A GENTE TEM QUE SER FELIZ NO TRABALHO? | CONVERSAS DIFÍCEIS 061

0
Share
Copy the link

Quero contar a história para vocês de quando eu trabalhei com a profissão dos meus sonhos. Isso acabou virando um dos meus maiores pesadelos da vida. Eu sempre fui uma pessoa que gostei muito de filme, de cultura, de entretenimento, desde que eu era muito novo. Então, desde muito pequeno, eu sempre gostei de cinema. Meu pai me levou muito ao cinema e a gente tinha o hábito de assistir filmes, ver tudo quanto é tipo de filme diferente para eu assistir na locadora. Isso foi uma coisa que meu pai sempre me incentivou, né? Meu pai sempre alugou filmes clássicos do Steven Spielberg, do Jorge Lucas, pegava filmes antigos para eu assistir. Ele uma época, ele e os amigos deles, eles fizeram um acordo que eles alugavam VHS numa locadora. Um amigo dele tinha aqueles e umas uns e aparelhos de cassete. Vocês devem saber, aparelho de fita, de vídeo que gravava fita, então eles costumavam gravar fitas. Então meu pai pegava umas fitas muito longas, gravavam três, quatro filmes. E eu adorava ficar assistindo esses filmes na minha casa. E a gente sempre teve essa paixão, essa união. Então sempre gostei muito de cinema desde muito pequeno, tá? Então sempre foi uma paixão minha. Isso me fez me interessar muito por arte, por cultura. Então por gostar muito de filmes, eu sempre quis ler muito sobre filmes. E o que eu tinha para ler na época? Jornais e revistas. Então eu tenho por hábito desde muito cedo lê. Então eu lembro de ler folha kids quando eu era pequeno. Isso acabou evoluindo para eu ler a folha team, que era um uma parte da folha que era muito boa. Depois eu acabei evoluindo pra folha ilustrada. Então sei lá, desde os meus 13, 14 anos de idade eu tinha o hábito de pedir pro meu pai: “Ah, pai, separa a ilustrada para mim”. E como meu pai não gostava de ler, ele sempre separava para mim a ilustrada, né? Ele sempre separava esse essa partezinha do caderno para mim. Eu lia o guia da folha e aí você acabou me fazendo ler revista 7, revista sci-fi, um monte de outras revistas que eram lançadas na época que falavam sobre o assunto. E por tá lendo guia da Folha, por est lendo Folha Ilustrada, eu acabei me interessando por arte, por cultura, por lazer. Então isso acabou sendo uma coisa minha. E conforme eu fui envelhecendo e fui começando a pensar numa profissão, eu comecei a me ligar que talvez trabalhar com cultura era algo que eu queria muito trabalhar. E um guia cultural, pô, era algo muito especial para mim. E na minha carreira isso acabou se tornando um objetivo desde muito novo. Quero trabalhar em um guia cultural. Eu comecei a minha carreira como jornalista. Na época eu já era formado em teatro, eu já trabalhava com teatro desde muito novo também. Então tem outra coisa também tem a ver com cultura, né, que eu também já gostava de teatro. Eu accei minha carreira como jornalista, sendo estagiário num programa de TV que era muito bom, onde eu podia escrever sobre música, podia escrever sobre filmes, podia escrever sobre várias coisas na extinta Play TV. Acho que quem assistiu o combo fala mais joga. Aí na época dos anos 2006, 2007, 2008, deve lembrar mais ou menos da Play TV. E depois eu acabei indo trabalhar num guia cultural que chamava guia SP. E depois de um tempo acabei, ela acabou sendo comprado, acabei indo trabalhar numa parada que chamava Guia da Semana, que era um site muito grande, com bastante gente trabalhando junto e que tinha bastante audiência. Então, a minha profissão era literalmente escrever sobre cultura. E lá dentro eu passei pelas mais diversas áreas, né? Eu comecei escrevendo sobre bares e barradas, depois eu fui escrever sobre restaurantes, depois eu acabei escrevendo sobre cinema e fui escrevendo sobre várias coisas. Acabei me tornando editor, o que acabou fazendo com que eu escrevesse de tudo quanto é tipo de coisa, acabar sendo convidado para tudo quanto é tipo de evento, lançamento. Então eu acabei cobrindo várias coisas que vocês podem imaginar. De 2011 a 2014, vai 11, 12, 13, 14, eu devo ter ido em todos os shows grandes que aconteceram em São Paulo e uma época teve bastante show, então assisti show, [ __ ] assisti show do System of Down, L Biscuit, assistir do Corne, assisti da Madonna, assistindo Justin Bieber, Full Fighters, per Plant Hamp, Killers, Mus, Arcade Fire, Cara, eu fui tudo quanto tipo de show que vocês monkeys, fui tudo quanto é tipo de show que você pode imaginar. Eu fui Fallout Boy, cara, consigo fazer uma lista gigantesca, Regina Inspector, fui no show da Rita Gilberto Gil, cara, eu fui tanto show que era uma maluquícia. Esse era meu meu rolê, cobrir estia de vários filmes, lançamentos de vários filmes, peças de teatro, musical do Rei Leão, musical Wicked, como cobri um monte de coisa, cara. Um monte de coisa. Um monte de coisa. Um monte de coisa. Porém, eu não tava feliz. Eu lembro de um dia que eu tava cobrindo um Lola Palusa que eu tinha que acordar para ir cobrir o festival. Terceiro dia de festival, cara, não conseguia sair da cama. Parecia que eu tava indo para um velório assim de tão cansado, exausto, desmotivado, tava completamente cagado das ideias assim. E eu lembro de estar lá no festival, olhar e pensar assim: “Porra, uma das minhas bandas favoritas, um dos meus festivais favoritos, acho que era ali, era a época era o show do [Música] Pear Jam. Eu falei assim: “Cara, gosto para [ __ ] do Pro Jam, mas por que que eu não tô feliz assistindo o show do Pear Jam?” Sabe por que eu não tô gostando desse show? Porque eu não tô curtindo uma parada que era para eu tá amando, tá ligado? Porque eu gosto de Pro Gend. Só que eu tava tão cansado, eu tava tão de saco cheio e eu comecei a me ligar que eu não gostava mais do meu emprego dos sonhos. Tinha trabalhado a vida inteira para est lá, tinha lutado para tá lá, tinha lutado para ter o cargo que eu tinha, que eu tinha de confiança, de poder fazer as coisas, de poder pautar, de poder ir para lugares. Cara, entrevistei um monte de gente famosa antes mesmo de ter um podcast, assim, entrevistei Alex Atala, entrevistei Criador, Banda, Músico, entrevistei um monte de gente. Entrevistei o Felipe Neto. Você não sabia disso que eu já entrevistei o Felipe Neto? tipo, [ __ ] tem algum lugar, deve ter isso daí escrito. Eh, e tudo isso antes de sequer ter um podcast, ter um canal no YouTube, assim. Então, tava sendo muito bem suucedido naquilo que eu tinha me proposto a fazer e eu não era feliz. E eu comecei a me ligar que eu não era feliz porque eu comecei a reparar de algumas coisas da profissão que eu não reparava antes de fora. Era um emprego que pagava muito mal, que você trabalhava muito, que às vezes você não tinha dia para trabalhar. Então, pô, eu lembro de cobrir um show do Racionais num domingo de manhã, que o bagulho você fala: “Caralho, [ __ ] um show do Racionais, mas [ __ ] um domingo de manhã, eu queria ficar em casa, queria dormir.” Eu lembro de cobrir viradas culturais onde passava o final de semana e tinha trabalhar na segunda-feira. A, o trabalho jornalista ele é muito sucateado. E na época, o começo do sucateamento, comecei a me ligar que não tinham jornalistas velhos, comecei a reparar que não tinha muito plano de carreira, comecei a reparar que teria que trabalhar finais de semanas e com o tempo eu comecei a reparar que mesmo fazendo as coisas que eu amava, eu não era feliz. Não era feliz com a estrutura da empresa onde eu tava. Não era feliz fazendo as coisas que eu fazia, na escala que eu fazia, no tempo que eu fazia, com a cobrança que eu fazia. E cada dia mais eu ia mais infeliz trabalhar. Cada dia mais eu ia mais triste trabalhar, mas eu amava aquele trabalho e eu começava me sentir culpado. Mas o que aconteceu? Eu comecei a perder o prazer de fazer as coisas que para mim eram hobbies, porque eu transformei aquilo em profissão. Então, pô, eu sempre gostei de cinema, sempre gostei de filme, sempre gostei de restaurante, sempre gostei de passeio, sempre gostei de teatro. Só que a partir do momento que aquilo se tornou uma profissão minha, eu parei de ter o prazer naquilo. Então era comum eu ir para um restaurante, eu ficar brisando, tipo assim, pô, será que eu tenho esse cadastro desse restaurante no site? Será que ele tá nessa lista? Será que tá naquele coiso? Eu ia pros rolês pensando se onde eu tava já tava cadastrado um site, se a gente já tinha feito matéria, como é que ia ser o review, como é que tava sendo o review, como é que tava sendo a audiência. Então, parava de ser sobre curtir e virava trabalho. Eu acabei monetizando um prazer meu. Tanto que na época eu encontrava muito mais prazer em ficar em casa jogando videogame ou sair para pedalar do que fazer coisas que eu era muito feliz, que era ver filme, série, eh, teatro. Então, a partir de determinado momento, eu perdi o prazer nas coisas que eu amava, porque eu monetizei o meu hobby. E eu me liguei que não era o suficiente. E eu lembro até de ter uma crise na época de falar assim: “Caralho, se eu não consigo ser feliz, fazer o que eu amo, quando que eu vou ser feliz? Como que eu vou ser feliz? Ou será que o que eu amo fazer nunca vai me dar o dinheiro? Será que é uma troca que eu vou ter que fazer? Ah, eu amo fazer isso, então, portanto, eu não posso ganhar dinheiro por isso. Portanto, eu não posso ter sonhos mais ambiciosos? Isso foi uma uma crise muito grande que eu tive, né? Essa crise foi tão grande, tão grande, tão grande, que ela acabou gerando o fato de eu ter saído da CLT e começado a empreender, ter criado meus canais no YouTube, ter criado as coisas que eu fiz durante muitos anos, porque eu entendi que para eu ser feliz do jeito que eu queria ser, só se eu fizesse algo do meu jeito. E mesmo assim, eu acabei descobrindo ao longo do tempo que mesmo fazendo as coisas do meu jeito, do jeito que eu queria, ainda assim tinha como ser muito infeliz trabalhando, ainda tinha como ter dias ruins, ter dias não legais. E eu percebi que a felicidade no trabalho, ela tá atrelada a muitas outras coisas que a gente não fala a respeito às vezes. E o meu objetivo de hoje é falar sobre isso. A gente tem que ser feliz no trabalho. A felicidade ela tem que ser intrínseca ao nosso trabalho. Já já você descobre. Então bota um sorriso nessa cara porque tá começando ou conversas difíceis. [Música] Antes de continuar esse podcast daqui, eu quero me apresentar. Meu nome é Edson Castro, seu melhor amigo na internet, sou jornalista apresentador e esse é o Conversas Difíceis, quadro que acontece todas as segundas-feiras às 8 horas da noite aqui neste canal. Quero pedir para você se inscrever, para você curtir, compartilhar esse vídeo aqui no WhatsApp com um grupo de amigos, pessoas que você conhece, todo mundo que você tiver por perto. E quero avisar com o meu novo livro, Tudo que seus pais não te ensinaram, mas você deveria saber, já está venda na Amazon, nas principais livrarias do Brasil. Vou deixar o link na descrição do vídeo, no primeiro comentário fixado, para você comprar e conhecer mais o meu trabalho. Não esquece de deixar a avaliação se você tá ouvindo aí via Spotify. Tem três pontinhos aí em cima que você clica neles, avalia com cinco estrelas. E é isso, eu trouxe alguns dados aqui relacionados à felicidade no trabalho. Uma pesquisa feita pelo Center for Positive Organization Scholarship, que foi realizado pela UCLA nos Estados Unidos, né, Universidade da Califórnia, disse que colaboradores felizes são em média 31% mais produtivos, três vezes mais criativos e tem quase 40% mais de chance de obter melhores resultados. Já um estudo da Harvard Business Reval revelou que colaboradores satisfeitos são 85% mais eficientes e 300% mais inovadores. Então, quando uma pessoa está num trabalho e ela se sente feliz em estar naquele trabalho, essa felicidade é transformada em produtividade e a empresa colhe frutos disso. A empresa ganha dinheiro. Então, uma pessoa feliz significa que ela tá trabalhando melhor, tá trabalhando mais, tá rendendo mais. E para você ter uma ideia, o Infojobs revelou que 90% das pessoas que trabalham no Brasil, elas consideram trocar o emprego por motivos relacionados à saúde mental, satisfação e felicidade no trabalho. Muitas das pessoas que foram pesquisadas, elas dizem que o ambiente tóxico, falta de reconhecimento e sobrecarga são fatores que prejudicam essa essa felicidade. Então, olha que coisa meio louca. A gente sabe, a gente tem dados que mostram que trabalhadores felizes, funcionários felizes rendem mais. Porém, a gente estressa tanto esses trabalhadores, a gente cobra tanto, a gente sobrecarrega tanto em prol de mais lucro que a gente torna esses trabalhadores improdutivos. Ou seja, eles rendem menos a gente ganha menos, porque parece contraproducente, né? Tipo assim, ah, eu vou chicotear esses caras, eles vão me dar mais dinheiro. Quando na verdade é o contrário, quanto menos eu chicotear, quanto mais eu estruturar, mais eles vão me dar mais dinheiro. Porém, a gente trabalha na via contrária e isso tem resultados duros, principalmente pra vida pessoal do trabalhador. Segunda Organização Mundial da Saúde, a gente é o quinto lugar no mundo em números de depressão. Somos o segundo lugar em número de burnout, perdendo apenas pro Japão, e o primeiro lugar em nível de ansiedade. Então, a gente é um país com a saúde mental indo pro [ __ ] Não é à toa que a gente tem dados que aqui é do Instituto Reconnect at Work que mostram que somente 23% dos trabalhadores brasileiros são engajados no seu trabalho. 71% das reuniões são improdutivas. 46% dos trabalhadores citam a flexibilidade como um benefício inegociável quando eles vão escolher uma vaga. Então, a gente tem uma crise, né? OMS também aponta aí que a gente perde bilhões de dólares todo ano resultados de burnout, ansiedade e quadros de saúde mental. Então existe um prejuízo vendo justamente não tomar conta da qualidade de vida daquele trabalhador. Ou seja, as pessoas não estão felizes trabalhando, as pessoas não estão rendendo no trabalho. E a gente tem dados que mostram isso. E a gente precisa parar para pensar o que que é felicidade no trabalho, porque assim, nem todo mundo vai conseguir trabalhar com o que ama. Isso é o fato. Acho que isso é uma porcentagem minúscula das pessoas que conseguem fazer algo que, ah, eu amo isso, portanto eu trabalho com isso, ganho dinheiro com isso. Muitas pessoas amam uma coisa, mas trabalham com outra. Isso é normal. Porém, você pode muito bem trabalhar com algo que você tolere e ter bons frutos daquele trabalho. E esses bons frutos são um bom salário, um bom reconhecimento, uma jornada que seja humana, uma cobrança que seja compatível, uma qualidade de vida boa em torno do trabalho. Isso daí já ameniza um pouco o fato de você não trabalhar com aquilo que você ama, porque muitas vezes o que você ama não vai te dar dinheiro. Pega uma pessoa que trabalha com humanas, pega uma pessoa que gosta de artes, pergunta para ela como é que é ganhar dinheiro pintando, como é que ganhar dinheiro fazendo música, como é que ganhar dinheiro fazendo teatro, você não vai ganhar nada. Só que às vezes alguma pessoa tem um dot, tem uma vocação tão grande para isso que elas escolhem fazer isso. Ou outras pessoas amam isso, porém sabem que aquilo não é um jeito delas conseguirem sustentar os sonhos, as famílias e os planos que elas têm. E às vezes nossos planos, nossos sonhos e nossas famílias elas vão além da nossa vocação, né? fala assim: “Pô, eu acho que eu já contei algumas vezes no canal, né, pô, eu fiz teatro desde os 12 anos de idade, então desde muito cedo eu fiz teatro. Fiz teatro dos 12 até uns 23, 24. Então, para muita gente eu era para trabalhar com teatro, com atuação. E é uma cobrança que muitos amigos meus faziam, né? Tipo, ah, eu consigo te ver trabalhando em tal lugar, em tal coisa. Então, sempre trabalho em produção de teatro, ajudando amigos meus em produções deles, coisas do tipo. Porém, determinado momento da minha vida, eu reparei que o que eu gostava de fazer, cara, teatro, não ia me dar dinheiro. E eu decidi ir pro jornalismo. Excelente escolha, cara. Parabéns, amigo. Eh, mas eu olhei na época e falei: “Pô, mas minha experiência aqui como ator vai me ajudar muito no jornalismo cultural e ajudou porque era um diferencial gigantesco no meu currículo, né? Você pode contratar uma pessoa que não entende nada de teatro, pode contar uma pessoa que é formada em teatro para trabalhar com jornal cultural. Isso ajudava muito, era muito diferencial na hora de eu ser contratado. Porém, eu comecei a reparar nisso, né? Foram escolhas, né? Foram escolhas, foram caminhos a serem seguidos. Eu, por exemplo, gosto muito de videogame e hoje eu não trabalho com videogame porque é uma parada que eu sei que não dá dinheiro ou precisa ter uma estrutura muito bem estabelecida para ganhar dinheiro com o videogame. Então, é uma parada que ela é escolhas que a gente precisa ter. Então, todo mundo não vai conseguir trabalhar com aquilo que ama. Porém, você precisa encontrar algum tipo de felicidade no seu trabalho. E qual que é a felicidade que você encontra no seu trabalho? É o capital. Não tem que fazer. Se você não ama aquilo que você faz para um contador, duvido que um contador ame a contabilidade. Qual contador ama a contabilidade? Entendeu? A não ser que você seja um tarado por número, que você faça amor com uma planilha, é uma profissão muito digna, é uma profissão muito necessária, é uma profissão indispensável pra existência de milhões de empresas no Brasil. A gente não viveria sem contabilidade, porque é uma empresa, um emprego necessário, porém não é um emprego tipicamente prazeroso, vai, como é ser um jogador de futebol, um rapper, um funqueiro, um ator de TV, esse tipo de coisa. Mas o cara tem que encontrar algum tipo de recompensa, dinheiro. E aí às vezes você vai olhar, fala assim: “Ah, esse meu trabalho ele me ajuda a pagar as contas, me ajuda a comprar uma casa, me ajuda a comprar um carro, me ajuda a estruturar minha família, me ajuda a manter a família. Portanto, o meu prazer, ele tá identificado nisso.” Então, essa é a frase que eu acho que é importante a gente falar. Estar feliz no seu trabalho não é trabalhar com o que você é feliz. São coisas diferentes. São coisas completamente diferentes, porque você pode trabalhar com o que te faz feliz e você aconteceu o que aconteceu comigo. Salário ruim, jornada muito cansativa, exaustiva, sem plano de carreira. Ou você pode ter um trabalho que é com algo que você não goste. Porém, aquele trabalho te dá um sal digno, te dá PLR, boas condições, CLT Premium, você consegue comprar um carro, você consegue comprar uma casa, você tem uma vida pessoal fora do trabalho. Será que você tá perdendo tanto assim? Será que você consegue ter uma vida digna fora do trabalho? Será que vale a pena? Não é uma troca justa? Tipo, ah, eu trabalho aqui 8 horas por dia com uma coisa que eu nem amo tanto, mas a qualidade de vida que eu tenho fora disso é tão boa que compensa. Não sei. Às vezes a troca ela é justa porque a gente tem esse problema de associar a nossa identidade ao trabalho. Você não é o seu trabalho. Isso é muito difícil de você identificar isso, né? Porque a gente diz muito acostumado a ouvir essa questão do ah, o que você quer ser quando crescer? Ninguém fala: “Quero ser decente”. Quero ser justo, quero ser honesto, quero ser uma pessoa legal, íntegra, ter uma boa família. Gente, eu quero ser médico, dentista, pedreiro, caminhoneiro, etc. A gente associar uma profissão à identidade. A profissão, ela não é a sua identidade, ela é o meio para você conseguir dinheiro, para você ser quem você é. Só que a gente limita quem a gente é, ao que a gente faz, ao que a gente trabalha. Eu não sou um youtuber, eu trabalho com YouTube. Eu faço os vídeos pro YouTube. Eu sou, eu não sou um jornalista, eu trabalho com jornalismo. Mas se perguntar quem eu sou, pô, eu sou um monte de coisa. Eu gosto de ler, eu gosto de ver filmes, eu gosto de passear com o meu cachorro, eu gosto de passear pela cidade, eu gosto de conhecer pessoas, eu gosto de conversar, gosto de comida boa, eu gosto de papo bom, gosto de ficar de perna pro ar, não gosto de ficar pensando na vida, eu gosto de arte, eu gosto de cultura, gosto de desenhar, eu gosto de expressões criativas e eu faço isso às vezes sem ganhar dinheiro por isso, porque é uma é um prazer meu meciar unicamente ao meu trabalho é você reduzir a potência do meu ser, é você reduzir a complexidade que eu sou, é você tirar a quantidade de coisas que eu sou além. além do tempo que eu trabalho olhando para uma câmera, gravando vídeos para uma tela e me castrar. O problema é que a gente se deixa ser castrado. A gente deixa nossa vida pessoal ser castrada. A gente deixa nossa potência pessoal ser castrada e limita a nossa existência ao trabalho. A gente leva as dores do nosso trabalho pra nossa casa. A gente fica estressado com o nosso chefe. A gente se conta na mulher, a gente se conta nos filhos, a gente se conta nos pais. que não tem zero de culpa quanto a isso. A gente estraga a nossa felicidade pessoal por conta da nossa felicidade profissional, que a gente não consegue compartimentizar momentos da nossa vida. A felicidade no meu trabalho, ela é uma coisa. A felicidade na minha casa, ela é outra. São coisas diferentes. Minha esposa não merece ouvir esculacho só porque meu chefe me deu um esculacho. Não. Aqui é o lugar onde eu veio para repousar, para descansar. É a energia da onde eu tiro a carga para seguir no meu dia a dia. Aqui eu tenho alguns fatores pra gente falar sobre felicidade no trabalho que ela é importante a gente pensar, tá? Primeira delas que é muito louca, né? Você ganha mal ou a economia que tá uma merda? São perguntas muito justa, muito justas de serem feitas, porque se você ganha a faixa salarial do seu trampo, ó, a faixa salarial do analista X na sua opção é R$ 5.000. Beleza, pô, mas eu queria ganhar 10. É, é 5.000, mas todo mundo ganha 5.000. Será que a economia que tá uma merda? Será que não tem outras camadas que são diferentes para você olhar e para você pensar? Porque existem outras coisas completamente diferenciadas pra gente pensar também. E acho que isso afeta. Outra coisa também que ninguém fala a respeito também tem a ver com até mesmo a condição do país. A sua faculdade hoje em dia, ela vale menos do que valia há 20 anos atrás. Mas faculdade hoje, cara, tem faculdade hoje que não vale nada. Ah, tem um faculdade X em tal lugar. Parabéns. Vai fazer Uber. Pô, mas eu gastei essa grana nessa faculdade. Eu me endividei, eu perdi tempo, eu perdi uma potência de vida aqui que eu podia ter feito outras coisas estudando pra faculdade. Cadê a minha promessa de trabalho no lugar? É, cara, a gente é um país que não se industrializou, a gente é um país que a gente não se preparou, a gente não tem vaga para esse tanto de profissional e fazer a corrida de Uber é o que sobrou, faz parte. É um trabalho digno, mas era uma grana que você podia ter poupado de faculdade. Isso daí é culpa do trabalho, do emprego, da economia, do país. De quem que é a culpa? Isso gera uma frustração também, porque a gente vai trabalhar com aquilo que a gente ama, beleza? Você vai estudar aquilo que você ama, você vai gastar na faculdade aquilo que você ama, tá bom? Mas aquilo que você ama talvez não vai te pagar conta e talvez você acha que isso vai ser o suficiente, mas daqui 10, 20, 30 anos tu vai olhar e falar assim: “Porra, acho que eu queria ter uma casa, né? Acho que eu queria ter um carro, acho que eu queria ter uma aposentadoria. E eu acabei abrindo mão porque eu quis fazer essa faculdade X que me fazia feliz na época. E acho que tem uma grande justiça nisso também, né? A gente tem que tomar as decisões muito sérias quando a gente é muito novo. Aos 18 anos de idade, você tem que decidir qual profissão você vai seguir através de uma faculdade que vai te colocar num loop, que vai fazer você estudar, que vai fazer você seguir. E aí quando você olhar aos 30, você tá colhendo os frutos de algo que você fez aos 18. Como você era um merda, não tinha nenhum cortex préfrontal elaborado. Eu não confiaria os 18 anos. Eu não confiaria uma pessoa de 18 anos para cuidar do meu da chave do meu carro. Uma pessoa de 18 anos fal segura meu celular. Não, acho deixar no chão. Segundo 18 anos com perdão da palavra. É um idiota. Capaz de fazer muita coisa, muita potência, tal, mas é um idiota, péssimo de tomar decisão. Eu sei porque eu já tive 18 anos e tomei decisões péssimas 18. Mas é, essa é uma parada muito louca. E a gente tá vivendo um momento agora que é uma crise de confiança do trabalho. A gente tinha um princípio que a galera gosta de falar que é a geração hustle, né? Que é a geração do trabalho enquanto eles dormem. Você vai trabalhar muito, você vai ser efetivado. E passar uma coisa para vocês, isso acontecia antigamente, né? Meu pai ficou cerca de 15 anos numa mesma empresa e ele foi muito bem recompensado por esses 15 anos. Ele acendeu, ele subiu, ele ganhou confiança, ganhou dinheiro. Eh, meu pai em determinado momento, pô, penso que meu pai começou a carreira dele sendo office boy. Meu pai vende, meu pai chegou a vender roupa na em loja, né? Meu pai foi vendedor de roupa, meu pai foi office boy, meu pai se fodeu. Meu pai fez faculdade, mas ele era muito novinho, né? Eu lembro meu pai se formando na faculdade. Eu tenho lembranças do meu pai se formando na faculdade. E meu pai começou a crescer na carreira até o ponto que uma época o meu pai ele tinha uma sala com secretária. Sabe o que é isso? Eu ia visitar meu pai no trabalho. Você já tava me formando na faculdade já. Pô, eu ia na sala do meu pai. Meu pai tinha uma antessala com uma secretária. Meu pai tinha uma sala grande. A sala do meu pai era do tamanho dessa sala daqui. Bonita, com mesa, com armário. Legal. uma sala tipo enorme, pô, um espaço [ __ ] [ __ ] para um cara que começou com office boy, [ __ ] era do [ __ ] pro meu pai, do [ __ ] Porém, aconteceu duas coisas, né? Quando meu pai já não era mais conveniente, a empresa jogou ele fora, né? Como se fosse nada. E o segundo, a minha geração olhou para isso e viu, falou: “Pô, pera aí, quer dizer que eu vou me matar anos de emprego, vou vou me me [ __ ] para trabalhar aqui e as pessoas vão me dispensar a hora que for, vão me sacar a hora que quiserem”. E a gente tem visto isso. A gente perdeu a confiança na construção de carreira, porque foi abalada essa relação. Essa geração Hustle que cresceu com os coaches falando trabalho enquanto eles dormem, corram atrás, acredite no seu potencial, falando de meritocracia, a gente substituiu isso por outras coisas, né? Tanto que hoje é bizarro, mas a gente tem visto muitas igrejas associando um discurso religioso no trabalho. Tem empresa que tem culto na empresa, tem que fazer um culto para você trabalhar. Por quê? Porque o discurso da meritocracia ele não clica mais tão fácil. Só que o discurso religioso ele bota um outro caráter nisso. Ele bota um caráter meio divino, meio de punição, meio punitivista, que faz você carregar um peso do [ __ ] né? Se eu não trabalhar aqui direito, Jesus Cristo vai est puto comigo, né? Olha o peso que a gente coloca nisso, né, pô? Tem coisa pior que falar pr alguém falar assim: “Ó, se não trabalha jeito, Jesus vai ficar bravo.” [ __ ] não quero Jesus bravo comigo, sabe? Ô Jesus, tô trabalhando aqui, eu juro, porque a gente não consegue mais falar da recompensa de trabalho. A gente não acredita mais nisso. Olha que doido. Hoje em dia o pesadelo de uma rapaziada é CLT. Olha que maluquice. E aí, qual que é a resposta para tudo isso? A resposta é que a felicidade ela é novamente, ela é multifatorial, cara. Ela é multifatorial. E a felicidade no trabalho, ela é multifatorial também. E a gente precisa entender isso. Para você ser feliz no seu trabalho, não é só você trabalhar com o que você gosta. Não é só você necessariamente ganhar bem com as pessoas que ganhavam muito bem em trabalhos extremamente miseráveis. E essas pessoas adoeceram e viram a saúde indo pro [ __ ] viram os relacionamentos indo pro [ __ ] Até o ponto elas olharem e falarem: “Porra, eu gosto de trabalhar com isso, mas não compensa por que eu vou trabalhar com que eu ganho bem, mas não compensa se eu tô perdendo minha saúde?” Pô, a gente tem que olhar, são vários fatores. Qual que é a escala que você tem no trabalho? Quanto que você ganha? Quanto tempo você demora para ir, para voltar? Como é que é seu time? como é que é seu chefe? Como é que são as condições do trabalho? Às vezes você pode ganhar um pouco menos. Olha que, eu já falei isso mais uma vez, as pessoas me criticam, mas conheço vários exemplos. Às vezes você vai ganhar menos no seu trabalho, mas você invés de trabalhar 6 por um, vai trabalhar 5 por 2. Público, você vai pegar 30. Pergunta para uma pessoa que faz uma mudança dessas, como isso tem um impacto muito positivo na vida dela, porque ela ganha dois dias de final de semana. Ela ganha tempo para dormir, paraa qualidade de vida. Ela ganha tempo para estudar, para se qualificar. Ela ganha tempo para ver os amores dela. Essa mudança de qualidade, ela traz a felicidade no trabalho. Então, a felicidade no trabalho, ela não pode ser apenas sobre trabalho, não pode ser apenas sobre o soldo, ela é multifatorial. E aí eu fiz aqui uma lista do que eu acho que é importante da gente procurar para encontrar a felicidade no trabalho. Primeiro de tudo é a o trabalho ele é um meio. Ele é um meio para conar algo. Se o trabalho é o seu fim, você vai ter um problema de identidade uma hora ou outra, porque uma hora ou outra você vai ser demitido ou você vai morrer no seu trabalho. Mas uma hora outro seu trabalho, sua carreira vai acabar ou você vai ser demitido, você não vai ter tanta projeção como você tem agora. Então, o seu trabalho, ele tem que ser um meio. Um meio para quê? Paraa construção de um estilo de vida, pra construção de uma casa, pra construção de uma família, pra construção de um sonho. O seu trabalho, ele precisa ser um meio para você conquistar algo. E através desse meio, você vai ter que entender quanto que eu ganho ganho o suficiente para construir isso. Beleza? Criação de um plano futuro. Dois, eu tenho tempo para viver a minha vida pessoal. Se você não tiver vida pessoal e tiver só um trabalho, você vai ser muito infeliz. Ou você vai fazer o que muita gente faz, que é associar a vida pessoal ao trabalho. Mas as profissões a gente muda, a gente muda de emprego. E o que vai acontecer quando você mudar de empresa? Vai voltar a ser infeliz porque as suas relações ficaram naquela outra empresa que você não vai ver mais essas pessoas. Que que você vai fazer quando sua seu sua única felicidade é o trabalho? Outra coisa importante também é a gente ter conquistas a celebrar. A gente é muito movido a essas pequenas vitórias. Quais são as conquistas, objetivos, planos? Uma coisa que eu gosto no LinkedIn, eu não sou totalmente apá no LinkedIn, mas LinkedIn às vezes é legal que você pode pontuar suas conquistas, o que eu fiz, como eu conquistei, onde é que eu tô, olha o que tá acontecendo. Isso é muito bom de ser até um marco temporal das coisas. Olha isso daqui que eu conquistei. Uma das maiores felicidades minha com todos os projetos que eu já tive até hoje, que eu tenho com esse é poder fazer conquistas. Cheguei a 300.000 inscritos, cheguei a 1 milhão de seguidores, cheguei a tantos milhões, fiz tanto, conquistei tanto, alcancei tanto, fechei tanto, porque isso mostra para mim que eu estou progredindo, estou criando, estou fazendo, as coisas estão acontecendo. A gente celebra conquistas. Outra, o trabalho ele tem que ser desafiador, mas nunca torturante. Nenhum trabalho ele é legal. Nenhum trabalho ele é legal. Esse trabalho aqui pode parecer incrível, ele não é legal. A gente queria estar dormindo agora. Ah, não, não é, não é colher, sabe? Colher cana que, pô, é muito pior que colher cana, é muito pior que trabalha em obra. Isso aqui é um trabalho completamente privilegiado, mas ele é muito menos legal do que ele parece. Mas que se a gente é, eu se pudesse não estaria aqui agora porque a gente acabou. Eu assim, eu se pudesse eu continuaria gravando vídeos para sempre, mas não hoje. Hoje eu queria estar dormindo porque eu tô doente. Acordei doente. O Lucas sabe. A gente comeu um franguito muito bom agora. Queria estar dormindo, queria estar brincando com meu cachorro, queria estar com minha minha noiva vem no filme, tá um diazinho de frio bom para descansar. tava com tosse, fiz inalação, eu fico mal que eu não faço inalação, que ele tá fazendo 1 milhão de coisas que não é tá aqui, mas eu preciso ganhar dinheiro e tô aqui porque é um trabalho. Você tá aqui, o Luca tá aqui porque é um trabalho. Então assim, você não vai ser 100% feliz, óbvio que podia ser muito mais infeliz. Ah, Ed, então vai pra obra, tá reclamando isso aí? Não tô reclamando disso aqui, porque mesmo quando você tá aqui, eu eu posso reclamar das condições no quais eu tô inserido, não nas que eu não tô inserido e e mesmo eu estando aqui, eu não consigo não ter empatia porque quem tá trabalhando em outras condições, eu tenho empatia, né, pô? Fala um outro youtuber aí que se preocupa mais com escala 6 por1 e fala em conceitos que nem eu. A maioria da galera ganhou um monte de like que tinha para ganhar na época, porque vocês adoram dar hype para vagabundo. Nem estão falando mais disso hoje. É, né? Eu eu tô falando isso antes de virar modinha e tô falando depois de virar modinha porque eu entendo, porque eu consigo ser empático. Pergunta pro pra galerinha de Jundiaí, da mansãozinha de Jundiaí, fazendo vídeo ali revolucionário, se se preocupa com metrô, qualidade de vida de São Paulo, tá nem aí. Mas assim, isso não significa que eu não tenho empatia pelos outros seres humanos quando eu consigo reconhecer que meu trabalho era muito privilegiado para [ __ ] pô. Sou muito privilegiado. Pô, um privilégio que eu tenho muito grande para minha maior vitória pessoal, minha, profissional, eu não preciso pegar ônibus. Pô, eu não precisar pegar ônibus para minha maior vitória. A gente não tem dinheiro que vai pagar, não precisar pegar ônibus, sacou? Fica horrível pegar, detesto pegar ônibus, pô, para [ __ ] Quantas vezes que a gente fique preso dentro do ônibus em dia de chuva, cheio, apertado, de pé, no balançado, na radial leste, na vilha do estado, cara, é uma merda tá no buzão. Só de não tá no buzão e eu tô uma felicidade gigantesca. Só de não acordar e ter que pegar um ônibus, eu fico feliz. Só que eu sei que isso é um privilégio do [ __ ] mas dentro da minha profissão também sei que tem coisas que são muito estressantes, muito cansativas, mas sou um privilegiado do [ __ ] Mas é isso, assim, a gente não vai conseguir ser completamente feliz no que a gente faz, mas o trabalho não pode ser torturante. Seu trabalho é uma tortura, tá errado. As escolher um trabalho que seja menos uma tortura é melhor você encontrar uma coisa que tem um desenvolvimento de pessoas, que você tenha o seu valor sendo reconhecido, isso é importante. Se uma empresa não tem isso, pelo menos tenha isso para você. Como é que eu me desenvolvo ainda? Como é que eu desenvolvo para sair daqui? A gente às vezes não vai conseguir ser feliz no trabalho naquele momento, mas isso não quer dizer que a gente não pode ser feliz no trabalho daqui dois momentos pra frente. E eu gosto de falar sobre isso. A gente precisa entender o momento que a gente tá vivendo e o momento que a gente quer viver. Há um ano atrás, se você perguntasse para mim como é que tava a minha felicidade, nossa, como é que tava a minha felicidade, Luca? Ã, minha vez, eu tava depressão, eu tava depressão pura. O Luca vinha aqui, eu tava caído, largado, falando: “Cara, não quero gravar, tô cansado, quero me matar, não aguento mais, acabou para mim sou over brutal”. Mas vamos aí, né? Porque eu sabia que eu tava construindo agora. É, eu tava construindo hoje. Hoje estou bem. Que que eu tava falando sobre isso pro Lucas? Falou: “Pô, Luc, tive uma semana ótima de trabalho”. Por quê? Porque um ano atrás eu me fodi para [ __ ] Porque eu falei assim, eu tenho que construir um amanhã. Só não dá para eu pensar no amanhã se eu não pensar no agora. E às vezes você precisa ver como é que eu tô me desenvolvendo, o que eu tô construindo, qual que é o longo prazo que eu estou construindo. Estude, qualifique-se, encontre reconhecimento, forme rede de apoios. A rede de apoio ela é muito importante. Procure empregos que tenham segurança psicológica. Segurança psicológica, ela é incrível. É um lugar onde você vai trabalhar na segunda e você sabe o que vai acontecer. Segunda, terça, quarta, quinta, sexta. Não dá para ser loucura o tempo todo. Eu falo isso como minha culpa. Eu já fui uma pessoa muito mais descontrolada do que sou hoje. Hoje eu sou só meio louco. Ah, tem seus momentos. Ah, mas eu já fui muito pior, cara. Já teve dia que, cara, segunda era uma coisa, terça era outra, quarta era uma coisa, quinta era uma coisa, sexta era outra. Ninguém aguentava, ninguém aguentava. Foi até um papo que eu tive com o Facundo, assim, o Facundo Guerra, que a gente fez um podcast sobre empreendedorismo, tal. Cara, foi um ponto que ele me deu. Falou: “Cara, você vai enlouquecer todo mundo. Não é que você tá louco, você tá deixando os outros louco, que é pior ainda. Você vai ficar louco sozinho, você se [ __ ] Mas para de deixar os outros louco, sabe? Quando é um, [ __ ] é verdade, né? Eu preciso, eu preciso pensar nisso também. Então, hoje é uma coisa que eu penso, preciso ter segurança psicológica. Como é que eu consigo dar segurança pras pessoas que estão comigo? Como é que eu dou do segurança do trabalho? O Lucas sabe exatamente o que a gente tá fazendo, como que tá fazendo. Eu vou pontuando, vou avisando. Falou: “Ó, daqui tanto tempo a gente vai ter uma mudança. Estou pensando uma coisa que eu estou desenvolvendo. Então, ó, a gente tá fazendo essas pequenas mudanças porque daqui um tempo essa chavinha vai virar”. Gabriel, que é o editor que tá editando esse podcast, ele acompanhou todas as loucuras que eu fiz nos últimos anos, né, Gabizão? Te amo, Gabriel. Mas eu trabalho com Gabriel há 5 anos, mas essa questão de pensar 5 anos seis, acho que seis. É verdade. 2019, mas o finalzinho de 2019, né? Então assim, uma coisa que eu tenho pensado que que me que fez muito sentido para mim, a gente tá com o mesmo time há três anos. Se parar para pensar desde 2022 a gente tá com o mesmo time. Por quê? Porque é uma coisa que eu tenho pensado muito, segurança psicológica, um ambiente de trocar ideia, de conversar, de entender, de movimentar. Paciente precisa ter movimentos rápidos, mas eles precisam ser sinalizados. Gente, vamos virar tudo, gente. Testão é uma coisa não é certo, gente. Vai acontecer isso, mas tudo sempre comunicado, tentar explicar o por caralhos que eu tô fazendo uma parada. Então isso é importante para você ter uma segurança psicológica. Outra empatia. Não tem como não ter empatia, pô. Um lugar onde você não tem empatia, onde o chefe não se preocupa com você, onde uma mulher grávida tá passando mal e os caras fazem ela parir dentro do trabalho e morrer lá dentro, perder os dois filhos lá dentro. onde você morre dentro da empresa, a empresa cobre seu corpo, manda os trabalhadores trabalharem ao redor do cadáver. Isso é uma falta de empatia, é uma falta de cuidado com o trabalhador. Não existe felicidade naquilo, existe lucro para alguém, não é para quem tá trabalhando. E o equilíbrio entre vida profissional e pessoal, que é a maior importância de tudo. Assim, não existe felicidade no trabalho sem equilíbrio entre vida profissional e pessoal. Se você não conseguir encontrar o equilíbrio, se você não conseguir ter uma vida, você tá trabalhando para quê? Para que que você tá trabalhando se você não tem uma vida? Se você não consegue ter os seus amores, ter hobbies, ter saúde, ter o que fazer, tem onde morar, tem quem amar, tem o que curtir, para que que você tá trabalhando? Para pagar conta, [ __ ] Sai da boa desse trabalho, vai viver no mato, vai plantar, vai caçar, muito mais benéfico. Agora a gente tá preso no loop onde eu trabalho para pagar minha conta, mal consigo pagar minhas contas, volto para trabalhar. Você tá trabalhando para quê? Para quem? Para construir o quê? Que história? Que vida? A gente tem que colocar a vida profissional abaixo da vida pessoal. A gente tem que olhar e colocar as coisas no lugares certos. O problema hoje é que a gente mistura muito. A gente deixa a vida profissional ultrapassar o profissional porque você provavelmente não vai amar o seu trabalho. Te dou mais 90% de c ou você não vai trabalhar com o que você ama, ou você não vai amar o lugar onde você trabalha, ou não vai ganhar o suficiente. A conta é difícil você dar 100%. É pouquíssimas pessoas que estão 100%. Mas as pessoas que estão 100% felizes são aquelas que tem uma vida. É o cara que trabalha, sai, chega, ele tá de bem com a mulher, tá de bem com os filhos, tá cuidando dos filhos, tá cuidando da casa, tá cuidando do corpo, tá cuidando da saúde, tem o hobby dele, tem o lazer dele. Seja mais do que a merda do seu trabalho, tem um prazer, tem um hobby, tem algo para fazer, para se orgulhar, para amar, de verdade. Amar sem precisar ganhar dinheiro com aquilo. Nosso amor não precisa ser lucrativo. Nosso amor tem que ser benéfico à gente. Depois que eu larguei meu emprego no guia cultural, eu demorei anos para poder voltar a curtir as coisas que eu tô curtindo. Pô, dia desse tava com minha namorada, a gente foi no Far Santander. Pô, que tarde maravilhosa que a gente teve. Outro dia eu tava resolvendo um problema no centro, resolvi andar pras ruas do centro, parei para comer num restaurante que eu gostava. Depois fui numa loja que eu curtia, depois fui visitar um espaço que eu queria visitar. Olhei e falei: “Caralho, quanto tempo que eu não fazia isso, né? Quanto tempo que eu não saia para dar essa volta, para ver coisa, conhecer lugar. Que delícia fazer isso sem preocupar com ter que escrever onde é que eu fui, o que aconteceu, se tá cadastrado, se não tá. [ __ ] eu vivi, eu vivi, eu aproveitei, olha que [ __ ] Não tirei nenhuma foto, não registrei. Eu só tô aqui vendo a [ __ ] da vida, aproveitando minha vida, guardando para mim, curtindo para eu poder chegar em casa, falando assim: “Caralho, por que que eu me fodo de segunda a sexta? Porque no final de semana quero levar minha mulher para um lugar legal, quero curtir com ela, quero tomar um cafezinho, quero comer uma coisinha gostosa, quero aproveitar, porque essa é a vida que eu quero viver. E se eu não consigo me livrar 100% de trabalho, porque eu não nasci herdeiro, pelo menos que o meu trabalho consiga me ajudar a construir ou viver um ensino de vida bom, ou pelo menos que eu não fique tão habitolado com o meu trabalho a ponto de anular a minha vida, porque às vezes a gente vai ganhar só na medida, a gente não vai ganhar nem um pouco a mais. Mas se o nosso trabalho tomou nossa vida, a gente tá saindo no prejuízo, irmão. Seu trabalho tá tomando a sua vida, [ __ ] não é só que você não tá ganhando o suficiente, você tá perdendo mais do que você deveria. Meu nome éon Castro, isso é conversas difíceis. Valeu,

Comments

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *