“A Ucrânia não será leiloada e dividida entre duas potências!” O desafio de Zelensky
0Caros amigos, bem-vindos a mais um episódio de hoje no mundo militar. Neste vídeo falaremos sobre o desafio enfrentado por Zelensk no âmbito do encontro entre Trump e Putin e do risco de ver o seu país sendo leiloado e dividido entre duas potências nucleares. Volodimir Zelensk estava vistoriando as posições ucranianas a região de Sum, no nordeste da Ucrânia, quando recebeu a notícia, obrigando-o a interromper as suas atividades e participando em Honey, uma pequena cidade ucraniana de uma ligação crucial com o presidente Trump. O que parecia ser uma proposta vaga de cessar fogo rapidamente se transformou em um impasse de alto nível com o presidente Trump informando Zelensk de que Moscou estaria disposto a parar as hostilidades, mas apenas se os ucranianos cedessem alguns territórios. O que parecia uma possibilidade de paz, na verdade representava uma ameaça à soberania ucraniana, deixando Zelensk com um grande dilema em mãos: Como aceitar ceder territórios se isso é algo proibido pela própria Constituição ucraniana? Após a ligação, Zelensk procurou tranquilizar os cidadãos ucranianos, demonstrando otimismo no seu pronunciamento diário habitual, dizendo ainda que a pressão sobre a Rússia, tanto a nível diplomático como militar, estava surtindo efeito. Mas Zelensk deixou claro que os detalhes do acordo eram cruciais e que ninguém enganará a Ucrânia com letras pequenas em contratos obscuros. O que se seguiu foi uma corrida diplomática frenética com Zelensk falando com mais de 20 líderes europeus, alinhando as posições e buscando apoio para evitar que os Estados Unidos fechem um acordo com a Rússia sem levar em conta a Ucrânia. O objetivo de Zelensk é claro não ser excluído das negociações e garantir que qualquer acordo seja baseado nas condições que a sua nação julga necessárias. Para o presidente ucraniano, o ponto principal, a sua prioridade máxima, é um cessar fogo imediato e irrestrito, congelando as linhas de contato nas posições atuais, com a segunda prioridade sendo discussões sobre os territórios em disputa, mas sempre com garantias de segurança para a Ucrânia. Zelensk sabe que um dos pontos mais defendidos por Putin é a proibição da entrada ucraniana na OTAN. Um ponto que é importante lembrar, o próprio presidente Trump já ofereceu e já garantiu a Putin, mas isso não significa que a Ucrânia não poderá ter garantias de segurança, como, por exemplo, sanções secundárias de aplicação automática caso a Rússia quebre o cessar fogo. A proposta russa, apesar de inicialmente vaga, foi finalmente esclarecida por fontes ligadas ao tema. A Rússia não estaria disposta a devolver territórios, mas exigiria que a Ucrânia cedesse áreas de Donetsk, que ainda permanecem sob controle ucraniano. Zelensk, porém, foi bastante claro ao dizer que perder o Dombas significaria a perda do cinturão defensivo vital para a Ucrânia, um movimento que fortaleceria ainda mais a posição da Rússia na região. Quando observamos o mapa, vemos que toda a região de Donetsk, centrada à volta de Kramatorsk, foi profundamente fortificada desde o início da invasão russa em 2022. Por isso, simplesmente abrir mão daquele território seria dar à Rússia uma nova linha de contato, só que não fortificada pela Ucrânia. Ou seja, se Putin quebrar o cessar fogo, uma prática bem habitual do líder russo, as tropas russas poderão avançar a partir de posições não defendidas pela Ucrânia, o que facilitaria e muito um novo avanço russo pós quebra do cessar fogo, vindo daí a negativa de Zelensk em aceitar propostas desse tipo. E enquanto o governo ucraniano tentava entender mais detalhes daquilo que exatamente o Moscou queria, os líderes europeus se mobilizavam ao lado de Kiev, com a relação estreita com aliados como Emanuel Macron da França e Freder Schmer Alemanha, sendo fundamental para garantir que a Europa se mantenha unida na luta pela manutenção da integridade territorial da Ucrânia, intensificando a pressão sobre os Estados Unidos, especificamente sobre Trump. Trump, conforme os diplomatas ucranianos e europeus pressionam para que a paz seja alcançada sem que a Ucrânia seja forçada a aceitar exigências russas. Na última etapa da semana de negociações, Zelensk participou de uma chamada conjunta com Trump e líderes europeus, onde os pontos principais foram reafirmados. Para Zelensk e os seus aliados, qualquer acordo sem a participação da Ucrânia é inaceitável. enfatizando que a paz, sem a sua presença, não teria legitimidade. Para os analistas e historiadores, o risco é que saia desse encontro entre Trump e Putin, uma versão 2025 do acordo de Munique de 1938, quando britânicos e franceses acordaram com Hitler a sedência de terras da Checoslováquia, sem sequer consultar o governo teco. Essa cedência inserida na chamada política de apaziguamento consolidou em Hitler a suspeita que ele já tinha há algum tempo, de que as potências ocidentais estavam enfraquecidas e que não se oporiam aos seus sonhos expansionistas. com muitos analistas temendo que se Trump fizer o mesmo agora com Putin, fechando a cedência de territórios ucranianos sem os ucranianos presentes, o líder russo poderá sair da reunião com a mesma percepção do líder nazista em 1938, de que o Ocidente está enfraquecido e sem disposição para fazer frente aos seus sonhos expansionistas, o que abriria caminho a novas guerras no futuro, tal como aliás aconte aconteceu apenas um ano depois da assinatura do tal acordo de Munique. Por isso, Zelensk e os líderes europeus defendem com unhas e dentes que nenhum acordo seja assinado em definitivo entre Putin e Trump nessa sexta, 15 de agosto e que aquele encontro seja, como Trump disse, apenas um primeiro contato e uma preparação para um acordo trilateral entre Estados Unidos, Rússia e Ucrânia a ser realizado provavelmente na Turquia. Esses últimos dias, logo a seguir, a ligação de Trump, foram um dos mais intensos na história diplomática da Ucrânia. Para Zelensk, a principal lição é bastante clara. Os destinos da sua nação não podem ser decididos sem a sua participação direta. O jogo de poder e influência entre a Ucrânia, os seus aliados e a Rússia está longe de estar resolvido. Mas o fervor diplomático mostrou que a Ucrânia também está longe de ser uma espectadora passiva, buscando, com todas as suas forças apoio entre os seus principais aliados. No cenário internacional, Kiev continua lutando por sua soberania, tentando equilibrar as pressões externas com as suas próprias necessidades de segurança e integridade territorial. E se ainda não está inscrito no canal, inscreva-se já e acione o sino das notificações para não perder nenhuma novidade.