A verdadeira história de CUBA: O preço da revolução
1Fala pessoal, seja muito bem-vindo a mais um vídeo aqui do canal. Hoje eu quero trazer para vocês uma história que vai além do que a gente normalmente vê por aí, o caso de Cuba. Vamos falar sobre os embargos econômicos dos Estados Unidos que afetaram o país, mas também vamos mergulhar nos erros internos que o governo cubano cometeu ao longo das últimas décadas. Eh, vou mostrar as decisões políticas autoritárias, um modelo econômico fechado e um isolamento do mercado global que, claro, influenciou a trajetória da Íria. Então, fica comigo que essa análise vai trazer uma visão clara e profunda da realidade cubana, misturando economia, política, geopolítica, tudo para você entender eh de verdade o que está por trás dessa história. Então, bora lá. Então, começando hoje eu quero contar a história que começa há mais de 500 anos, quando Cuba ainda era uma joia colonial da Espanha. Durante quase 400 anos, a ilha foi governada pelos espanhóis e a sua riqueza se construiu sobre uma base dura e desigual, eh, com açúcar, tabaco e também a escravidão africana, que era algo que acontecia muito antigamente. Os campos de cano de açúc era coração da da economia cubana. O trabalho era brutal, sustentado por miragens de escravos trazidos da África. O resultado dessa exploração era um contraste cruel. Uma pequena elite colonial vivia do lustre das exportações, enquanto a maioria da população formada por escravos, mestçes e também camponeses pobres sobreviviam na miséria. Mas no fim do século XIX trouxe vendos de mudança. No mundo, os impérios coloniais começaram a enfraquecer e em Cuba o desejo de independência crescia. Rebeliões e guerras se espalharam pela Íria. Destaque para a guerra da independência de 1895, liderada por nomes como José Marti, é que na época se tornaria um herói nacional. Mart sonhava com An Cuba verdadeiramente livre, mas acabou morrendo na batalha antes de viver o resultado. Então, em 1898, tudo mudou com a guerra hispano-americana. O conflito começou depois que o navio americano USS Mining explodiu misteriosamente no porto de Havana. Um episódio que os Estados Unidos usaram como justificativa para entrar na guerra contra a Espanha. Em poucos meses, os Estados Unidos venceram a guerra e contratado de Paris, a Espanha renunciou à Ía. Mas a liberdade não veio sozinha. Cuba, que era apenas 145 km de Flórida, rapidamente caiu sobre forte influência dos Estados Unidos e, de forma oficial, tornou-se independente e em 1902, mas com a condição, a emenda platva aos Estados Unidos o direito de intervir em Cuba sempre que julgasse necessário, na prática, o país trocou de dono, né, porque sai da Espanha, vai pros Estados Unidos e a partir daí os investimentos dos Estados Unidos transformaram a Havana em um destino para negócios, turismo e especulação. É, empresas americanas passaram a controlar as plantações, ferrovias, bancos e até o comércio do açúcar. Para os Estados Unidos, Cuba era estratégica, rica em recursos, próximo de suas fronteiras e também perfeita para projetar o poder no Caribe. Para os cubanos, porém, essa liberdade era parcial. O povo ainda sofria com desigualdade, pobreza rural e governos mais instáveis, enquanto as elites locais e também os estrangeiros enriquecia. Então, pegando esse contexto, eu quero que você imagine a Vana nos anos de 1940 e 1950. Era uma cidade vibrante, cheia de luzes, músicas e também glamor. Mas por trás desse brilho havia uma história de contrastes e desigualdade que explica muito do que iria acontecer em Cuba. Nesse período, a Índria havia se tornado quase que um pregrut, então um parque de diversão ali paraos Estados Unidos. Por ser tão próxima de Flórida, era o destino perfeito para quem queria diversão sem regras. Então, empresários, políticos e até mafiosos dos Estados Unidos via Cuba não só como lugar para investir, mas também como refúgio para se divertir. Os cassinos, hotéis de luxo dominavam Havana. Então, se a gente for pegar Tropicana, Riviera, Capre, Nacional, tem vários. E eles atraíram vários artistas e milionários. E muito desses negócios tinha conexão direta com a máfia norte-americana, lideradas por figuras como Mario Lants, né, que ficou muito famoso também eh nessa parte. E também o dinheiro do jogo e o turismo circulava com maior facilidade e a van chamada Las Vegas de Caribe. Mas fora da capital, o cenário era outro. É, o campo cubano permanecia pobre e atrasado. A maior parte da economia dependia de monocultura, tanto do açúcar e também do tabaco. E a riqueza ficava concentrada nas mãos de elite e de empresas estrangeiras, principalmente americanas. Para o povo sobrava pouco. No centro desse sistema estava a Fugêncio Batista. Quero que vocês guardem o nome dele, que ele vai ser muito importante também nessa parte da história da Cuba, porque ele governou Cuba em dois períodos, sendo o segundo por meio de um golpe em 1952. Batista representava na época corrupção e também uma um governo mais autoritário, sustentado pelos interesses externos. Seu governo tinha pouca preocupação com o bem-estar da população cubana, mas garantia que investidores e mafiosos na época lucrassem muito. Os números mostram esse contraste. Boa parte das terras de infraestrutura era controlada por estrangeiros, né? 75% das exportações ia diretamente para os Estados Unidos. O analfabetismo rural também era extremamente alto e a pobreza extrema dominava o interior. Enquanto a Havana tinha cassinos e festas, o interior carecia de escolas, hospitais e saneamento. Interessante, né, que até são várias histórias que a gente vai contando também dentro da Grécia, do Brasil. A maioria dos países têm esses mesmos problemas, né? algumas regiões que são bem desenvolvidas, mas ao redor tem muita dificuldade. Então, voltando à história, nesse caso, a Cuba era dividida entre duas realidades. De um lado, um luxo e ostentação, ficava na parte da Havana, e o outro, a miséria e a desigualdade. E foi dessa insatisfação que nasceu o apoio popular à revolução cubana. Porque para o povo era insuportável ver a própria ser explorada enquanto a maioria continuava sem oportunidade. Depois de tantos anos de luxo para poucos e miséria para muitos, não é surpresa que o povo cubano começasse a se cansar. A sensação era de que Cuba tinha um dono e esse dono não era o próprio povo. Então tinha muito aquela ideia de soberania nacional que as pessoas não via dignidade também de viver naquele momento, né? os cassinos brilhava para os turistas e também os mafiosos americanos, enquanto o interior da Íria, famílias inteiras viviam sem eletricidade, sem escolas e muitas vezes sem ter o que comer. Foi nesse cenário que nasceu a revolução cubana de 1953 a 1959. Jovens como Fidel Castro, Tequevar e também Camilo, todos instruídos, carismáticos e capazes de mobilizar multidões, decidiram enfrentar o regime do fugêncio batista. Aqui eu queria colocar uma explicação interessante. No vídeo anterior que a gente tava falando da Grécia, eu tinha falado que muitos partidos mais radicais, tanto de ideologias progressistas, também ideologias mais conservadoras, geralmente utilizava de narrativas daquele momento de de instabilidade econômica e também de insatisfação da população para ganhar a escala e obviamente ganhar a popularidade. Isso aconteceu muito eh com os líderes da época da revolução cubana. Se a gente for pegar o Fidel, o Tevara e também as pessoas que estavam próximas delas, tanto o Tevara como também o Fidel Castro eram pessoas letradas, eram pessoas inteligentes. Por exemplo, Fidel Cast estudou direito, então é uma pessoa que que sabia que aquele momento era um momento oportuno para tomar umas decisões mais radicais. Então isso também de alguma forma favoreceu naquele momento para que eles tomassem essas decisões também naquele momento junto com a população. Então como tinha explicado, eles souberam ler o sentimento das ruas, uma mistura de pobreza, desigualdade e humilhação nacional por ver Cuba tão dependente dos interesses dos Estados Unidos. O primeiro passo foi ousado. Em 1953, Fidel e seu grupo atacaram o Cartel de Moncada em Santiago de Cuba. A ação, no caso, fracassou, muitos morreram e Fidel acabou preso, mas em vez do silêncio, isso deu voz ao seu discurso. No julgamento, ele fez o famoso pronunciamento: “A história me absorverá”. Isso ficou bem famoso também. tem essa frase dele que na época transformou a condenação em uma propaganda revolucionária. Libertado depois de uma anistia, Fidel se exilou no México, onde conheceu o Tigevara e reorganizou seu movimento. Voltou a Cuba em 1956 a bordo do Yat Granima com apenas 82 homens. A maioria foi morta na chegada, mas os sobreviventes, incluindo Fidel, Raul e Tquevara, se refugiaram na Sierra Maestra, de onde iniciaram a guerra de guerrilha, né, que ficou muito famoso também na época. Enquanto isto, Batista perdia apoio rapidamente. A corrupção, a violência do regime e a crise econômica afastaram até setores que na época o sustentavam. A guerríria, mesmo pequena, começou a ganhar simpatia popular e passou a ser vista com uma esperança de mudança. E o que eu queria colocar uma observação, igual eu tava falando anteriormente, na administração do fugiencio Batista, as pessoas já estavam passando por muita dificuldade. Por mais que você tinha um apoio dos Estados Unidos, porque eram ele era um governo mais voltado também e às práticas mais americanas, é porque muita grande parte das empresas e que estava instalada em Cuba já era americanas, as pessoas não estavam passando por boas condições de vida. as pessoas dependia de muita de interesse americano, as empresas eram simplesmente exportador, então, ou seja, pegava todas as riquezas que tinha, principalmente cana de açúcar. Aí, se a gente for pegar algumas ferrovias também, né, que tinha ganhava muito dinheiro na época. Então, por conta desses problemas internos e econômicos que estavam acontecendo, como eu tinha falado também anteriormente, em primeiro de janeiro de 1959, Batista finalmente fugiu de Havana. Eh, os revolucionários tomaram o poder e o mundo assistiu à queda de um governo apoiado pelos Estados Unidos. Para os cubanos, era o início de uma nova era de promessas de justiça social, independência e também transformação. Quando Fidel Castro assumiu o poder em 1959, parecia que Cuba ia finalmente viver a sua própria história, livre da tutela americana. E de fato todo tudo mudou. O governo implementou rapidamente uma reforma agrária, distribuindo terras que antes pertencia a latifundiários e empresas estrangeiras. E em seguida veio a nacionalização em massa, ou seja, refinarias de petróleo, usinas de açúcar, bancos, fábricas e hotéis de luxo, muito deles controlados por americanos, passaram a ser do estado. Junto a isso, Fidel criou sistemas universais de saúde e educação. Em poucos anos, o analfabetismo caiu quase a zero. A expectativa de vida dos cubanos também aumentou e tornou referência em medicina preventiva, ou seja, teve esses lados positivos também. Para o povo, esses avanços sociais eram inéditos, porque naquela época o básico já era o suficiente para deixar as pessoas mais felizes. Mas essa guinada socialista teve um preço muito alto. Os Estados Unidos reagiram com embargos econômicos para sufocar a Íria e, obviamente, sem acesso ao mercado americano, que na época era o principal destino das exportações cubanas, Cuba foi obrigada a buscar apoio em outro lugar e nesse momento encontrou os braços da União Soviética o suporte que precisava. fazendo analogia, é como se Cuba tivesse um amortecedor econômico permanente, mas totalmente dependente de Moscou. O ápice dessa relação foi em 1962, na famosa crise dos mísseis. Na época, a União Soviética instalou mísseis nucleares em Cuba. Como eu tinha falado anteriormente, era apenas 145 km da Flórida. Em troca, prometia proteger a Íria contra qualquer invasão americana. Eh, por alguns dias, o mundo esteve à beira de uma guerra nuclear. Na época teve o acordo que encerrou as crises dos mísseis, mas consolidou Cuba como peça central da Guerra Fria no hemisfério ocidental. Durante as décadas seguintes, a Íria sobreviveu, eh, com subsídios soviéticos. Então, na época, o modelo parecia funcionar, porque o governo socialista garantia serviços sociais e uma relativa estabilidade, mesmo sem crescimento econômico robusto, mas era uma economia frágil, sustentada para um único pilar. E quando esse pilar caiu em 1991, com o colapso da União Soviética, quem não se lembra, né, que 1991 também teve a queda do muro de Berlim, então foi a União Soviética entrando em colapso. E Cuba mergulhou em sua maior crise moderna. Quando a União Soviética desboronou em 1991, Cuba perdeu muito mais do que um parceiro comercial. É, perdeu o eixo que sustentava essa economia. Até aquele momento, Moscou comprava grande parte do açúcar cubano por um preço muito acima do mercado e também vendia petróleos a valores simbólicos e ainda garantia creche para manter aí funcionando. Sem esse suporte, 85% do comércio exterior com Cuba simplesmente desapareceu e nesse momento começou a ficar conhecido como um período especial em tempos de paz. Esse período especial ele foram anos dramáticos, é porque o PIB despencou 40% em 4 anos e o governo precisou adotar medidas que eram desesperadas para evitar o colapso completo. Por exemplo, a gasolina desapareceu, os ônibus pararam e quem queria se deslocar dependia de caminhões improvisados ou até bicicletas e de outros países também, como a China, e que foram enviadas e após ali a ajuda humanitária. A noite você via muitos apagões constantes, mergulhava cidades inteiras na escuridão, porque o país não tinha petróleo para gerar energia. E na mesa dos cubanos, os cubanos comuns, a crise também era visível, né? Você tinha racionamento de alimento porque foi severo na época, então carne, leite era praticamente inacessíveis. A dieta da população se baseava em arroz, em feijão, em produtos subsidiados em pequenas cotas. Houve relatos também de perda média de peso de 5 a 10 kg por adulto durante os anos mais críticos. Só que mesmo assim a Cuba não teve o seu colapso total. É, sobreviveu por três caminhos principais. Primeiro, o turismo internacional. Eh, porque hotéis e resortes foram abertos para estrangeiros, principalmente europeus e canadenses. Eu queria colocar uma observação aqui, porque tinha pessoas que trabalhavam diretamente eh em hotéis e resortes. E como eles recebia ou em dólar, em euro, acaba que eles tinham um valor, pelo menos de forma nominal, maior do que pessoas que trabalhava com trabalho de maior valor agregado, por exemplo, médicos e professores. Então, acaba que uma pessoa que fazia uma viagem de tax ganhava mais do que um médico. Então assim, é meio complexo também falar um pouco sobre isso, porque ele recebia em moeda mais forte do que na época você tinha um peso cubano. Então os gastos em dólar pelos turistas se tornaram mais vitais para a economia e também criou uma realidade paralela. Eh, estrangeiros com acesso a luxo, enquanto os cubanos viviam com racionamento. E outra parte interessante também era as arremessas e exterior, porque a diáspora e cubana, principalmente ali em Miami, passou a enviar dólares para sustentar as suas famílias. Então tinha muitas pessoas que saíam de Cuba, tinha seus trabalhos nos Estados Unidos e também eh partia eh um um percentual da sua renda com seus familiares. Outra curiosidade também, o governo chegou a legalizar o uso de dólares na década de 1990 para aproveitar essa fonte de divisas. Outra parte importante era exportação de serviços e médicos. Cuba transformou seu sistema de saúde em uma ferramenta econômica. Quem não lembra também é dos méxicos cubanos que a gente teve aqui no nosso país. Foram importantes também, mas a gente sabe que existiam vários críticas também em relação, né, a essas práticas de políticas públicas. E e naquela época, milhares de médicos foram enviados para países da América Latina e África, gerando receita em moeda estrangeira. Então, quando parecia que Cuba viveria para sempre à beira do colapso após os anos 90, um novo aliado surgiu no Horizonte, a Venezuela. Mas não é uma Venezuela qualquer que tá passando por as dificuldades de hoje, e sim a Venezuela de tempos de ouro do petróleo, lideradas pelo Hugo Chaves. Na época, queria só fazer uma introdução, porque Chaves ele chegou ao poder em 1999 com um discurso bem parecido, que era um discurso bem revolucionário e anti-americano que ecoava as ideias de Fidel. Ele via Cuba não apenas como um parceiro político, mas como símbolo de resistência contra os Estados Unidos. E foi assim que nasceu uma das alianças mais estratégicas da América Latina. Durante os anos 2000, a Venezuela vivia o boom do petróleo. Não só a Venezuela, né? Quem quem já viu alguns vídeos nossos, principalmente do Brasil, eu sempre falo sobre o boom das comodies ali dos anos 2000 até 2010. Então a Venezuela mesmo pegou muito e esse esse crescimento da Comod. Por exemplo, o barril em 2008 chegou a mais de 140. Então imagina o quanto isso também gerou riqueza. E como a Venezuela era um dos países que tinha uma das maiores reservas do mundo e receita abundante em dólar, eh Chaves queria usar essa riqueza para consolidar sua influência política e aqui de forma regional, o que ele chamava do socialismo do século XX. Para Cuba, isso significou um novo fôlego econômico, porque na época a Venezuela chegou a enviar cerca de 100.000 barris de petróleo por dia para a Íriam a preços subsidiados ou até como doação. Falo aqui nos momentos de ouro, né? E em troca, Cuba enviou milhares de médicos, professores e técnicos para programas sociais, como a missão Barril Adentro, que levava saúde as regiões mais pobres também da Venezuela. Então, era um jogo de ganha ganha, né? Você eh exportava petróleo e você importava eh maior mão de obra ali para resolver alguns problemas sociais. Então, estima-se que mais de 30.000 1 cubanos chegaram a trabalhar em territórios venezuelanos durante esse acordo. Mesmo no início dos anos 2000, quando o Cuba recebeu uma ajuda significativa da Venezuela com petróleo subsidiado e apoio econômico direto, a Íria ainda continuava enfrentando sérias dificuldades. Essa parceria amenizou alguns problemas imediatos, mas não foi suficiente para resolver os entraves estruturais da economia cubana. Foi nesse contexto que o irmão de Fidel Castro, Raul Castro, na época, começou a ganhar protagonismo, assumindo de forma gradual as responsabilidades políticas e também militares, preparando o terreno para a transição de poder. Na época, Fidel, que governou eh com Mão de Ferro desde 1959, começou a enfrentar problemas sérios de saúde é no início da década de 2000. Em 2006 ele delegou oficialmente o poder ao Raul e em 2008 ele se afastou de vez da presidência, é, encerrando ali uma era de quase 50 anos à frente do país. A transição para o Raul Castro trouxe pequenas reformas econômicas que pareciam tímidas, mas eram bem significativas para os padrões cubanos. O primeiro era a parte ali dos trabalhos autônomicos, é, os famosos quentra propistas, é, que foram legalizados em setores com pequenos restaurantes, hospedagem e também transporte. Também teve muitos investimentos estrangeiros que na época eram limitados, passaram a ser aceitos em turismo e também na indústria de níquel. No mercado imobiliar também começou a se abrir, permitindo compras e vendas de casas e carros, algo que era proibido por décadas. Então, essas mudanças somadas a parceria com a Venezuela deram uma cessação de fôlego, mas não resolveram os problemas estruturais porque o país ainda tinha baixa produtividade, dependência externa e um salário muito abaixo da média, entre 20 a 30 por mês. E a grande virada parecia chegar entre meados de 2014 e 2016, com a histórica aproximação entre Cuba e Estados Unidos, que na época foi liderada pelo ex-presidente Barack Obama. Pela primeira vez em séculos, as relações diplomáticas foram restabelecidas. Eh, voos comerciais e cruzeiros americanos voltaram à Íria e também o turismo disparou, trazendo milhares de dólares que eram essenciais para o governo. Também havia esperança que, enfim, Cuba ia se encontrar, né, em um caminho para se abrir ao mundo sem perder a sua identidade, porque obviamente ela tava abrindo ao mundo, mas ainda com aquela identidade mais socialista, um governo mais de capitalismo de estado. Mas essa esperança foi curta. Eh, em 2017, na no primeiro mandado do Donald Trump, ele assumiu e reverteu boa parte da abertura de Obama. Com isso, ele trouxe restrições para viagens e também envio de remessas que na época eh foram mais endurecidas. Empresas que tinha começado a planejar investimento em Cuba obviamente recuaram, né, por conta da nova administração e a retórica voltou a ser o isolamento e também pressão máxima. E então a pandemia de 2020 atingiu a Cuba em cheio. Em um momento em que a economia já estava fragilizada. O país dependia fortemente do turismo, que na época representava de forma em percentual 10% do PIB, que é toda a geração interna do país. E também era uma das principais fontes de dólar para o governo. Com fechamento das fronteiras, os hotéis de Havana ficaram vazios, as pragas de Varadeiros também ficaram desertas e miragem de trabalhadores do setor turístico perderam renda de forma imediata. Além disso, as remessas enviadas por cubanos que viviam no exterior, especialmente ali nos Estados Unidos, que na época movimentaram cerca de 3,5 bilhões por ano, diminuíram com a crise econômica global e com as restrições impostas pelo governo Trump. E ao mesmo tempo, a Venezuela, que historicamente era o principal aliado e fornecedor de petróleo subsidiado, já estava em colapso. A produção de petróleo da Venezuela, pegando dados da época ali de 2020, eh, despencou para menos de 700.000 1000 barris por dia. Eh, os envios para Cuba caíram de 120.000 barris por dia para menos de 50.000. E o governo teve que implementar apagões diários, afetando indústrias e vida urbana. Isso é muito curioso, né? Porque imagina, o próprio governo, ele precisava desses apagões porque senão ele não tinha sustentabilidade, porque grande parte da energia de Cuba era termoelétrica, então sem combustível não tem como gerar energia. Então, obviamente isso prejudicou as indústrias, mas era algo que o próprio governo incentivava para que acontecesse. Então, diante desse cenário, a economia cubana mergulhou em uma nova crise profunda. O PIB caiu cerca de 10,9% em 2020, a pior retração em três décadas. Já em 2021, o governo fez a unificação das moedas, eh, que foi a unificação do peso cubano CUP e o peso conversivo CC Cook. Numa tentativa de simplificar o sistema econômico. O efeito também foi imediato e, obviamente, isso teve uma explosão na inflação com os preços subindo mais de 70% no primeiro ano, enquanto os salários também continuaram é extremamente baixos. Outro fato é que a escassez de alimentos e medicamentos voltou a níveis comparados à aquele período especial que a gente tinha entrado anteriormente também dos anos 90. Então essa pressão econômica e social levou a protestos históricos em meados ali de julg de 2021 e maiores desde 1959. Mirhares de cubanos foram às ruas em Havana e outras cidades gritando liberdade, temos fome, algo que era impensável em um regime de partido único. O governo logo respondeu com várias prisões em massas, bloqueios de internet, repressão policial, tudo aquilo que o governo autoritário gosta de fazer, né? Eh, mesmo assim, em 2023, novas manifestações ocorreram, eh, alimentadas também por apagões constantes, inflação e também faltas de alimento. E se a gente for pegar uma comparação com os dias atuais, hoje em 2025 eh Cuba atravessa um dos momentos mais delicados de sua história recente. A ilha que um dia simbolizou resistências ao imperialismo e orog socialista, que sempre foi pregado nesse desse jeito, né, enfrenta graves desafios econômicos e sociais. Se a gente for pegar o PIB per capta, é algo em torno de 7,6.000 e via PPC, eh, você pega ali paredade de poder de compra, o que coloca entre os menores da América Latina. Para comparação, a República Dominicana, vizinha ali no Caribe já ultrapassa 10,7.000 em PPC, mostrando um atraso relativo da economia cubana. É, e outra coisa que também queria trazer é que é, por mais que você pega o PIB per capta, que tá lá algo em torno de 7.000 1000 e dólares ainda é um PIB per capta que ainda é muito concentrado em poucas pessoas, porque não é simplesmente você pegar o PIB e dividir pela quantidade de pessoas. Como tem pessoas vivendo abaixo da linha da pobreza, que é quase 90% da população, grande parte dessa riqueza gerada nas mãos de poucas pessoas, então tá muito concentrado. Então esse dado, por mais que ele é verdadeiro, do ponto de vista social, ele não é tão assim, não é tão verdadeiro assim, porque a riqueza tá concentrada em poucas pessoas. Outro indicador que eu queria trazer para vocês, que eu acho muito interessante, é o IDH, que é o índice de desenvolvimento humano, que está algo em torno de 0.76 76 considerado alto. Esse indicador ele é mensurado de zero a um, então quanto mais próximo de um, melhor. Mas esse número esconde várias desigualdade, ele se sustenta quase inteiramente nos indicadores de educação e saúde, enquanto a renda e qualidade de vida material permanecem muito baixa. Então o IDH ele é muito influenciado por saúde e educação. Só que quando vai você pegar a renda que é muito baixa ali dos cubanos, você vê que não é um IDH tão interessante assim para um para um cidadão, né? As pessoas precisam ter renda para consumir, gasta com que ela bem entender, não simplesmente ter acesso apenas à saúde e também educação. São coisas importante, né? São papéis importantes que o estado precisa trazer pr as pessoas, mas não é o suficiente também para todo mundo. Não é não é não é apenas isso que traz dignidade pras pessoas. Além disso, tem muita parte do desemprego e também subemprego. Os números oficiais não refletem a realidade, porque o governo evita divulgar dados completos, mas grande parte da população hoje trabalha no setor informal ou depende de remessas do exterior, ou seja, das suas famílias que trabalham, principalmente nos Estados Unidos ou em outros países. E também a imigração, ela cresceu em massa, porque entre 2021 e 2024, estima-se que mais de 700.000 cubanos tenham deixado o país, principalmente para ir aos Estados Unidos, México ou então alguns países aqui da América Latina. Esse êxito gerou vários esvaziamentos de mão de obra qualificada e enfraqueceu ainda mais a economia cubana, que obviamente é uma economia mais extrativista, né? Então se você não tiver pessoas com mão de obra qualificada, você não consegue vender um produto de maior valor agregado. Agora, o que eu queria trazer para vocês é algo mais sobre contradição, porque quando olhamos para Cuba hoje existe uma ironia que salta nossos olhos, né? Se a gente for analisar, eh, não só por números frios, mas o que tá acontecendo da parte social, porque enquanto o povo enfrenta pagões, racionamentos, salários que gira ali algo em torno de $3 por mês, os descendentes da família Castro vivem rodeado de privilégio, que lembra mais os capitalismos que eles mesmos criticaram. Os filhos e netos de Fidel Casos se tornaram símbolos dessa contradição. Sandoo Castro mesmo, por exemplo, que é o neto de Fidel, já foi visto dirigindo Mercedes-Benz BMW pelas ruas de Havana em vídeo que circula nas redes sociais, enquanto grande parte da população depende de bicicletas, transporte coletivo precário. Ele e outros membros da família frequentam festas privadas, pré-exclusivas e resortes de luxo, inacessível ao cubano comum. Queria colocar uma observação porque não é errado uma pessoa ter acesso a esse tipo de bens ou serviços. Assim, a pessoa tem recursos, ela faz o que bem entender com o dinheiro dela. Mas eu acho muito contraditório se toda a revolução cubana foi com base naqueles problemas que a gente tinha falado anteriormente, que a concentração de riqueza estava entre empresários americanos ou outras pessoas também que envolvia na política e eles lutaram para tomar o poder e também teve muita ascensão popular, ou seja, muita aceitação popular. Agora, hoje quem está em Cuba hoje faz a mesma coisa que as pessoas faziam antes. Então, é muita contradição, porque enquanto as a a as pessoas o o cubano eh comum, está passando por muita dificuldade, eh vários eh aliados, ex-aliados de Fidel tá vivendo aí com com a vida totalmente fora do contexto. Então isso é é um é algo assim que deixa a gente muito reflexivo em relação a essa história. Então, continuando, mesmo durante o auge do socialismo, existe existe alguns relatos de ex-alg de Fidel, como guarda costa Juan Reinaldo Sanchez, é, que revelaram que o líder da revolução desfrutava de mansões, ías privadas e artes e uma vida isolada da escassez vivida pelo povo. Estimativas da Forbes chegaram a apontar que Fidel controlava indiretamente cerca de 900 milhões de dólares provenientes de conglomerados estatais como a Simex e a Medicuba e que geraram receitas em moeda forte. Essa elite revolucionária criou um socialismo para o povo e um capitalismo para eles. Enquanto cubanos comuns sobreviviam com cardenetas de racionamento, filas para comprar frango, remédio, que era algo mais escasso, os COS e seus aliados têm acesso a dólares, carro importado e produtos que chegam de Miami ou da Europa. Então esse contraste se tornou ainda mais visível na última década, principalmente após os protestos de 2021 e 2023. Então hoje os jovens cubanos olham para os Nos de Fidel exibindo uma vida luxuosa, sente preso à desigualdade. Afinal, o regime prometeu igualdade social e na verdade criou uma nova elite política que desfruta de privilégio enquanto mantém a maior parte da população e um sistema fechado e com poucas oportunidades de ascensão. Em outras palavras, o socialismo em Cuba virou um modelo de sacrifício para muitos e de conforto para poucos. E esses poucos têm um sobrenome, que obviamente são os Castros. E no fim, quando olhamos para a história de Cuba, eh, percebemos que ela é uma grande lição. É verdade. Os embargos dos Estados Unidos prejudicaram muito a ilha. Então, não tem como deixar isso, não tem como esquecer isso, porque limitaram, eh, o comércio, a entrada de investimento e também acesso aos produtos essenciais, mas ao mesmo tempo não dá para ignorar os erros internos. Eh, Fidel Castro e também os líderes eh da revolução chegaram ao poder com apoio popular, mas mudaram todas as regras do jogo. Estatizaram empresas, fecharam a economia e criaram regime que em oportunidades ficaram restrita a uma elite política. Mesmo com embargos, Cuba poderia ter buscado novos parceiros comerciais e aberto de forma gradual sua economia, mas preferiu permanecer fechada, priorizando o controle interno. E o resultado foi que o país, apesar de ter uma educação e uma saúde de qualidade, eu quero colocar bem aspas aqui nessa qualidade, porque é um país com toda a estrutura da de Cuba, com esses vários problemas, não tem como você oferecer, ofertar uma uma educação e saúde de qualidade. Não é porque eu tenho acesso à educação e saúde de forma gratuita, que isso é qualidade. Acho que esse é um esse é um contexto que a gente é um dia a gente até pode também trocar uma ideia em relação a isso. Então isso não conseguiu gerar prosperidade para o seu povo. E a história mostra que depender exclusivamente do estado pode ser perigoso, porque quando o governo muda as regras, quem sofre primeiro é o cidadão comum. E é exatamente por isso que na UVP escola nós ensinamos algo essencial, como proteger e multiplicar seu patrimônio para que nunca dependa de decisões políticas ou de governo. Aprender a diversificar em moeda forte, investir de forma inteligente e criar estrutura de proteção patrimonial é o que garante a liberdade financeira. Porque como vimos em Cuba, um dia você pode ter os bens e no outro estado pode simplesmente tomar tudo. Então se você quer aprender a brindar seu futuro, investir melhor e conquistar liberdade financeira, a escola está aqui para te guiar, porque a história deixa uma mensagem clara: quem se prepara nunca fica refém do sistema. Então, chegando mais um final de um vídeo, é, deixa seu comentário também, seu like. É, queria agradecer a todos que ficaram aqui comigo, então até a próxima segunda que sempre, eu quero sempre lembrar disso, segunda é dia de crise. Então, até mais. Fo.







