A GERAÇÃO MILLENIAL ESTUDOU DEMAIS À TOA? | CORTES do EDSON CASTRRO
0A geração millennial, não só no Brasil, como Estados Unidos e Europa, ela é a geração mais educada da história. Isso é um fato. A gente nunca foi tão educado quanto a gente é agora. no sentido de temos ensino superior completo, faculdade, pós-graduação, MBA, especializações. Nunca estudou-se tanto na humanidade, nunca tivemos tanta formação. Pô, até anos 90 a gente falava sobre alfabetização, faculdade era um luxo e a gente teve uma série de programas no Brasil que tornaram acessível o acesso ao ensino superior. Você pode questionar a qualidade de alguns desses ensinos superior, mas não pode questionar que a gente teve esse acesso que antes não existia. Mas apesar da gente ser tão educado, tão especializado, isso não se refletiu no poder econômico e na estabilidade para essa geração. Eu trouxe uma série de números números para esse podcast daqui, mas aproximadamente 35% dos milênios com diploma disseram que seu primeiro emprego sequer requeria educação superior, o que mostra um pouco da baixa valorização do diploma no início de carreira. E pior ainda, muitas vagas que exigem o ensino superior, elas são vagas que você para para ver, elas não necessariamente precisariam de um ensino superior. E a gente vê uma outra coisa também, muitas pessoas com ensino superior que não conseguem ser absorvidas pelo mercado. Então você causa um endividamento que as pessoas se endividam, se mano, se dobram em 1000 para poder fazer uma faculdade e quando elas fazem a faculdade não tem um retorno direto daquilo. Elas acabam vendo fal assim: “Pô, estudei que nem um louco, eu fiz isso aqui que nem um louco. Isso não veio. Isso vem do sentimento que eu gosto de falar que os milênios tiveram, que é a o sentimento da promessa que foi quebrada. Me fizeram uma promessa e ninguém cumpriu essa promessa. E a promessa ela vem também de uma maneira financeira também, porque a gente viveu essa geração hustle. A gente viveu essa geração de trabalho enquanto eles dormem. Eh, faça o que precisa fazer. você vai fazer uma carreira, você vai ser recompensado, você vai ser reconhecido e isso não aconteceu. E para piorar, a nossa geração de hustle, né, num à toa, você viu tantos coaches que surgiram nos anos 2000 e se você parar para reparar agora, você vê que os coaches eles estão mais tímidos na internet. Já reparou isso? Os coaches de trabalho enquanto ele dorme, faça isso, eles estão um pouco mais tímidos. Eles tiveram que mudar o discurso, tiveram que falar de religião, tiveram que falar de política, tiveram que falar de outras coisas, porque is é um discurso que já não cola mais. Mas pra nossa geração escolou muito. Era a geração Bell Pass, era a relação ah Flávio Augusto, onde esse discurso era socado na gente o tempo todo. E isso veio junto com a era das startups. Quem viveu a era das startups sabe exatamente o que eu tá falando. Quem já trabalhou no contexto startup vai reconhecer muito bem o que eu tô falando, que é você trabalhar muito com a promessa de que aquele lugar daria certo e com aquele lugar dando certo você seria reconhecido dentro da sua empresa e sua carreira deslancharia com isso. Pô, eu tô trabalhando aqui, tô dando duro, mas quando esse aplicativo virar, isso vai ser uma joia no meu currículo, vai ser um unicórnio no meu currículo que vai me destacar pro mercado de trabalho. A gente tinha como referência, como inspiração Steve Jobs, a gente tinha Bill Gates, Mark Zuckerg, o Elon Musk, o careca da Amazon, que eu sempre esqueço o nome dele, Jeff Besos. Eles deram referência pra gente as coisas de ser um self made man, a questão da meritocracia. Se ao longo dos anos 2000 você falasse que meritocracia não existe, a galera ficava [ __ ] com você. Cada vez que eu falava disso num vídeo, o pessoal ficava puto, xingava, ficava bravo. Hoje em dia você fala que meritocracia não existe para uma pessoa, para uma geração Z. O cara fala: “É, eu tô ligado.” É isso. E a gente viveu a quebra dessa promessa. Por quê? A gente tem eh menos recompensa financeira para piorar. A, o salário médio ele não acompanhou o custo de vida, principalmente nas grandes cidades. E aí a gente acabou tendo um problema que a gente não conseguiu comprar coisas que nossos pais eram muito garantidos. E e outra coisa pior ainda, né, os salários também eles não rendiam, eles não cresciam porque a promessa supria o crescimento salarial. Então a gente tá resolvendo hoje problemas que rolaram na geração milenial. Pô, essa coisa de você ter essas promoção seca, de você é promovido, mas você não aumenta o salário da pessoa. Por quê? Porque para um millennial, eu falo isso porque só aconteceu comigo, só de você receber a função de ser chefe era, pô, [ __ ] tô tô crescendo aqui. Era um elogio, porque era isso que nossos pais queriam, era isso que nossos pais esperavam. Eu quando fui contratado aos 20 e poucos anos para um dos maiores grupos de comunicação do país, meu pai comemorou. Pro meu pai aquilo era uma vitória. Meu meu pai ficou muito, talvez o momento mais orgulhoso da vida do meu pai. Acho que nem hoje que eu tô bem, que as coisas estão tranquilas, a vida segue, meu pai deve ser tão orgulhoso de mim quanto ele era naquela época. Eu queria falar assim: “Pô, você tá trabalhando no terceiro maior grupo de comunicação do país. Meu pai me via indo viajar pro Rio Grande do Sul, dar uma volta na no escritório na empresa. Meu pai falava: “Cara, meu filho é [ __ ] meu filho viaja trabalho, meu filho dá palestra, meu filho, que vocês não sabem, mas eu dava palestra antes de de trabalhar com internet, pra faculdade, para empresas, para jornalistas”. Então, meu meu pai era do [ __ ] entendeu? Do [ __ ] Mesmo hoje em dia eu ganhando mais, estando mais seguro, mais estável, mais emocionalmente e bem, aquela época era [ __ ] porque pra geração do meu pai era isso que valia. Só que para mim não tinha reconhecimento de dinheiro, de salário, de estabilidade que não veio. E a gente começou a ver essa promessa sendo destruída. A gente viu essas startups na qual a gente trabalhou, né, que a gente se matou essas empresas fazendo layoffs e demitindo uma porrada de gente. O CEO pegando uma grana e indo embora, vendendo projeto para uma grande empresa, porque aconteceu muito, né? A gente viu várias empresas comprando essas empresas pequenas, demitindo metade dos seus funcionários, pegando a grana, indo embora. E as pessoas que tiveram lá no começo dando a vida para fazer o bagulho crescer não foram reconhecidas. Não à toa a geração Z tem um sentimento muito cético em relação ao trabalho, porque ele viu a geração millenial, geração X, Baby Boers se [ __ ] nas carreiras de trabalho, não tem aposentadorias à altura do trabalho que eles fizeram. E para piorar, a gente viu o preço do imóvel crescer muito, o que atrapalhou essa estabilidade nossa. Segundo OCDE, OCDE, tá? O preço da moradia cresceu três vezes mais rápido do que a renda média das famílias nos últimos 20 anos. Em quesito de ter imóveis, a geração millennial, ela tá quase 10% abaixo do que as gerações anteriores dela. E isso afeta muito uma questão de estabilidade nossa. Para você ter uma ideia, no Brasil 62% dos milênios dizem viver apenas do salário do mês e mal conseguem pagar as despesas. Itens como carro e casa são vistos como sonhos distantes. Então essa estabilização que a gente e queria ter, que a gente precisava ter, ela não rolou e a gente ficou sem aquilo que nossos pais, aquela brincadeira do meu pai tinha uma galinha, uma vaca, trocou por um terreno em na Vila Mariana. Isso não existe. Isso não existiu. A gente não conseguiu pegar isso. Então foi muita coisa foi prometido. Trabalhe enquanto eles dormem. Eh, se esforce, estude, vá atrás, corra, aceite cargo, trabalhe das 9 às 9, não durma, se entregue que a coisa vai vir e a coisa não veio. E aquele estilo de vida que era muito eh elogiado, louvado, reverenciado pela nossa geração, gerou pra gente uma série de efeitos de saúde mental, cansaço, esgotamento. E por incrível que pareça, muito o Millenial ainda trabalha no drive dos anos









