A História Proibida da Trindade Negra: Anu, Enki e Enlil
0Os sumérios são uma das primeiras civilizações conhecidas da história e não há como falar dele sem falar de seus deuses. Uma história por si só bastante interessante e repleta de tramas. É essa é a história proibida de três destes deuses: Anu, Enk e En Liu, a Trindade Negra. Assim como os católicos ortodoxos e protestantes do mundo atual, os sumérios também acreditavam em uma trindade, mas não como conhecemos. Elas possuíam características mais sombrias, pode-se dizer assim. De fato, toda sua história de criação é aterrorizante e o mais assustador é que pesquisadores encontram cada vez mais evidências de que ela pode não ser fictícia. Seja você religioso ou não, esse vídeo de hoje pode ser revelador, porque não vamos apenas mergulhar na escritura mais antiga que existe, mas analisaremos mais de perto os mitos sumerianos e o que a ciência moderna acredita. Pronto para começar. A noção de um Deus manifestando-se em três formas é muito mais antiga do que o cristianismo. Na verdade, o exemplo mais remoto de uma tríade divina pode ser rastreado até a primeira religião organizada da humanidade, a religião suméria. Essa versão primordial da trindade remonta pelo menos 4.000 anos antes do cristianismo e, segundo alguns, guarda segredos sobre nossa história perdida. Para outros, ela revela a verdadeira essência do nosso criador. Bom, de qualquer maneira, trata-se de uma narrativa fascinante que começa com Namu. Namu era a grande deusa primordial, simbolizando o mar infinito que existia antes do universo, antes mesmo do tempo. Do seio dessa vastidão aquática nasceu Ank, uma divindade dual que unia céu e terra. An representava o céu que a terra. No princípio, esses dois aspectos coexistiam como uma única entidade. O conceito de trindade começou a tomar forma quando Ank gerou em Lil, o deus do ar e do firmamento. Em Liu ocupava um lugar peculiar, o espaço entre o céu e a terra. Na tradição suméria foi em Enu quem separou Ank em duas partes distintas, Anu, o deus do céu, e qui, a deusa da terra. Agora havia o Deus dos céus, Anu, o Deus do ar em Lio e a deusa da terra aqui. No entanto, ainda não era a tríade final. Esta só se completaria quando em Liu se unisse aqui e de sua união nascesse Enque, o Deus das águas e senhor de toda a criação. Assim se formava a tríade Suméria, Anu, em Liqui. Juntos eles constituíam a primeira trindade divina conhecida. Por mais mitológico que isso pareça, essa história traça paralelos surpreendentes com conceitos científicos modernos. Anu, o Deus que contém toda a criação em si mesmo, lembra a ideia da singularidade do Big Bang, um ponto infinitamente denso e pequeno de onde emergiu todo o universo. O surgimento de Anqui a partir do mar primordial soa como uma metáfora impressionante para o nascimento do cosmos. E o fato de em Lio, deus do firmamento, ter sido a primeira criação de Anqui, é curioso, pois o Big Bang também gerou no primeiro instante gases. Coincidência? Ou será que os antigos já intuíam em linguagem simbólica verdades que só hoje começamos a compreender? Não é? Nos primeiros bilhões de anos do universo, tudo era dominado por gases, um oceano invisível de hidrogênio e hélio. Podemos dizer que esse era o domínio de Enlio, o deus do firmamento, o espaço entre céu e terra. E qual é o papel de Enio na antiga narrativa suméria? Ele separa a dualidade primordial, dividindo Ank, o céu e a terra, unidos em duas entidades distintas, Anu, o deus do céu, e Ki, a deusa da terra. Curiosamente, a ciência descreve um processo semelhante. Cerca de 1 milhão de anos após o Big Bang, a poeira cósmica começou a se desprender do vácuo e, sob a ação da gravidade aglomerou-se em estrelas, planetas e galáxias. Assim, céu e terra ou espaço e matéria se separaram, tal como na mitologia, mas a tríade divina ainda não estava completa. Para isso faltava o Deus da vida. Na cosmologia suméria, a vida surge quando o Deus do céu se une à deusa da terra. De forma análoga, no mundo científico, os gases primordiais, hidrogênio, oxigênio e nitrogênio, reagiram com o carbono, o elemento sólido mais abundante da Terra, dando origem aos blocos fundamentais da vida que floresceriam na água. Aqui entra Enqu, o deus das águas e da própria vida. Enqui é o portador da criação biológica. Diz a lenda que ele retirou um pouco da água de Namu, o mar primordial, e fez nascer os rios Tigre e Eufrates, as artérias ao redor das quais floresceu a civilização suméria. Com sua intervenção, o solo se tornou fértil. Animais começaram a povoar a terra e em pouco tempo os deuses e as deusas caminhavam entre a criação. E no centro de tudo permanece a tríade sagrada. Anu, o Deus do céu, em Liu, o senhor do firmamento e Enk, o mestres das águas e da vida. Uma narrativa antiga que, surpreendentemente espelha as descobertas científicas sobre as origens do universo e da vida na Terra. No capítulo seguinte da criação, os antigos sumérios nos contam sobre o surgimento dos corpos celestes. E é aqui que o Deus do céu em Lio une-se à deusa do ar, nino, para gerar a lua. E o mais impressionante nessa história é o quanto ela se assemelha à explicação científica moderna sobre a origem do nosso satélite natural. Dentro da narrativa suméria em Lil e in seem e acabam sendo lançados ao submundo. Somente através de provações, luta e sacrifício conseguem retornar à superfície. E desse retorno nasce a lua, que finalmente se fixa no céu. Agora vamos comparar isso com o que a ciência descobriu milhares de anos depois. A Lua teria surgido de uma gigantesca colisão entre a Terra primitiva e um planeta do tamanho de Marte. Um impacto colossal lançou poeira e detritos ao espaço que ficaram presos na órbita terrestre e ao longo do tempo se fundiram para formar a lua. Quase poético, né? Os sumérios, sem telescópios ou sondas espaciais, já contavam uma história em que a Lua emergia da própria Terra e conquistava seu lugar no firmamento. Olha, mesmo que você não acredite que possuíam um conhecimento científico profundo, é impossível não admirar a intuição dessa civilização. Ao contrário de outras culturas antigas que colocavam o homem no centro de tudo, os princípios sumérios reconheciam que a criação humana veio depois. Primeiro, o cosmos precisou ser ordenado e o Deus da lua precisou aso então a terra estaria pronta para abrigar a vida. Agora sim, o cenário estava pronto para o próximo ato, a criação do homem. E é aqui que a narrativa toma um rumo sombrio e inquietante. Diferente das religiões mais conhecidas hoje, em que o ser humano é exaltado como uma criatura feita à imagem de Deus e destinada a governar a Terra, na mitologia suméria, o homem surge com um propósito muito menos nobre. Ele é criado para servir. Na visão suméria, os deuses maiores, os Anunaque, descendentes de Anu, o deus do céu, estavam cansados do trabalho braçal, cavar canais, arar campos, construir. Essa tarefa havia sido atribuída a uma classe de divindades menores, os Iguig, que por incontáveis anos suportaram o peso do trabalho árduo. Elescavaram, araram, suaram e quase se mataram até que finalmente se revoltaram. Eles tomaram as minas e se rebelaram contra o Ianunaque. Depois que a revolta foi controlada, alguns deuses quiseram punir os revoltosos com a morte. Mas Anu, o mais velho e sábio da tríade, decidiu poupá-los. Mesmo assim, alguém precisava continuar o trabalho. Foi então que nasceu uma ideia maluca, criar uma nova espécie projetada para trabalhar incansavelmente, sem jamais se rebelar. E assim surgiu o homem, não como herdeiro dos deuses, mas como escravo. A criação dos primeiros humanos foi tão brutal quanto o seu propósito. Os três deuses, Anu, em Lio e Eni, sacrificaram Ilavela, o deus da inteligência. Nima, a deusa do nascimento, misturou sua carne e seu sangue com argila, formando uma massa viva. Para completar o ritual, todos os deuses cuspiram na mistura, imbuindo-a com uma essência divina e ao mesmo tempo, rebaixada. Então, em levou a massa para a sala do destino, acompanhado por sua mãe Namu, a grande deusa primordial e também do útero. Na sala, Namuento cânticos sagrados por dias, até que a argila ganhasse consistência. Ela dividiu a substância em 14 poções. Sete à direita destinadas a se tornarem homens. Sete à esquerda destinadas a se tornarem mulheres. Como deusa do útero, Namu implantou esses fragmentos em seu próprio corpo. Meso ela deu à luz os primeiros 14 seres humanos. Seus nomes Adamu, esse nome de sua família, talvez, mas ao contrário da narrativa judaico cristã. Adamu não nasceu como obra de amor ou como ápice da criação. Ele foi resultado de um esforço coletivo dos deuses, criados para trabalhar e entreter seus criadores. Na escritura suméria, o homem era visto como um objeto, um escravo moldado para atender as necessidades divinas. E se isso lhe parece sombrio, espere para ver a aposta cruel de Enk. Logo após a criação dos 14 ádamo, os deuses celebraram sua façanha com um grande banquete. Entre risos e taças cheias, surgiu um debate que mudaria para sempre o destino da humanidade, em que confrontou Nima sobre uma questão crucial. Quem deveria decidir o papel de cada ser humano? com uma arrogância particular em que disse que ele foi quem deu forma à vida e assim seria ele quem deveria definir o propósito de cada Adamu. Nimá não se deixou diminuir, dizendo que se não fosse pelo ventre dela, eles nem teriam nascido. Ela gritou, afirmando ser a deusa do nascimento, e por isso cabe a ela determinar os caminhos de cada um. como a disputa só ganhava mais força, em que lançou um desafio anima, que ela provasse sua sabedoria, criando um ser humano mais inútil que conseguisse criar e ele a mostraria que até sua criação poderia ter um papel na sociedade. E assim começou uma sequência de eventos tão cruéis quanto reveladores. Determinada a vencer a aposta, Nima moldou de propósito seres humanos com aflições e deficiências. Ela criou um homem com mãos trêmulas, incapaz de segurar ferramentas. em que olhou para Nima e então se dirigiu ao homem, dizendo: “Ele será o conselheiro de reis, pois mãos trêmulas não impedem uma mente sábia”. Em seguida, Nimá moldou um homem cego novamente, em que não hesitou, e disse que aquele homem seria um cantor, pois não precisava de olhos para tocar corações com sua voz. Ela mais uma vez trouxe um homem sem as mãos e sem os pés, em que o transformou em um contador de histórias. Depois, uma mulher que não podia gerar filhos. em que a encarregou de supervisionar as tecelãs da rainha. E assim, um a um, os humanos com limitações foram apresentados e Enk encontrava um lugar e uma função para cada um. Contudo, por trás desse jogo divino estava uma verdade desconfortável. Os deuses não viam os humanos como filhos ou parceiros, mas como peças de um tabuleiro, úteis ou descartáveis, conforme suas próprias conveniências. No final dessa discussão, quem acabou ficando com a responsabilidade sobre a humanidade foi Enk, na maioria dos casos em que atribuiu aos homens os trabalhos de mineração e agricultura. Essa passagem da mitologia suméria nos mostra que a criação da humanidade não era nem um pouco romanceada, nem mesmo roteiro de drama em que a vítima se torna um herói. A tríade Anu, em que Ien Lil fez os humanos como espécie escrava, como objetivo único de servi-los. Embora muitas pessoas descartariam isso como uma crença ultrapassada de uma religião extinta, há vários outros pontos que os sumérios acertaram e que nossa ciência está apenas começando a alcançar. Coisas como o universo surgindo de um único lugar, a lua se formando a partir da poeira da Terra e a vida começando na água, além de animais existindo antes dos humanos. Se as antigas escrituras sumérias realmente acertaram tantas coisas, ainda que em forma de metáforas, talvez até a criação do homem e o seu papel no mundo tenham um significado mais profundo. Há quem acredite que sim. E entre as teorias existe uma particularmente ousada, a chamada teoria do bug do ouro. A hipótese é que os deuses sumérios que vieram dos céus não eram estritamente deuses no sentido espiritual, mas visitantes de outro mundo. Em uma só palavra, alenígenas. O céu na mitologia seria uma metáfora para o espaço sideral, diferente do firmamento que cobre a terra. Mas de onde teriam vindo esses seres? Bom, a resposta, segundo algumas teorias, também está nos textos sumérios. Os registros mencionam Nibiru, descrito como um planeta associado aos deuses. O pesquisador Zacarias Cin, falecido em 2010, popularizou a ideia de que Nibiru seria um corpo celeste real, um planeta dentro do nosso sistema solar, com uma órbita tão alongada que levaria cerca de 3.000 anos para completar uma volta ao redor do sol. tão distante que até mesmo nossos telescópios modernos teriam dificuldade em detectá-los. Parece improvável, talvez. Mas aqui tá um detalhe curioso. A própria NASA já admitiu que pode haver um grande planeta ainda não observado nas regiões mais remotas do sistema solar. Sitin propôs que Nibiru enfrentava uma crise climática catastrófica e por isso os Anunque, vistos como deuses pelos sumérios, precisavam de ouro para reparar e purificar sua atmosfera. Como a Terra ainda era muito mais rica nesse mineral, eles vieram até aqui para extraí-lo. No final das contas, com a rebelião do Zigi, uma nova raça foi criada justamente para o trabalho árduo. E segundo essa teoria, eles programaram os humanos com um impulso inato para buscar e acumular ouro. Será que isso explicaria a ambição presente nos seres humanos? Bom, a partir daí surgem duas versões. Uma delas diz que os humanos se tornaram imprevisíveis demais e os Anunque decidiram abandonar o planeta. Na outra um pouco mais perturbadora, eles ainda continuam a nos visitar em um determinado período de tempo, que, aliás, não condiz com o tempo que contamos aqui, para um único propósito, recolher mais ouro. Feito isso, eles apagam a memória da humanidade, devolvendo-a à idade da pedra para reiniciar o ciclo. É possível que estejamos vivenciando isso sem nos darmos conta? um tanto estranho, eu concordo, mas tem alguns estudiosos e alunos remanescentes de City que acreditam que isso possa estar acontecendo bem na frente dos nossos olhos, só que não percebemos. O mais intrigante é que os próprios textos sumérios descrevem os humanos como escravos dos deuses e não de forma metafórica. Eles foram criados para executar tarefas físicas, agricultura e principalmente a mineração. E a ideia de que o ouro possa purificar uma atmosfera não é ficção científica. A ciência moderna reconhece que partículas de ouro podem de fato desempenhar o papel em processos ambientais complexos. Será que carregamos em nosso DNA um comando ancestral para buscar o ouro? Ou toda essa narrativa é apenas um eco de mitos antigos? Talvez a gente nunca vai saber, né? Não, mas a teoria é fascinante. Bom, polêmica, eu diria. Até a próxima. M.