A união das armas nucleares da França e Inglaterra “Uma parede nuclear europeia contra a Rússia”

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Caros amigos, bem-vindos a mais um episódio de Hoje no Mundo Militar. Neste vídeo, falaremos sobre um acordo histórico que amplia a colaboração nuclear entre o Reino Unido e a França, visando a construção de uma parede nuclear europeia contra ameaças vindas da Rússia. A RP Trader é a maior empresa movimento surpreendente, o Reino Unido e a França assinaram um acordo visando coordenar as suas forças de dissuasão nuclear. Uma parceria que promete aumentar o poder de dissuasão da Europa com uma resposta conjunta a qualquer ameaça extrema. O que significa que, pela primeira vez, as forças nucleares dos dois países, apesar de independentes, serão operáveis de forma coordenada. O primeiro ministro britânico Kir Starmer e o presidente francês Emanuel Macron selaram esse acordo em uma visita conjunta ao Centro de Comando Marítimo do Marc, na Inglaterra. Um passo que foi dado em um contexto de crescente insegurança no continente europeu, com frequentes ameaças russas que vão desde a guerra convencional, os riscos nucleares até a guerra híbrida, como a desinformação e ataques cibernéticos. Starmer destacou a multiplicação dessas ameaças e afirmou que a parceria entre os dois países fortalece as suas capacidades conjuntas e aumenta a capacidade defensiva da Europa como um todo. O Reino Unido e a França são as únicas potências nucleares soberanas da Europa, mas as suas abordagens são muito diferentes. O Reino Unido mantém o seu arsenal nuclear fortemente entrelaçado com o dos Estados Unidos, o que significa que as suas decisões em relação ao uso de armas nucleares dependem, em certa medida, da participação americana. Mas não se sabe exatamente qual é o nível da influência americana nessa matéria. Um detalhe curioso é que o primeiro programa nuclear efetivamente militar no mundo foi iniciado no Reino Unido em 1941, mas em agosto de 1943 o programa foi fundido com o dos Estados Unidos, reforçando o projeto Manhattan, que levou ao desenvolvimento das bombas atômicas. Durante a Guerra Fria, os britânicos desenvolveram diversos tipos de bombas atômicas das mais variadas potências e para os mais diversos fins. Mas nos anos 80, sob o governo de Margaret Toucher, Londres decidiu adquirir mísseis americanos Trident 2 D5, levando a que alguns anos depois os submarinos britânicos passassem a transportar exclusivamente mísseis americanos. Não há muitos detalhes públicos sobre as ogivas nucleares, mas sabemos que foram desenvolvidas pelos britânicos e são fabricadas na Inglaterra, totalizando um número estimado em até 260 ogivas. Já a França mantém totalmente independente, o que a torna única entre as potências nucleares europeias. Ao contrário do Reino Unido, a França utiliza mísseis balísticos próprios e também opera mísseis lançados a partir de aviões, sistemas 100% autônomos e operados sem a necessidade de aprovação da OTAN ou dos Estados Unidos, totalizando aproximadamente cerca de 290 ogivas divididas entre lançadas por submarinos e por aviões. A decisão do Reino Unido e da França de unir as suas forças nucleares também reflete uma mudança mais ampla nas relações transatlânticas, principalmente agora com a crescente diminuição do interesse dos Estados Unidos pela Europa. A ideia de um compartilhamento nuclear entre os membros da OTAN, especialmente entre o Reino Unido e a França, é uma reação direta a essa diminuição do interesse americano pela esfera europeia. O chanceler alemão Fried Schmers, por exemplo, já sugeriu que seria hora de discutir uma proteção nuclear mais robusta na Europa, destacando que a dependência europeia em relação aos Estados Unidos não é sustentável no longo prazo. E é nesse cenário que a França já considera a possibilidade de expandir a sua presença nuclear na Europa, incluindo a possibilidade de estacionar armas nucleares na Alemanha, além de estabelecer uma nova base aérea nuclear. É importante frisar que essa medida da França seria um incremento e não um substituto para o programa americano de compartilhamento nuclear. Através desse programa, os Estados Unidos mantém até 130 ogivas nucleares espalhadas pela Bélgica, Alemanha, Itália, Holanda, Turquia e agora Inglaterra. São bombas de queda livre do tipo B61, que apesar de estarem nesses países para serem usadas e lançadas pelos seus respectivos aviões, dependem de códigos de ativação que apenas os Estados Unidos podem dar. O Reino Unido também está tomando medidas para dinamizar a sua força nuclear, com a principal sendo a aquisição de caças F35A, que ao contrário da variação B, já operada por eles, é capaz de transportar e lançar bombas nucleares como a B61. Apesar da coordenação nuclear entre o Reino Unido e a França já ter sido firmada, a prática de como isso se dará ainda está sendo discutida. Em tempos de paz, é improvável que um dos países dependa completamente do outro para fornecer o seu sistema de dissuasão nuclear. O Reino Unido, por exemplo, mantém a sua dissuasão nuclear exclusivamente em alto mar, com no mínimo dois submarinos nucleares patrulhando constantemente. E, como eu disse, depende até um certo ponto dos Estados Unidos para fazer uso do seu arsenal, com os franceses, pelo outro lado, totalmente autônomos e independentes. E além de manterem a dissuasão no mar por meio de submarinos, também podem lançar mísseis a partir de aviões. No entanto, é possível que os dois países se ajudem mutuamente, oferecendo suporte para operações de submarinos nucleares. Com essa colaboração também podendo ocorrer em missões aéreas, com aviões de combate e reabastecedores, realizando missões conjuntas. E em tempos de crise ou de ameaça nuclear real e iminente, é expectável que essa parceria se traduza em uma defesa nuclear conjunta e bem mais robusta. Essa aliança nuclear franco-britânica não apenas fortalece a posição de ambos os países, mas também envia um recado claro aos adversários e aliados de que a Europa pode se proteger sem depender exclusivamente dos Estados Unidos. com essa parceria sendo vista como uma resposta direta às crescentes ameaças da Rússia, bem como a uma possível mudança na postura dos Estados Unidos sobre a sua presença na OTAN. O acordo também abre portas para novas colaborações no campo das armas nucleares. O Reino Unido, por exemplo, poderia se beneficiar do desenvolvimento conjunto de novos mísseis de ataque profundo, diminuindo assim a sua dependência exclusiva aos mísseis trident americanos. Enquanto a França poderia também obter apoio britânico para o ASN4G, um novo míssel nuclear lançado por avião com velocidade hipersônica e alcance superior a 1000 km. O fortalecimento da parceria entre o Reino Unido e a França no campo nuclear é apenas o início de uma série de novos desenvolvimentos em defesa europeia impulsionados por dois fatores principais. a invasão russa da Ucrânia em 2022 e o crescente afastamento dos Estados Unidos agora em 2025. Todos os detalhes práticos da coordenação ainda estão sendo refinados e, por uma questão óbvia de segurança, provavelmente não serão publicamente conhecidos na totalidade, mas demonstra claramente que a Europa, diante do seu maior e mais grave desafio de segurança das últimas décadas, está se mexendo e tratando por conta própria, de aumentar a sua defesa sem depender de aliados estrangeiros. [Música]

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