A Estrela Mais Poderosa do Universo, Que Não Existe na Via Láctea
0O ser humano tem uma tendência natural a se fascinar por tudo aquilo que foge do comum, que não se encaixa nos padrões tradicionais. Coisas tão extraordinárias que fazem até a gente esquecer do que é considerado normal, capturando todos os olhares. Olá, pessoal. E quando falamos em algo realmente fora da curva, nada chama mais atenção do que o tamanho. O maior animal, a maior pirâmide, o maior planeta. Mas e se a gente abrisse o topo dessa lista dos maiores? Qual seria a estrela que apareceria logo na primeira página? Se você ficou curioso para saber, aproveite agora para se inscrever aqui no nosso canal e assim você não perde nenhuma descoberta incrível sobre o que tá rolando aí pelo universo afora. Pois é, galera, eu sou o Deluca falando com vocês aqui no canal Pipa. Então, bora começar o nosso conteúdo de hoje. O gigante das nuvens de Magalhães. No imenso e interminável universo existem bilhões de estrelas que vão desde anãs brancas pouco luminosas até gigantes azuis que brilham intensamente. Há também super gigantes vermelhas que emitem uma luz suave e pulsares super quentes que brilham nas profundezas mais escuras do cosmos. Mas nesse momento, nossa atensão está voltada para uma estrela localizada na nebulosa da tarântula, dentro da grande nuvem de Magalhães, há 165.000 anos luz da Terra. Essa estrela se chama R136 A1. Isso mesmo, ela é simplesmente a estrela mais massiva já identificada pela humanidade. Vale dizer que até agora os astrônomos conseguiram calcular a massa de apenas alguns milhares de estrelas. Por isso, é bastante provável que no futuro a gente ainda descubra outras gigantes ainda mais impressionantes do que essa. Mas por enquanto vamos conhecer a atual campeã do universo. O nome R136 A1 indica que essa estrela pertence ao aglomerado R136 e foi a primeira a se destacar entre todas que o compõem. Ela foi descoberta nos anos 80, quando os astrônomos começaram a investigar a grande nuvem de Magalhães com mais profundidade, usando uma técnica chamada interferometria por Speck, e logo foi identificada como parte da nebulosa da tarântola. Mas foi principalmente nas últimas décadas, com a ajuda do telescópio Hubble que os cientistas conseguiram medir com precisão suas características físicas, como massa, raio e luminosidade. O raio dessa estrela varia entre 20 e 25 milhões de quilômetros, o que equivale a 30 a 35 vezes o raio do nosso sol. Mas o que realmente impressiona não é apenas o tamanho. A massa dessa super estrela é de 170 a 230 vezes maior do que a massa do Sol. E isso revela uma curiosidade. Quanto maior a estrela, mais frágil ela tende a ser. Se tivesse a mesma densidade do Sol, uma estrela com esse tamanho teria que ter uma massa 35 cubo vezes maior. Isso dá em torno de 44.000 vezes a massa do Sol. Só que na prática, uma estrela tem no máximo 230 vezes a massa solar. Ou seja, se essa estrela for um gigante desajeitado, o Sol seria como um atleta musculoso e bem definido. Isso significa que a densidade média de R36 a1 é de 44.000 div por 230, ou seja, apenas 191 avos da densidade do sol. A densidade média do Sol é de 1,41 g por cm C. Então essa gigante frágil tem uma densidade de apenas 0,007 g por cm C. E isso é equivalente à densidade do A entre 25 e 30 km de altitude. Por isso, se não fosse pela temperatura e pela radiação extrema, talvez fosse possível atravessar o interior dessa estrela. pelo menos a sua camada externa, com certeza daria para atravessar. Claro que no núcleo a densidade é um pouco mais elevada. E quanto a temperatura desse núcleo? Você deve estar se perguntando. A temperatura da superfície de R136 a1 chega a 55.000 Kelvin, ou seja, 10 vezes mais quente do que a superfície do Sol. Já dentro da estrela, as temperaturas ultrapassam centenas de milhões de Kelvin. É por isso que essa estrela consegue manter um processo de fusão nuclear incrivelmente intenso durante toda a sua vida e sua luminosidade é tão impressionante quanto a sua temperatura. R136A1 emite uma quantidade de luz 6,7 milhões de vezes maior que a do Sol. É literalmente uma combinação de glória e fragilidade. Brilha como nenhuma outra, mas tem uma densidade baixíssima. Para entender melhor o que isso significa, imagine que em vez do sol R136 A1 estivesse ocupando o mesmo lugar no céu. Mesmo com o céu completamente nublado, olhar para cima seria muito mais difícil do que encarar a luz ofuscante de um arco de solda elétrica. O nascimento de uma gigante e uma vida plena. Mas afinal, como é que um astro tão raro como esse consegue se formar? Enquanto as estrelas comuns nascem de nuvens de gás e poeira, R136 A1 surgiu em condições completamente excepcionais. A nuvem de onde ela se formou era tão massiva que deu origem a uma estrela com dezenas de vezes a massa do sol. Estrelas assim se tornam gigantes praticamente desde o início de suas vidas. Algumas teorias sugerem que estrelas como a R136 A1 podem se formar não só a partir de nuvens moleculares comuns, mas também por meio da fusão de estrelas menores sob forte influência gravitacional. Em outras palavras, várias estrelinhas se juntam até formar um único astro colossal. Esse tipo de fenômeno pode ser observado em aglomerados estelares antigos. Nesses lugares, estrelas com 70 a 80% da massa do sol acabam colidindo e se fundindo, dando origem a verdadeiros gigantes. Isso ajuda a explicar porque essas superestrelas costumam aparecer em aglomerados mais antigos. R136 A1, por exemplo, exerce uma influência enorme sobre a região ao seu redor, especialmente dentro da nebulosa da tarântola. Ela gera fluxos intensíssimos de íons, capaz de alterar completamente o estado dos gases e das partículas de poeira ao seu redor. Esses fluxos ionizam a matéria da nebulosa, criando imensas nuvens de partículas carregadas que acabam interagindo com os campos magnéticos e moldando novas estruturas no espaço interestelar. Essas interações têm um papel essencial na formação de novas estrelas, novos planetas e até na dispersão dos elementos pesados que vão compor sistemas estelares da próxima geração. A influência de R136 A1 sobre a nebulosa da tarântola é tão intensa que ela funciona como uma verdadeira oficina cósmica. Nesse ateliê, o material antigo se transforma em novas estrelas, novos planetas e também em elementos essenciais para o surgimento da vida no universo. Ou seja, R136 A1 não está apenas brilhando lá no céu. Ela participa ativamente da evolução do cosmos e influencia tudo ao seu redor de forma bem profunda. grandioso fim de uma super estrela. Assim como acontece com os seres humanos, o gigantismo não costuma trazer bons resultados quando o assunto é longevidade. Pegue o Sol como exemplo. Por sorte, o nosso Sol não tem nenhuma característica extrema. Desde o nascimento até a sua morte, ele terá uma vida de cerca de 10 bilhões de anos. Atualmente, o Sol ainda está na fase de sequência principal, transformando o hidrogênio em hélio de forma eficiente no seu núcleo. Essa fase ainda deve durar mais uns 5 bilhões de anos até o momento em que ele se torne uma gigante vermelha, depois uma Nã branca e por fim perca suas camadas externas restando apenas um núcleo. Já uma estrela com massa gigantesca como R136A1 evolui de forma muito mais acelerada por causa das temperaturas e pressões muito mais intensas do que as do Sol. O processo de fusão nuclear avança num ritmo frenético, consumindo o estoque de hidrogênio num piscar de olhos. Estrelas com uma massa de 170 a 230 vezes a do Sol, como é o caso da R136 A1, tem uma vida muito mais curta. Ela consome todo o hidrogênio do núcleo rapidamente e esse processo dura apenas entre 2 e 3 milhões de anos. Depois disso, ela se transforma numa super gigante azul e então entra em sua fase final de evolução, que pode combinar numa hiper nova. Estrelas assim têm uma existência curtíssima, vivem só alguns poucos milhões de anos. Um contraste gritante com os 10 milhões de anos de vida do nosso sol. Em outras palavras, ela vive apenas 1 3000 avos do tempo do sol. Por isso, é praticamente impossível que a vida se forme ou evolua em torno de uma estrela dessas. Aliás, o destino dessa estrela ainda gera debates entre os cientistas. Alguns acreditam que ela pode explodir como uma super nova de instabilidade de pares ou até mesmo colapsar diretamente em um buraco negro sem gerar uma explosão visível. Mas independentemente do cenário, isso não altera muito a sua expectativa de vida. Assim como sua existência foi impressionante, seu fim também será digno de destaque. Quando ela tiver esgotado todo o combustível do núcleo, como dissemos antes, ela poderá se transformar numa hipernova ou numa supernova comum. No primeiro caso, estaríamos falando de um dos eventos mais destrutivos já vistos no universo. A hipernova é muito mais poderosa do que uma supernova comum, liberando uma quantidade absurda de matéria no espaço e podendo afetar estrelas e planetas vizinhos. Mas mesmo uma supernova já seria um fenômeno longe de ser comum. Ela também brilha intensamente e libera uma energia colossal. A diferença é que já não é algo tão raro ou exclusivo. Por outro lado, se o destino da estrela for colapsar diretamente num buraco negro, tudo aconteceria de forma silenciosa, invisível e sem alarde, mas em compensação, o que surgiria seria um verdadeiro monstro devorando matéria sem parar. Felizmente, essa super estrela está bem longe da Terra, então mesmo que ela explodisse, não nos causaria nenhum perigo. Ainda assim, o impacto desse evento pode ter consequências profundas, tanto do ponto de vista científico quanto filosófico. Fenômenos cósmicos dessa magnitude t o potencial de desencadear descobertas revolucionárias e abrir novas frentes na astrofísica, na cosmologia e até na física teórica. Com isso, conseguiremos entender ainda melhor como essas estrelas supermassivas influenciam a estrutura do universo. A morte de uma estrela como essa é, ao mesmo tempo, um ato de destruição e de criação. Ela libera os elementos que mais tarde formarão novas estrelas e novos planetas. Em resumo, R136 A1 não é apenas mais uma estrela no céu. Ela é um símbolo da infinidade de milagres que preenchem o universo e que estamos só começando a desvendar. A grandiosidade e o poder do cosmos nos lembram o quanto ainda sabemos pouco sobre ele e o quanto ainda temos para descobrir. Cada nova observação, cada nova descoberta abre portas para horizontes desconhecidos e nos levam a refletir sobre o nosso lugar nesse universo tão vasto e surpreendente. R136 A1 é uma prova viva, ou melhor, ardente da grandeza do universo e da importância de nunca pararmos de buscar respostas. Afinal, é cada passo nessa jornada que nos aproxima de entender de verdade como tudo ao nosso redor funciona. E se você curtiu esse vídeo, não esqueça de deixar o seu like e compartilhar em suas redes sociais. Muito obrigado por assistir até o final e a gente se vê no próximo episódio aqui no nosso canal. Um forte abraço e até lá.