A Cidade Insana no Meio do Deserto Árabe
0[Música] no meio do deserto um dos países mais quentes do mundo os árabes decidiram construir uma cidade onde quase todo morador tem acesso à própria praia particular e não não é Dubai e também não são ilhas artificiais mas sim um projeto tão ambicioso quanto excêntrico conhecido como a cidade marítima de Sabahal Amad porém essa não é só uma cidade de luxo a beiraar porque essa cidade foi escavada no próprio deserto com canais conectados ao mar praias artificiais e um sistema hidrodinâmico com uso limitado de bombas de apoio sim realmente parece um exagero pode até ser mas tem uma explicação e envolve petróleo guerra soluções ambientais e engenharia de ponta neste vídeo você vai descobrir porque o Quaiti decidiu trazer o mar para dentro do deserto como essa cidade foi construída com a ajuda das marés e por mesmo parecendo um resort futurista ela é na verdade uma resposta direta à falta de espaço à crise habitacional e ao trauma da guerra do Golfo na década de 1980 o Quiti era um dos países mais ricos do mundo per cápita o petróleo impulsionava tudo crescimento populacional urbanização acelerada e uma explosão na demanda por moradias de alto padrão e com isso o desejo por casas a beira crescia junto à renda da população mas havia um limite físico negociável o espaço costeiro era escasso e já estava praticamente tomado de norte a sul o litoral do Cuaiti mede apenas 160 km e grande parte já estava ocupada por portos áreas industriais zonas militares e bairros densos ligados à capital sendo assim a única solução natural era crescer por dentro mas essa solução esbarrava em outro obstáculo o próprio deserto como você pode imaginar construir no deserto árabe não é como construir no interior brasileiro o clima nessa região é extremo temperaturas que ultrapassam 50ºC ventos que arrastam areia fina umidade quase nula e um solo instável pobre e arenoso além disso a ausência de sombra natural e de recursos básicos como água e vegetação tornava essa expansão urbana pouco atrativa tanto do ponto de vista técnico quanto de qualidade de vida foi aí que uma ideia usada surgiu ao invés de disputar os poucos metros do litoral restante por não multiplicar a linha costeira em vez de levar as pessoas até o mar o plano era levar o mar até as pessoas esculpindo uma malha de canais navegáveis dentro do deserto cada canal abriria espaço para novas margens permitindo que milhares de lotes tivessem contato direto com a água como se fossem miniaturas de ilhas particulares dessa forma a lógica se tornou simples se você não tem mais costa você constrói mais costa essa ideia moldaria o nascimento de um dos projetos urbanos mais curiosos do Oriente Médio a cidade marítima de Sabá Alamad mas como será que a construção foi planejada e projetada e quais técnicas foram utilizadas para realizar tamanho [Música] feito o conceito da cidade marítima de Sabahal Amad é ao mesmo tempo engenhoso e radical em vez de expandir verticalmente com arranha céus ou disputar os poucos metros da costa natural o Caiti decidiu criar sua própria linha costeira artificial escavando canais dentro do deserto e conectando-os ao mar mas é importante ressaltar que o projeto foi construído sobre uma região costeira pantonosa e de mareja existente e não no centro do deserto árido ou seja o local escolhido foi Alkiran uma região praticamente entocada no sul do país próxima à fronteira com a Arábia Saudita essa área tinha duas características que a tornavam ideal: dois canais de maria naturais já existentes e uma topografia relativamente plana o que facilita a escavação e a circulação de água a ideia era transformar esse terreno seco em um mosaico de canais sinuosos lagos artificiais e margens habitáveis portanto os canais foram desenhados para maximizar o contato com a água ou seja ao invés de uma linha reta de costa criaram curvas entradas braços de mar e rotas de navegação ampliando exponencialmente a superfície litorânea útil assim cada quarteirão pode terminar em uma marina cada rua pode dar em uma praia e cada casa pode ter sua própria área de banho particular além do luxo isso garante que quase toda a cidade possa se beneficiar da brisa marítima o que ajuda a aliviar as temperaturas extremas do deserto o plano diretor previa abrigar até 100.000 pessoas mas com o projeto crescendo ao longo dos anos e a abertura regular de novas sessões os planejadores esperavam abrigar até 250.000 pessoas nesta cidade com foco em residências de alto padrão resortes e infraestrutura náutica mas há um detalhe interessante que não podemos deixar passar ao contrário de muitos projetos da região essa cidade não seria construída sobre linhas artificiais como em Dubai mas escavada diretamente no deserto árido o que reduz o impacto sobre o fundo marítimo e torna a obra mais integrada ao ecossistema natural da costa mas embora pareça moderna a ideia de escavar canais para criar propriedades à beira d’água remonta a práticas de civilizações antigas como as da Mesopotâmia e Egito que também manipulavam cursos de água para agricultura e urbanismo a diferença aqui está na escala tecnologia e propósito de luxo essa abordagem inicial abriu espaço para um sistema urbano único onde o mar se transforma em infraestrutura e o deserto é moldado não por ruas mas por canais navegáveis transformar um pedaço de deserto em uma cidade navegável conectada ao mar exigiu mais do que dinheiro e máquinas exigiu prever o comportamento da natureza com precisão quase cirúrgica e o maior obstáculo era a água como eles poderiam garantir que canais escavados artificialmente não se transformassem em possas salgadas fétidas e estagnadas esse é um problema comum em obras costeiras quando a água não circula bem o oxigênio diminui as algas proliferam e a vida marinha desaparece para resolver isso sem depender das estações de bombeamento que seriam caras barulhentas e energeticamente ineficientes os engenheiros do projeto recorreram à solução elegante: simular a natureza antes de enfrentá-la eles criaram um modelo hidrodinâmico computadorizado com dados reais de ventos marés e correntes isso permitiu prever como a água se comportaria em cada curva entrada e bifurcação dos canais com base nesses resultados o sistema foi ajustado como com portas de marcivas que se abrem e fecham sozinhas usando apenas a pressão da água canais de alívio adicionados onde o fluxo era forte demais para evitar erosão nas margens e reduzir desgastes nas fundações aberturas no quebra-amar permitindo renovação constante da água e entrada de fauna marinha outro detalhe técnico interessante são as comportas elas não possuem partes eletrônicas elas funcionam como válvulas naturais abertas pela maré alta e automaticamente fechadas na maré baixa um sistema 100% passivo sem consumo de energia mas outra preocupação era garantir que os canais não deformassem com o tempo a água mesmo em fluxos suaves tem enorme poder erosivo por isso os traçados dos canais foram desenhados para distribuir a pressão hidráulica uniformemente comagens revertidas zonas de dissipação e curvas amplas onde necessário além disso a vegetação também faz parte da engenharia espécies tolerantes à salinidade foram plantadas nas ilhas artificiais e margens dos canais essas plantas fixam o solo absorvem sal e criam habitates vivos contribuindo para o equilíbrio do microclima local ou seja enquanto outras cidades litorâneas tentam proteger suas margens da natureza Sabá Hal Amad foi planejada para funcionar com ela usando o ambiente como aliado e não como obstáculo e é justamente essa escolha de respeitar os limites naturais invés de desafiá-los que torna essa cidade tão diferente do que se vê por exemplo em Dubai mas enquanto Quaiti escolheu trabalhar com a natureza um outro vizinho rico do Golfo seguiu um caminho bem diferente priorizando forma ao invés de função e é aí que entra Dubai enquanto Quaiti escava o deserto para puxar o mar para dentro Dubai fazia o oposto levava areia para o mar para criar terra onde não existia projetos como Paul Mer e The World transformaram o litoral dos Emirados Árabes em um cartão postal global mas a um preço técnico e ambiental elevado as ilhas de Dubai foram construídas com dragem massiva de areia do fundo do mar moldadas em formas simbólicas como palmeiras ou mapa munde mas o espetáculo visual esbarrou em contradições as barreiras que protegem essas ilhas também impedem o fluxo natural da água enfrentando desafios ambientais como estagnação da água e erosão em contraste a cidade marítima do Quaiti foi moldada com base no comportamento real da natureza seus canais não seguem estética turística mas respeitam as curvas das marés com entradas amplas que facilitam a renovação da água e prevém a degradação ambiental enquanto Dubai construiu um símbolo o Quaiti construiu um sistema uma solução discreta e alinhada com a lógica do ambiente onde foi criada mas o que essa escolha entre espetáculo e sustentabilidade realmente revela sobre o papel dessa cidade nos dias de hoje [Música] a cidade marítima de Sabahal Amad não é apenas um experimento urbano era um refluxo direto das escolhas que Quaiti fez em um período de trauma após a guerra do Golfo o país viu seus poços de petróleo arderem por meses um desastre ecológico sem precedentes reconstruir com consciência ambiental era uma necessidade tão política quanto simbólica o projeto se propõe a ser um novo tipo de cidade árabe que combina luxo privado com engenharia ecológica mas ela também tem suas limitações a cidade é acima de tudo residencial dependente de carros com poucos espaços públicos e nenhuma densidade urbana real é uma resposta ao deserto por qualidade de vida mas não necessariamente a criação de uma vida urbana vibrante mesmo assim transformar um deserto em uma cidade navegável limpa e autorregulada não é pouca coisa engenharia geopolítica e natureza costuradas em mesmo território no fim das contas Sapá Hal Amad mostra que no Golfo Péssico o progresso não precisa ser um confronto com a natureza ela pode ser uma adaptação cuidadosa a ela e talvez esse seja a verdadeira lição por trás dessa cidade aparentemente estranha cravada no deserto obrigado por ter assistido este vídeo até aqui você conhecia esse tema sabia dessa grande cidade de incrível não é mesmo deixa aqui nos comentários o que você achou dela será que aqui no Brasil precisaríamos de uma cidade costeira como essa com todas essas capacidades e interações com a natureza deixa aqui nos comentários sua opinião eu vou ficando por aqui [Música]







