ESQUEÇA OMUAMUA! 3I/ATLAS É O VISITANTE INTERESTELAR QUE MUDOU TUDO

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[Música] Na noite de 1eo de julho de 2025, astrônomos utilizando o telescópio Atlas no Chile detectaram algo em comum, um minúsculo ponto em movimento, logo além a órbita de Júpiter. A primeira vista parecia uma observação rotineira, apenas mais um asteroide ou cometa cruzando o sistema solar. Mas em poucas horas ficou claro pros cientistas que estavam diante de algo extraordinário, um cometa vindo não do nosso sistema, mas do vasto espaço entre as estrelas. Batizado de 3i Atlas, esse viajante gelado é apenas o terceiro objeto interestelar já identificado e poucos dias após sua detecção já se tornou uma sensação mundial no meio astronômico. E agora, com as observações recentes feitas pelo telescópio Hubble, ele pode ajudar a resolver os mistérios deixados por seus dois antecessores, o Mua e o Cometa Borisov. Mas afinal, como sabemos que o 3I Atlas é interestelar? Quais foram as descobertas feitas pelo Hubble? E o mais importante, existe algum perigo pra Terra? Eu sou o Th e antes de analisarmos essa bola de gelo alienígena, peço que se inscreva no canal, ative o sininho para receber todas as notificações. Não esqueça também de clicar no gostei e deixar nos comentários sua opinião e sugestão de próximos vídeos. Não é difícil determinar se um corpo pertence ou não ao sistema solar. Basicamente o que determina isso e que inclusive foi o que entregou 3 Atlas é o movimento. A maioria dos cometas, asteroides e planetas do sistema solar orbitam o Sol em trajetórias elípticas com a velocidade equilibrada pela gravidade solar. O 3 Atlas, no entanto, tá se movendo rápido demais, cerca de 60 km/sundo em relação ao sol. Isso é muito acima da velocidade de escape para sua posição atual, o que significa que ele não tá preso gravitacionalmente, ele tá apenas de passagem. Sua trajetória é classificada como hiperbólica, definida matematicamente pela excentricidade orbital. Para resumir, órbitas circulares têm excentricidade zero, elipses entre zero e um e trajetórias parabólicas exatamente um. Qualquer valor acima de um é hiperbólico. O três e atlas, no caso, tem excentricidade estimada acima de seis, um forte indício de origem interestelar, mas como sabemos que é um cometa e não apenas uma rocha seca. Classificar o três e Atlas como cometa significa que ele é um corpo gelado que reage ao calor solar. À medida que a luz aquece sua superfície, os gelos voláteis sublimam, liberando gás e poeira que formam a coma. Uma nuvem de poeira que se forma ao redor do núcleo do cometa e, às vezes uma caudda. Observações iniciais anteriores às do Humble revelaram uma leve névoa ao redor do objeto, sinal do indício de atividade cometária. Mais de 100 observações de diferentes partes do mundo confirmaram indícios de coma e uma pequena cauda, marcas típicas de um cometa que começa a perder material ao se aproximar do sol. A União Astronômica Internacional rapidamente o classificou oficialmente como C/2025N1, seguindo seu sistema padronizado para nomear novos cometas. O prefixo C indica que é um cometa não periódico, ou seja, sem retorno previsto. O número 2025 indica o ano da descoberta. Já N1 se divide em duas partes. A letra N representa a primeira quinzena de julho e o número um indica que foi o primeiro cometa não periódico descoberto nesse período. O brilho também reforça sua natureza cometária. Embora a luminosidade não revele o tamanho com precisão, já que a poeira reflete a luz, ela indica atividade. As estimativas atuais sugerem que o núcleo tenha entre 320 m e 5,6 km de diâmetro, possivelmente o tornando o maior objeto interestelar já observado. No entanto, se formos levar em consideração os cometas do sistema solar, ele não é tão grande assim, principalmente quando comparado com cometas como o rally bobop, que tem um núcleo muito maior. No momento da descoberta, o 13 Atlas estava a cerca de 670 milhões de quilômetros da Terra dentro da órbita de Júpiter. No dia 29 de outubro de 2025, ele atingirá o Perihélio, o ponto mais próximo do Sol, a 1,36 unidades astronômicas, cerca de 206 milhões de quilômetros, uma posição entre as órbitas da Terra e de Marte. Felizmente, ele não chegará a menos de 1,88 unidades astronômicas da Terra, mas continuará sendo monitorado de perto. Esse será o momento ideal para coletar dados espectroscópicos que podem revelar detalhes sobre sua composição química. Já no início de dezembro, deverá reaparecer, oferecendo uma nova janela de estudo antes de começar a se apagar e seguir rumo ao espaço interestelar. Ele deve permanecer visível a grandes telescópios até o início de 2026, antes de desaparecer na escuridão para sempre. Antes do 3i Atlas, apenas dois objetos interestelares foram confirmados e ambos muito diferentes entre si. O primeiro foi o famoso Omua Mua descoberto em outubro de 2017. Sua trajetória não deixava dúvidas quanto à origem interestelar, mas o que surpreendeu foi seu comportamento incomum após passar pelo sol. Ao contrário da maioria das rochas espaciais, o Mua apresentou uma aceleração sutil, como se algo o empurrasse para longe do sol. Esse tipo de aceleração não gravitacional costuma ser causado por jatos de gás liberados quando o gelo de um cometa sublima. Mas havia um problema. O Mua não mostrava coma nem cauda, ou seja, ele não possuía os sinais típicos de sublimação de gelo. Para aumentar o mistério, as mudanças no seu brilho ao longo do tempo indicavam que ele estava girando e tinha um formato extremamente incomum, alongado como um charuto ou achatado como uma panqueca, algo nunca antes observado em um objeto natural. Essas características estranhas deram origem a diversas teorias, incluindo que, na verdade, se tratava de uma nave alienígena. Alguns cientistas sugeriram que gelos exóticos, como de hidrogênio ou nitrogênio, poderiam ter sublimado sem deixar vestígios visíveis. Mas claro, a hipótese que pegou mesmo foi que esse objeto era, na verdade, uma nave de seres de outro planeta. Obviamente essa ideia não foi longe. Hoje a maioria dos pesquisadores concordam que o Muamua era um objeto natural, embora sua composição exata e sua origem ainda sejam um mistério. [Música] Depois, em 2019, veio o 2i Borisov. Descoberto por um astrônomo amador, ele parecia e se comportava exatamente como um cometa de manual, com uma coma brilhante e uma longa calda de gelo rica em carbono. Para muitos foi um alívio. Borizov confirmou expectativas antigas sobre como deveria ser um cometa interestelar. Além disso, provou que o nosso sistema solar não é único na produção de corpos gelados capazes de sobreviver a viagens pelo espaço interestelar. Juntos, Om Muamua e Borisov revelaram que objetos interestelares podem ser extremamente variados, alguns rochosos e enigmáticos, outros gelados e familiares. Agora o três e atlas surge como um terceiro ponto de referência, essencial para entender quais características são comuns e quais são exceções. Felizmente, ainda temos tempo de sobra para fazer observações e foi exatamente isso que o Hubble fez. Então, o que será que esse telescópio viu nesse visitante interestelar? O Hubble capturou imagens de alta resolução mostrando uma coma típica: a nuvem de gás e poeira que envolve o núcleo e o início da formação de uma cauda, algo comum quando esses corpos se aproximam do sol. Mas a grande peculiaridade é a velocidade, que como vimos é de cerca de 60 km/s ou 209.000 km/h. Um recorde absoluto, como o cometa mais rápido já registrado. Apesar da velocidade extrema, o 3 Atlas apresenta comportamentos típicos de cometa. Ao se aproximar do sol, o calor faz com que seus gelos sublimem, liberando gases e poeira que formam a coma e a cauda. Essa combinação, alta velocidade e atividade cometária, oferece aos cientistas uma oportunidade rara de estudar um objeto interestelar antes que ele desapareça para sempre. O que o torna especialmente intrigante é que seu material se originou fora do nosso sistema solar. Já foi detectado o vapor d’água, confirmando o mesmo comportamento de sublimação visto nos cometas locais. Porém, sua composição química pode ser diferente, podendo conter moléculas à base de carbono e compostos orgânicos complexos incomuns por aqui. Essas pistas ajudam a entender a química de outros sistemas estelares. À medida que se aproxima do Sol, o 3I atlas ficará ainda mais ativo. Astrônomos vão monitorar ajeção de gases para entender melhor sua composição e compará-lo com a de cometas do nosso sistema solar. Isso pode revelar mais. sobre os blocos de construção de planetas e outros corpos celestes em sistemas distantes. O 3 e Atlas chega em um momento perfeito com tecnologias de observação muito mais avançadas. Astrônomos estão mais preparados do que nunca para estudar esse visitante passageiro e ele pode ajudar a responder questões deixadas em aberto por Omuam. Primeiro, sua natureza cometária com coma e cauda visíveis contrasta diretamente com a inatividade de Omu Mua. Se o três e Atlas se comportar como um cometa típico vindo de outra estrela, como aparentemente tá acontecendo, isso pode indicar que o Moamua foi um acaso atípico, talvez um fragmento de um corpo maior ou moldado por condições extremas no espaço. Por outro lado, se o 3I atlas apresentar comportamentos estranhos ao se aproximar do Sol, como aceleração inexplicável ou composição química em comum, isso pode sugerir que o Mua não era tão singular assim. Além disso, ao comparar a composição química do TR e Atlas com a de Borisov e cometas do nosso próprio sistema, os cientistas poderão avaliar se sistemas planetários em toda a galáxia formam gelos e compostos orgânicos semelhantes, ou se cada sistema tem uma química única. Como vimos, esse tipo de pesquisa oferece pistas diretas sobre como o planetas se formam ao redor de outras estrelas. [Música] O cometa 3i Atlas pode ser apenas o terceiro objeto interestelar já detectado, mas graças a uma nova geração de telescópios, ele pode em breve ser apenas um entre muitos. No centro dessa nova era tá o Observatório Vera Ruben, atualmente em fase de construção no Chile. Diferente de qualquer telescópio anterior, ele conta com uma câmera de 3,2 megap e um campo de visão extremamente amplo, capaz de mapear todo o céu noturno em poucos dias. Isso permitirá identificar rapidamente objetos transitórios e velozes, como visitantes interestelares. Isso muito mais cedo e com maior frequência do que os observatórios tradicionais. Mesmo antes de entrar 100% em operação, o Ruben já mostrou seu potencial. Em poucas horas de observação, identificou mais de 2100 novos asteroides. Quando tiver funcionando a todo vapor, deve aumentar drasticamente o número de descobertas de asteroides, cometas e objetos interestelares. Ao invés de esperar anos entre cada detecção, os cientistas esperam encontrar múltiplos visitantes interestelares a cada década ou até a cada ano. Aumentar essa amostra é fundamental. Hoje, com apenas três objetos conhecidos, os astrônomos trabalham com um conjunto estatístico minúsculo. Com mais exemplos, será possível classificar melhor esses visitantes, rastrear suas prováveis origens e construir um panorama muito mais completo de como os planetas e cometas se formam e como são lançados pro espaço profundo. [Música] Enquanto o 3 e Atlas cruza nossos céus nos próximos meses, astrônomos do mundo todo estarão atentos, tentando desvendar mais segredos cósmicos. E graças a ferramentas mais avançadas, telescópios mais poderosos e futuras missões espaciais, estaremos mais preparados do que nunca para receber o próximo viajante vindo das estrelas. Embora apenas três objetos interestelares tenham sido detectados até hoje, estima-se que até 10.000 possam estar passando pelo sistema solar a qualquer momento. A maioria é pequena ou distante demais para ser detectada, mas futuros telescópios, como o Observatório Vera Ruben no Chile devem identificar muitos outros, tornando comum as oportunidades de estudo. O 3 Atlas não é apenas um cometa, é um viajante interestelar que nos oferece um raro vislumbre de outro sistema estelar. Enquanto cruza o sistema solar, ele fornece dados valiosos sobre a composição e o comportamento de objetos vindos das profundezas do espaço, ajudando a refinar nosso entendimento sobre a formação de mundos. Embora sua visita seja breve, ela marca um avanço importante na nossa capacidade de detectar e estudar. mensageiros vindos de outras estrelas. Bom, ficou claro que recebemos visitantes interestelares com frequência, mas será que um dia a nossa espécie também será capaz de se tornar interestelar? Bom, é justamente sobre isso que falamos no último vídeo. Lá veremos as inúmeras dificuldades de uma viagem espacial tripulada e os perrengues que os astronautas passariam em uma estadia tão longa dentro de uma nave. Além disso, também veremos como seriam os primeiros 10.000 dias de uma colônia humana em próxima Centaurib, o exoplaneta mais próximo da Terra. Para conferir, é só clicar no vídeo que tá aparecendo aí na tela. [Música]

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