A VERDADE sobre os VULCÕES da INDONÉSIA

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Na semana passada, tivemos uma notícia que chocou muitas pessoas sobre o triste fim de Juliana Marins. Ela estava em uma trilha na Indonésia que levava para um dos vulcões mais perigosos que existem, o Monte Rinjane. Ficam aqui todos os meus sentimentos, mas a ideia do vídeo não é o foco nesse caso, e sim mostrar para vocês o por que vulcões, essa beleza natural é tão perigosa, como que eles se formam, como que funcionam. E também quero abordar com você a parte cultural, histórica e também religiosa que tem por trás de tudo isso. A gente vai ver o porqu vulcões ou belezas naturais extraordinárias fascinam tanto o ser humano e por pessoas ainda insistem em viver perto de algo tão mortal. Mas antes da gente começar, e precisa entender toda a parte geológica que compõe o vulcão. Os vulcões, eles não estão aí à toa. Não é um acidente da natureza. Ele é o resultado da dinâmica do nosso planeta, o que mostra que tudo está vivo. Como você já deve saber, a Terra, ela não é um bloco sólido por dentro, maciço. Ela tem camadas igual uma cebola. No centro fica um núcleo super quente, acima dele fica o manto composto por rocha quase derretida e na superfície fica a crosta fina, que é onde a gente tá agora, onde a gente vive. E essa crosta inteiriça, ela também não é uma coisa só, ela é dividida em várias partes, em várias placas, e a gente chama de placas tectônicas. E elas estão sempre se movendo de alguma forma, bem devagarzinho, praticamente imperceptível, mas é constante. Desde a pangeia, onde tudo era uma coisa só até agora, nesse exato segundo que você tá vendo esse vídeo, tá se mexendo. E quando essas placas se afastam, se chocam ou deslizam uma contra a outra, elas criam zonas de vulcanismo intenso. E é ali que o magma, que está sob pressão no manto, consegue encontrar caminho pra subir até a superfície, tipo uma panela de pressão. E quando ele consegue chegar lá, nasce um vulcão. Daí eu te pergunto, mas por que a Indonésia? Bom, a Indonésia é um lugar peculiar. Ela tá exatamente num ponto muito específico do planeta, um ponto quente. A Indonésia faz parte do chamado círculo de fogo do Pacífico, uma zona gigante que rodeia o oceano e abriga mais de 75% de todos os vulcões ativos do mundo e 90% de todos os terremotos que acontecem lá. É uma zona muito peculiar. Várias placas se encontram ali, o que pode ser um problema. a placa australiana, a placa eurasiana, a placa do Pacífico e a placa das Filipinas. Esse encontro constante cria terremotos de tsunamis e os vulcões, o que é extremamente diferente do Brasil. Por exemplo, se você for analisar, o nosso país, ele tá praticamente no meio da placa sul-americana, o que deixa a gente num ponto privilegiado, querendo ou não. A gente não tem tsunami, não tem terremoto, o que é muito diferente do Chile. Ele está bem na beira da placa sul-americana, por isso a atividade de terremoto lá é maior. A gente no máximo vai sentir um tremorzinho daqui. Então, pelo fato da Indonésia se encontrar nesse ponto quente, nesse ponto peculiar do mundo, faz com que lá tenha mais de 130 vulcões ativos agora, o que é a maior concentração de vulcões no mundo. E um deles é o Monte Rinjani, o de Tucujo. Um lugar lindo, sagrado, incomparável, mas também extremamente perigoso. Ok, mas o quão perigoso é ou pode ser um vulcão? A verdade é que muito. Vulcões são praticamente bombas naturais, esperando o momento certo para entrar em erupção. Um vulcão, ele tem a capacidade de liberar energia equivalente a milhares de bombas nucleares. E eu não tô falando só de terra sendo lançada no ar, não. Eu tô falando de destruição total, que é um exemplo. Quando um vulcão entra em erupção, é o verdadeiro caos. Ele pode espelir lava super quente acima de 1000ºC, que é o mais que suficiente para derreter qualquer coisa no caminho. Cinzas vulcânicas, o que não é só fumaça. Ela é feita de partículas minúsculas e pesadas que podem sufocar, podem danificar máquinas, destruir plantações e até parar aviões no ar. Além dos gases tóxicos, como o dióxido de enxofre, o dióxido de carbono, que podem matar em minutos inalados em grandes concentrações, e o pior de tudo, fluxos piroclásticos. Ok. O que que é fluxos piroclásticos, né? Nada mais são do que nuvens incandescentes de gases e fragmentos da erupção do vulcão, viajando a mais de 700 km/h. Praticamente uma onda da morte. Aterrorizante, né? E sabe o que assusta ainda mais? Você nem precisa de um vulcão ativo, de uma erupção violenta como essa para haver uma tragédia, porque mesmo quando eles estão dormindo inativos, os vulcões continuam sendo muito arriscados. Em volta dessas áreas, você vai encontrar terrenos frágeis, solos instáveis, chuvas fortes. E tudo isso pode causar deslizamentos, quedas, acidentes graves, que infelizmente foi o que aconteceu com a Juliana Marins. O terreno arenoso do Monte Rinjani é extremamente imprevisível. Agora você quer entender o quão poderoso pode ser um vulcão? Um dos vulcões mais famosos do mundo também fica na Indonésia, o cracatoa. Lá em 1883, esse vulcão começou a dar indícios de que ele iria entrar em erupção. O que estava acontecendo é que uma grande concentração de magma estava sendo acumulada debaixo da Terra, aumentando a pressão ali dentro. O cracatoa entrou em erupção com tanta violência que o som da explosão foi ouvido a 5000 km de distância. É como se ele tivesse explodido no centro do Rio de Janeiro e o som viajasse até o Panamá. E os fluxos piroclásticos, os detritos, os fragmentos soltados pela erupção do vulcão foram lançados a 100 km de altura na atmosfera. Titânico. É sério, foi extremamente forte essa erupção. A ilha onde ficava o cracatoa partiu em três e criou uma cratera de 300 m de profundidade. Inacreditável, né? Essa foi uma das maiores explosões já registradas na história da humanidade. A erupção gerou tsunamis gigantes, devastou vilarejos, cidades e seifou mais de 36.000 vidas. O impacto dessa explosão foi muito grande. Ele mudou o clima global por meses. É sério. Imagina a bomba atômica de Hiroshima, só que agora 13.000 vezes pior. E falando nisso, você viu o último vídeo do canal onde eu falo como funciona uma bomba atômica? Quem que é mais forte? uma bomba atômica ou uma bomba nuclear. E como que os países que tm essa tecnologia nas mãos conseguem controlar o mundo com o poder delas? Sabe como? Clica aqui em cima que você vai descobrir. E depois disso tudo, de entender o poder de um vulcão, a pergunta que fica na cabeça é: quem seria o maluco de chegar perto de um vulcão ativo? E a resposta é que milhões, todo ano tem gente fazendo esse tipo de turismo. E tem até os locais que vivem ali perto, praticamente na base desses vulcões. Mas a questão é por quê? Por que um lugar tão perigoso, tão arriscado como esse, atrai tanta gente assim? A verdade é que por vários motivos. A Indonésia, por exemplo, ela tá em quarto lugar no ranking dos países mais populosos do mundo, quase 290 milhões de habitantes. Então, sim, realmente é algo muito arriscado, mas tem outro fator. O solo em volta desses vulcões são extremamente férteis. As cinzas vulcânicas liberam alguns nutrientes como magnésio, fósforo, potássio e isso enriquece muito o solo, praticamente um fertilizante natural. Então, muitas comunidades se estabelecem nessas regiões para o plantil. Outro motivo importante também são os ritos religiosos que acontecem nos vulcões. Vulcões são encarados como certas divindades por algumas culturas. Um exemplo de um povo que segue isso são os javanes que moram na ilha de Java na Indonésia. Eles acreditam que o vulcão guarda um espírito lá dentro. O vulcão Merapi, também conhecido como Gunung Merapi ou a montanha de fogo, na cultura local, eles acreditam que exista um espírito guardião que vive dentro desse vulcão e que alerta de alguma forma as pessoas dos perigos e riscos de erupção. Outra cultura curiosa também é sobre o vulcão Agung na ilha de Bale, que também fica na Indonésia, onde muitos hinduistas balineses vão até esse vulcão para participar das cerimônias religiosas que acontecem lá, onde fazem as suas oferendas, levam comidas, tecidos, especiarias e muitas outras coisas mais ao espírito do vulcão. O local é rodeado de templos, o que aumenta a peregrinação de pessoas até lá que dormem nas montanhas. E esses costumes permanecem mesmo sabendo do risco, pois esse vulcão ainda está ativo. E outro bom motivo também e meio óbvio, é porque é bonito pra caramba, né? Convenhamos, olha essas paisagens, olha essa vista. é surreal, te faz sentir parte da natureza, nos coloca no nosso lugar de pequeno. Não temos chance contra aquilo, é colossal, é muito poderoso. Não é só uma paisagem bonita ali, é hipnotizante. E isso tem o nome sentimento oceânico, que é um sentimento que praticamente humilha a gente pelo nosso tamanhinho perto de algo naturalmente imponente e gigante. Uma experiência transcendental. Contemplar esse tipo de beleza natural é terrivelmente fascinante. E aí, você teria coragem de encarar um vulcão de perto? Você já teve essa experiência? Conta aqui para mim nos comentários. Se você curtiu esse vídeo, deixa o seu like aqui embaixo para eu saber que você gostou. Se você é novo aqui no canal, bem-vindo ao canal Analíticos. A gente vai divulgar ciência juntos. Então se inscreve, ativa o sininho para você não perder nenhum vídeo novo, porque eu vou estar te esperando no próximo vídeo, beleza? Obrigado por assistir. Nossa, dá tchau pra câmera.

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