CENAS INACREDITÁVEIS: O passado de Alexandre de Moraes e sua misteriosa mudança nos últimos anos
0Alexandre de Moraes, como você nunca viu. No vídeo de hoje você vai ver cenas do passado do atual ministro do Supremo Tribunal Federal que certamente lhe farão pensar na seguinte pergunta: o que aconteceu nos últimos anos para que ele mudasse tanto assim? E não, não é do cabelo que eu estou falando. As mudanças são em relação aos pontos de vista, aos princípios defendidos e, principalmente, às ações tomadas. A história de Alexandre de Moraes já começa de maneira incomum logo no dia do seu nascimento. Morais nasceu no dia 13 de dezembro de 1968, exatamente no mesmo dia em que foi decretado o ato institucional número 5, também chamado de AI5 e conhecido como um dos momentos mais duros do regime militar no Brasil, pois dissolveu o Congresso Nacional, caçou mandatos de parlamentares, suspendeu direitos políticos e garantias individuais, entre outras medidas. Graduado em Direito pela Faculdade de Direito do Largo de São Francisco da USP e doutor em direito do Estado. Morais assumiu o cargo de promotor de justiça do Ministério Público de São Paulo em 1991, após ter passado em primeiro lugar no concurso público. Exerceu essa função até o ano de 2002, quando pediu exoneração para assumir o cargo de secretário da justiça do estado de São Paulo, para o qual foi nomeado pelo então governador Geraldo Alkmin. Mora permaneceu na chefia dessa secretaria até 2005 e em paralelo a isso, nos anos de 2004 e 2005, foi também presidente da FEBEN de São Paulo. Foi nesse contexto em que ele foi entrevistado no ano de 2005 no Roda Viva, como nas imagens que você verá agora. O Roda Viva entrevista esta noite Alexandre de Moraes, secretário de justiça do estado de São Paulo e também presidente da Fundação do Bem-Estar do Menor. Alexandre de Morais, 36 anos, é o mais novo secretário de justiça da história do estado de São Paulo. Ironicamente, o mesmo Morais, que hoje diz que é preciso combater o extremismo, naquela entrevista em 2005, mostrava uma postura de rigor extremo. Há há, né, sem hipocrisia nenhuma, há um grande número de funcionários, não é a maioria, mas há um grande número de funcionários que não têm salvação mais, porque na mentalidade deles eles realmente acham que devem atuar sim. Então esses serão demitidos. Ainda nesse mesmo programa, Alexandre de Moraes foi confrontado por um dos jornalistas sobre a discrepância entre aquilo que ele estava defendendo durante a entrevista e os posicionamentos de muitos dos seus colegas de partido naquela época. O então secretário de justiça se esquivou da pergunta. Secretário, mas o senhor vai procurar mostrar a colegas de partidos do do partido do senhor, tem muitos que são dos que mais dizem ou reproduzem essa coisa de que o ECA defende bandido, que direitos humanos é coisa de bandido. Tem muita gente dentro do partido do senhor que difunde e esses conceitos. O senhor vai procurar mostrar para eles que não é bem assim uma coisa um pouco diferente? Não. E é isso. Você tá dizendo, né? Tem muitas pessoas. E aqui que entra um ponto muito curioso na história de Alexandre de Morais, que a imensa maioria dos cidadãos brasileiros até hoje não sabe. Quando essa entrevista foi realizada, Moraes era afiliado ao PFL, o Partido da Frente Liberal. Adivinha quem também era filiado a esse mesmo partido nessa mesma época? Jair Messias Bolsonaro. Sim, acredite se quiser, mas Alexandre de Morais e Jair Bolsonaro já foram colegas de partido em um passado muito distante. O nome de Bolsonaro foi inclusive citado logo na sequência do trecho que eu mostrei anteriormente. É que eles mudam de partido, senão enumeraria vários aqui, porque eles podem ter mudado PPV do P. O Bolsonaro de que partido é o Bolsonaro. Quem diria que 20 anos mais tarde Moraes estaria no Supremo Tribunal Federal perseguindo ferrenhamente Bolsonaro e seus aliados, não é mesmo? Só que naquele mesmo ano de 2005, Moraes ainda teve uma relação direta justamente com aquele que hoje é o principal adversário de Bolsonaro, Lula. Em 2005, exercendo seu primeiro mandato como presidente da República, Luís Inácio Lula da Silva nomeou Alexandre de Moraes para o Conselho Nacional de Justiça, atendendo a indicação feita pela Câmara. Bom, depois disso, ele foi secretário municipal de transportes na cidade de São Paulo durante a gestão de Gilberto Cassabe, atuou como advogado na iniciativa privada e posteriormente foi novamente secretário no governo de Geraldo Alkmin estado de São Paulo, só que dessa vez de segurança pública. Em 2016, foi escolhido por Michel Temer, que havia assumido interinamente a presidência da República por conta do processo de impeachment contra Dilma Russef para o cargo de ministro da justiça e segurança pública. Esse mesmo ano de 2016, só que não se sabe exatamente a data, há um vídeo em que Alexandre de Moraes aparece no Paraguai cortando pés de maconha. [Música] Pois é, só que alguns anos depois, no dia 3 de agosto de 2023, esse mesmo Alexandre de Morais, já como ministro do Supremo Tribunal Federal, votou a favor da descriminalização do porte de maconha para uso pessoal. Mas essa não foi a única mudança misteriosa que aconteceu de lá para cá. Em 2017, em um vídeo em que Moraes aparece em uma universidade respondendo perguntas, um estudante militante petista tenta lhe confrontar. Em sua resposta, Moraes mostra a visão que tinha dos governos petistas naquele momento. Em relação à última questão do nosso simpatizante aqui, de um governo corrupto, eh, que foi colocado para fora do Brasil pela corrupção, pela falta de vergonha na cara de quem roubava bilhões e bilhões. ao invés de roubar bilhões tivesse investido na segurança, é se ao invés de desviar dinheiro para construir porto em Cuba tivessem investido em presídio, nós estaríamos muito melhor. Obrigado. Bom, alguns anos mais tarde, a visão de Alexandre de Moraes parece ter mudado completamente, pois a mesma disposição que ele tem para abrir inquéritos, investigações, censurar perfis e publicações, determinar prisão preventiva, condenar a prisão, etc., contra quem se identifica com o espectro político da direita, não é demonstrada para investigar as inúmeras controvérsias já registradas no atual governo petista. Agora, voltando mais uma vez no tempo, também 2017 e agora já como ministro do STF, Alexandre de Moraes concedeu uma entrevista ao vivo ao jornal da manhã na Jovem Pan. O mesmo ministro que hoje dita os rumos da liberdade ou da ausência dela no país, na ocasião disse isso aqui. Todo órgão colegiado, ele é heterogêneo por natureza e talvez essa seja, é uma das grandes garantias de autocontenção do Supremo Tribunal Federal. Imagine se o Supremo Tribunal Federal fosse de uma única pessoa, nós teríamos uma ditadura do judiciário. Pois é, ele já foi extremamente rigoroso, mas hoje diz que o extremismo precisa ser combatido. Ele já foi colega de partido de Bolsonaro, mas hoje está à caça de qualquer motivo pelo qual possa condenar o ex-presidente. Ele já destruiu plantações de maconha para combater o tráfico de drogas, mas hoje é a favor da descriminalização do porte dessa mesma substância para uso pessoal. Ele já falou convictamente sobre a corrupção nos governos petistas, mas hoje não movear as irregularidades cometidas pelo governo Lula. Ele já falou que um supremo de um homem só seria uma ditadura do judiciário, mas hoje se coloca como dono da justiça no Brasil. A pergunta que fica é: o que fez Alexandre de Morais mudar tanto assim? Um grande abraço e até a próxima. [Música]