A Nova Estética Masculina Está Nascendo
0Todos nós sabemos da nova tendência de criticar o modelo de trabalho moderno, questionar o aumento geral dos preços de moradia e do esgotamento das propriedades das pessoas. A frase “Você não possuirá nada e será feliz” já virou algo batido em muitos fóruns, mas não estou aqui para chutar cachorro morto. A minha teoria se conecta diretamente com o cerne do trabalho moderno e sua recente desutilidade. Sim, o trabalho moderno se tornou um meio que não possui mais uma função. E é justamente isso que iremos provar no vídeo de hoje. Para nos tornarmos capazes de entender a desutilidade de algo, antes precisamos pensar na sua possível utilidade, ou se havia uma utilidade anterior. Sabemos que nem todas as coisas que são criadas possuem uma utilidade clara. Até hoje ainda não conseguimos achar uma utilidade para os políticos, por exemplo. Seu meio é um meio sem função e sua natureza é parasitária. Da mesma forma, o trabalho moderno percorre como meio, mas não como função. Se torna cada vez mais difícil dizer qual é o significado por trás do maquinário moderno e a que este serve. Para o egoísta, certamente não, porque o trabalho se tornou um grande esforço altruísta, isto é, ser capaz de ser reconhecido pelo mercado de trabalho é literalmente trabalhar visando somente os interesses do trabalho e com isso ser valorizado é literalmente acumular responsabilidades. Mas então, qual era a antiga função do trabalho moderno? Por este perdeu sua atratividade? Por que todos continuam trabalhando, mesmo odiando o corporativismo, o Estado e seus políticos? Geralmente, quando se fala em trabalho moderno, se pensa em industrialização. E quando se pensa em industrialização, se pensa na produção em massa e também no consumo em massa, no tal modelo fordista. Os países se beneficiaram dos ganhos com o comércio internacional e a divisão do trabalho. O otimismo permitiu as empresas multinacionais se expandirem e assim sendo, possuir excedente para seduzir as pessoas para os grandes centros, onde era oferecido uma forma de, entre aspas, segurança financeira, uma projeção, uma possibilidade de ter mais. Com o tempo, se esperava que isso fosse possibilitar a criação de modelos de família nuclear que fossem mais ricos. Se objetivava uma melhor condição de vida para sua família, se buscava fugir da informalidade e criar excedente, ter mais conforto, carros, viagens, casas e apartamentos, se buscava avançar em termos capitalistas, em ter um consumo de produtos. Eu julgo que muitos desses produtos de fato eram interessantes. Existia uma criatividade e uma estética associada a estes produtos até os anos 2000. Essa estética foi perdida e esses produtos passaram a se transformar em propriedades difusas e digitais. Então, a funcionalidade do trabalho estava atrelada a tais propriedades, sendo sua família e seus bens parte delas. Então, a sedução do trabalho moderno, que fazia com que o sujeito saísse do campo, abandonasse sua vidinha simples por uma vida avançada, eram justamente atrelados a essa estética do desenvolvimento moderno. De alguma forma, isso existia em consonância com a família e a família toda conseguia viver com a tecnologia. Muitos de nós crescemos nesse ambiente, jogamos RPGs, PlayStation 1. Nada disso fez com que nossas famílias se dissolvessem. Logo, a função do trabalho moderno era entregar todo esse bloco alinhado à família, à estética do desenvolvimento e suas propriedades. Contudo, o que acontece se o mundo moderno não possui mais nem estética e nem propriedade? O que acontece se em vez disso te oferecem a antiestética e a não propriedade? Quer dizer, eles te oferecem apenas o trabalho alienado de sua função, que era garantir estas coisas. Então, pelo que trabalha o homem moderno? Apenas pela ilusão de que estas propriedades serão entregues? Alguns homens já perceberam isso e logo decidiram sabotar o modelo de trabalho, mas eles ainda não têm pelo que lutar e mesmo assim boa parte dos homens ainda nem sequer perceberam isso e continuam fazendo o trabalho pela ilusão. Então, pelo que eu deveria lutar? por você mesmo, eu diria, e pela sua estética e pela sua propriedade. Se o mundo moderno e suas mentiras, suas ilusões não podem me dar minha estética e minha propriedade, não deveria eu então dar a mim mesmo que eles não podem dar? Alguns poucos homens perceberam essa necessidade. Alguns perceberam isso por meio da busca por significado, outros por meio da busca pela pelo que é belo. Ambos entenderam que é necessário dar ao homem o combustível para sua continuidade, para que ele não se torne um homem global, para que ele não seja um mero cidadão do mundo. Como consequência disso, começaram a projetar e idealizar uma nova estética do homem. E eles esperam que essa nova estética dê ao homem uma nova propriedade, seja no ideal heróico, seja na fantasia tradicionalista, seja no aceleracionismo cyberpunk, seja comiais, com o deserto ou com a adoração ao sol ou à lua. Os homens querem uma nova estética para chamarra de sua. Eles querem se conectar com um novo tipo de experiência e com isso fugir da antiestética nilista do mundo moderno. Mas existe um tradeoff contido nessa transição. Como poderia os homens incorporarem uma nova estética se eles ainda vivem pelo paradigma das velhas estruturas? Isto é, essa transição não permite uma mera fragmentação, mas sim uma dissolução das velhas estruturas, uma destruição criadora capaz de desprezar o que é obsoleto e dá lugar a uma nova estrutura e uma nova dinâmica de poder. Como sabe o filósofo disse uma vez, não é fácil conceituar a liberdade. Para ser livre, necessita-se do outro. O que ele esqueceu de mencionar é que necessitamos dos outros para criar o cerne estético de nossa experiência. Cada homem tradicional, em essência busca reunir elementos da sua própria experiência, da experiência do homem tradicional, aquele que sente-se no controle de sua linhagem, aquele que se sente servido pela sua família e sente-se forte o bastante para protegê-la. Quantas pessoas são necessárias para materializar tal experiência? Quantas pessoas precisaram ser desprezados para que essa experiência seja consolidada? Quantas leis derrubadas, quanto pedaço de terra, quantas esposas? Temos mais perguntas do que respostas. Boa parte da estética obsoleta dos homens foi critical o que cada feminista fazia com seu corpo, mas nenhum deles parecia conservador o suficiente para criticar o que elas faziam com seus filhos. O homem só se importa com as coisas na medida em que elas estão atreladas à sua potencialidade de dominar sexualmente uma mulher. Eles são superficiais e hipócritas. Não é à toa que eles têm tanta dificuldade de arrogar para si tais coisas, pois para ter é preciso também desprezar. A questão é que o surgimento de tais grupos de homens e sua nova estética fará com que se trave uma guerra contra os padrões financeiros atuais, pois o interesse do Estado e das corporações tem se distanciado cada vez mais das idealizações masculinas. As empresas só atendem aos interesses desses homens na medida em que elas conseguem impor seu modelo de escravidão. Este é quase nunca isento. Por trás de toda a produção de massa está também uma ideologia, o perigo iminente de se tornar mais um cidadão do mundo. O estado só se importa com os homens na medida em que este consegue impor um modelo de taxação. Isto é, lhes é importante a fatia que lhe é paga em formato de benefícios. É mais importante para o Estado que o homem continue sendo mais um cidadão do mundo, obediente, pagador de impostos e que este jamais tente criar sua independência. Todas as criações de leis são em formato extrativista e redistribuidor. O estado então se tornou o maior inimigo dos homens. Bom, isto é apenas uma reflexão a respeito da nova estética dos homens que está sendo criada por alguns grupos. Se você gostou do vídeo, não deixe de se inscrever e comentar. [Música]