Exclusivo: Cabrini fica frente a frente com homem acusado de forjar a própria morte
0Exclusivo. Você vai ver agora uma história inacreditável. É muito difícil da gente se deparar com o caso dessa natureza. Eu fiquei frente à frente com Edilson Paulo Peter. É o homem acusado de fojar a própria morte. Uma farsa que envolve um falso vídeo de tortura, amputação do próprio dedo e até o assassinato de outra pessoa que nem conhecia o empresário. Há 5 meses na cadeia. O que será final que ele tem a dizer? Essa é a grande reportagem de hoje. No rastro da morte forjada. Exclusivo. Imagens reveladoras de uma história que assombrou o país. [Música] Quem é o homem que forzou a própria morte? Já era, cidadão. Que que tu achou desses? Eu não achei não. Ele é um mentidoso patológico. Faltou isso que eu dei aí na sem anestesia, sem nada, só meter o machadinho ali. Vai ficar para trás. Como um homem inocente encontrado dormindo na rua foi enganado, aliciado e assassinado com tiro. Nosso único irmão que ainda era vivo. Do jeito que foi. Não, isso não entra na minha cabeça. Eu jamais eu vou aceitar. Seu corpo foi encontrado irreconhecível dentro de um carro incendiado. Pudo para simular a morte de um empresário que tinha muitas dívidas e dinheiro para receber de seguros e vida, cujos beneficiários eram pessoas de confiança. A gente tinha que colocar dentro do da caminhonete, incinerar o corpo automaticamente em humedar com morto. Você tá machucado, pão? Não, não. Tá vivo, né? Oi. Você tá vivo. Essa pessoa é um monstro, um psicopata. Estamos no presídio de Lajes, na Serra Catarinense, onde estão presos 512 homens, entre eles o empresário Edilson Paulo Peter. Ele é acusado de assassinar um homem que pensava ser um morador de rua para forjar sua própria morte e assim se livrar de dívidas e ainda ter lucro. Aqui ele foi confrontado pela primeira vez com as mais desafiadoras questões. [Música] Em uma tarde de frio intenso, os portões do presídio de Lajes, Santa Catarina, começam a ser abertos. [Música] Os passos quebram o silêncio daquele ambiente cercado de grades. [Música] Um ruído que parece penetrar até os ossos e a alma. Sou acompanhado por um agente até a ala [Música] em outro setor do presídio, Edilson Paulo Peter, de 41 anos, é retirado algemado de sua cela. Ele caminha escultado até onde eu o espero. O que que significa esse momento para você? Eh, pelo pela Senhor está nervoso? Estou nervoso. Ah, na Por quê? Nervoso porque, tipo, que na situação que eu encontro, né? Ele anuncia logo de cara que vai confessar tudo, tudo que fez. Você tem consciência que contra você pesam graves acusações? Tenho consciência. Até que ponto eu posso confiar que você vai me dizer a verdade? 100%. Será mesmo? Quem é Edilson Paulo Peter? Um um empresário que tinha uma empresa que gerava emprego direto e indireto, aproximadamente 40 funcionários. O senhor é um homem rico? Não digo rico, mas eu era bem sucedido. Eu tenho um imóvel em água doce. Eu tenho alguns imóveis em São Cristóal do Sul e tenho também alguns alguns veículos do meu nome e e tinha alguns recursos financeiros também. Dona de uma empresa no ramo de energia solar, o empresário Edilson Paulo Péter imaginou, segundo as investigações, que forjando a própria morte se livraria de pesadas dívidas trabalhistas e ainda receberia o dinheiro de dois seguros de vida que tinham como beneficiários gente próxima a ele. O valor do seguro que tinha de vida eh era menos do que eu faturava por mês, que segundo os meus extratos também que tá anexado aí, ah, pode confirmar. Qual o valor desse seguro de vida? Dá para 300.000. Qual seria o lucro total de forjar a sua própria morte? R milhõesa. Uma das favorecidas seria Jonice Cavikioni, sua companheira na época dos fardos. para mim e pra filha dele. Esse seguro eu pedi para ele fazer, porque como ele fez um empréstimo no meu nome e o carro tava no nome dele e ele saía muito na estrada, muito, porque viajava, eu que pedi. Porque o plano não deu certo? Não deu certo, Cabrine, porque não existe crime perfeito. Enquanto Edilson começa a se abrir, voltamos o tempo para contar a história de um crime tão cruel quanto audacioso. 12 de fevereiro de 2025, o plano é posto em ação. São Cristóbão do Sul, 338 km da capital Florianópolis. São 6:30 da manhã. Edilson é flagrado colocando um galão para combustíveis em sua caminhonete. Minutos depois, ele para em um posto e abastece o recipiente com gasolina. [Música] Às 9:15 da manhã, o empresário chega na casa de sua mãe. Edilson pega um automóvel que era de Gunice, sua então companheira, e sai dirigindo. Outra pessoa conduz sua caminhonete de cor branca. Para a polícia, trata-se de Adilson José Barbosa, de 39 anos, com várias passagens pela polícia, mais tarde apontado como comparsa de Dilson no plano. Apenas a caminhonete com dois ocupantes é flagrada. O veículo percorre 22 km e passa pela cidade de Curitibans. De lá segue para o município de Santa Cecília. Aqui Adilson é flagrado do lado de fora da caminhonete. A investigação aponta que nesse momento ele aborda moradores em situação de rua e oferece alimentos. Seria uma armadilha, mas não deu certo. Veja essa imagem, Adilson. Esse aqui é o seu carro, né? Esse é o meu carro. Não é você aqui? Ah, supostamente não sou eu que tô aí nessa imagem aí. É o seu carro. O meu carro é conversando com morador de rua. Só que é esse ponto. Você tá conversando com morador de rua. Não era eu que tava conversando com o morador de rua. Aí, Cabrine, se tu for ver, ele tava pegando um cigarro com a Adilson. Existe alguma dúvida que Edilson tem abordado moradores de rua? Não, nenhuma. a gente tem provas e concretas a a respeito disso, né? Apesar dele negar até hoje que estivesse nesses locais e que tivesse feito esses contatos. Existem também depoimentos e moradores de rua que incriminam o Edilson e o Adilson. Todos eles reconheceram o Edilson e o Adilson como sendo os agentes que os abordaram. A sua foto foi reconhecida. Minha foto? Dois moradores e vo. Cara, tenho isso aí. Se tu me colocasse hoje na frente de um de um então morador de rua um desse, o cara com certeza não ia reconhecer porque eu não conversei com morador de rua nenhuma. São quase 7:40 da noite. Edilson está de volta a São Cristóval do Sul. Ele entra em um pequeno mercado. O empresário compra uma garrafa de álcool, um martelo e duas garrafas com água. O silêncio e a noite. Estamos em uma área distante e isolada da zona rural do município de São Cristóvão do Sul, Santa Catarina. Estamos chegando no local. Vejam só, as marcas podem ser vistas até hoje. Aqui no dia 12 de fevereiro, foi deixada totalmente incendiada a caminhonete de propriedade de Edilson Paulo Peter. O veículo foi encontrado pela polícia três dias depois. Dentro dele foi encontrado um corpo totalmente carbonizado. A polícia acreditava que o corpo pertencia ao proprietário da caminhonete, Edilson. eram a farça. As falhas então começam a aparecer e o plano a ruir. O suposto morador de rua não era alguém do qual ninguém se importava. Ele tinha sim família que queria saber dele e tinha dormido na rua apenas por problemas com o alcoolismo. Seu nome é Vandelei West Felder, de 49 anos. [Música] E o que que a senhora pode falar sobre o Vanderlei? Ah, ele era o irmão assim muito sofrido. Era ele bebê e ele queria ir embora para Curitibano. Se a gente sabia que lá não era a vida dele, lá ele sofria ele. Quanto tempo depois do desaparecimento dele vocês foram a polícia? Foi três dias. O meu irmão, ele quando retornava de curitibanos, ou ele vinha de carona ou ele vinha a pé. Já era tempo dele ter chego aqui. Segundo as investigações, Edilson começa a tentar despistar a família de Vanderlei. Ele chega a criar perfis falsos em redes sociais e interage com as irmãs e Vanderlei. Mas exames arcada dentária no copo encontrado no veículo revelam que no lugar de Edilson, quem estava morto era de fato Vanderlei. Ele teria sido outra pessoa. Com certeza ele estava destinado a fazer. Quando se acalma, Edilson confessa pátrias acusações, mas não todas. O que você confessa? Confesso que ajudei a incinerar, né, a queimar o corpo do Vanderley e que eu fogei minha própria morte. Você confessa que matou o Vanderley? Não, eu não matei o Vanderley. Quem matou o Vanderley? Geoníci e o irmão dela. De que forma Vanderley foi assassinado? Foi matou tiro. Quem deu o tiro, segundo te informaram, foi o Gilmar. Quem é Gilmar? O irmão da Junícia. Os apaixonados se tornam inimigos. Edilson agora joga culpa por a ideia do assassinato de Vanderlei na mulher que antes dizia tanto amar. Geonice Cavquion nesse momento, você não ficou assombrado, estarrecido, contrariado com isso? Tinha uma pessoa morta ali e você não pediu para saber o que do que se tratava. Ela falou que era o único jeito de resolver os problemas para nós não perder dinheiro com a ação trabalhista. E eu na partilha do meu dos bens do meu divórcio. Mas você pediu para ela para te ajudar? Não pedi. Nunca pedi para me ajudar. como do nada ela vem, aparece e te ajuda e mais do que isso, assassina um homem inocente. Aí eu não consigo te te dar essa resposta, mas foi a foi o que ela aconteceu, cabrinho. Eu amava perdidamente ela e eu acabei que cedendo. Então, primeira vantagem, não precisaria pagar as ívras trabalhistas. É. Qual era o valor dessas víras trabalhistas? R$ 700.000. Segunda vantagem. Não precisia de deixar nada pra Fabiana da minha empresa. Sua ex-mulher. É. Terceira vantagem. Nós ia levar uma vida nova em outro lugar. É isso aí. Só que o plano não parou aí, né? O plano prosseguiu. Daí ela me surpreendeu mais uma vez com a ideia que ela chegou com com anestésico em casa e disse que a gente tinha que dar um jeito de colocar alguma parte para confundir investigação que fosse o meu DNA para não ter feito isso aí. Numa tentativa desesperada de consertar as falhas e levar a polícia a acreditar que Edilson tinha sim sido sequestrado, foi produzido um vídeo onde o empresário aparecia sendo agredido. Edilson está de olhos andados, cercado pelos supostos sequestradores. [Música] No mesmo vídeo, dá para ouvir também um áudio de aviso que se descobre ser produzido com um aparelho modificador de voz. Esse aí não nega mais trabalhista para ninguém. Uma encenação que não funciona. E depois o momento mais dramático. Uma parte de um dos dedos de Dilson foi decepada. Eu lembro que eles puxaram meu braço, mas eu não fiquei olhando. No vídeo acho que dá de perceber que eu não devo ter ficado olhado e eles cortaram. Mas até a forma com que a amputação foi feita gerou desconfiança. A gente percebe que ela foi bem planejada. Ela não é uma uma amputação que a gente imaginaria que alguém com com raiva, com ódio cometeria. Só falta ele pedir desculpa pro Edilson antes dele dar o golpe que que amputou o dedo mínimo dele. Gostaria que você mostrasse as suas mãos, mas como assim concordar em ter o seu dedo decepado? Eu já tava num num barco furado naquelas alturas. Ela pegou, injetou uma anestesia no meu dedo e disse que era que era para nós fazer que ia dar certo. Mas assim, ele falou: “Não, não dá para aceitar. Não posso. Meu dedo lógico. A, a gente ficou nesse impasse por um tempo, mas não tinha outra saída. E esse dedo, como é que foi isso? Como é que chegou esse esse esse dedo aí do jogaram? Uma sacola. É que foi assim, eu tava dormindo e aí começou a vir um monte de vídeo, daí eu abri o vídeo e tava torturando ele. Não achei real. Não achou real. Isso aí não nega mais processo trabalhista para ninguém. é citado no vídeo uma dívida trabalhista. É o próprio vídeo é citado isso. De quem é aquela voz? Na verdade, quem quem falou no vídeo foi a Junice, só que ela tinha esse modificador de voz que mudava, distorcia a voz, ficava ficava diferente. Parece a voz de um homem, mas não é. Não, foi ela que fez. Não deixa morrer, não deixa morrer. Acorda ele, acorda ele. Uma outra coisa bem importante que eu acho que é a sacada, assim, ele comprou um aparelho preto que modifica a voz, que é para fazer trote. Jeunice, sua então companheira, dá declarações importantes à polícia e se torna sua principal acusadora. tinha problema de estelionato, tinha problema de colocar fogo para ganhar o seguro, fazia seguro numa casa lá e botava fogo. É tudo dele é fogo. As investigações apontam que Edilson era obsecado por ela. Ele quer, eu com o cabelo cortado e não posso usar bermuda curta. Olha só as ele é um psicopata, tipo, é uma pessoa que ele eu não, a gente não consegue saber o que que era verdade. Edilson acusa Geonice. Como é que a polícia encara isso? Geonice paraa polícia civil sempre foi tratada como vítima. A gente acompanhou tudo que ela passou, né? as mensagens que ela recebeu, a o vazamento de fotos que os perfis fake criados pelo Edilson fizeram, eh, vazando imagens de cunho sexual dela. Aí ele continua numa sucessão de erros que só facilitou o trabalho da polícia. O empresário procurou um hospital em Itajaí. Edilson estava com uma infecção no dedo amputado e precisava se tratar. Mas o registro do atendimento no hospital deixa uma pista importante. O homem se apresenta com o nome semelhante, Edson. Com essa informação, a gente passou a contatar as testemunhas, que são os funcionários do local, e todos eles reconheceram o Edilson como a pessoa que foi atendida naquela noite. A polícia descobre o esconderijo de Edilson. Ele está em navegantes na casa de Adilson. O homem apontado como seu compassa. Edilson e Adilson são presos. Em depoimento, Adilson prefere o silêncio, mas informalmente confessou que recebeu para participar do crime R$ 15.000. Mas você contratou o Adilson José Barbosa para te ajudar a assassinar o Vander? Não. Por que então o Adilson declara que recebeu R$ 15.000 R de você para participar do assassinato Vandelei. Essa essa essa questão aí que você tá firmando, eu não tenho acesso e isso aí eu Ele disse que você o contratou. É, mas isso aí isso aí não é verdade. Em seus antecedentes, Edilson possui uma condenação em 2012. A vítima seu enteado, um menino de apenas 3 anos que fui foi acusado e fui condenado. Não adianta eu negar. Na época dos fatos, em um dos seus áudios interceptados à investigação, o empresário sugeria fazer exatamente o que ele passou a ser acusado, matar um morador de rua e fingir que estava morto. Nesse momento, eu estou em contato com Gilmar Cavikioni. Ele é o irmão da Geonice. Os dois foram acusados por Edilson. Gilmar, foi você quem atirou no Vandelei e ajudou inclusive a colocar o corpo dele na caminhonete? Não, a minha consciência tá limpa. A polícia já decretou que sabe que eu não tenho nada a ver com isso. Eu nunca fui para essa cidade. Mas por que então Edilson está te acusando? Porque ele me deve. Eu emprestei um dinheiro. Ele me negou o dinheiro, não me pagou R$ 50.000. Qual foi a participação da sua irmã, da Jonice? Porque ele era um psicopata de ciúme da ele, como perdeu ela, disse: “Não, já que eu perdi ela, eu vou levar ela pra cadeia junto comigo”. Minha irmã não quer dinheiro sujo. Ele é um homem perigoso, tá? Ele é perigoso. Por que afinal esse crime foi cometido? Golpe de seguro. Doente. Golpe de seguro. Não quer trabalhar, vagabundo. Se apoderar das coisas dos outros, suor dos outros. O empresário Edilson foi denunciado por homicídio qualificado, sem possibilitar a defesa da vítima, destruição, subtração e ocultação de cadáver e ainda fraude processual. O fato aconteceu, infelizmente tivemos nesse processo uma crueldade, mas assim, conforme bem elencado pelo nosso cliente, isso não aconteceu sozinho. A defesa tem a plena convicção que no decorrer do processo a verdade vai ser estabelecida para que assim a justiça seja feita e que qualquer pessoa que eventualmente concorreu, que participou, que seja identificada, que seja investigada, se condenado pode ir cumprir a pena máxima do Código Penal Brasileiro, 40 anos. O meu irmão, ele foi pego porque naquele momento ele devia estar com fome. Ele caiu na armadilha. Eu vi a necrópsia e o que eu vi canto assim, sabe? Meu irmão virou saco de carvão. É, é revoltante a forma que o meu irmão ficou. Eu não me conformo do monstro chegar, pegar aquela pessoa e fazer aade que fez. Para a família de Vanderlei, você é um monstro, um homem que foi capaz de matar alguém totalmente indefeso. Até posso pedir desculpa pra família. É um remorço que me corrói, porque em momento algum eu premeditei, deixei levar e fugiu do controle. Momento em que a gente encerra essa entrevista, você não quer mesmo admitir que te assassinou Vanderlei? As provas que a gente tá juntando no alto vai provar que eu não matei o Vanderlei. O resultado do julgamento poderá indicar-se Vanderlei, o homem que chegou a ser visto como cidadão invisível, daqueles com o qual ninguém se importa, poderá, enfim, ser mais do que lembrado, honrado. M.









