A QUEDA da Sadia: Um erro BILIONÁRIO que mudou tudo

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Hoje eu vou te contar como uma das maiores empresas do Brasil quase quebrou por causa de uma aposta errada e precisou de sua maior rival para sobreviver. Você já ouviu falar da história da Sadia, do auge como líder de mercado e também na sua beira da falência depois do colapso financeiro de 2008, eh, das questões ali que envolve sobreprime, que a gente também vai entrar, é, com detalhes aqui no vídeo, e da fusão que salvou a empresa e ainda seus produtos estão na mesa de milhões de brasileiros. Então eu queria trazer aqui para vocês o que que aconteceu, quais as lições também pros investidores, os empresários estão assistindo até o final desse vídeo. Você vai compreender como as decisões erradas pode custar a independência de um gigante do mercado de alimentos. Então, antes da gente compreender essa empresa, primeiro a gente tem que voltar no início da sua operação. Então, em 1944, em plena Segunda Guerra Mundial, no interior de Santa Catarina, nascia uma empresa que mudaria para sempre o mercado de alimentos no Brasil. Em Concórdia, uma cidade com forte herança europeia e vocação paraa agropecuária. A Tirio Fontana, na época um empresário visionário e um político influente, fundava a Sociedade Anônima Indústria Comércio Concórdio, que logo se tornaria a conhecida Sadia. Tenho certeza que em algum momento da vida você deve ter consumido um alimento da Sadia. Então, voltando aqui na história, ele apostou na tecnologia de congelamento e industrialização, algo que era inovador no Brasil dos anos 40. Essa visão levou a Sadia a ser pioneira nas exportações de carnes brasileira e a empresa cresceu junto com o país. Dos anos 50 aos anos 80, a urbanização do Brasil e o aumento da população alimentaram a demanda por alimentos processados. E nesse caso, a Sadia soube aproveitar essa onda, consolidando como uma das maiores empresas do país. Aqui eu queria colocar uma curiosidade para vocês, porque entre as décadas de 1950 e 1980, o Brasil viveu um período conhecido por muitos economistas como os seus anos de ouro, marcada por várias transformações socioeconômicas. Eh, na época você tinha um processo intenso de urbanização e por cinar por políticas de industrialização e pela migração em massa do campo para a cidade. Se você tá em alguma aula de história, provavelmente você deve ter visto esse conceito, chama êxodo rural, que é quando as pessoas saem dos meios eh rurais e vai pros meios urbanos. Então isso alterou profundamente os hábitos de consumo da população. Nesse contexto a população brasileira crescia a taxas elevadas. A média anual na década de 1960, por exemplo, foi superior a 2.8 ao ano e a população urbana saltou de 36% em 1950 para mais de 55% em 1980. Ou seja, essa urbanização criou uma nova classe média urbana com maior poder aquisitivo e uma demanda que buscava uma segurança maior alimentar, uma segurança sanitária e também produtos eh mais industrializados. Uma das partes mais interessantes da sadia é que como ela era verticalizada, então assim, que que é uma empresa verticalizada? É aquela que consegue controlar toda a sua produção desde do início até do cliente final. E aqui era uma vantagem competitiva da empresa, porque quando você tava tendo um êxito rural muito grande de pessoas saindo da parte urbana, indo paraas grandes cidades, você tinha uma demanda reprimida, porque as pessoas buscavam por alimentos frescos, mas também aqueles mais processados. Então a empresa conseguiu também avançar em relação a esses dois tipos de produto, né, e também atender uma demanda crescente. Então esses foram também uns momentos de ouro da companhia. Continuando com esse sucesso, nos anos 90 e também no início dos anos 2000, a Sadia gera sinônimo de qualidade. Eu até queria também trazer uma curiosidade em relação ao mascote Lecetrek, porque foi uma das decisões mais inteligentes da Sadia durante a sessão, que foi investir na criação de um mascote próprio ainda na década de 1970. Na época, a Sad entendeu que hoje é algo praticamente um consenso do mercado, que marcas fortes são facilmente lembradas quando associadas a personagens icônicos que funcionam como símbolos perenes de entidade da empresa. Um dos exemplos interessantes é da Coca-Cola, que ela é sempre lembrada pelo urso polar e nas suas campanhas. O mercado financeiro também, que hoje é representado pelo urso, que é quando você tem ali a queda da bolsa, você tem um touro. E a gente também tem a própria Magazine Luía, que encontrou uma forma de humanizar também a comunicação, é, com o seu público, com a assistente virtual ali, a Lu, que hoje é uma das principais ativos da marca. Então isso torna a empresa um pouco mais próxima também do seu consumidor final, porque as pessoas observam ali a marca e já relaciona com a empresa. Então foi um fator também importante da SADIA até para conseguir aumentar a market share também a sua simpatia também com o seu público final. Mas a empresa não era apenas essa parte do mascote, a marca era onipresente também nas prateleiras, vendendo confiança e também sabor. Então não era só a propaganda. A empresa depois começou a investir pesado em logística, em frota refrigerada, fábricas modernas e também expandiu para mais de 70 países, com destaque ali para Oriente Médio, Rússia e também a Europa Oriental. Então a Sadia se modernizou, profissionalizou a sua gestão familiar e se tornou uma das 10 maiores empresas do Brasil. Na época, suas ações eram as estrelas da nossa bolsa, disputada também por vários investidores. Os anos 2000 foram decisivos para a Sadia consolidar sua posição como uma das maiores exportadoras brasileiras de alimentos. E isso não aconteceu por acaso. O cenário global e interno criava um ambiente perfeito para as empresas bem estruturadas, como a Sadia, é que ganhava escala e também mercado. O sucesso do Plano Real, ainda nos anos 90, havia dado um país uma moeda estável e o mercado também interno mais previsível, com inflação sobre controle e também o consumo em alta. E já no governo Lula, a estabilização política e a manutenção dos do tripé macroeconômico junto com a ampliação dos programas sociais aumentar ainda mais a renda das famílias. E claro, isso impulsionou o consumo doméstico, tanto de alimentos processados como também de outros produtos na nossa economia doméstica. Mas o grande motor, sem dúvida, foi o Bom das Comodies. Quem não se lembra, né, do Bundas Comérci no início dos anos 2000. Isso também foi muito impulsionado pela apetite da China por proteínas e grãos e fez as exportações brasileiras de alimentos dispararem. Por exemplo, só paraa China, as vendas saltaram de 1.3 bilhões em 2001 para mais de 30 bilhões em 2010, um crescimento superior a 15500% comparando esse período para Sadia que já investi há anos na sua verticalização da cadeia produtiva e na certificação sanitária de suas plantas e na conquista de mercados exigentes, como Oriente Médio, Europa, foi um dos ventos fortes empurrando as velas, né? Se a gente for pegar como analogia. Isso não favoreceu também apenas a Sadia, isso também favoreceu gigantes como a Vale, JBS, Petrobras e claro a Sadia também, como a gente tinha falado anteriormente. E como a gente sabe que nem tudo são flores, que se a gente for pegar, né, nosso país é um país emergente, é um país que tem turbulências econômicas e políticas até de forma interna, é, em 2008 você começou a ter uma tempestade perfeita. Então, o ano de 2008 marcou um divisor de águas para Sadia, não só para ela, né? Se a gente for lembrar, teve o caso do Lemon Brothers, que em setembro daquele ano e desencadeou maior crise financeira global desde 1929. E isso de alguma forma foi contaminando os bancos, as bolsas e também a economia do mundo inteiro. E o Brasil que até então surfava o Boom das Comod também sentiu o choque. A aversão ao risco fez o capital estrangeiro sair em massa dos mercados emergentes e o dólar disparou de R$ 1,60 para mais de 2,40 em questão de semanas, uma desvalorização cambial superior a 50%. Para uma exportadora como a Sadia, isso deveria ser um sinal de positivo, né? Uma boa notícia. Afinal, a receita em dólares aumentaria em reais e daria fogo para as margens. Qual que foi o problema? A Sadia vinha anos utilizando derivativos para se proteger das receitas futuras contra ascilações cambiais. Isso é uma prática comum entre as exportadoras de grande exposição a dólar. A diferença é que a Sadia foi muito além da proteção. A sua tesouraria na época, que é um departamento onde faz essa essas movimentações com derivativo, montou posições altamente alavancadas, especulando que o dólar continuaria caindo em um movimento consistente até meada de 2008. Só que a grande maré virou contra a empresa. A empresa ficou e com um passivo descoberto em vários contratos que eram maiores do que a sua própria exposição operacional. Então, quando o dólar saltou, em vez de ganhar, a Sadia teve que honrar margens de garantia e que na época eram muito elevadas e liquidar essas posições gerariam perdas de forma colossais. Então, só no terceiro trimestre de 2008, por exemplo, a companhia reportou um prejuízo líquido de 2,48 bilhões, valor mais de 10 vezes do que o seu lucro médio anual que vinha sendo registrado em períodos anteriores. Então, para efeito de comparação, nos 5 anos anteriores, o lucro líquido médio anual delas gerava em torno de 200, 250 milhões. Então, o impacto foi brutal, porque além do rombo financeiro, a empresa viu seu caixa evaporar rapidamente e sua estrutura de capital simplesmente deteriorar. A confiança dos credores, investidores também foi abalada, derrubando as ações e piorando o acesso a crédito no ambiente que o sistema financeiro mundial já estava pressionado. E aqui eu queria colocar uma observação, porque como a BRF trabalha em um setor que tem margens baixas, trabalha com muito capital de terceiro, como o capital próprio dela, por exemplo, o caixa dela já estava evaporando, ela precisava simplesmente de capital externo para ajudar na estrutura da empresa. Então, como a empresa já estava alavancada, não estava conseguindo e ter crédito também, a credibilidade da governança da empresa é, já estava e piorando, ela não conseguiu ter acesso também a esses recursos. Então esse foi um dos grandes fatores também que contribuiu para que as ações dela caísse 60% e a dívida líquida dela disparar naquele momento. Então, como eu tinha falado anteriormente, sem liquidez e com as linhas de creche congeladas pelo mercado e sua credibilidade arruinada após o rombo bilionário com derivativos, a Sadia não tinha mais como se sustentar sozinha. Então, o prejuízo de 2008 não foi só financeiro, mas abalou a confiança dos fornecedores, dos bancos, investidores, porque a alavancagem operacional da empresa era muito atípica para um grande exportador industrial e também da agroindústria, né? Então, se tornou sustentável, sem acesso ao capital. A saída foi estratégia, unir forças com a sua maior rival, a Perdigão, numa operação que até poucos anos antes seria impensável. Então, ninguém tava projetando eh uma fusão desse tamanho. Só que em 2009, com forte apoio do BNDS, nasceu a BRF, a Brasil Futs, resultado da fusão entre as duas gigantes do setor de proteína. A operação cumpria diversos objetivos. Eh, primeiro era preservar a mirade de empresas diretas e indiretos no momento de crise financeira, consolidar o setor e aumentar a eficiência, eliminando ali as redundâncias, né? Porque quando você faz uma fusão, você vai criar sinergias. Então, eu queria também aumentar a eficiência das empresas. E o outro também era criar um dos maiores exportadores de alimentos do mundo, com presença em mais de 150 países e também ter um portfólio mais diversificado. Na época, o BNDS teve um papel crucial, não só como financiador, mas também como acionista relevante, alinhando a fusão a políticas econômicas da época, conhecido como as estratégias das campeãs nacionais. Então, quem dessa época vai lembrar um pouquinho de como o estado eh investir em algumas empresas estratégicas para criar essas campeões nacionais do período do governo Lula do e assim fortalecer grandes grupos empresariais capazes de disputar em mercados globais e ganhar escala para enfrentar a concorrência externa. A integração, no entanto, não foi simples. Nos primeiros anos, a BRF enfrentou uma série de desafios internos com conflitos culturais entre as equipes da Sadia e Perdigão, sobreposição de fábricas em regiões próximas e a demora também para capturar energias prometidas no início. Até queria colocar uma observação porque a BRF quando ela foi construída tinha muita expectativa positiva em relação a essa fusão. Tanto que teve também como os acionistas o Abí Diniz, que ficou muito famoso ali com o grupo Pão de Açúcar. Você também teve algumas mentorias, algumas eh consultorias também do grupo Falcone, que ajudou muito nas sinergias da quando teve a união, né, da Brama junto com Cantástica. Então assim, existiu vários fatores para que as pessoas acreditassem que seria um grupo que no curto prazo iria dar muito certo, só que teve vários problemas também internos, então isso dificultou um pouco. Tanto que esses obstáculos atrasaram os ganhos de escala e eficiência esperada pelo mercado. Com o tempo, porém, a BRF se firmou como líder global em proteínas e consolidou a marca Sadia como uma das mais valiosas do setor, mas apenas como marca, não como empresa independente. Sadia continua a ser lembrada pelo consumidor como símbolo de qualidade, também tradição, mas sua gestão e as operações já não fazia parte daquele grupo empresarial no início ali do de 1944, né, que foi o Fontana que criou. E no mercado de capitais, essa fusão se tornou emblemática pro setor privado brasileiro. Um exemplo de como crises financeiras e decisões arriscadas pode destruir o valor em curto prazo, mas também de como a resposta estratégica, ainda que dolorosa, pode preservar aqueles ativos intangíveis e também proteger empregos e transformar uma rividade histórica. uma potência global. Eu queria colocar aqui um exemplo, porque eh quando a gente fala de marca, a gente tá falando de ativo intangível. É aquilo que a gente não consegue ver, mas a gente sabe que existe. Então, marcas, patentes, contratos também. Então, quando o BNDS também, os grupos empresariais estavam juntando ali forças para criar BRF, ele via também uma parte muito importante da marca, porque a marca Sadia era muito forte, então valia a pena você correr aquele risco. O risco ali era muito alto, né? 2,5 bilhões de prejuízos, mas era uma empresa que conseguia ter ali um resultado positivo se a parte financeira não errasse tanto a parte da tesouraria, mas sim a parte operacional fosse consolidada, fosse resguardada também. Então a marca Sadia tinha uma presença muito interessante. Então isso aqui é até até uma parte interessante da gente analisar, porque muitas vezes a marca é o que mais tem de valor dentro de uma companhia. Então, se você pegar um balanço patrimonial, é, de uma Coca-Cola, o intangível dela é muito alto, Nike, Adidas, essas empresas que trabalham muito com essa parte de campanhas comerciais, a marca é um fator muito importante da operação da companhia. Então, se a gente for pegar algum legado, alguma lição em relação à história da Sadia, ela mostra que era uma empresa sólida, mas ao longo do tempo ela se perdeu depois de ter saído do seu core business, né, que é seu negócio principal, para especular no mercado financeiro. A sadia não faliu por falta de produto, mercado ou operação, porque a parte da operação dela era redondinha, era uma empresa que tinha boas margens, também tinha uma boa governança, pelo menos na parte operacional, e ela caiu por ter apostado demais em instrumentos financeiros que não dominavam. Então, hoje a marca Sadia ainda está presente em milhões de lares brasileiros, mas sua independência ficou para trás junto com um capítulo importante na história corporativa do Brasil. E uma coisa interessante também da gente pensar é que, como tinha falado anteriormente, a parte operacional e da Sadia era muito lucrativa, era muito rentável, mas a parte financeira, onde você tinha ali a parte dos instrumentos de R também, essa parte de derivativo, era onde ela queria alavancar os seus estados. E esse exemplo a gente também pode colocar muito na parte do mercado financeiro. Eu vejo muitas pessoas no início da sua vida ali de investidores tenta especular no mercado, tenta achar ali a a diquinha da vez e na verdade isso é uma forma paraa ruína. Então, se você quer investir de verdade, entender as empresas, o fundamento das companhias, saber qual que é as vantagens competitivas de cada empresa para entrar no seu portfólio, eu te convido a conhecer a UVP Escola, onde você vai ter um treinamento que você vai conseguir e pegar os indicadores da empresa, saber se a empresa é endividada ou é lucrativa, tem rentabilidade alta, se faz sentido para investidor de longo prazo. Então, com essa história dessa dia é uma analogia também pros para investidores, porque se você investe em fundamentos, tenho certeza que você tá muito acima da média, é, de quem fica especulando o mercado financeiro. Então, esse era o vídeo também da Sadia. É, queria trazer essa aqui essa curiosidade, porque a empresa é em um momento muito ruim ali da economia, ela quis apostar no dólar, algo assim muito alavancado, então não fazia parte do negócio dela. Então, espero que vocês tenham gostado desse vídeo, que também tinham tenham um aprendizado também em relação ao contexto econômico daquela época. e te vejo também na próxima semana com outra história de uma empresa muito interessante aqui do nosso país. Então, até mais.

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