A Fraude da Gasolina Brasileira

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Se você acompanha o Elementar, já me ouviu 
falando muitas vezes sobre os absurdos que o brasileiro enfrenta pra ter um carro.
E dentro dessa novela, tem um capítulo que pouca gente fala, mas que te afeta 
toda semana: o simples ato de abastecer. Porque até isso virou terreno 
fértil pra golpe no Brasil, no que é conhecido como a fraude da gasolina.
Mas não para por aí. Além da gasolina em si, você pode levar um golpe na bomba, no pagamento 
ou até nos serviços oferecidos pelo posto. É open bar de golpe. Você pode 
até escolher em qual quer cair. E aparentemente fiscalizar não adianta, por que 
as fraudes enganam até mesmo o órgão regulador. Então, com tantos esquemas sofisticados, o que o 
governo realmente está fazendo para proteger você? E no fim das contas, como você pode 
se defender de tudo isso no dia a dia? Abastecer o carro deveria ser algo simples, mas 
para nós brasileiros virou uma tarefa perigosa. Inclusive, denúncias de irregularidades 
em postos aumentaram 27% no final de 2024 e início de 2025, segundo dados da 
Agência Nacional do Petróleo, ANP. E o pior é que essas fraudes evoluíram tanto 
que ficaram praticamente invisíveis a olho nu. Enquanto você acredita estar enchendo 
o tanque com uma gasolina boa, pode estar caindo num golpe que ameaça não só 
seu bolso, mas seu carro e até sua segurança. A bomba adulterada talvez seja o golpe mais 
clássico desse mercado. O visor mostra um número, mas a quantidade de combustível que chega 
ao seu tanque é bem menor. Em alguns casos, essa diferença atinge impressionantes 15%, 
gerando lucros astronômicos para o posto. Os relatos de consumidores mostram o impacto 
real dessas fraudes. A advogada Nathália Freitas, ao abastecer em Teresina, notou algo estranho: 
o visor indicava mais litros do que a capacidade máxima do tanque do seu carro. “Aquilo me 
causou estranheza e eu fiz uma denúncia”. Mas o esquema vai muito além: tem posto que 
mexe na bomba pra ela conseguir detectar a fiscalização, funcionando normalmente quando o 
fiscal tá fazendo o teste. Isso faz com que seja quase impossível comprovar a irregularidade.
E quando falamos de combustível adulterado, o problema se agrava. Não é apenas o dinheiro 
que você perde, é a manutenção do seu veículo que está em jogo. A mistura de solventes, água 
ou substâncias proibidas à gasolina ou ao etanol resulta em entupimento de bicos injetores, 
corrosão interna e aumento do consumo. E isso é apenas o começo dos problemas, por 
que as fraudes não param no abastecimento. Na hora de pagar, o perigo continua. 
Maquininhas adulteradas e troca de cartões são tão comuns que “as fraudes em postos 
de combustível representam 8% de todas as ocorrências de clonagem de cartões no país”.
Como se não bastasse, existe ainda o golpe dos “serviços não solicitados”. Enquanto você 
abastece, frentistas oferecem – ou simplesmente realizam sem pedir – limpezas de para-brisa, 
verificações de óleo e outros serviços. Geralmente esses serviços são cortesia 
enquanto você coloca dezão de gasolina. Mas pode acontecer desses serviços 
aparecerem magicamente na sua conta, frequentemente com preços inflados e se 
aproveitando do constrangimento que muitos sentem em recusar ou questionar (fonte 1).
Só que tem malandro que não para por aí e vai muito além.
Em um caso de abril de 2025, o Procon de Guarulhos desvendou um esquema 
bizarro. Uma idosa de 75 anos, Dona Noêmia, foi cobrada em R$ 8.000 por uma simples troca 
de óleo. Pressionada, ela acabou parcelando o valor em quatro vezes de R$ 2.000. O absurdo não 
parou por aí: o estabelecimento também adulterava as bombas de combustível, entregando até 1,6 
litro a menos a cada 20 litros abastecidos. Este caso revelou uma operação sistemática 
que visava especialmente pessoas vulneráveis como idosos e mulheres. Alegavam problemas 
mecânicos inexistentes, jogavam água no motor quente para simular fumaça e pressionavam os 
clientes a aceitar serviços desnecessários. E a Dona Noêmia não tá sozinha nessa. Andreia 
foi cobrada em R$ 4.750 por supostos serviços em seu Ford Ka. Sr. Wilson, também idoso, foi 
ao posto para calibrar o pneu e saiu com uma conta de R$ 6.706 por “reparos” que incluíam 
9 litros de óleo de câmbio – quantidade que nem sequer cabe no modelo do seu carro.
Inclusive, esses casos estouraram há pouco tempo e muita gente falou sobre eles.
São casos extremos, mas bizarros e que chamam a atenção.
E a fiscalização até tá em cima. A Operação “Bomba Baixa”, conduzida pelo 
Ministério Público do Rio de Janeiro, revelou a magnitude do problema. Investigadores 
descobriram redes de postos que adulteravam combustíveis com metanol, substância proibida pela 
ANP e extremamente tóxica. Entre 2017 e 2023, uma única rede investigada expandiu para 60 postos, 
com um salto impressionante no capital social: de R$ 100 mil para R$ 3,9 milhões, boa 
parte alimentado por irregularidades. Segundo o Gaeco, o grupo criminoso adquiria 
combustíveis sem nota fiscal, corrompia agentes públicos para evitar autuações e manipulava os 
lacres das bombas para burlar as fiscalizações. O metanol misturado à gasolina e ao etanol reduz 
drasticamente os custos para os fraudadores, mas traz riscos gravíssimos à saúde: desde 
cegueira até danos neurológicos permanentes, além de ser altamente inflamável e 
complicar o controle de incêndios. Esses golpes vão muito além de simples problemas 
financeiros individuais. Eles corroem a segurança pública, comprometem a qualidade dos 
combustíveis, prejudicam o funcionamento dos veículos e destroem a confiança da população 
em serviços essenciais. Cada denúncia registrada ajuda a desmantelar uma rede de práticas ilegais, 
mas só a denúncia aparentemente não faz milagres. Nos últimos anos, novas legislações, fiscalizações 
intensificadas e multas astronômicas surgiram para tentar mudar esse jogo – mas será que 
isso é suficiente para proteger quem só quer abastecer sem cair em armadilhas?
As fraudes nos postos de combustíveis não representam apenas prejuízos isolados – elas 
provocam um rombo gigante na economia brasileira. Estimativas apontam que somente as fraudes em 
bombas adulteradas causam um prejuízo anual de R$ 5 bilhões aos consumidores. Cada litro que 
não chega ao seu tanque gera um efeito cascata: eleva o custo do transporte e pressiona para cima 
o preço de praticamente tudo que a gente consome. A mistura de solventes, metanol e outros 
contaminantes à gasolina ou ao etanol provoca consequências que vão além da financeira, como 
falhas mecânicas potencialmente fatais e perda repentina de potência em momentos críticos.
Um simples abastecimento pode se transformar em uma conta exorbitante na oficina ou, 
pior, em um perigo mortal nas estradas. Diante desse cenário alarmante, a ANP e o governo 
decidiram endurecer o jogo. Em 2024, a Lei 15.082 foi sancionada, elevando as multas por 
fraudes e infrações no setor para valores que podem atingir impressionantes R$500 milhões, 
além de permitir a revogação definitiva das autorizações de distribuidoras reincidentes.
Só resta saber se de fato vão cumprir a lei. A gente sabe que aqui no Brasil a coisa nunca 
funciona como deveria. Mas já é um primeiro passo. Entre as novas medidas, uma das mais controversas 
foi a suspensão temporária da venda de biodiesel entre distribuidoras, de maio a dezembro de 
2024. Esta ação mirou diretamente as chamadas “bionotas” – um esquema onde distribuidoras 
desonestas compram apenas notas fiscais falsas de biodiesel, sem adquirir o produto real. 
Na prática, vendem diesel com pouco ou nenhum biodiesel, mas com documentação que “comprova” 
o cumprimento da lei, conseguindo assim preços mais baixos que distribuidoras honestas.
Como explicou Carlos Faccio, diretor do Instituto Combustível Legal, “com os pares, 
eu sei quanto o produtor vendeu e quanto o distribuidor comprou. No momento que eu tiver as 
duas informações, a fraude ficará mais difícil”. O objetivo é claro: tornar cada operação 
rastreável do início ao fim, fechando as brechas que permitem fraudes cada vez mais sofisticadas.
A medida gerou preocupação no mercado. Distribuidoras menores temem 
que multas milionárias punam até erros técnicos não intencionais, em 
um setor já sufocado por custos altos. Para evitar injustiças, instituições como 
o Instituto Combustível Legal propuseram à ANP a adoção da tipificação do dolo. 
A proposta visa garantir que apenas empresas comprovadamente mal-intencionadas 
recebam as punições mais severas, enquanto irregularidades técnicas possam ser corrigidas 
sem o fechamento imediato dos estabelecimentos. Mas casos recentes comprovam 
que as irregularidades continuam sendo uma realidade cotidiana.
Em Vila Velha, Espírito Santo, a ANP flagrou um posto vendendo gasolina comum como se fosse 
aditivada, iludindo consumidores que pagavam mais por um produto sem os benefícios prometidos.
Em São Paulo, a situação não é melhor. Uma série de fiscalizações recentes resultou em 15 
postos autuados por irregularidades diversas, desde problemas na qualidade do combustível até 
fraudes sofisticadas nas bombas de abastecimento. No Pará, dois postos foram flagrados 
comercializando combustível sem os equipamentos obrigatórios de análise de qualidade. 
Em Goiás, o cenário era ainda mais alarmante: um posto em Itumbiara vendia combustível com teor 
alcoólico e massa fora dos padrões de segurança. Por trás de cada bomba adulterada ou 
combustível contaminado, existe uma rede intrincada de interesses, lucros extraordinários 
e falhas sistemáticas de fiscalização. Mesmo com legislações mais rígidas, o desafio permanece 
monumental: identificar, punir e, acima de tudo, prevenir essas práticas predatórias, assegurando 
maior segurança e justiça ao consumidor final. Diante de tantos riscos e esquemas fraudulentos, 
surge a questão crucial: o que você, consumidor comum, pode fazer para se proteger efetivamente?
Para escapar das armadilhas nos postos de combustíveis, você precisa adotar uma 
postura ativa e atenta a detalhes que muitos ainda ignoram.
Verificar se as bombas possuem o lacre do Inmetro intacto e dentro 
da validade é o primeiro passo fundamental. Esse simples gesto pode indicar se o equipamento 
passou por verificação oficial recente, reduzindo as chances de fraude no abastecimento. Além 
disso, criar o hábito de abastecer sempre a mesma quantia – seja um valor redondo ou uma quantidade 
específica – ajuda a perceber rapidamente qualquer alteração suspeita no rendimento do veículo.
Eu, particularmente, sempre me programo e abasteço no mesmíssimo posto. Eu sei 
que a qualidade da gasolina é boa e nunca tive nenhum problema abastecendo lá.
Claro que se eu vou viajar é outra história, mas mesmo assim sempre procuro 
um posto com bandeira conhecida. No momento do pagamento tem que cuidar 
também. Nunca perder o cartão de vista e, sempre que possível, utilizar o pagamento por 
aproximação, que oferece uma camada extra de segurança contra tentativas de clonagem.
Antes de digitar sua senha, confira o valor exibido na maquininha e sempre 
guarde o comprovante para verificação posterior. Esses pequenos cuidados 
podem evitar prejuízos financeiros. A qualidade do combustível também pode ser 
verificada no local. Todo consumidor tem o direito legal de solicitar o teste de qualidade 
no próprio posto, e o estabelecimento é obrigado a realizar essa verificação na presença do 
cliente. Esse teste simples pode impedir que você abasteça com combustível adulterado e 
ainda serve como alerta valioso para outros motoristas que frequentam o mesmo local.
Quando houver suspeita concreta de fraude, a Agência Nacional do Petróleo disponibiliza 
sua Ouvidoria para o registro formal de irregularidades, aceitando inclusive denúncias 
anônimas para proteger o denunciante. Além disso, foi desenvolvido o aplicativo “Fala 
Consumidor”, que simplifica enormemente o processo de denúncia e permite acompanhar 
em tempo real as operações de fiscalização. No papel é tudo muito bonito: ANP fiscalizando, 
consumidor denunciando, todo mundo de mãos dadas, cantando Imagine e soltando pombas 
contra a fraude. Mas convenhamos, estamos no Brasil, terra onde até o 
momento de abastecer virou jogo de sorte. Pra variar, a solução depende de um “esforço 
coletivo” – que é o jeito elegante de dizer que ninguém vai resolver sozinho e, no 
final, provavelmente ninguém vai resolver. Enquanto isso, o malandro segue vencendo, o posto 
desonesto continua enchendo o bolso, e a gente segue pagando o pato – colocando gasolina duvidosa 
em um carro que já gera inúmeros outros gastos. E você concorda comigo? E o que acha desse 
absurdo de ter que abastecer o carro com medo de cair em golpe? Já passou por alguma 
situação parecida? Comenta aqui embaixo e me diz também o que achou desse vídeo.
Agora, se quiser entender o que eu chamo de Algoritmo Humano e como você pode 
usá-lo pra levar um canal no YouTube de 0 a 100 mil inscritos, confere uma aula 
grátis no primeiro link da descrição, ou apontando a câmera do seu celular pro QR code 
que tá na tela antes que essa aula saia do ar. E pra entender como no Brasil até depois de 
uma tragédia anunciada a reconstrução vira uma promessa que nunca se cumpre, confere esse 
vídeo aqui que tá na tela. Clica nele aí que eu te vejo lá em alguns segundos. Por esse 
vídeo é isso, um grande abraço e até mais.

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