Demônios nominalistas, mística de Frieren e Proust

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Será que deu certo? Hum. Momentos de tensão, como sempre. Conectividade testando, som. Hum. Testando, tentando puxar o chat mais para cá, porque aí eu consigo vê-los de forma que não seja só no celular, porque ainda estamos no modo precário aqui, tá galera? Então, vejo vocês aqui nesta tela separada e a câmera fica assim, então tá meio dúbrio aqui, tá? dividido. A divisão de atenção já não é boa, muito boa. Então, se eu tiver que dividir atenção, já piora tudo ainda. Então, tenham paciência com a Velia na internet, por favor, galera, por gentileza. Só para avisar que hoje 8 horas nós vamos fazer uma live, na verdade vou dar uma entrevista no canal do professor que eu vou deixar o link aqui para vocês e aí eu vou sair da live aqui e já vou para dar a outra entrevista direto. Hoje eu ganhei vári entrevistas do marido que ficou com a criança. Obrigado, Vinícius, Dei todo um obrigado, Vinícius aí no chat. máximo respeito por obrigado, Vinícius. Então, galera, hoje eu quero trocar uma ideia com vocês sobre animes, galera. Gente, animes de vídeo opinião, né? Porque tem uma galera que ama #apaixonados por animes. #damida por animes. Assistir 1500 episódios de One Piece e faço cosplay e vou no anime otaco todos os anos vivo por animes e tem uma galera que xitim t lutarei contra animes até o resto da minha vida. Animes estão destruindo Ocidente, fora animes. Lá no meu canal fechado do Telegram do grupo Olabcosa, que já deu guerra a favor contra animes. Animes corrompem o imaginário ocidental e tudo mais, mas como sempre neste canal aqui, nós somos a favor do quê? a favor do péssimo senso. Então, escolha o seu lado. Você não será equilibrado. Ou você amará animes, ou você odiará animes. Não haverá meio termo neste canal. E neste canal aqui nós escolhemos o seguinte, nós escolhemos amar animes bons. É, é o seguinte, nós escolhemos amar animes que é é animezinho, sabe? Sabe? Animezinho. Tipo, a gente a gente não gosta de anime anime, mas a gente também não detesta. É um jeito, é um jeito diferente para de falar que eu não fiquei em cima do muro, mas tudo bem. É porque na verdade a minha saga com animes começa lá em idos, que eu não vou dar muitas datas, mas lá em Ídos quando eu tenho meus 15 anos e eu assisto o Naruto, única e exclusivamente porque eu acho o Sask bonitinho, né? E depois que o Sask sai da história lá de Naruto, não tem mais porque eu continuar assistindo Naruto, porque não faz sentido nenhum. E depois disso nunca mais volto para animes. E depois de velha assisto uma coisa outra, assisto Bitch, assisto Death Note, assisto, ai gente, vai lá, assisto uma coisa ou outra de de anime, mas nada assim, nossa, meu Deus, animes, né? E mais recentemente eu, por causa de estar super influenciada por editários de uma apotecária. Assistir diários de uma apotecária. Por quê? Romances, porque é coisas bonitinhas de garotas, porque eu sou uma garota fofinha que gosta de coisas fofinhas de de garotinhas, né? Então tem lá os romancezinhos bonitinhos. assistir Diário de Mopotecária. Adorei, achei incrível. Não sabia mais o que fazer com a minha vida depois de ter maratonado diário de uma potecária. Recomendo para as garotas, é um anime de garotas, inclusive. E depois de terminar diário de uma apotecária, fiquei assim: “E aí, gente, o que que eu faço?” E me recomendaram muito, muito. Eh, Freedy, acho que a pronúncia em português inclusive é essa. Falaram: “Débora, assiste freeding, freeding, freeding, freed muita gente, muita gente, muita gente falaram: “Ass falei: “Tá bom, beleza, vou assistir”. e comecei a assistir. E assim, foi um uma um anime que me pegou no primeiro episódio. Então, não é uma coisa que assim você precisa insistir para saber se você vai gostar, se você gostou, se vai gostar no primeiro. Se você não gostou, vai pra casa, porque aí você não vai gostar mesmo, porque é a mesma coisa do primeiro episódio até o último episódio. Então, a proposta é a mesma, vai continuar sendo exatamente a mesma coisa até o final. E é absolutamente incrível, é maravilhoso. E é por isso que eu tive que abrir este vídeo, porque eu terminei, eu maratonei, assim, eu assisti em pouquíssimo tempo, eu tive que assistir, abrir esse vídeo para conversar com vocês, porque é incrível, mas é incrível de muitas formas, é incrível de muitos jeitos, há muitos jeitos de fluirem ser incrível, porque existem muitas leituras e todas as coisas que são incríveis. são incríveis porque são incríveis de várias formas, sabe? São incríveis de várias leituras possíveis. E este é o caso de Freeling. Então, alguns seguidores mandaram assim, falaram assim: “Cara, é um é um anime muito legal mesmo. Você gostou? Você gostou das referências de Cirro dos Anéis?” Eu falei: “Eu gostei, mas eu gostei muito mais das referências que tem de ir em busca do tempo perdido do Prush.” Aí as pessoas me ficaram h quê jáis do quê? É possível que você gostou desse anime se e você não sabe das referências de tempo de busca do tempo perdido Prush, é possível, gente. E olha só, Prushi é muito conhecido na pras bandas asiáticas, tá? Pruche echê do temperu é uma referência muitíssimo referenciada em muitas coisas que eu assisto das bandas de lá, tá? Então não é nada uma coisa, nossa, meu Deus do céu, uma referência que você super e pescou e jogou lá, não é? É é uma produção ocidental que tá muito mais alinhada no sentido filosófico as produções orientais do que as produções ocidentais. a gente já vai conversar ah sobre isso. Acho que dificilmente alguma coisa ocidental conseguiria reproduzir o esquema do tempo que tem em pruch igual frein, por exemplo, sabe? Então me pediram, falaram assim: “Então explica aí um pouquinho algumas possibilidades, né, de de coisas que existem no no anime ah, que tão além da história, além das referências óbvias que existem da do CEO dos anéis, né? Então, primeiro, a primeira coisa que eu achei muito legal, muito legal, muito legal é que os demônios são demônios nominalistas. Gente, que coisa incrível. Quando eu vi isso, eu quase pulei da cadeira. Olha, super chat. Confere o anime O pecado original de Takopi. É um anime complexo e profundo. São apenas seis episódios. você provavelmente vai curtir. Eu acho que me recomendaram este anime de uma criança que nasce defeituosa, uma parada assim, não sei, depois eu olho, mas eu já vou usando que eu não, eu sou meio reticente com esse negócio de animes, tá? A gente vai com calma. Vamos aos poucos. Pezinhos colocados bem aos pouquinhos nesta água que é uma água ainda muito fri friorenta pr mim, tá? Então vamos lá. Primeiro, os os demônios de Freir são demônios nominalistas. Gente, gente, como assim? Como assim? Como assim? Demônios nominalistas, eu nunca tinha achado nada para explicar o que que é o bendito desse nominalismo pra galera. Por quê? A primeira vez que eu ouvi essa palavra assim, nominalismo, parecia um palavrão, todo mundo falava que o problema do mundo todo era o tal do nominalismo que surgiu no final da Idade Média com o Guilherme de Okan. E a partir da filosofia nominalista, o ocidente tinha acabado. E o relativismo era culpa do nominalismo, o protestantismo é culpa do nominalismo, oismo é culpa do do nominalismo. Tudo é culpa do bendido do nominalismo. E eu não sabia nem entender o que que era o nominalismo de direito. Eu não conseguia, gente, nem entender direito o que que era e muito menos explicar pros outros o que que era, né? Ah, então é o bendito do do demônio lá do nominalismo. Mas como é que eu vou explicar isso pros outros? Ah, porque os universais são perdu. Que que diabo é o universal que para início de conversa, sabe? Ah, porque as palavras não t mais conteúdo. Como assim, gente? Isso parece o quê? Sabe o que que isso parece? Isso parece mágica. as palavras eh eh não tem conteúdo e algum dia elas retiveram conteúdo em algum momento tá subido, meu amigo. Palavras com conteúdos, isso parece o quê? Isso parece magia, spells, abracadabra, chalacazã, né? Como que eu entendo e como mais do que isso que eu explico isso pros outros? Eu vou parecer maluca, né? Vou enriquecer não só meu terapeuta, mas como terapeuta dos outros também. Mas a vida foi seguindo e apesar de eu ainda não ter compreendido muito bem de fato o que era a filosofia nominalista, eu me aventurei a ler um pouco dos nominalistas, né, um pouco ali ali nas fontes primárias. Eh, me aventurei a ler um pouco os comentaristas, dos nominalistas. Eh, me aventurei a, principalmente durante a escrita do meu livro, a entender um pouco o que eram os os as consequências do nominalismo pra perda dos fabigados universais. Entendi um pouco o conceito das palavras tendo um sentido para além das convenções sociais, né, para essas palavras tendo um sentido por si mesmas, independente delas terem sido criadas. Toda essa parada muito viajante, tá gente? De signo, de significado. Aí você já entra em semiótica, aí você já entra numa viagem muito de lugar, de linguística, né? Já me aventurei aí por esse lado e aí eu já meio que tinha tinha eu juro que eu já tinha entendido, né? Mas entender uma coisa, explicar pros outros é outras coisas, né? É, por exemplo, e para alguém ter chance de entender esses conceitos do discurso, tem que entender o que que é símbolo, signo e referencial. Sem isso, não dá pra pessoa pular esta etapa. Só que sim, gente, isto já é uma coisa. Muito grade da coisa, muito carro rebaixado de baiano da coisa, sabe? Isto já, isso já é uma coisa muito noias, viagens de filosóficas da coisa, né? É, isso já é um outro patamar, certo? Ainda que para as pessoas acostumadas com filosofista seja o básico, para as pessoas não acostumadas com filosofista já é outro patamar. Tudo bem. Aí vejo o Freeden, aparece aqui um animezinho na minha cabeça e aí simplesmente o que que acontece nesse anime? Nesse anime você tem demônios e esses demônios eles falam, né? Eles falam, mas mas não é que eles falam, eles somente imitam o que os humanos fazem. Então eles não têm a a a linguagem deles. Eles s, eu não quero usar os termos técnicos que eu vou tentar não usar os termos técnicos, tá? Então, a linguagem deles, o o o blá blá blá deles não tem sentido. Eles só olham e imitam. Então, eles são macacos imitadores do que os humanos fazem, né? Então, se eh eles veem que determinada coisa gera determinada reação, então eles entendem que eles precisam falar aquilo para ter determinada coisa dos seres humanos. Então, a fala para eles é um instrumento que eles usam só para destruir os seres humanos, para tirar alguma coisa dos seres humanos, que no final das contas é somente a destruição. E aí tudo fica muito claro quando a duas histórias específicas são contadas, né? A primeira é de um demônio que come uma criança e esse demônio come esta criança e chega lá os heróis para matar este demônio. Quando estes heróis chegam, este demônio fala assim: “Mamãe”. E as pessoas se compadecem deste demônio por causa desta fala dele falar: “Mamãe”, e dizem: “Ai, vamos dar uma segunda chance, né? Olha, se a gente matasse esse demônio, a gente não seria melhor do que ele”. e dá uma segunda chance pro bendito demônio. É esse demônio, né? No final das contas continuou sendo mal como ele sempre foi, acaba fazendo outra catástrofe e perguntam: “Mas pera aí, por que que você fala mamãe, né? A hora que vai matar, por que que você fala mamãe, já que você não tem mãe?” E daí o demônio fala: “Ah, eu percebi que quando a gente fala mamãe, as pessoas se compadecem”. Então, mamãe é uma palavra muito forte, é uma palavra que você pode usar para você eh para que para que os humanos não matem os demônios. Então, a gente aprendeu isso. Ai, gente, que coisa linda. Meu Deus do céu. Deu de um prêmio para quem escreveu essa coisa. Que maravilhosa. Gente, isso é nominal, isto é nominalismo, entende? A palavra ela não carrega um signo, ela não tem um referente. A palavra ela é somente somente uma palavra. Ela é somente letras, letrinhas na tela, entende? que você pode preenchê-las de acordo com a utilização que você pretende dar, de acordo com o quanto aquilo pode ou não pode ser útil, né? Ela não tem um sentido universal, né? Ela não se refere a algo. Assa, que maravilha. Então, essa é uma cena. E a segunda cena é quando um outro demônio, né? Porque este aí, graças a Deus, já foi com capeta, mas com outro demônio é que chega numa cidade para fazer, sei lá, um uma tentativa de diálogo, mais uma vez, tentativa de dialogar com demônios, né? E ele também tá para ser morto. E ele fala assim: “Ah, olha, o meu pai também foi morto desse jeito. Será que você quer continuar mantendo estes ciclos de destruição e que as pessoas vão continuar se odiando e tudo mais?” Eh, aí o o humano, né, ao ouvir a palavra paz, abaixa a arma e fala: “Ah, não, tudo bem, vamos conversar, tal”. E quando eles saem da sala, o outro demônio pergunta: “Ah, pera aí, que que é pai?” E ele responde: “Bom, eh, eu não sei, mas eu aprendi que isso também gera esse tipo de efeito esperado, né? Então, pareceu-me que este cara tinha ali certo apreço pela família. Então, eh, eu acho que dentro daquele contexto, aquilo ali surtir certo efeito esperado. Então, percebam que ali os para os demônios daquele mundo, então as palavras não t nenhum tipo de de significado. As palavras não se referem a nada no mundo real. A, literalmente elas não têm referência, referente nenhum no mundo real. Elas são só mímicas, elas são só coisas que eles imitam para conseguir alguma coisa e geralmente é a destruição do homem. Então são demônios nominalistas. Então eles estão lutando contra demônios nominalistas. Ah, meu Deus, maravilhoso. Agora, todas as vezes que alguém me perguntar, gente, o que que é um nominalista, eu vou falar: “Gente, é sexista Fria, porque ali você vai entender o que é nominal. Ali sim você vai entender o que é esta filosofia, o que é o poder da linguagem, o que como que funciona uma linguagem sem significado, né? Ali sim você vai entender o que que é o pós-modernismo, por exemplo, né? Ela está lutando contra pós-modernos. Ah, ela está lutando contra uma turminha específica ali que interpreta Lacan de determinada forma. Ela está lutando contra pós-estruturalistas e de determinada cepa. É isso. É contra esse tipo de gente que a nossa belíssima elfa se insurge em um mundo ainda que tá passando ali de uma fase da da era dos heróis pra era dos humanos. Aí a gente já entra na segunda coisa inacreditável de incrível desse anime, que é uma coisa que existe e em outras obras existe, mas que eu nunca vi tão belamente representado quanto em Fliren. Tem Senhor dos Anéis, tem, mas não é tão bem feito quanto em Fliren, tá? Não é tão bem feito. Ai porque não é tão bem feito, não é? Não é. Cala a boca aí, não é tão bem feito, tá? que é a extrapolação da filosofia de um italiano chamado Johan Batista John Batista Vico, que você vai encontrar no livro que se chama A Nova Ciência, que tem traduzido, mas eu recomendo a tradução para o inglês, caso você leia inglês, porque as traduções pro português são um pouco deficitárias, tá? Então, New Science tem uma edição da Penguin, mas tem traduzido pro português, a Nova Ciência. E nesse livro, o o Vico, que é um renascentista italiano, ele faz uma proposta de uma ciência de uma espécie de ciência social, tá? Mas não é uma ciência social como nós conhecemos, porque ainda é uma ciência social mística. ainda é uma ciência social que depende dos símbolos, que depende da religião, que depende ainda de um cosmos que está estruturado a partir de uma noção divina, de uma noção ordenada, divinamente ordenada, tá? E a partir dessa estruturação desse cosmos que ele te apresenta já nas primeiras páginas, então nas primeiras páginas ele ele te dá uma imagem de uma hierarquia ali desse cosmos. Então ele ele te conta ali como que ele vai como que ele vai desenhar essa ciência dele. Ah, ele faz uma espécie de leitura da história que você não deve ler, por favor, você não deve ler de forma literal, como um ah progressista faria, como um, sei lá, um positivista faria, tá? você deve ler de forma simbólica, você deve ler de forma a como ele pretendia que essa história fosse lida mesmo num num plano que não é um plano eh absolutamente histórico, tá? E como que é essa história? Essa história ela é vista a partir de grandes ciclos. Hum, começamos a entrar num espaço legal, né? Então, o primeiro ciclo é a era dos deuses, ou seja, a era na qual os deuses andaram pela Terra. E essa era geralmente a era na qual as coisas foram feitas, a era na qual o mundo foi feito. E ele faz isso analisando várias cosmogonias. Então, é uma é é uma é uma forma embrionária de ciência social mesmo assim, que hoje a gente vê o pessoal indo em vários lugares, vendo várias cosmogonias, várias religiões. Então, ele faz, ele é um dos primeiros a fazer isso, tá? Então, ah, eu tenho a era dos deuses quando os deuses caminhavam sobre a terra. E esta era uma era, eh, lógico, mítica. E ali eu tenho ã a formação de tudo que existe, inclusive não só da religião, mas das próprias leis, mas eh de de literalmente tudo que existe. É porque é tão difícil escrever o tudo que existe em nível simbólico também, né? Eh, é tudo que você compreende, a estrutura do seu pensamento, a forma que você vai pensar, a forma que você vai raciocinar é formada na era dos deuses, porque foram os deuses que te deram esta forma de pensar, a forma que você é constituído, eh, as suas concepções de justiça, as suas concepções de tudo, de tudo é ali naquela era dos deuses, né? Depois eu tenho a era dos heróis, que são geralmente seres quase deuses. Muitas vezes eles são semideuses. O exemplo que ele dá é do Hércules, né? Ah, e os heróis, eles são aqueles que trazem a Terra do plano transcendente pro plano imanente. Então, eles são aqueles que transformam a Terra da desse desse nível ah supra terreno, desse nível celeste pro nível humano. Então, eles são os que domam as florestas míticas, eles são os que domam os monstros míticos. Ah, o exemplo do Hércules é o melhor deles, né? Porque as sete tarefas do Hércules estão relacionadas às a às sete ah formas humanas de domar a natureza, de trabalhos e e assim vai. Então, tenho tenho a era dos heróis e depois eu tenho a era dos homens, que aí sim você já tem tudo pronto, você já pega tudo pronto e você já tem uma área de relativa paz, onde eu não tenho mais os monstros e aí eu posso somente cultivar aquela terra e assim vai. Então, ainda que seja uma era de relativa paz, você tem uma era de decadência de magia. Então, eu tenho a era dos deuses, a era dos heróis e a era dos homens no sentido de decadência daquela magia primeva que constituiu o mundo originariamente. E aí, pensando em um ciclo pagão e não em um ciclo cristão, eu penso que esta era dos homens leva gradativamente a um fim do mundo, para um reinício de um mundo. É 12 trabalhos, obrigado. para o reinício de um mundo que vai realimentar esta magia para começar tudo de novo e começar a um novo ciclo pagão e tudo mais. Claro, o Vico não era pagão, ele era cristão, ele não estava falando ali necessariamente de um início de um novo ciclo, mas ele tava identificando ali essas três eras em um nível simbólico, em um nível religioso, ah, e não necessariamente em um nível histórico. Ah, e quando a gente traz isso pro pro pra Freedy, por que que eu digo que ela faz melhor do que o token faz, né? Porque ali como a Freed ela é uma elfa que ela é quase imortal, né? Mas ela não é imortal, o pelo menos a primeira temporada, e eu não li o mangá, mas a primeira temporada ela está na era dos heróis e ela tá na transição pra era dos homens. E essa transição pra era dos homens tá muito bem delimitada. Eu não vou, eu não vou saber descrever direito por que é melhor do que em token, mas é porque em token a magia ainda fica muito clara. Como é que a magia fica ainda? Como é que a magia fica clara? Ah, um dia eu ainda escrevo um ensaio para para poder comentar a fazer fazer essas coisas comparadas, mas dentro do universo do da da Freira, ela está na na idade do dos heróis e ela faz a jornada, a clássica jornada dos heróis, né? E nós já, eu acho que o mais importante é a gente pega a história dela no fim da jornada do herói, né? No fim, a gente a gente pega a jornada dela ali quando elas termina, quando ela acabou de terminar de matar o rei demônio. E tudo que nós vamos fazer é revisitar os pontos nos quais ali ela vai resgatar aquelas memórias da jornada que ela fez com os amigos dela ali para já passar o a era pra era dos humanos. Não sei. É, talvez porque em Freed, como se a transição da magia pra tecnologia é algo mais claro. É, fica muito claro a decadência ali, né? Eh, fica extremamente claro que a era dos humanos já vai ser uma era não mágica nesse sentido. Talvez, talvez seja isso, mas eu eu não pensei nisso direito ainda, né? Se eu já se eu vou assistir Dandã depois. Eu já assisti Danan, mas Dandanã, gente, Dandã é anime de zoeira, né? Não tem nada o que comentar sobre Dandadã, é só legal. Eu comentei, na verdade, um episódio só do da Nanã que faz sentido pro meu livro, que é o episódio da mãe, né, que eu não vou assistir de novo porque toda vez que a isto eu choro. Mas tirando isso não tem muito o que comentar, é só de, é só para assistir. E aí, se eu te disser como vai ser a era dos homens e freeden, vai ser spoiler. Eu já li todo o mangá, tá mais? Eu vou ler todo o mangá e não vai ser e não é que não vai ser não mágica, tá? Eu vou ler o mangá todo para poder comparar o o Freeding com Tom, mas até o o anime assim. E e depois eu vou eu vou raciocinar melhor o por que eu achei esta parte do vic especificamente melhor elaborado em freirenta. Depois eu faço uma organização racional dos motivos pelos quais eu achei melhor. Aí por fim, por último, não menos importante, né, a parte mais impressionante de Freed, o paralelo com em busca do tempo perdido do Prush, porque isso sim é mindow, assim, é este paralelo é o que dá para explodir caso você não tenha ninguém com quem conversar sobre isso, né? Primeiro, ah, para quem não conhece Prush, Prush, amigo Prush, Prush escreve uma série de livros que se chama A busca em busca do tempo perdido, a procura do tempo perdido, a Lché do Tempo Perdu, que é uma série de sete livros dos quais eu li somente dois, tá? Tenho pretensão de ler os próximos, mas esses dois já me jogaram numa crise depressiva muito que eu tenho que me recuperar dela para continuar lendo os próximos livros. Mas beleza, os primeiros livros já me deram uma ideia do que vem depois. E nestes livros, o Brush, ele trabalha com a ideia do tempo, com a ideia do tempo não linear e com a ideia de um tempo que pode ser resgatado a partir das suas memórias, mas não simplesmente as memórias que você se lembra no sentido vulgar da palavra lembrar, mas é uma memória que você se lembra a partir de uma criação, que é quase uma criação agnóstica. da coisa mesmo, que é uma criação material mesmo, a partir de lembranças do presente. Então você tem duplos assim sendo criados o tempo inteiro. Porque eu encontro uma bicicleta que me remete a uma bicicleta que eu tive na minha infância. Então eu lembro daquela bicicleta da minha infância. Então eu resgato e ao mesmo tempo eu crio uma memória da minha infância e ele sim eu tenho acesso a uma janela de tempo que eu vivi. E ao ter acesso a uma janela de tempo que eu vivi, eu percebo que o tempo, aquele tempo vivido, ele ele nunca deixou de existir. Ele continua ali em algum lugar preso numa espécie de catedral. E ele usa a metáfora de uma catedral, de uma catedral presa em uma dimensão que habita de uma de uma catedral que habita uma quarta dimensão. E essa e essa catedral que ela vara a os séculos, ela vara os milênios, é uma catedral que eu posso acessá-la, mas que não é simplesmente eu falar: “Ah, agora eu vou me lembrar de como era quando eu tinha 12 anos ou agora eu vou resgatar estas e estas memórias”. Não são cheiros, são toques, são sensações, são elementos diversos que me fazem poder a entrar nessa catedral novamente. Eu não posso ficar lá por muito tempo. E a forma que o Push constrói esta noção de tempo é uma forma muito incrível, muito sensacional e deliciosa, porque ele é um escritor espetacular, estupendo, absurdo, absurdo. A, o poder descritivo dele é uma coisa fora do normal, né? Ele realmente consegue te arremessar para este rio. Ah, palavras me ligar vai aparecer aqui. O que eu falar com ele que eu tô no celular? Ô amor, eu tô no celular aqui, eu não sei como é que eu muto. Pera aí, gente. Eu nem sei como que você tem como mutar aqui. Ó o dedinho aqui do celular. Deixa eu dar um para ele aqui. O áudio desligou. a hora que ele me ligou. Ah, tá beleza. Vou mandar uma mensagem aqui para ele avisando que eu tô no que eu tô fazendo a live pelo celular. Então, aí eu tenho esse esse tempo que é um tempo, ah, que é um rio, né? Para a Carla Madeira ferrou qualquer metáfora que a gente pudesse usar com o rio, mas tudo bem. Mas é, na verdade, é um rio mesmo assim que que carrega este tempo, que não é o tempo linear e que você pode de alguma forma acessar de de formas diversas, né, sendo através da literatura, através da própria religião ou através do próprio tempo sagrado ou através de pequenos fragmentos desta grande deste grande vitral que compõe esta catedral. E este é basicamente o conceito de tempo que o Prush constrói lá no em busca do tempo perdido. Agora, eh, em Freed, cada um dos elementos que ah existe no em busca do tempo perdido do Brush está representado no anime. É praticamente assim, ó, um checklist. É como se o escritor tivesse feito coisas que precisa ter neste anime para que corresponda a la recherche do temperudo pr faltar nenhum. Primeiro, ah, o anime começa, como eu disse, quando os heróis já terminaram uma viagem que eles fizeram para matar o rei demônio e falando assim, parece coisa de criança, né? Tudo bem, é coisa de criança também porque precisa misturar coisas de crianças com coisas sérias, graves de adulto no meio também faz parte desta ideia do tempo, né? Ah, ou seja, a gente não sabe o que aconteceu. É uma coisa que começa a em média ré, a aventura começa em média ré, como a nossa própria vida. A gente toma consciência de quem a gente é depois que muita coisa já foi vivida, depois que muita água já passou por debaixo da ponte, né? A gente toma consciência de daquilo que a gente fez, das coisas que a gente fez, das coisas às vezes até ah que para usar um para usar um clichê, né, que não voltam mais depois que a gente já matou o o rei demônio, né? Então, mais ou menos assim e dali pra frente, consegui. Não, não caiu. Porque o marido ligou de novo. Pronto, vertemos. Vertemos. Agora vai dar certo. Consegui falar com ele. Ah, então como estávamos falando, recapitulando. Ah, eles começam então quando eles já mataram o rei demônio, certo? A elfa principal da história, ela é basicamente imortal. Então, a o tempo para ela não passa como passa paraas outras pessoas. 10 anos para ela é uma semana, enquanto 50 anos para ela é 5 dias. E assim que eles terminam a jornada deles, ela fala assim: “Ah, eu vou ali e já volto, né? Eu vou ali fazer as minhas coisas e e já volto”. E ela só volta 50 anos depois. Quando ela volta, o amigo dela pelo qual ela vai se se ver apaixonada, já está bem velhinho e logo depois ele morre. Isso acontece no primeiro episódio, não é spoiler para ninguém. Aí somente quando ele morre, ela se dá conta que o tempo pros humanos não é o mesmo tempo para ela e que ela deixou de aproveitar o tempo que ela poderia ter passado com ele e até mesmo o próprio tempo da jornada de 10 anos que ela fez para matar lá o o rei demônio. Ela não ela não tinha consciência enquanto ela vivia que aqueles eram os melhores anos da vida dela. Ou seja, ela não tinha consciência, como nenhum de nós temos consciência que enquanto vivemos, estamos vivendo os melhores momentos das nossas vidas. Aí o anime todo vai ser uma jornada dela, dentro das próprias memórias dela, tentando resgatar o tempo perdido, né? Tentando a partir de uma reconstrução dos passos que ela fez agora com com novas com novos parceiros. com uma nova aprendiz, com um novo aprendiz e tudo mais. Eh, a partir dessas novas aventuras, encontrando novos duplos para conseguir ah ter vislumbres daquilo que ela viveu com os amigos dela do passado, né? Às vezes ah pensando ali, às vezes não percebendo que ela está perdendo o tempo que ela poderia estar vivendo com aqueles novos amigos aí. Aí eu acho que é cenas pros próximos episódios, né? Mas ah, o fato dela estar nas próprias memórias e o fato dela estar em busca do tempo perdido é uma coisa incrível. Só anime é triste, não é triste. É a palavra não é triste, a palavra é não é nostálgico. É nostálgico. É, mas tem outra palavra que não é nostalgia. melancólico. A palavra certa é melancólico, tá? Porque a melancolia deriva exatamente do fato dela ser uma elfa que tá tentando compreender o tempo. E aí você percebe que você também tá tentando compreender o seu tempo, né? Você também tá tentando compreender as suas próprias memórias. E esta própria catedral na qual você não tem o direito de entrar, que que esta catedral que supostamente não existe, mas existe ao mesmo tempo, né? Eh, e que tá ali, mas que não tá ali, eh, e que ela tem ali os melhores anos vividos da sua vida, mas que você não tem mais como acessá-la, né? e que talvez você esteja perdendo tempo tentando ali resgatar essa e essa e essa memória para achar um ou outro objeto que te leve até lá de novo. Enquanto você esteja fazendo isso, você tá perdendo de novo outros melhores anos da sua vida, né? Então, a palavra certa é melancólica, não triste, né? É, é bonitinho, é, é feliz, é, é, é infantil, mescla episódios de, de luta com episódios absolutamente triviais, que também é a proposta do Prush, né? tentando abrir aqui meu meu computador tá travado. Eu entro nessa live sem entender nada, mas estô totalmente imersa ah nessas questões existenciais. Pois é, para encontrar o rímel, para encontrar o herói, né? o o gatinho pelo qual ela está a apaixonada ou ela descobriu que estava apaixonada só depois que ele morreu, né, possivelmente. Ah, que no final das contas o sentido da vida é o amor. No final das contas, uma elfa que vive 1000 anos, que é a elfa mais poderosa do mundo, no final das contas esta elfa percebe que é o amor, não o amor platônico. Vamos lá, aí a gente pode ser uma camada mais, né? Que é o amor platônico, o verdadeiro amor, o verdadeiro sentido da vida. E não, porque ela não teve nenhum tipo de relacionamento com ele, né? Ela teve somente o relacionamento amigável com ele, até onde eu sei da primeira temporada, né? Pode ser que isso vire outras coisas nas próximas temporadas, mas é isso. Posso estar errado, mas os companheiros que ela vai encontrando são, de certa forma, versões alternativas dos antigos companheiros. Não sei se foi isso que você quis dizer com encontrar os duplos. Não é necessariamente isso. É porque assim, o que que são os duplos pro para filosofia do Prush? São objetos, cheiros, sensações, coisas que te fazem de alguma forma ter acesso a esta catedral. O exemplo mais clássico e mais claro que existe no livro Em Busca do tempo perdido é um biscoito. É uma um biscoito maisena, uma madeline ainda, que é um biscoito típico da França que ele come depois que ele é velho. A mãe dele coloca ali, acho que é uma tia ou mãe, sei lá, chama ele para comer, ele senta e come. Quando ele come, automaticamente uma sensação, uma chuva de lembranças da época de quando ele era pequeno e comia aquele mesmo biscoito, o inunda. E vem ali naquela, naquele milésimo de segundo a aquela memória. Então, é como se o biscoito fosse o portal e ele, aquele portal permitisse que ele vislumbrasse aquele momento. Mas não é o biscoito por si só, né? O biscoito é só a chave que permite que ele entre naquele lugar. Sim, é bem esotérico mesmo o negócio. Então, no caso da Freddy, da Freedy, eh, são os lugares, é a própria jornada que ela faz, é o fato da menininha lá, da aprendiz dela, receber uma pulseira que tem a Lotos e ela tem recebido um anel que tem uma Lotus. E aí sim ela se dá conta do significado daquele anel, porque na época ela não se deu conta, né? Então ela se deu conta do significado daquela lótos. Aí ela, nossa, então aquele anel significava amor eterno. Então era isso. Então ele se ajoelhou, ele me deu anel. Então aquilo ali significava que ele gostava de mim. Então aí sim aquela memória volta, né? É no Ratui tem isso também. Pois é. É igual no Ratui, só que feito de forma legal, né? Bom, galera, é isso. Eu vou lá, daqui a pouco eu volto para fazer uma entrevista, para falar sobre o meu livro, né? Então, um abraço. Vou comer alguma coisa antes de entrar online primeiro. OK. Ah, ela está em busca do paraíso também. Tem isso, né? Para o lado disso, ó. Um abraço. Fiquem com Deus.

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