COMO O MAIOR PARQUE DE DIVERSÕES DO BRASIL CHEGOU AO FIM?

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criminalística fazem vistoria no brinquedo do Play Center e o laudo sobre acidente que deixou oito feridos no parque Play Center aponta falha humana. Se você cresceu nos anos 80, 90 ou até mesmo nos anos 2000, é bem provável que já tenha ouvido falar ou chegou a ter a experiência e a emoção de entrar no maior parque de diversões do Brasil. Ola Center, localizado no coração de São Paulo, ele foi muito mais do que um simples parque. O Play Center foi um verdadeiro fenômeno nacional, atraindo excursões de todos os cantos do país e deixando uma marca eterna na memória de milhões de brasileiros. O parque fez um enorme sucesso desde a sua criação. Porém, muitos se perguntam o que aconteceu com Play Center, já que hoje ele não existe mais. Como um dos parques mais famosos do Brasil, referência em atrações radicais, chegou a ponto de fechar as suas portas. No ano de 2012, muitos foram pegos de surpresa com a notícia de que o play center encerraria suas atividades. Apesar de algumas dívidas, acidentes e polêmicas envolvendo o parque, não foram somente esses motivos que levaram ao fim do play center. Então, o que de fato aconteceu para que o maior parque do Brasil fechasse suas portas para sempre? É isso que iremos descobrir. Tudo começou no dia 27 de julho de 1973, data que marcou a inauguração de um dos parques de diversões mais icônicos do Brasil, o Play Center. Por trás desse sonho estava Marcelo Goodgass, o empresário visionário nascido na Bolívia, mas com uma trajetória marcada por viagens e mudanças. Filho de uma família polonesa que emigrou para a América do Sul, fugindo das consequências da Segunda Guerra, Marcelo cresceu entre a Bolívia e a Argentina, até que finalmente se estabeleceu no Brasil. Já em solo brasileiro, Marcelo se formou em engenharia eletrônica pela Universidade Maquense em São Paulo. Porém, ao invés de seguir um caminho tradicional na engenharia, ele decidiu apostar em um mercado que ainda era praticamente desconhecido por aqui, o da Juk Boxes. Na época, as Juk Boxes não eram populares no Brasil, então, Marcelo começou a fabricar suas próprias máquinas para vender e alugar. O negócio foi ganhando força e logo ele expandiu para algo ainda mais inovador, as máquinas de pinball que passaram a ser instaladas em bares. O sucesso foi estrondoso. Em pouco tempo, o Marcelo já havia alugado mais de 2.000 máquinas espalhadas por todo o Brasil. Essa experiência o levou a abrir seu próprio fliperama, apostando também nos jogos de arcade que ainda estavam em fase inicial no país. Foi nesse momento de ascensão que a sorte bateu à porta de Marcelo. Um amigo italiano o convidou para visitar um parque de diversões na Itália e essa viagem mudaria tudo. Durante a visita, o proprietário do parque italiano propôs uma parceria inédita, em que ele enviaria alguns brinquedos para o Brasil e Marcelo se encarregaria de construir o seu próprio parque de diversões por aqui. Empolgado com a ideia, Marcelo vendeu seu negócio de fliperamas e começou a buscar um espaço para dar vida ao seu novo projeto. Foi então que se lembrou de um antigo amigo, o empresário Ricardo Amaral, que possuía um terreno de cerca de 5.000 1 m qu em São Paulo, onde havia apenas um grande topogã inaugurado em 1971. Marcelo propôs transformar aquele terreno em algo muito maior. Inicialmente, o parque teria apenas o tobogã, uma montanha russa metálica vinda da Itália chamada Superjet, além de tendas com brincadeiras e barracas de comida. Curiosamente, o nome play center era até então apenas o nome do tobogan. O parque foi um sucesso imediato. No dia da inauguração, centenas de pessoas formaram filas gigantescas para experimentar a primeira montanha russa metálica do Brasil. A demanda foi tanta que o parque precisou funcionar por 24 horas seguidas para atender todos os visitantes. Com o crescimento do público, Marcelo percebeu que precisava de mais espaço. Logo ele comprou a marca Play Center e o tobogã de Ricardo Amaral e alugou um novo terreno com 30.000 1000 m² na região da Barrafa, bem em frente à Marginal Tiet. Foi nesse novo espaço que em 1973 nasceu oficialmente o Place Center como o Brasil inteiro viria a conhecer. Um parque moderno, grandioso e que logo se tornaria referência no país. Do anos depois, em 1975, o parque lançou o famoso passaporte da alegria, o ingresso promocional que dava acesso a várias atrações por um valor fixo. Uma ideia simples, mas revolucionária, que tornava o parque ainda mais acessível e popular entre as famílias. Inspirado nos grandes parques dos Estados Unidos e da Europa, o Place Center foi o primeiro parque de diversões de grande porte em São Paulo. Seu sucesso foi meteórico, chegando a receber mais de 1.600.000 visitantes por ano. Nos anos seguintes, o parque se transformou em referência nacional, trazendo atrações inéditas e brinquedos cada vez mais modernos e radicais. À medida que novas atrações surgiam, o espaço também crescia e com ele o sonho de Marcelo Gutglass se tornava realidade, um parque que marcou a infância e a juventude de milhões de brasileiros por décadas. E por falar em [Música] Mesmo fazendo um enorme sucesso, o Place Center não se acomodou. Para manter o público sempre interessado, o parque começou a apostar em eventos grandiosos e temáticos, muitos deles totalmente inovadores para a época. Um dos primeiros grandes marcos foi o evento temático do King Kong, inspirado no sucesso do filme. Marcelo Goodgass conseguiu inclusive alugar diretamente com a Universal um boneco gigante do gorila que se tornou a grande atração do mês. O resultado disso tudo foi a lotação do parque com milhares de visitantes. Nessa época, o parque já havia crescido bastante e oferecia diversas atrações. O funcionamento era dividido por temporadas. Nos meses de baixa temporada, de janeiro a junho, o parque era aberto de quinta a domingo, sendo que as quintas e sextas eram reservadas exclusivamente para escolas e excursões. Já nos meses de alta temporada, de julho a dezembro, o parque operava de terça a domingo com mais de 44 atrações em funcionamento, incluindo brinquedos radicais como Looping Star, o Turbo Drop e o Double Shock. Quem cresceu em São Paulo ou nas cidades vizinha nos anos 90, com certeza aguarda na memória os passeios escolares ao P Center, considerado um verdadeiro ritual para muitos alunos. Contudo, o evento que realmente se tornou a marca registrada do parque foi a Iicônica Noite do Terror, lançada em 1988. A ideia partiu do próprio Marcelo, que queria algo inédito no Brasil. O evento realizado à noite com personagens assustadores espalhados pelo parque virou um fenômeno e se transformou em uma das atrações mais aguardadas do ano. O player já era naquele ponto o maior parque de diversões do Brasil e foi justamente nesse conceito de fama que surgiu um dos episódios mais curiosos da história do parque, a vida secreta de Michael Jackson em 1993. Na ocasião, a equipe do Astro entrou em contato com Marcelo, dizendo que Michael queria visitar o parque, mas com duas condições bem específicas. A primeira era que o parque deveria estar fechado ao público no momento da visita e a segunda era que a mídia não poderia divulgar a visita antecipadamente para evitar tumultos. Marcelo chegou a concordar e atender o pedido da equipe de Michael. Entretanto, por trás, ele acabou fazendo um acordo com a TV Globo. No acordo, Marcelo autorizou que a emissora divulgasse a visita de Michael Jackson, com a condição de que a notícia fosse divulgada somente no Jornal Nacional e que o nome play center fosse citado. Antes mesmo do cantor chegar ao parque, a equipe da Globo instalou diversas câmeras escondidas para registrar sua passagem pelos brinquedos. Segundo o próprio Marcelo, essa ação rendeu a maior publicidade da história do parque, com a notícia sendo repercutida em veículos internacionais. Mas o Placenter não parou por aí e continuou apostando em eventos e atrações de impacto para manter o público sempre animado. Dentre as atrações que fizeram show no parque, algumas se destacam, como o show do Bzo, da banda Menudos e do cantor Roberto Carlos. Mas diversos outros nomes populares na época tiveram a chance de se apresentar no play center. Sempre que havia apresentações ao vivo, o número de visitantes aumentava consideravelmente. Não podemos deixar de citar as atrações clássicas do parque que marcaram gerações, como a Superjet, que foi a primeira montanha russa do parque, Labamba, um disco giratório que deixava todo mundo tonto de tanto girar, Amonga, uma atração assustadora sobre uma mulher que se transformava em uma fera. O famoso castelo dos horrores, que era uma das atrações mais disputadas durante a noite do terror. O Turbo Drop, um elevador que despencava do nada a montanha russa Lupen Star, além de outros brinquedos como bumerang, Cataclisma, Splash, Kamikazi e Evolution. Com tamanho sucesso, Marcelo decidiu expandir a marca Play Center para outras regiões. E assim nasceu em 1981 a Playland, inicialmente instalada no Barra Shopping no Rio de Janeiro. A proposta era levar a magia do play center para shopping centers, com atrações menores como videogames, simuladores e brinquedos mecânicos. A ideia deu tão certo que a Playland se espalhou por diversas cidades e ainda existe até hoje. Outra expansão aconteceu em 1994 com a abertura de um play center no estado de Pernambuco. No entanto, em 2002, por conta de dívidas, o parque foi vendido a um grupo italiano em sociedade com o grupo Peixoto. A unidade foi renomeada como Mirabilândia. O parque estava localizado em uma área do centro de convenções de Pernambuco, de propriedade da empresa de turismo de Pernambuco em Petur. Entretanto, após mais de 20 anos, em fevereiro de 2025, o Mirabilândia, parque que marcou a infância e a juventude de muitos, teve suas atividades encerradas por conta do fim do contrato de aluguel do terreno. Mas voltando à história, mesmo após expandir seus negócios, Marcelo ainda tinha o objetivo de criar um parque ainda maior e temático, nos moldes dos grandes parques internacionais. Com essa visão, ele começou a buscar novos parceiros. Foi então que em 1986 o grupo Play Center anunciou a construção de um novo parque de diversões. [Música] No ano de 96, o grupo Play Center anunciou a construção de um novo parque de diversões no município de Vinhedo, a cerca de 70 km de São Paulo, às margens da rodovia dos Bandeirantes. A ideia inicial era criar o Play Center Greit Adventury, um parque com conceito totalmente inovador para os padrões brasileiros. O novo parque teria áreas temáticas, atrações mais radicais, experiências imersivas e também espaços voltados para toda a família. A inspiração vinha diretamente dos grandes parques internacionais, como os da Disney e da Universal. No entanto, para tirar o projeto do papel, seria necessário um investimento muito alto. Por isso, Marcelo fez uma parceria com a empresa GP Investments, que entraria como sócia no desenvolvimento do parque. A expectativa era que um novo parque fosse inaugurado em 98. No entanto, o que parecia promissor logo começou a desandar. Durante a construção, os custos ultrapassaram em muito o orçamento inicial. Diversos problemas com licenças ambientais, embargos na obra e a complexidade logística de manter cerca de 3.000 funcionários no projeto fizeram com que os gastos saíssem do controle. À medida que as dívidas aumentavam, Marcelo foi se afastando do projeto. Ele não sabia como iria conseguir bancar a finalização da obra. E o pior disso tudo é que as dificuldades começaram a se refletir no play center original, que também passou a enfrentar sérios problemas financeiros. Com menos verba para manutenção e investimentos, o parque passou por um período ruim, com queda no público, brinquedos fechados e até uma aparência de abandono. E como se isso não bastasse, o Brasil enfrentava naquela mesma época uma grave crise econômica com a desvalorização do real. foi o golpe final para o projeto original de Marcelo. Com a saída dele, a GP Investments assumiu totalmente a construção que foi finalmente concluída em 99, dando origem ao novo parque, o Hope Harry, que existe até hoje. Com uma proposta moderna e totalmente tematizada, o Hope Harry nasceu como um concorrente direto do Play Center e hoje é considerado um dos maiores parques da América Latina. Entretanto, sua inauguração não foi um sucesso imediato. O parque ficava mais afastado da cidade de São Paulo e o valor dos ingressos era mais alto, o que dificultava o acesso para boa parte do público, especialmente excursões escolares, que eram a base do sucesso do Play Center. Curiosamente, em 1997, antes mesmo da inauguração do Hope Harry, a clássica roda gigante do Play Center foi vendida para um novo parque, onde está instalada até hoje. Enquanto isso, o Play Center seguia em crise. Mas surpreendentemente a história ainda aguardava uma reviravolta. Em 2008, Marcelo voltou a investir pesado no parque. Ele iniciou uma reforma geral com foque em melhorar os serviços, renovar atrações e modernizar as experiências. A estratégia incluiu também corte de custos, aumento da programação de eventos especiais e uma mudança no público alvo. Antes focado majoritariamente em crianças e adolescentes, o parque passou a mirar a família como um todo. Novos brinquedos foram adquiridos e cerca de R$ 5 milhões de reais foram investidos na revitalização da estrutura. O resultado foi imediato, uma vez que o público voltou a crescer e o P Center parecia estar vivendo um novo auge. Mais moderno, mais estruturado e novamente popular, o parque recuperou o posto de maior pack de diversões do Brasil, ao menos por um tempo. No entanto, o sucesso duraria pouco. Mesmo com o novo fôlego, o Hopari já havia se consolidado como destino favorito das excursões escolares e das famílias que buscavam experiência diferente e mais imersiva. E com o tempo, o place center voltou a perder espaço. O brilho de seus dias de glória começava a se apagar e o fim estava cada vez mais próximo. Se você já [Música] Apesar da retomada e do sucesso momentâneo, o Play Center entrou em um novo período sombrio. Além das dificuldades financeiras, o parque passou a enfrentar um outro desafio, os acidentes e com eles a desconfiança do público. Foram vários episódios, mas os mais marcantes ocorreram entre 2010 e 2011, deixando cicatrizes profundas na imagem do parque. Em 2010, um dos brinquedos mais icônicos à montanha russa Lupinstar se envolveu em um grave acidente. Dois carrinhos colidiram no final do percurso, causando o impacto que levou algumas pessoas a baterem a cabeça na estrutura metálica. Cerca de 15 pessoas ficaram feridas, sendo que três tiveram lesões mais sérias, como fraturas no nariz, maxilar e clavícula. A assessoria do parque informou que a maioria teve apenas ferimentos leves, mas o estrago na imagem já estava feito. No ano seguinte, em abril de 2011, o pesadelo se repetiu. Durante uma das voltas iniciais do brinquedo Double Shock, uma trava de segurança se soltou. O resultado foi assustador. Oito pessoas caíram de uma altura de cerca de 7 m. Três delas precisaram ser internadas na UTI e uma passou por cirurgia. Outras vítimas sofreram fraturas nos braços e nas pernas. Esses acidentes geraram repercussão intensa na mídia. O estrago na reputação do parque foi irreversível. O público começou a evitar o play center, temendo por sua segurança. Entretanto, os acidentes foram apenas parte de um problema muito maior. O parque já tinha acumulado dívidas altíssimas agravadas pela queda na frequência dos visitantes. A manutenção dos brinquedos era cara, exigia peças importadas e mão de obra especializada. Outro agravante era o aumento do dólar. Nos anos 90, a importação de brinquedos era relativamente acessível, mas com o tempo ficou muito mais caro trazer equipamentos do exterior, dificultando a renovação do parque. Além disso, o aluguel do terreno era altíssimo e comprar o espaço que havia se valorizado justamente por conta do parque era inviável. Lá no início, quando decidiu abrir o Play Center naquele local, Marcelo teve a chance de comprar o terreno, mas na época todos os seus recursos estavam sendo investidos na compra dos brinquedos. A escolha foi pelo aluguel. Décadas depois, esse detalhe se tornaria um dos fatores determinantes para o fim. Com o local valorizado, o dono do terreno vendeu espaço para outra pessoa e Marcelo simplesmente não tinha como competir financeiramente. O cenário não dava mais margem para reações. Em julho de 2012, o anúncio que ninguém queria ouvir finalmente chegou. O play center iria encerrar suas atividades. O parque foi oficialmente fechado no dia 29 de julho de 2012. O terreno foi adquirido por um novo proprietário e hoje abriga prédios residenciais, comerciais, empresas e estacionamentos. Alguns dos brinquedos do Play Center ganharam um novo destino, como Splash, o barco Viking que foram levados para um animalia parque. A montanha russa Colossos foi vendida para um parque nos Estados Unidos e depois revendida para um parque na Alemanha. Já o Frog Hopper o Firep foram adquiridos pelo Parque da Criança em São Bernardo do Campo. Em meio à tristeza do fechamento, uma notícia reacendeu a esperança dos fãs. Em 2013, o Play Center anunciou a ideia de criar um novo parque, agora com foco no público infantil, com atrações mais educativas e interativas. O projeto até saiu do papel, mas em um formato bem mais modesto e em outro local. Em 2018 foi inaugurado o Play Center Family, uma transformação da antiga Playland do Shopping Aricanduva em São Paulo. O novo espaço conta com atrações mecânicas, videogames, simuladores e um teatro. Apesar de menor, o novo parque foi um sucesso. Já em fevereiro de 2024, a Cacau Show comprou o grupo Play Center. Essa aquisição marcou a entrada da Cacau Show no ramo de parques e entretenimento, além de impulsionar o projeto de um novo parque temático, o Cacau Park. O grupo Play Center operava as marcas Playland e Play Center Family. Entre os planos da Cacau Show está a criação de um parque temático próprio, o Cacau Park, que promete ser o maior da América Latina, com previsão de inauguração em 2027. Muitos ainda sonham com o retorno do Play Center. Hoje o parque já não existe mais. Contudo, ele segue vivo na memória de gerações inteiras. O playenter pode ter fechado suas portas, mas nunca saiu da memória de quem teve o privilégio de passar por lá. Agora me diz, você gostava do play center? Gostaria que o parque fizesse um retorno? Deixa aí nos comentários a sua opinião e não esqueça de curtir o vídeo e se inscrever no canal para apoiar nosso trabalho. E lembre-se de baixar o aplicativo da Nômade para abrir sua conta internacional. Acesse o primeiro link na descrição ou aponte a câmera do seu celular para o QR code aqui na tela. 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