O FIM DOS REATORES NUCLEARES? | Empresa Dinamarquesa REVOLUCIONA Com REATOR DE TÓRIO

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Imagine uma tecnologia que pode gerar energia limpa, segura e barata e quase infinita. Um tipo de reator nuclear que não precisa de pressão, não explode e não exige operadores humanos no local e ainda transforma o lixo radioativo em combustível. Até parece ficção científica, pois saiba que esse reator existe e já foi testado nos anos da década de 60. Estamos falando do reator de sal fundido alimentado com Tório, uma tecnologia que foi esquecida principalmente por interesses políticos e agora está ressurgindo por uma empresa da Dinamarca, a Copenhagen Tomics. E aqui vai a parte mais incrível. O Brasil está simplesmente sentado em cima de uma das maiores reservas de Tório do mundo, um tesouro energético que continua simplesmente intocado. Enquanto isso, outros países estão correndo para liderar essa corrida energética silenciosa. A grande pergunta é: vamos continuar assistindo longe ou vamos reivindicar nosso lugar nessa grande revolução energética? Fala galera, eu sou Jandir Andrade, autor no canal Papo de Energia e hoje nós vamos falar sobre um assunto muito interessante. Será esse o fim dos reatores nucleares convencionais? Antes de mais nada, já se inscreve aqui no canal e dá o like nesse vídeo para não perder nenhum conteúdo. Tório, por si só não é um combustível pronto para gerar energia, ele precisa ser ativado. Mas aqui entra um super poder do Tório pouco conhecido. Ele pode se transformar em um combustível nuclear altamente eficiente. Funciona mais ou menos assim. O tóo 232, quando exposto a uma pequena quantidade de urânio 235 ou plutônio 239, absorve um nêutron e se transforma em tório 233. E esse, por sua vez, sofre uma reação natural e se converte em urânio 233, um material altamente difícil, ou seja, ele é capaz de sustentar uma reação nuclear em cadeia de forma eficiente e controlada. E o que são esses elementos ativadores? Uran 235 é o mesmo material usado como combustível para praticamente todos os reatores nucleares comerciais do mundo. Infelizmente também foi usado nas bombas de Hiroshim Nagasaki. Já o Plutôio 239 é um subproduto da reação nuclear convencional e também, infelizmente, foi já utilizado para bombas atômicas. Mas acontece que no caso do tório, essas substâncias não são o combustível principal, elas são basicamente a faísca inicial. E a partir desse processo, tório assume todo o controle. E aqui que está a grande virada. Cada reação com urânio 233 gera mais nêutrons do que ele consome para realizar essa reação e permite transformar ainda mais tóreo em combustível. Mas aqui vai a grande questão. Tudo isso acontece em um ambiente completamente diferente das usinas nucleares convencionais. Em vez tradicionais barras sólidas de urânio ou pastilhas de cerâmica, os reatores da Copenhagen Atomics utilizam um combustível totalmente líquido e ele é dissolvido em uma mistura de sais especiais chamada Flinc, que basicamente combina lítio, sódio e potássio. E esses elementos não foram escolhidos para essa reação por acaso. O lítio, obviamente, um dos materiais mais utilizados no mundo para criação e utilização em baterias, ajuda a manter a estabilidade térmica da mistura. Já o sódio, também utilizado em reatores rápidos e sistemas de resfriamento industrial, aumenta a condutividade térmica. O potássio, que é muito comum na indústria de fertilizantes, contribui para manter ponto de fusão dos sais, permitindo que eles fiquem líquidos a mais de 700ºC. Essa mistura é aquecida a temperaturas semelhantes à lava vulcânica e circula dentro do reator como um rio incandescente de energia. Ela não apenas carrega o combustível, mas também funciona como um sistema de resfriamento, substituindo completamente água pressurizada dos reatores convencionais. E aqui está a grande questão do negócio. Como o combustível está dissolvido no sal, os resíduos radioativos podem ser removidos durante o funcionamento do reator em um processo químico contínuo. Isso mantém o sistema limpo, estável e altamente eficiente, sem precisar desligar para manutenções. Além disso, o sal fundido é quimicamente inerte em relação ao ar e à água. Se houver qualquer vazamento, ele simplesmente esfria e se solidifica, encapsulando a radioatividade no próprio material sólido. Ou seja, nada de explosões e nada de colapsos térmicos torna esse procedimento quimicamente muito mais seguro. Os cientistas afirmam que esse design não é apenas engenhoso, mas ele é uma revolução em segurança e ele ainda vai além com um sistema que basicamente se protege sozinho caso tenha alguma falha inesperada. Toda vez que nós falamos em energia nuclear, obviamente nós pensamos em catástrofes que já ocorreram, infelizmente, durante processos e utilização de tecnologia nuclear. Esses são basicamente fantasmas que pairam e com grandes motivos sobre qualquer debate energético sobre energia nuclear. Mas acontece que nos reatores de tório com sal fundido, esse tipo de acidente simplesmente não pode acontecer. E o segredo está em um componente muito simples, mas também muito genial. O plug congelado. Imagina a seguinte situação. Na base do reator existe um pequeno trecho do encanamento feito com o mesmo sal fundido que circula no reator, só que mantido solidificado com refrigeração constante. Esse plug de sal sólido funciona como se fosse uma rolha natural. Enquanto a temperatura está sob controle, ele fica ali segurando tudo. Mas se porventura a temperatura subir demais, seja por falha elétrica, desligamento geral ou qualquer outro imprevisto que possa acontecer, esse plug simplesmente derrete e depois disso o combustível basicamente escorre por gravidade para um tanque de contenção já preparado para isso, onde ele vai se espalhar e resfriar interrompendo a reação nuclear. Esse conceito é chamado de walk away safe, que é basicamente traduzido como seguro até se você for embora. Mesmo que tenha algum problema ou reator pare de funcionar por algum motivo, ele mesmo se desliga por conta própria, interrompendo o processo. Como o sistema opera em pressão atmosférica, não existem riscos de acumulação de vapor e também nem explosões como as que acontecem em reatores tradicionais movidos a água pressurizada. Isso elimina na raiz as catástrofes que a grande parte das pessoas temem. Mas apesar de ser extremamente seguro do ponto de vista operacional, os reatores deitório com sal fundido tem um detalhe técnico que exige respeito absoluto à radiação gama emitida durante a produção do urânio 233. No processo de conversão do tóo em combustível, uma pequena fração do material acaba se tornando urânio 232, um isótopo que emite radiação gama de alta energia. Essa radiação é tão penetrante que consegue atravessar até vários centímetros de chumbo. Por isso, obviamente, esses reatores não podem ser acessados por humanos durante a sua operação, pois esse nível de radiação ele é invisível e silencioso e absolutamente letal se não for contido com rigor extremo. Mas então, qual é a solução que a Copenhagen Atomics toma, sabendo desse risco potencial, blindagem total e automação completa? Cada reator Copenhagen Atomics será lacrado em um contêiner de aço com 20 polegadas de espessura pesando mais de 1000 toneladas. Esses contêiners não são abertos nem para manutenção. Eles serão montados em sessões de 40 toneladas, soldados no local com uso de robôs e guindastes controlados remotamente. Todo o processo é feito à distância e de forma automatizada. Além disso, o plano da empresa é reunir 25 reatores dentro de um único galpão, criando verdadeiras baterias nucleares modulares, todas isoladas por camadas de aço, concreto e sensores de monitoramento. O resultado disso é um sistema que protege operadores e também evita qualquer exposição ao público externo. E, é claro, ainda torna inviável o uso deste tipo de equipamento em armas nucleares. Por exemplo, esse reator é pensado não somente para ser seguro, mas também para que não possa ser utilizado para fins errados. Por décadas, o calcanhar de aquiles de reatores nucleares foi sempre o mesmo, o lixo produzido por eles. Resíduos radioativos produzidos podem ser perigosos por dezenas de milhares de anos. São basicamente substâncias que ninguém quer por perto, custam milhões para armazenar e, é claro, carregam toda uma reputação que faz justo ao seu nome. Mas a grande questão do reator deitório é que ele faz justamente o oposto disso. Eles não só produzem menos lixo, mas também conseguem queimar o lixo deixado por gerações anteriores. E isso é muito interessante. Enquanto os reatores tradicionais movidos ao urânio 235 geram subprodutos como o plutônio e outros elementos pesados que precisam ser enterrados por milhares de anos, os reatores de sal fundido produzido contório produzem resíduos que se estabilizam em algumas centenas de anos. É claro que isso ainda é radioativo, mas a grande questão é que esses reatores podem utilizar esse lixo como recurso, pois eles podem servir para iniciar o ciclo de produção de energia com o tório. É como se fosse pegar os erros do passado, os rejeitos, os excessos, os materiais perigosos que ninguém queria utilizar e os colocasse para trabalhar ao nosso favor. A Copenhagen Atomics já planeja isso desde o início. Cada reator capaz de utilizar uma fração de resíduos nucleares já existentes como combustível de partida, que antes era um grande problema, acaba se tornando parte da solução. O Brasil, por sua vez, tem depósitos grandes de lixo radioativo, resultado de décadas de operação em Angra, por exemplo. E se esses jeitos pudessem utilizar para virar calor, eletricidade, até mesmo desenvolvimento, isso será algo muito interessante. O modelo de negócio da Copiar em Atomics funciona basicamente da seguinte forma. O cliente aluga esse reator nuclear. Copiar em Atonix se encarrega de transportar, instalar, operar e monitorar esse reator remotamente. E ao fim do contrato, normalmente em torno de 5 anos, segundo informações deles, leva esse reator embora ou renova o contrato. E você deve estar se perguntando qual a capacidade de geração de energia desse reator? O reator nuclear de Tó projetado para operar com uma potência térmica de 8 a 10 MW por unidade, o suficiente para atender, por exemplo, uma pequena planta industrial 24 horas por dia. O sistema de conversão elétrica gerar de 2 a 3 MW elétricos, abastecendo cerca de 2 a 3.000 residências continuamente. Como o sistema é completamente modular, se você precisar de mais energia, basta adicionar novos contêiners um ao lado do outro. É como se fosse jogar Lego. Quanto custa essa energia da Copenhagen Atomics? Com produção escala, a Copenhag Atomics afirma que será possível reduzir o custo paraa fabricação dos reatores nucleares, chegando entre 20 a 40 por MWh. Para você ter uma ideia, o custo médio da energia nuclear hoje gira em torno de $1 por MWh. Isso significa que ele seria mais barato do que o gás natural e muito mais estável do que a energia eólica. Por exemplo, a Copenhaga Atomics planeja fabricar um reator em linha de montagem por dia, como se fosse basicamente um produto eletrônico. Isso reduz custos, acelera a produção e obviamente reduz obras que encarecem a energia nuclear. A Copianag Atomics já tem seu primeiro cliente na Indonésia, onde eles vão usar reatores nucleares para produzir hidrogênio ou amônia verde, substituindo processos que hoje queimam carvão e gás. É o tipo de processo que o Brasil também poderia ter com muito mais disponível. Se isso tudo parece futurista demais, talvez você queira saber que a China já tem isso em prática, onde ela ligou o seu primeiro reator experimental com sal fundido. Em 2024, a China fez o que ninguém mais havia conseguido. Colocou em operação um reator nuclear de sal fundido com tóreo e urânio. Foram 10 dias de funcionamento estável, sendo o marco histórico para o setor nuclear. E em 2025 eles surpreenderam mais uma vez, reabastecendo o reator sem desligá-lo, o que é algo inédito. Ainda existem grandes barreiras paraa implementação dessa tecnologia. E a primeira delas é a engenharia extrema. Esses reatores operam com sais escondidos a mais de 700ºC, como trabalhar com lava em movimento constante. Mas não é só o calor que desafia os materiais, também corrosão química dos sais, o bombardeamento constante de nêutrons e exposição à radiação gama intensa que afeta até mesmo o aço. Tudo dentro do reator nuclear precisa funcionar sem nenhuma falha durante 5 anos consecutivos sem que ninguém possa entrar para fazer nenhum tipo de conserto. Não existe nenhum tipo de margem de euro. Basicamente, se um tubo trinca, se uma bomba emperra ou se o sensor falha, o sistema inteiro precisa ser substituído. Por isso, empresas como a Copiag Atomics estão desenvolvendo tecnologias como ligas metálicas exclusivas, resistentes à corrosão e radiação, bombas magnéticas que levitam suas peças internas para evitar atrito e desgaste e circuitos em teste com o sal que já comentei que envolve líquido, sódio e potássio. E ali disso, é claro, existe o desafio da regulamentação. Para conseguir a licença para operar um reator como esses pode levar muitos anos. A Copenhag Atomics vai iniciar seus testes na Suíça em 2026. Serão 30 dias operando em apenas 1% do potencial total, apenas para validar os modelos de simulação. E só depois de mais 4 anos de experimentos que eles pretendem começar a transferir o urânio 233 da camada externa para o núcleo, sendo esse o passo final rumo à autossuficiência desse projeto. Sem dúvida, é um projeto muito desafiador, que desafia a engenharia de forma geral. É um projeto que envolve muitos riscos quando se fala de energia nuclear, mas como nós vimos, esse componente especificamente, ele possui algumas características que o tornam muito mais seguros do que outras iniciativas de energia nuclear. Isso torna esse projeto muito mais promissor, mas é claro que precisa ser validado e comprovado, principalmente em produção em grande escala para que realmente se torne algo viável e que possa ser utilizado amplamente ao redor de todo mundo. Eu queria saber se você já tinha ouvido falar sobre os reatores de Tório. Comenta aqui embaixo, não deixa de dar um like nesse vídeo. Um abraço e te vejo no próximo vídeo. [Música] [Música] [Música]

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