A VACINA REVOLUCIONÁRIA QUE VAI ACABAR COM A AIDS

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No vídeo de hoje, eu vou te contar tudo sobre uma vacina revolucionária contra a Aides, que foi aprovada nos Estados Unidos em 2025. Você não ouviu errado. A tão sonhada vacina contra o HIV, um dos vírus mais desafiadores e perigosos da história, se tornou realidade. Você já tinha ouvido essa notícia antes? É um momento histórico e talvez um dos maiores avanços científicos dos últimos 30 anos, galera. Mas como essa vacina funciona? Quem pode tomar? E se eu te contasse que essa vacina não é tecnicamente uma vacina como a gente conhece. Para entender tudo isso e quando essa novidade chega no Brasil, eu preciso te explicar por tão difícil combater o HIV. Quando o vírus HIV começou a circular pelo mundo, lá na década de 80, ser infectado era basicamente uma sentença de morte. O HIV destrói justamente as células que coordenam a resposta do sistema imune contra invasores, os linfócitos TCD4. Sem coordenação, o organismo não consegue se defender de infecções simples e depois de alguns anos desenvolve a síndrome da imunodeficiência adquirida, a aides. A ciência evoluiu muito e hoje já é possível conviver com o vírus. Existem remédios que mantém a quantidade de vírus sempre baixa no sangue, perto de zero, ao ponto da pessoa, inclusive não desenvolver essa fase final da infecção chamada de aides. Além disso, o tratamento deixa o vírus em quantidade tão baixa que a pessoa não transmite o vírus para outras. Mas o grande desafio sempre foi a cura definitiva, eliminar o vírus por completo do organismo. Só que isso não é possível. O HIV é um tipo de vírus que se integra no DNA da células e fica lá escondido. Mesmo que você reduza o vírus no sangue a uma quantidade indetectável, o material genético dele ainda estará guardado nas células e a qualquer momento, sem tratamento, ele pode voltar. Ou seja, mesmo com tantos avanços científicos, pegar a HIV ainda significa ter que seguir o tratamento a risca e fazer acompanhamento médico pro resto da vida. Senão o vírus volta a ser uma ameaça pra saúde. É aí que entra uma vacina. O ideal seria impedir a infecção do HIV de começar, uma forma de blindar o corpo contra o vírus quando entramos em contato com ele. Mas mesmo assim não é tão simples. O HIV ataca o sistema imune. As células que deveriam montar a resposta imune da vacina estão sendo destruídas pelo vírus. Então, estimular a imunidade natural do corpo simplesmente não tem efeito. Para piorar, o HIV é o campeão de mutações. Ele se modifica o tempo todo, só que mais do que o vírus da gripe, da hepatite ou da COVID, mais do que a maioria dos vírus. Isso porque ele tem uma particularidade genética, ele é um retrovírus pros mais curiosos, que faz ele ter mais mutações do que a média. O importante de você saber é que criar uma vacina para ele é tentar atirar num alvo que tá sempre em movimento. Mesmo se desenvolvemos uma vacina que funciona bem hoje contra um subtipo de HIV, daqui a alguns anos ela pode não funcionar mais, porque o vírus que circula já mudou muito. Pela dificuldade de criar uma vacina que controle todos os substipos do HIV, não chegamos a uma solução por décadas. Uma das únicas formas de evitar a infecção até então é com a camisinha. Um método que sim é muito eficaz, mas tem as suas pequenas falhas na casa do 1%, pode estourar, a pessoa pode esquecer de usar ou pode ser vítima de um abuso sexual. Será mesmo que não tem uma solução melhor? Pois é, muito antes de qualquer vacina, o jogo começou a mudar com o desenvolvimento de remédios preventivos contra o HIV. Eu vi a história deles é essencial para você entender a relevância dessa nova vacina que anunciaram por aí. Assim como é Desde que surgiram os primeiros tratamentos do HIV, no final dos anos 90, os médicos logo tentaram usar esses remédios como prevenção. O objetivo era o mesmo do tratamento, impedir a produção de qualquer molécula do vírus dentro da células. Mas a lógica era diferente. Dar para pessoas que achavam que tinham se infectado porque fizeram sexo com alguém com suspeita ou então que estava confirmado com a HIV. Os remédios normalmente bloqueiam o vírus de se multiplicar ou mesmo de se integrar no DNA da células. E se usado de forma rápida, ele poderia não só controlar a infecção, mas impedir ela de se estabelecer. Essa é a base do que temos hoje como profilaxia pós- exposição ou simplesmente PEP. Hoje ela é um comprimido que combina dois ou mais remédios anti HIV para tomar o mais rápido possível depois de situações com risco de infecção. É muito importante nos casos de abuso sexual, nos casos de sexo desprotegido e até para profissionais de saúde que sofreram acidente com agulhas e materiais contaminados. Tomando a PEP até três dias depois do contágio, né, do suposto dia do contágio, o risco de se infectar diminui pelo menos 80%. Um avanço fantástico, mas é bem desafiador para quem precisa tomar. O tratamento dura 28 dias a partir do primeiro e gera efeitos colaterais incômodos, como cansaço, enjoo, vômito e diarreia, que fazem muita gente, infelizmente, abandonar o tratamento pela metade e aí o vírus consegue vencer a lua. As coisas começaram a melhorar em 2015 com a chegada de remédios que a pessoa pode tomar antes de se expor ao vírus, a chamada profilaxia pré-exposição ou prep. Você tinha noção de que a PREP era tão recente de 2015 para cá? Ao invés de tomar um remédio por 28 dias seguidos, são só três dias. E o tratamento pode começar até 2 horas antes do sexo desprotegido e dois dias depois. O modo de ação e os efeitos colaterais são os mesmos do PEP, mas como o corpo já tá sob efeito do remédio quando o vírus chega, o PREP é mais eficaz. Mesmo que o vírus esteja ali, o risco de se infectar é menor do que 1%. O mais doido é que pouca gente sabe que isso existe, que dá para prevenir o HIV com remédios que estão de graça no SUS. Comenta aqui embaixo se você já tinha ouvido falar desses remédios preventivos. Justamente pela alta eficácia, o PREP não serve só para quem faz sexo casual. Ele pode ser usado diariamente porque tem alto risco de se infectar, como pessoas em situação de rua ou encarceradas, quem sofre com transtorno de uso do álcool ou drogas e trabalhadores do sexo. Mas mesmo com todo o avanço, existe um problema que nem a PEP nem a Prep conseguiram resolver. Assim como acontece com a camisinha, o remédio preventivo tem que ser usado sempre em todas as possíveis exposições ao vírus, porque o efeito protetor dele não é de longa duração. Se a pessoa esqueceu de tomar a prep, transou sem camisinha e não conseguiu tomar a PEP até três dias depois, ela já pode se infectar. É aí que em 2024 os cientistas deram mais um passo rumo à erradicação da Aides. Eles descobriram uma forma de evitar a infecção com uma simples injeção. É uma vacina que pode entender como ela funciona. Até pouco tempo atrás, todos os remédios anti HIV, incluindo os preventivos, buscavam sempre impedir a parte mais perigosa da infecção quando o vírus insere o DNA dele dentro do nosso próprio DNA. O DNA do HIV manipula as células para elas virarem fábricas de fazer vírus. E tudo isso num lugar onde o sistema imune consegue atacar, afinal ele infecta as próprias células de defesa. O problema de mirar nessa incorporação do vírus no nosso DNA é que o material genético dele muda o tempo todo. Toda vez que o vírus acumula mutações, o remédio já não conseguiria funcionar da mesma forma e poderia, inclusive selecionar vírus resistentes. Isso obriga a gente a sempre usar combinações de dois ou três remédios juntos. Se um falhar, tem os outros. Mas em 2003, os cientistas descobriram que dá para fugir desses problemas, mirando não no material genético, mas na casca que protege o vírus, uma estrutura chamada capsídio. Ninguém dava atenção para ela porque parecia ser só a embalagem do vírus, algo que serve só pro vírus sobreviver fora das nossas células. Mas um primeiro estudo lá de 1999 mostrou que essa casca era muito importante pro vírus chegar até o nosso DNA. Ou seja, ela não era só a embalagem, ela fazia parte da evolução da doença, com a vantagem de que sendo uma casca padrão de todo o HIV, ela não muda tanto com as mutações. Qualquer remédio que destruísse esse capicídio ou essa casca ou atrapalhasse a produção dela poderia impedir a infecção de acontecer. Esse era o ponto fraco do HIV que os cientistas tanto buscaram. Tem inclusive uma frase no filme Guerra Mundial Z, que não sei se vocês vão lembrar, que aquele cientista, ele fala aquele que morre lá no avião por acidente, ele fala que a natureza adora esconder suas maiores fraquezas atrás das suas maiores forças. É esse o caso aqui. Mas nem sempre a fraqueza é óbvia. Foi só depois de 20 anos de pesquisa que nasceu o medicamento capaz de colocar essa ideia em prática. O Lena Capavir, uma injeção preventiva que a pessoa toma a cada se meses para não se infectar. Funciona assim. O composto se liga no capicídio e desestabiliza as moléculas que estão ali, destruindo essa casca protetora e impedindo o vírus de começar a infecção. Mesmo se o vírus já invadiu a cerus, a injeção impede qualquer novo capicídio de se formar e sem a formação de novos vírus, a infecção não evolui. Essa tecnologia é o mais próximo que nós já chegamos de uma vacina contra aides. Tecnicamente não é uma vacina, porque a injeção não monta uma resposta imune, não monta uma memória imunológica pro próprio organismo combater o vírus. É um remédio que se deposita abaixo da pele ali no local da injeção. E aí ele vai sendo liberado aos poucos na corrente sanguínea durante 6 meses. Depois disso, você já não tem mais nenhum remédio circulando e o efeito protetor dele vai desaparecer e aí você vai precisar de mais doses. Nos estudos, essa nova injeção diminuiu o risco de infecção em mais de 96% e foi mais eficaz do que os comprimidos preventivos tomados diariamente. Algumas participantes mulheres até engravidaram durante o estudo, ou seja, tiveram sexo desprotegido, mas nenhuma mulher que tomou a injeção pegou a HIV. Fantástico, como a ciência evoluiu em tão pouco tempo, não é não, pessoal? Agora a pergunta que não quer calar é: quando essa vacina vai chegar no Brasil e quanto será que vai custar? Essa injeção inovadora já está aprovada nos Estados Unidos desde 2022 como opção de tratamento pros casos em que a pessoa não responde bem aos remédios tradicionais. E só agora em junho de 2025 ela foi aprovada como uma injeção preventiva. Mas é tudo muito recente, galera. A OMS publicou em julho de 2025 uma nova recomendação, incluindo essa injeção como mais uma forma eficaz de prevenir o HIV. Tirando os Estados Unidos, tá todo mundo ainda em processo de aprovar esse novo remédio. No Brasil, quem faz isso é a Anvisa. E só depois de aprovado é que nós vamos ter uma previsão aí de quando essa injeção vai chegar nas pessoas. O grande problema é o preço, galera. Você precisa tomar duas doses por ano e cada uma custa R$ 100.000, ou seja, mais ou menos R$ 200.000 por ano. É muito dinheiro, ainda mais quando a gente pensa que tem que tomar todo o ano pro resto da vida, né? Em 2024, 108.000 pessoas usaram um comprimido preventivo que tá disponível de graça no SUS. Se todas essas pessoas tiverem que tomar injeção, custaria cerca de R$ 21 bilhões de reais por ano, o que teoricamente é inviável, a não ser que o fabricante faça um precinho camarada pra gente. Mas tem uma luz no fim do túnel. É isso que é legal. Diferente do que acontece com os novos medicamentos, essa injeção anti HIV não vai seguir o padrão daquela patente com 20 anos de exclusividade no mercado. Já existe um acordo internacional para produzir versões genéricas mais baratas que vão ser distribuídas entre os 120 países mais pobres do mundo. Só que pra nossa tristeza, ou talvez nem tanto, né, o Brasil não entra n países mais pobres e fica fora dessa lista. É uma boa notícia, mas a gente não vai receber de graça essas vacinas. Ou seja, ainda tem muita água para rolar, muita negociação para acontecer antes dessa injeção chegar até nós. Talvez o Ministério da Saúde decida colocar no SUS a prima mais barata dela, uma injeção preventiva que tem que tomar de dois em dois meses, que também já tá para chegar no Brasil. Mas essa notícia não deixa de ser incrível, né? Há poucos anos eu tava aqui no YouTube falando sobre como é quase impossível curar o HIV. E hoje eu tô de volta falando de avanços científicos que podem acabar com a doença para sempre. Legal demais, né? E se você quiser saber sobre outro avanço impressionante, eu acho que você precisa assistir esse vídeo aqui, é um pouquinho antigo, mas vale a pena, que é o vídeo sobre a vacina contra o vício em craque e cocaína. Essa pesquisa brasileira vai te surpreender. Um grande abraço. A prevenção é sempre o melhor remédio e siga ola ciência se inscrevendo no canal. Tcho.

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