Por que as pessoas estão ABANDONANDO Salvador?
0Você acorda com o som do mar, sente o cheiro do dendê no ar, mas percebe que algo está estranho. A rua parece mais vazia, os vizinhos se mudaram, comércios fecharam. E essa sensação de esvaziamento não é impressão sua, ela é real. Nos últimos anos, Salvador perdeu mais de 250.000 pessoas, uma queda de mais de 10% da população, a maior entre todas as capitais brasileiras. Enquanto milhões de turistas lotam as ruas no carnaval, quem vive aqui enfrenta uma rotina cada vez mais difícil. A moradia virou um privilégio, a violência virou uma rotina e o trabalho, quando existe, não garante o futuro. O resultado é um êxodo silencioso, mas devastador, feito de famílias inteiras que aos poucos estão deixando a capital baiana para trás. Mas o que está por trás dessa fuga em massa? Porque uma das cidades mais vibrantes do país não consegue segurar seus próprios moradores e o mais importante, ainda dá tempo de reverter essa situação? São essas questões que iremos responder nesse vídeo. Enquanto tantos deixam a cidade em busca de estabilidade, talvez a pergunta seja: Como você está se preparando para sua aposentadoria? confere o primeiro link na descrição. [Música] Por muito tempo, Salvador foi sinônimo de identidade brasileira, fundada em 1549 como a primeira capital do país. Foi ali que os primeiros traços do que viria a ser o Brasil começaram a se formar. Do encontro entre indígenas africanos e europeus, nasceu uma cidade que se tornou símbolo da mistura cultural que marca o país até hoje. Esses elementos, além de culturais, tornaram-se também pilares econômicos essenciais. O turismo religioso, o carnaval e as festas populares não apenas atraíram multidões, mas também sustentaram empregos, movimentaram pequenos negócios e impulsionaram a arrecadação estadual. Em 2024, Salvador bateu recorde de visitantes, recebendo 9,4 milhões de turistas, um aumento de 6,9% em relação ao ano anterior. Essa movimentação gerou 20 bilhões em receita, valor acima do período pré-pandemia. Apenas o carnaval de 2025 atraiu cerca de 1,2 milhão de pessoas. Outros eventos tradicionais, como a Lavagem do Bom Fim, festa de Lemanjá e São João atraíram milhões de visitantes, ocupando quase toda a capacidade hoteleira disponível. Apesar desses números impressionantes, a cidade sofre com a forte sazonalidade econômica. Eventos como o carnaval podem atrair milhões de visitantes, gerando bilhões em apenas alguns dias. Mas fora dessas datas, Salvador enfrenta grandes dificuldades. A pandemia expôs essa fragilidade de maneira dramática. Com as festas suspensas, milhares de trabalhadores ficaram sem renda, revelando que a economia, aparentemente resiliente, era, na verdade, bastante vulnerável. de Salvador permanece atraente para os visitantes, porém cada vez menos sustentável para os seus moradores. Dados recentes mostram que cerca de 37,5% dos trabalhadores na região metropolitana atuam na informalidade, tornando-se especialmente vulneráveis à oscilação na demanda turística. Além disso, muito dos empregos formais existentes são baseados em contratos temporários, especialmente nos setores de eventos, comércio e hotelaria, o que dificulta qualquer planejamento de longo prazo. Setores como comércio e serviços enfrentam quedas bruscas fora das temporadas festivas, afetando diretamente pequenos empreendedores. A taxa de desemprego alcançou 16,2% no primeiro trimestre de 2024. uma das mais altas entre as capitais brasileiras, sendo especialmente preocupante entre os jovens de 18 a 24 anos. Além disso, os salários médios, cerca de R$ 2.600 mensais, frequentemente não acompanham o crescimento dos custos com alimentação e moradia, prejudicando o poder de compra da população. Esse cenário econômico instável e desigual gera um ambiente difícil para os moradores, levando muitos a buscar oportunidades em outras regiões. Esse contexto levanta uma questão crucial. Além da sazonalidade, da precariedade econômica, que outros problemas têm contribuído para Salvador perder sua população? [Música] Salvador enfrenta uma crise silenciosa e persistente, a falta de moradias dignas. Faltam mais de 110.000 unidades habitacionais para a capital e região metropolitana. Ao mesmo tempo, o censo de 2022 apontou a existência de aproximadamente 198.000 1 imóveis vazios na cidade. Ou seja, existem mais casas desocupadas do que famílias sem lar. Um contraste cruel que expõe não apenas o problema, mas também a falta de políticas públicas eficazes. Para a população de baixa renda, o cenário é ainda mais dramático. Sem acesso a crédito ou programas habitacionais ágeis, muitos acabam em ocupações precárias, áreas de risco ou favelas sem saneamento. O caso de Josivalda da Silva, mãe solo de sete filhos, escancara essa realidade. Ela vive um barraco de madeira com dois cômodos, sem banheiro interno, onde todos dormem juntos. Mesmo escrita há anos no programa Minha Casa Minha Vida, continua sem respostas. A casa não tem iluminação decente, não tem privacidade e nem mesmo segurança. Quem tenta fugir dessa realidade buscando alugar um imóvel também encontra barreiras. Em 2024, Salvador foi a capital com maior aumento de aluguéis do país, alta de 33,7%, quase 10 vezes acima da inflação do período. O preço médio saltou para R$ 44,22 por m², o que significa que um apartamento de 80 m² pode custar cerca de R$ 3.500 por mês, algo impensável para boa parte da população. Essa escalada no custo de vida empurra milhares de famílias para periferia ou para moradias irregulares. A especulação mobiliária, somada a falta de planejamento urbano, transforma a moradia em um bem inacessível. Até mesmo programas como Morar Melhor, que já reformulou mais de 50.000 1 casas precárias desde 2015 não dão conta da demanda crescente. O que se vê é uma cidade onde viver com dignidade virou privilégio. E para quem empurrado para as periferias e ocupações irregulares, a ausência de segurança virou parte do cotidiano, abrindo o caminho para outro fator decisivo no êxodo urbano, o medo. Acabou Salvador, viu? Tiroteio, ó. Tiroteio pesado aqui agora. Para qu acabou Salvador, velho. Em Salvador, morar em certas áreas significa viver com medo. O problema não é novo, mas se agravou nos últimos anos. No primeiro semestre de 2025, a cidade registrou 397 casos de homicídios oficiais, mas sabemos que na prática o número pode ser muito maior. Em 2022, a capital baiana tinha uma taxa assustadora de 66,4 homicídios por 100.000 habitantes, quase o triplo da média nacional. Mas isso não é um problema exclusivo de Salvador. A Bahia tem sete das 10 cidades mais violentas do Brasil. Essa violência não é um fenômeno isolado. Ela está diretamente ligada à expansão de facções criminosas que aproveitam a ausência do Estado em áreas periféricas. Em muitas comunidades, o domínio dessas facções é tão forte que moradores precisam de autorização até para sair ou entrar de casa. São territórios onde a ordem oficial não existe, substituída por leis informais impostas pelo crime. Esse tipo de cenário lembra cada vez mais o que se vê no Rio de Janeiro. Assim como na capital fluminense, Salvador também assiste a criação de zonas sobre o controle paralelo, onde grupos criminosos determinam o que pode ou não ser feito, do funcionamento do comércio à circulação de pessoas. O que começou como ausência de segurança virou um modelo de governança informal, onde o medo substitui a lei. O impacto disso no cotidiano das pessoas é brutal. Em fevereiro de 2022, moradores do Nordeste de Amaralina viveram seis dias seguidos de tiroteios intensos. [Aplausos] Essa insegurança constante também tem efeitos econômicos. Comércios fecham cedo, moradores evitam sair à noite e pequenos empreendedores perdem clientes. Isso reforça o ciclo vicioso da pobreza e contribui para o êxodo. Especialmente entre jovens que buscam em outras cidades o que Salvador não consegue mais oferecer. Segurança básica para viver e prosperar. Para muitos, deixar Salvador não é apenas uma decisão econômica, é uma questão de sobrevivência. Se a moradia e violência já empurraram os soteropolitanos a sair, um outro agravante tem sido não só a falta de trabalho, mas a ausência de evolução profissional dentro da cidade. Salvador enfrenta um problema claro, concentração de empregos em setores de baixa valorização, como comércio, turismo e serviços informais. Já os setores com um alto potencial de qualificação, como tecnologia, economia criativa, são tímidos na cidade. A infraestrutura para esse tipo de trabalho é escassa. Não há polos tecnológicos robustos, nem grandes empresas ligadas à inovação. E jovens talentos formados nas universidades locais, logo percebem que tem pouco espaço para crescer. Esse cenário cria um ambiente de estagnação profissional, pouco acesso a cargos com ascensão real, salários que mal cobram o aumento do custo de vida pós festas sazonais e contratos informais que não oferecem estabilidade. Quem busca seguir carreira em áreas mais promissoras percebe que cedo ou tarde terá que sair de Salvador. A pandemia só acelerou essa percepção. Com o avanço do trabalho remoto, profissionais que antes se viam presos à geografia do emprego passaram a enxergar novas possibilidades. Trabalhar de casa para uma empresa de São Paulo morando no interior da Bahia virou um plano real. A advogada Luise Mascarenhas se mudou justamente nesse contexto. Ela saiu da capital baiana para Santo Antônio de Jesus, uma cidade de pouco mais de 100.000 habitantes. Histórias como a dela se multiplicam, pessoas trocando a metrópole por cidades médias ou até rurais em busca de tranquilidade, custo de vida mais baixo e proximidade da família. A ideia de vencer na capital já não carrega o mesmo peso. Para muitos, o sucesso agora é sinônimo de qualidade de vida e Salvador, infelizmente, deixou de oferecer isso para boa parte da sua população. Ao longo deste vídeo, vimos como o êxodo urbano não é causado por um único fator. É o acúmulo de problemas estruturais, habitação inacessível, violência cotidiana, mercado de trabalho frágil, somado a uma nova forma de enxergar a vida. pós pandemia. O que antes era suportável por falta de opção, hoje virou insustentável. E mais do que nunca, as pessoas estão escolhendo sair. A pergunta que fica é: o que Salvador pode fazer para reconquistar seus moradores? É urgente pensar em políticas que vão além da sazonalidade. Uma cidade que depende apenas de festas e do turismo vive de picos e vazios. É preciso investir em mobilidade urbana, habitação acessível, segurança com inteligência e outros setores econômicos que ofereçam estabilidade e futuro. Salvador não precisa deixar de ser a cidade da fé, do aché e do mar, mas precisa com urgência voltar a ser uma cidade onde se possa viver com dignidade. E já que estamos falando de futuro, deixa eu te fazer uma pergunta direta. Você sabe que deveria estar investindo, não é mesmo? Mas até agora não começou de verdade. A gente cresce ouvindo que investir é o caminho para construir um futuro melhor. Quanto antes você começar, mais rápido conseguirá a liberdade financeira. Só que aí vem a realidade. O gerente do banco só pensa nas metas dele. Estudar sozinho no YouTube pode levar semanas e pior, te levar para um caminho errado. Mas e se eu te dissesse que dá para aprender o básico de forma simples, sem enrolação e em poucas horas? Foi exatamente por isso que a gente preparou um curso rápido e direto ao ponto, um passo a passo que você vai sair do zero e começar a investir com segurança. Se quiser dar esse primeiro passo hoje, é só clicar no primeiro link da descrição ou apontar a câmera do seu celular para o Qcode que está aí na tela. E você deixaria sua cidade natal? O que faria você ficar? Se você gostou desse vídeo, considere deixar seu like e se inscrever no canal para acompanhar mais histórias como essa.