Por que as folhas são verdes? (Parte 1) | Minuto da Terra
0Você provavelmente aprendeu que as folhas
são verdes porque são cheias de uma molécula verde
chamada clorofila — é o porquê de as plantas serem
verdes, desde o verde-musgo até o verde-grama e o verde-folha. E o motivo de a clorofila
ser tão popular — aparecendo em quase todas as plantas da Terra — é que ela
é boa em absorver a luz solar. Quanto mais luz uma planta recebe, mais energia ela tem
para produzir açúcares e para gerar flores e frutos e pra fazer todas as outras
coisas que uma planta faz. Mas peraí: o fato de a clorofila ser verde
não significa que, na verdade, ela não é boa em absorver a luz verde? Quer dizer, a luz do sol é composta
por todas as cores do arco-íris, cada uma com
seu comprimento de onda, e as cores que vemos
quando olhamos para a folha são as ondas que a folha não está absorvendo — isto é, as que são
refletidas pela folha e chegam aos nossos olhos. A clorofila é boa em absorver vermelhos e
azuis, mas se fosse tão boa assim, não deveria absorver todas as cores da luz, inclusive verde, nos
dando um mundo cheio de musgo, grama e folhas pretas? Então por que as folhas não são pretas?
E já que, pelo visto, elas não têm que ser pretas,
o que as impede de serem vermelhas ou azuis? Será
o verde a cor favorita da Natureza, ou há algo de especial nesses
comprimentos de onda? A resposta curta é que
não sabemos ao certo. Alguns cientistas especulam que é por acaso
que as plantas hoje são verdes. Há muito tempo, os oceanos da Terra eram cheios de organismos
unicelulares roxos chamados archaea. Sendo roxos, eles absorviam a luz verde e deixavam o vermelho
e azul atravessarem-nos. A teoria é que essa luz “não-verde” era a única fonte de energia
solar nas águas profundas, daí as bactérias de
lá ficaram muito boas em absorver tudo,
menos verde. E a molécula que fez essa absorção? Clorofila! Talvez. Depois de muito tempo, o que sabemos é que
a clorofila, tão desprezível quanto sua falha em absorver
a luz verde, pode ter mostrado alguma vantagem bioquímica
sobre a competição com o roxo. E talvez com o resultado dessa rivalidade biológica
antiga, as plantas do mundo de hoje são verdes, e não roxas ou vermelhas ou azuis. É claro, você deve se perguntar por que
as plantas não desenvolveram folhas pretas depois de
emergir das profundezas. Quer dizer, elas mudaram
um monte de outras coisas ao passar de bactéria às
magníficas sequóias! Bem, talvez a natureza não seja
perfeita, e a vida não precise do preto “infalível” para sobreviver – só o
“bom e velho” verde. Ou talvez as plantas foram ainda mais
espertas e transformaram a fraqueza da clorofila
em uma virtude? Mas essa história fica pra depois…