Tarja preta…Sidney Oliveira: O Império e os Segredos do “Chefe” da Saúde no Brasil
0Criada na zona sul de São Paulo, a outra Farma conquistou o Brasil inteiro com seus preços baixos e acessíveis. É possível afirmarmos que ela bagunçou o mercado de medicamentos no Brasil, obrigando seus concorrentes a se adaptarem aos preços baixos. E com isso foi o público quem saiu ganhando. Mas quem também ganhou com tudo isso foi Sidney Oliveira, o visionário por trás de todo esse império que acaba de ser preso, acusado de envolver-se num esquema bilionário contra os cofres públicos do estado de São Paulo. Nesse vídeo você vai conferir um pouco sobre a tragédia de Sydney Oliveira, que começou em um município que nem existe mais e se tornou um dos maiores nomes do país. Agora, pouco depois de ter confessado crimes em sonegação fiscal e lavagem de dinheiro, ele se envolveu num grande esquema bilionário. esquema esse que não era ele o principal cérebro por trás, mas segundo o Ministério Público se beneficiou e participou ativamente das movimentações. E que bom estarmos juntos mais uma vez. Espero que esteja tudo bem com você. Mas antes de pularmos diretamente para a atualidade, vamos voltar um pouquinho no tempo e conferir a trajetória de Sydney Oliveira. Syidney nasceu no município de Juciara, no Paraná, o qual nem existe mais hoje em dia. Por ser o filho mais velho de nove irmãos, ele começou a trabalhar cedo numa farmácia de sua cidade. Esse foi o seu primeiro contato com o mundo da saúde, o que fez com que ele pegasse gosto pela área. Syne Oliveira nunca chegou a cursar nenhuma universidade, mas nem precisou, pois já habituado à área de medicamentos, foi justamente nela que ele permaneceu. Ele fundou a outra Farma em 2000, justamente quando os medicamentos genéricos estavam se popularizando no Brasil. Desde sempre, seu foco sempre foi vender medicamentos de baixo custo, visando um público idoso e de baixa renda. Aos poucos, a estratégia foi surtindo o efeito e quanto mais a coisa crescia, mais ele queria continuar crescendo. O próprio Sydney Oliveira se tornou seu garoto propaganda, indo para a frente das câmeras e gravando diversos comerciais para Ultrafarma. A coisa deu tão certo que em 2015 ele fundou até mesmo a TV Ultra Farma, podendo ser acessada tanto por antena quanto pela internet. E qual programação um canal sobre farmácia poderia oferecer? Bem, as histórias dos seus clientes. A TV Ultra Farma sempre trazia relatos de clientes, afirmando que foram justamente os preços baixos da Ultrafarma que os ajudou a superar as suas doenças. Isso apenas aumentava ainda mais o alcance de Sidney e seu império de medicamentos genéricos. Em 2023, ele chegou até mesmo a falar sobre uma expectativa de R$ 3 bilhões de reais em todos os seus negócios. Mas vamos dar uma paradinha e pular para 12 de agosto de 2025, data em que o Ministério Público de São Paulo, através da operação Ícaro, decretou a prisão de Sydney Oliveira. Sydney, juntamente com outros nomes, foram pegos em um esquema de liberação irregular de créditos de ICMS em troca de propina. Falando assim, parece um pouco complexo de entender, né? Mas deixa eu te explicar. Para começarmos a entender as acusações, primeiro temos de entender o que é o ICMS. É o imposto estadual cobrado sobre a venda de produtos. Na prática, quem paga esse imposto é você, o consumidor final, mas é a empresa quem é responsável por recolher e repassar esse imposto ao governo. OK? Por exemplo, digamos que você comprou um medicamento na Ultrafarma pelo valor de R$ 100 e cujo ICMS é de 18%. Nesse exemplo, cabe a farmácia repassar a quantia de R$ 18 dessa venda para o governo do estado. OK? Quando a empresa compra um produto para revender, como por exemplo, uma farmácia comprando remédios, ela também paga um ICMS na compra desse produto. Quando ela faz isso, ela ganha um crédito desse imposto, que é para evitar que o ICMS seja cobrado duas vezes sobre uma mesma mercadoria. Então, no momento em que a farmácia vende esse medicamento para um cliente e cobra o ICMS dele, ela irá descontar esse valor no crédito que tinha daquela compra. Ou seja, os créditos de ICMS são uma espécie de saldo que a empresa pode abater imposto que ela deve pagar. OK? Tá bom. Mas então, onde está o problema, André? Algumas empresas, quando possuem mais créditos do que débitos, podem solicitar ao governo a devolução desse dinheiro. Trata-se de uma prática normal, desde que os créditos sejam reais. Então, preste atenção. O esquema descoberto pela operação Ícaro funcionava mais ou menos assim. As empresas envolvidas, no caso a Ultrafarma e a Fest Shop diziam possuir quantidades enormes de créditos de CMS, mesmo quando não os possuíam. Depois disso, os auditores fiscais aprovavam esses créditos como se fossem reais. O governo, por sua vez, devolvia o dinheiro e para finalizar, as empresas pagavam propina para os fiscais. Para esse esquema funcionar, só seria possível caso eles tivessem alguém de dentro. E é exatamente o que aconteceu. Artur Gomes da Silva Neto, o auditor da Diretoria de Fiscalização da Fazenda Estadual Paulista era o grande cérebro por trás deste esquema. Artur era o responsável por coletar a documentação necessária para o golpe ou até mesmo fabricá-la caso fosse necessário, além de garantir que nada do que ele fizesse fosse revisado internamente. Claro, em troca de sua ajudinha, ele recebia propinas milionárias, sendo esta a causa da sua ruína. Os pagamentos que ele recebia eram todos feitos através da empresa Smartex, Consultoria e Auditoria Tributária, uma empresa fantasma e que ele tinha registrado em nome da sua mãe. O que realmente chamou a atenção das autoridades para o caso foi essa empresa. De uma hora para outra, ela começou a registrar lucros absurdos. A empresa foi fundada em 2021 e declarou um patrimônio de R$ 411.000. R$ 1.000, o que por si só já acendeu um alerta no Ministério Público que passou a investigar as movimentações dela mais de perto. Logo, no ano seguinte, o patrimônio polou para R milhões deais. E como se isso não bastasse, em 2023 o patrimônio deu um outro salto absurdo para incríveis R 2 bilhões deais. Sim, de maneira meteórica, patrimônio declarado de 2 bi em apenas um ano. É claro que iria levantar suspeitas, né? Mas a Smarttex Consultoria e Auditoria Tributária tentou justificar seus lucros relatando que esse aumento veio de negociações com criptomoedas. Ou isso significava que a Smartex seria a maior investidora de bitcoins no mundo inteiro ou que havia algo bem suspeito acontecendo. Ao investigar mais a fundo, não demorou muito para que o Ministério Público descobrisse a verdade e agora tenha começado a agir contra os envolvidos. Além de Cne Oliveira e Artur Gomes, outras quatro pessoas também foram presas. Entre elas, Marcelo de Almeida, outro auditor fiscal, Mário Otávio, diretor da Fest Shop, e o casal Xeluedder e Tatiane da Conceição, que foram encontrados com a posse de esmeraldas e grandes quantias de dinheiro. Os investigados responderão pelos crimes de corrupção ativa e passiva, organização criminosa e lavagem de dinheiro. As investigações ainda estão em andamento. No entanto, o Ministério Público decidiu que o melhor a se fazer seria efetuar a prisão dos envolvidos. O ministério entende que se tratam de pessoas poderosas demais e com grandes quantias monetárias que poderiam utilizar a sua influência para atrapalhar as investigações, coagir testemunhas ou até mesmo fugir do país, o que faz todo sentido. Além de todas essas acusações, o mais curioso da história é que a prisão de Sidney Oliveira vem justamente no momento em que ele havia acabado de fazer um acordo com o Ministério Público devido a um outro processo criminal que ele está envolvido. Em 2023, a operação Monte Cristo acusou Cidne Oliveira de lavagem de dinheiro e sonegação fiscal, que optou por firmar um acordo de não persecução penal. Esse tipo de acordo pode ser fechado para crimes considerados sem violência ou de ameaça grave, sendo que para o acordo funcionar, aquele investigado deve confessar o crime. Ou seja, Sidney Oliveira confessou terse envolvido em lavagem de dinheiro e songação fiscal e fechou um acordo no valor de R2 milhões deais. A prisão na operação Ícaro, que investiga outro esquema pode colocar o acordo anterior em risco, pois os promotores que o conduziram não tinham conhecimento dessa investigação paralela. Até o momento, os advogados de defesa de Sydney ainda não se pronunciaram sobre a operação Ícaro, a qual chega no pior momento possível para ele. Ainda é cedo para falarmos sobre os desdobramentos da investigação e qual será a sentença de Sydney, mas é muito pouco provável que ele consiga outro acordo apenas assumindo a autoria de mais um crime. O homem que no passado revolucionou os preços dos remédios no Brasil, agora pode pagar o preço mais alto da sua vida, a perda da sua liberdade. E você, o que acha que está por vir? O que acha de todo esse caso? Conta pra gente o que você espera, deixe nos comentários. Nós agradecemos muitíssimo a sua companhia, sempre muito especial. A gente se vê num próximo vídeo.









