Battisti vs Zambelli: É justo extraditar?
0Vamos começar separando os conceitos de justiça e legalidade. Legalidade é um conceito técnico que diz respeito à atuação segundo a lei vigente, que nesse caso de direito internacional, confesso, eu não domino. Já justiça se refere a algo mais profundo de natureza ética, natureza moral, relacionada aí a conceitos como equidade e reciprocidade. Então a pergunta em debate é essa: a extradição de uma parlamentar brasileira de oposição é justa? Em outras palavras, o o estado italiano deveria ajudar o estado brasileiro a punir a senora Carla Zambelli? Vamos aí à história recente. Em 31 de dezembro de 2010, como último grande ato simbólico do seu mandato presidencial, Lula da Silva concedeu asilo e liberdade ao revolucionário de extrema esquerda, César Batis. Batis é um terrorista que estava foragido no Brasil e que foi sentenciado a prisão perpétua pela justiça da Itália em razão aí do seu envolvimento no assassinato de outras quatro pessoas nos anos 70, período em que integrava aqui o grupo conhecido como proletários armados pelo comunismo. PAC, igual o programa da Dilma. O governo italiano há anos solicitava a extradição desse monstro. tentou inclusive impugnar a concessão de refúgio e depois ainda tentou anular a decisão de Lula no Supremo. Mas não adiantou. O Estado brasileiro, sob influência petista, fez questão de manter o seu terrorista de estimação protegido e impune. Anos mais tarde, na Bolívia, aí sim César Batis Interpol, preso e extraditado de volta paraa Itália, onde finalmente admitiu a sua participação nos homicídios. Essa confissão causou constrangimento ao Lula, que foi pressionado a se manifestar publicamente na televisão italiana. aspas pro Lula. Peço desculpas ao povo italiano. Pensei que ele não era culpado. Mas vejam só que interessante. Em cartas trocadas da prisão com o jornal Folha de São Paulo, o César Batista sinalizou que o Lula, assim como grande parte da cúpula do PT, sabia sim que ele não era inocente e apesar disso concedeu a ele status de refugiado para fazer propaganda ideológica. Aspas pro terrorista de estimação do PT. Todos sabemos que Lula é capaz de tudo para colocar de novo a faixa de presidente. Aconselharam Lula a fazer isso, ou seja, negar que sabia dos crimes de César Batista. E ele, Lula, não hesitou, mesmo que para isso tivesse que mentir despudoradamente, dizendo ele e Tarso Genro que não sabiam de nada, tá? Ele continua: “Fui recebido como refugiado, não porque fosse declarado inocente, mas exatamente para ser exibido como troféu e guerrilheiro para as forças da esquerda no Brasil. Para eles não interessavam o inocente perseguido, mas o combatente da liberdade. Lula e seu partido me apoiaram por isso. De qualquer forma, não se dá refúgio apenas aos inocentes.” Fecha aspas. Ou seja, segundo o terrorista italiano, Lula e o PT sabiam que ele não era inocente e concederam o asilo por cálculo político para movimentar aí as suas bases mais radicalizadas. Por outro lado, o mesmo César Batisra extremamente alinhado ao presidente do STF, o Dr. Luiz Roberto Barroso, que a época foi o seu advogado de defesa junto ao tribunal. O Barroso, como se sabe, saiu vencedor e anos depois foi indicado ao Supremo pela senora Dilma Roussef. ela própria, uma ex-integrante de organização terrorista de extrema esquerda. Vejam só o que o terrorista acolhido pelo PT falou sobre o ministro Barroso. Ele, Barroso, tem uma dignidade e ética raras, nunca deu um passo para trás, é democrático e um progressista de convicção, não deve nada a ninguém e segue os princípios de justiça social, que são os mesmos dos meus. Fecha aspas. Portanto, fechando aqui, Ju, o mesmo terrorista que denuncia Lula pela sua falsidade elogia o Barroso pela sua convicção ideológica. Agora imaginem o governo italiano diante dessa situação. O Brasil se recusou a extraditar paraa Itália um terrorista condenado por quatro assassinatos e agora as mesmas autoridades brasileiras que impediram que a justiça fosse feita na Itália querem que os italianos estraditem uma parlamentar brasileira condenada, como bem disse o José Eduardo Cardoso, por um crime virtual, um crime sem vítimas. Então, talvez os italianos achem que o mais justo é tratar os brasileiros como os brasileiros trataram os italianos.