O que está Acontecendo com a BAHIA?!

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Em 2025, um número assusta: 1.018 
pessoas foram assassinadas na Bahia em apenas três meses. Mas esse dado, por 
si só, não conta nem metade da história. Enquanto o Brasil discute segurança pública, 
um território inteiro parece escapar pelas mãos do próprio Estado. Facções armadas 
impõem leis, julgam crimes e oferecem proteção onde o governo falhou.
Mas isso não começou agora. Por décadas, a Bahia foi ignorando os sinais 
de colapso: número de homicídios crescendo, chacinas, operações policiais brutais e um 
modelo falido que continua sendo repetido. A guerra às drogas, o encarceramento em massa 
e a precarização da vida criaram o terreno ideal para o avanço do crime organizado. 
Agora, há bairros onde sair de casa depende da autorização de criminosos — e comunidades 
onde até a justiça é aplicada por traficantes. Mas o que levou a Bahia a esse ponto? Como 
um estado chegou a ser comparado com zonas de narcoestado? E o que ainda pode ser feito antes 
que esse modelo se espalhe pelo resto do Brasil? Antes de responder, precisamos entender como tudo 
começou — e por que ninguém conseguiu impedir. A crise de segurança pública que hoje 
domina a Bahia não começou de uma hora para outra. Ela é resultado de um longo 
processo, construído por décadas e com sinais de alerta que foram sendo ignorados.
Entre 1981 e 2021, o número de homicídios na Bahia cresceu 1.393%. Esse salto assustador 
colocou o estado na liderança de um ranking que, infelizmente, ninguém gostaria de 
encabeçar: o da violência letal no Brasil. Em 2023, a Bahia registrou 6.578 mortes violentas 
intencionais, ou MVI, com uma taxa de 46,5 por 100 mil habitantes. Essa é uma das mais altas 
do país — mais que o dobro da média nacional, que ficou em 22,8 por 100 mil.
Ao lado do avanço dos homicídios, cresceu também outro fenômeno: a letalidade 
policial. Só em 2023, 1.699 pessoas morreram em ações policiais no estado, o maior número entre 
todas as unidades da federação. Isso coloca a Bahia no topo da violência institucionalizada, 
com uma taxa de 12 mortes por 100 mil habitantes causadas por agentes do Estado.
Essa escalada vem de longe. Em 2022, a Bahia já havia ultrapassado o Rio de 
Janeiro como o estado com mais mortes por intervenções policiais. O dado, por si só, 
aponta para um modelo de segurança calcado no confronto — e não na prevenção ou inteligência.
Mas o que sustenta esse cenário vai muito além dos números. A Bahia está afundada num modelo 
estrutural de fracasso, baseado em três pilares principais: a guerra às drogas, o encarceramento 
em massa e a precarização do trabalho. São fatores que, combinados, criaram o terreno 
ideal para o avanço das facções criminosas. Ao longo dos últimos governos estaduais — 
independentemente do partido —, políticas públicas foram aplicadas sem planejamento 
estratégico, muitas vezes apenas como resposta a pressões momentâneas da opinião 
pública. Ainda em 2018, um relatório oficial já apontava o avanço das facções criminosas no 
estado, especialmente nas áreas periféricas. A previsão era clara, mas nada foi feito.
A explosão da violência na Bahia é reflexo de um modelo de segurança baseado no improviso 
e na dependência excessiva do Estado, sem espaço para soluções de mercado que 
poderiam complementar as ações oficiais. E enquanto o Estado falha e a iniciativa privada 
não consegue ocupar esse espaço, o impacto social se espalha. São famílias destruídas, comunidades 
inteiras marcadas pelo medo e territórios isolados do desenvolvimento econômico que 
poderiam transformar a realidade local. O que se vê, então, é a formação de um terreno 
fértil para a governança do medo. A ausência do Estado não gerou apenas insegurança: ela 
permitiu que outros poderes se estabelecessem nos territórios. Poderes que agora oferecem o que 
o governo falhou em garantir — proteção, renda, pertencimento e até uma forma própria de justiça.
Esse é o pano de fundo da crise. Mas tudo isso — o crescimento dos homicídios, 
a falência das políticas públicas e o avanço das facções — foi só o começo.
A pergunta agora não é mais como chegamos até aqui, mas sim: quem 
está no controle da Bahia hoje? Os números da violência na Bahia em 2025 mostram 
um estado que já perdeu o controle. Só nos três primeiros meses do ano, foram 1.018 homicídios 
dolosos registrados, número que mantém o estado na liderança nacional de mortes violentas.
Talvez o retrato mais claro do colapso esteja nas chacinas. Segundo o Instituto Fogo 
Cruzado, a operação em Fazenda Coutos, em março de 2025, foi a registrada em Salvador 
e Região Metropolitana desde 2022. Nessa ação específica, 12 pessoas morreram após um confronto 
que durou mais de 7 horas, suspendeu o transporte público e espalhou medo entre os moradores.
O Instituto Fogo Cruzado define chacina como qualquer evento em que três ou mais civis 
são mortos a tiros na mesma situação, independentemente da motivação, 
seja assalto, disputa entre grupos armados ou operação policial. Quando as mortes 
ocorrem durante ações das forças de segurança, são classificadas como chacinas policiais.
Ainda segundo os dados do Fogo Cruzado, 67% das chacinas envolvem policiais, e Salvador é a cidade 
com mais ocorrências do tipo em toda a Bahia. Desde 2022, foram registradas 63 chacinas na 
capital, sendo 46 em ações e operações policiais. O que agrava esse cenário é que as chacinas não 
são eventos isolados. Elas estão conectadas a uma disputa cada vez mais intensa por 
territórios — disputas entre facções criminosas e entre essas facções e o Estado.
A gente pode pensar que é positivo a polícia estar indo atrás dos criminosos e eliminando eles. Mas 
isso acaba resultando em outro grande problema, só em março de 2025 foram seis vítimas de balas 
perdidas em Salvador e região metropolitana, 3 sobreviveram e 3 morreram.
Hoje, 21 facções atuam na Bahia, segundo levantamento do Ministério da Justiça. 
Muitas delas nasceram como grupos locais, dissidentes de outras organizações. Com o tempo, 
passaram a ter apoio de redes maiores como o PCC e o Comando Vermelho, formando alianças 
para disputar o controle do tráfico e do poder em diferentes bairros e cidades.
Em muitos lugares, o crime organizado já substitui o Estado. Há bairros onde as 
facções controlam a entrada e saída de pessoas, cobram taxas de “segurança”, fazem julgamentos 
informais e até resolvem conflitos entre vizinhos. “Facções, como o Comando Vermelho 
e o PCC, impõem códigos de conduta, linguagem e até valores que oferecem aos jovens 
uma identidade, pertencimento e propósito, algo que o Estado não conseguiu fornecer de 
forma plena, especialmente nas periferias”. Em Salvador, bairros como Beiru/Tancredo 
Neves, Águas Claras e Fazenda Coutos são alguns dos mais afetados por esse domínio. 
Em janeiro de 2025, um triplo homicídio na Baixa de Quintas chamou atenção pelo nível 
de brutalidade: os jovens estavam esperando uma pizza quando foram surpreendidos por 
50 tiros disparados por um grupo armado. Nos bastidores, a rota de tráfico também ajuda a 
explicar a força dessas organizações. A Bahia tem uma posição estratégica, com portos e aeroportos 
que facilitam o escoamento de drogas para o exterior. Como explica o especialista Wilson 
Carneiro, o tráfico pelos mares e por rotas aéreas avança muito pela região Nordeste, que é 
estratégica para o escoamento de drogas, tanto para o mercado interno quanto para o exterior.
Além disso, muitas cidades do interior do estado não têm estrutura policial suficiente para 
enfrentar essas organizações. Faltam efetivo, equipamentos e presença constante do Estado. 
O investigador Sérgio Gomes resume bem: “É um sinal muito claro que o Estado não está 
conseguindo enfrentar o crime organizado e ele avança sobre o Brasil e avança rapidamente”.
Diante desse cenário, o governo estadual tem tentado reagir. Pressionado por episódios de 
grande repercussão e por críticas crescentes da população, houve uma troca na cúpula da 
segurança: o comandante-geral da Polícia Militar, o chefe do Corpo de Bombeiros e a delegada-geral 
da Polícia Civil foram substituídos. A Secretaria de Segurança Pública anunciou também 
uma operação chamada “Força Total”, que aposta no uso de reconhecimento facial, câmeras integradas e 
um sistema de inteligência unificada para combater o crime. Ainda assim, mesmo com uma leve redução 
de 10,4% nas mortes violentas em relação ao mesmo período do ano anterior, a Bahia continua 
no topo do ranking da violência (fonte 6). Enquanto isso, novas facções continuam surgindo. 
Só em 2024, o número de grupos organizados na região Nordeste subiu de 30 para 46, com a 
Bahia liderando com 21 organizações. Muitas dessas facções nascem dentro do sistema prisional 
ou a partir de dissidências de grupos maiores, aproveitando a falha do Estado para 
expandir suas áreas de influência. A fragilidade das políticas públicas de segurança, 
falta de oportunidades e baixa presença do poder público, cria o cenário perfeito para o domínio 
do crime. Em algumas regiões, moradores já não recorrem mais à polícia para resolver problemas 
— eles recorrem à facção que comanda o bairro. Essa situação tem um custo direto na vida das 
pessoas e na economia local. Não se trata apenas de estatísticas, mas de comunidades inteiras 
impossibilitadas de empreender e prosperar, vivendo sob medo constante. Moradores relatam 
toques de recolher impostos por facções, festas “autorizadas” por criminosos, e até 
resoluções de conflito que acontecem “no tribunal do tráfico” — como se houvesse uma nova estrutura 
de poder operando em paralelo ao Estado (fonte 9). Além da capital, a violência também se espalha 
pelo interior. Cidades como Jequié, Eunápolis e Simões Filho estão entre as mais letais do 
Brasil. Elas fazem parte de uma lista que mostra o avanço do crime em lugares onde, muitas vezes, a 
estrutura do Estado é frágil ou quase inexistente. Segundo Márcio Berti, da Anacrim, o que se vê 
é um Estado socialmente fraco, onde as facções ocupam os espaços deixados pelo poder público: 
“Elas oferecem o que o Estado nega: proteção, renda, pertencimento e até justiça”. Quando 
isso acontece, não estamos apenas falando de criminalidade — estamos falando da construção 
de um novo tipo de poder, que se impõe tanto pela força quanto pelo simbólico.
A Bahia, em 2025, mostra o retrato de um território em disputa. Não apenas entre 
o Estado e o crime, mas também entre diferentes formas de entender o que é justiça, segurança e 
autoridade. Quando grupos armados impõem regras, resolvem conflitos, oferecem dinheiro e 
exigem obediência, não estão só traficando drogas. Estão disputando o direito de governar.
Quando grupos armados passam a oferecer proteção, renda e até “justiça”, o que 
sobra para o Estado fazer? A Bahia vive hoje uma disputa silenciosa por poder 
— e o crime está ganhando terreno a cada dia. Mas e agora? Será que estamos 
diante do início de um narcoestado? E o que ainda pode ser feito para evitar que 
esse modelo se espalhe pelo resto do país? A situação que a Bahia vive hoje é o que 
acontece quando o Estado deixa de cumprir sua função básica de garantir segurança 
e abre espaço para poderes paralelos. Os especialistas são unânimes em apontar 
que este cenário de descontrole não é uma fatalidade inevitável — é o resultado direto de 
escolhas políticas equivocadas e de um modelo de segurança pública que insiste em soluções 
estatais que já provaram seu fracasso. A comparação com outros países não é 
exagerada. A Bahia já mostra sinais de um fenômeno semelhante ao que ocorreu no 
México nas últimas décadas: a consolidação de zonas dominadas por facções armadas com poder 
de fogo, influência política e apoio social. Nos últimos meses, a ideia de adotar um 
“modelo Bukele” para lidar com o avanço do crime organizado tem ganhado 
espaço em discursos políticos. A referência é ao presidente de El Salvador, que 
reduziu drasticamente os índices de criminalidade com políticas duras de combate às gangues.
Enquanto isso, empresas de segurança privada prosperam e se expandem no estado, especialmente 
em condomínios e bairros de classe média e alta, provando que há um mercado ansioso 
por soluções alternativas quando o Estado falha em prover segurança.
Para famílias de classe média e empreendedores locais, a ausência de segurança tem 
um custo direto: negócios que fecham mais cedo, investimentos que não chegam e oportunidades que 
se perdem. São pessoas que poderiam estar gerando mais empregos e desenvolvimento, mas que acabam 
limitadas pelo medo ou reféns de um sistema que parece ignorar suas necessidades mais básicas.
A Bahia ainda não pode ser formalmente classificada como um narcoestado — no 
sentido clássico do termo, como vemos no México ou em partes da Colômbia, onde facções 
controlam diretamente estruturas estatais, financiam campanhas políticas e influenciam 
a legislação. Mas a tendência é alarmante. Os sintomas estão todos presentes: grupos 
armados com controle territorial consolidado, ausência do Estado em áreas críticas, substituição 
das funções públicas por estruturas criminosas e crescente aceitação social desses grupos em 
comunidades marginalizadas. O Estado brasileiro, ao permitir tudo isso, já cedeu parte da 
sua soberania em regiões inteiras. E essa é, justamente, a primeira etapa do narcoestado: 
a queda da autoridade estatal em favor de poderes paralelos com legitimidade local.
O risco de que esse modelo se espalhe por outras partes do país é real. E ele não 
se dá apenas pela migração de criminosos, mas pela reprodução do mesmo modelo falido de 
segurança pública, baseado no confronto direto, repressão pontual e falta de inteligência 
estratégica. Se os erros da Bahia forem repetidos em outros estados, veremos facções se expandindo 
como franquias, replicando o mesmo modelo de controle comunitário onde o Estado falha.
E você concorda comigo? E o que acha da situação que vive a Bahia hoje, onde facções 
armadas passaram a ditar as regras em vez do próprio Estado? Comenta aqui embaixo e 
me conta também o que achou desse vídeo. Agora, se quiser entender o que eu chamo 
de Algoritmo Humano e como você pode usá-lo pra levar um canal no YouTube de 0 a 100 
mil inscritos, confere uma aula grátis no primeiro link da descrição, ou apontando 
a câmera do seu celular pro QR code que tá na tela antes que essa aula saia do ar.
E pra entender como, no Rio de Janeiro, até a falsa sensação de tranquilidade pode esconder 
um sistema completo de dominação onde o crime organiza a cidade melhor que o Estado, confere 
esse vídeo aqui que tá na tela. Então aperta nele aí que eu te vejo lá em alguns segundos. Por 
esse vídeo é isso, um grande abraço e até mais.

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