sistema elétrico da casa 
nem sempre suporta dois funcionando ao mesmo tempo. Quando isso acontece, o disjuntor desliga 
como medida de proteção e o banho é interrompido. Culturalmente, o banho quente virou símbolo de 
conforto para os brasileiros. Diferente de muitos países, onde o banho rápido com água morna é a 
regra, no Brasil o costume é tomar banho demorado, quente, às vezes até duas ou três vezes por dia 
— especialmente em dias de frio ou depois de um longo dia de trabalho. O chamado banho premium.
Só que o impacto do chuveiro elétrico vai além desse conforto. Ele influenciou diretamente 
a urbanização das cidades, já que não exigia grandes obras para instalação. Casas simples, em 
bairros recém-eletrificados, passaram a contar com água quente com um investimento mínimo. Isso 
não só popularizou o banho quente como também ajudou a transformar a relação do brasileiro 
com a higiene e a praticidade no dia a dia. O chuveiro elétrico é mais do que uma invenção 
funcional — ele é um retrato da criatividade brasileira diante da escassez. Francisco Canho, 
com uma solução simples e adaptada à realidade nacional, conseguiu resolver um problema 
comum da época com os recursos disponíveis. Uma inovação meio que “na gambiarra”, 
mas que causou uma revolução no Brasil. E hoje o brasileiro vive um dilema quase irônico: 
com a energia elétrica mais cara, muitos passaram a considerar os aquecedores a gás como alternativa 
mais eficiente e moderna. Bomba de pressurização, controle por aplicativo e integração com energia 
solar vêm ganhando espaço. Mas, ao mesmo tempo, o preço do gás de cozinha também vive aumentando, 
e isso afeta diretamente quem depende do gás no dia a dia. Quando o assunto é economia doméstica 
no Brasil, não existe muita solução, só adaptação. chamo de Algoritmo Humano e como você pode 
usá-lo pra levar um canal no YouTube de 0 a 100 mil inscritos, confere uma aula 
grátis no primeiro link da descrição, ou apontando a câmera do seu celular pro QR code 
que tá na tela antes que essa aula saia do ar. E pra entender como a gorjeta acabou 
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