Acordo de paz entre Armênia e Azerbaijão – Como Trump acabou com um conflito de quase 40 anos?
0episódio de hoje no mundo militar. Neste vídeo falaremos sobre um acordo de paz histórico que promete abrir o caminho para a paz definitiva entre a Armênia e o Azerbaijão. Países que há décadas disputam a ferro e fogo o controle sobre vastas áreas naquela região. Conheça a sexta-feira, 8 de agosto, na Casa Branca, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, recebeu o primeiro ministro da Armênia, Nicole Pachinian, e o presidente do Azerbaijão, Ilan Aliev. Um encontro que não apenas selou um acordo formal de paz, mas também estabeleceu um novo capítulo para todo o sul do Cáaso. Durante a cerimônia, foi anunciado que a Armênia concederá aos Estados Unidos os direitos exclusivos de desenvolvimento de um corredor de trânsito através do seu território. Um corredor que ligará o Azerbaijão a Nakichevan, um enclave do Azerbaijão que fica espremido entre a Armênia e a Turquia. Esse corredor com cerca de 43 km será batizado de Rota Trump para prosperidade e paz internacional em homenagem ao mediador do acordo. Para entender a importância da assinatura desse acordo, precisamos compreender melhor o conflito entre a Armênia e Azerbaijão. Tensão remonta aos tempos soviéticos, quando após a revolução russa, a Armênia e o Azerbaijão foram incorporados à União Soviética com a região de Nagor no Carab, apesar de habitada por armênios, tendo sido incluída por Stalin dentro das fronteiras do Azerbaijão, plantando ali as primeiras sementes da discórdia. Durante o período soviético, o Kremlin tentou manter a paz entre essas duas repúblicas, mas as rivalidades étnicas e territoriais nunca desapareceram, com o ressentimento se acumulando, especialmente entre os armênios, que viam a região como parte integrante da sua herança histórica. E assim, quando a União Soviética começou a entrar em colapso no final dos anos 80, as tensões estouraram em uma violenta guerra pelo controle de Nagor no Carabque. Em 1988, o Conselho Supremo de Nagor no Karabac, que como referi tem uma população de maioria armênia, votou para se separar do Azerbaijão e se unir à Armênia, gerando uma reação brutal por parte do Azerbaijão, resultando em massacres e o deslocamento forçado de civis de ambos os lados. A guerra entre os dois países eclodiu após a independência de ambos em 1991, com combates intensos após a Armênia invadir o Azerbaijão e ocupar Nagor no Karabque. No final de 1994, um cessar fogo foi estabelecido, mas sem resolver a questão territorial, com o Nagor no Karabak permanecendo sob o controle das forças armênnias, resultando em mais de duas décadas de impasses diplomáticos. com diversas tentativas de negociação falhando em alcançar uma paz duradora. E foi nesse contexto de profundo ressentimento que em setembro de 2020 o Azerbaijão, visando retomar o controle daquela região, iniciou a Segunda Guerra de Nagor no Carabque, com fortes ataques envolvendo principalmente drones turcos que arrasaram com as fortificações, veículos e blindados armênios. Em novembro de 2020, foi assinado um cessar fogo provisório após o Azerbaijão ter reconquistado 72% de Nagor no Karabque. A paz definitiva não foi alcançada. E por isso, em setembro de 2023, o Azerbaijão voltou a carga, conseguindo desta vez libertar e reocupar toda a região de Nagor no Carabque, retomando o controle sobre uma área que tinha sido invadida e ocupada pela Armênia em 1994. Esse pano de fundo histórico é crucial para compreender as profundas divisões que ainda hoje marcam as relações entre a Armênia e o Azerbaijão. O primeiro ministro da Armênia, Nicole Pachinian, descreveu o compromisso assinado em Washington como um resultado transformador, com potencial para mudar o curso da história na região. Mas apesar dos avanços, o acordo não resolve todas as questões que alimentam o conflito, com uma das principais questões ainda em aberto sendo a disputa territorial sobre Nagor no Carabaque. O Azerbaijão exigiu que a Armênia alterasse a sua Constituição para remover qualquer referência a essa região, algo que não foi concretizado no acordo assinado. Além disso, a Armênia continua pressionando o Azerbaijão para libertar prisioneiros políticos e garantir o retorno dos mais de 100.000 armênios que foram expulsos de Nagor no Carabs a tomada da região pelo Azerbaijão em 2023. Temas que não foram abordados diretamente no acordo, o que pode ser um ponto de fricção no futuro. A criação da rota Trump também traz as suas próprias implicações geopolíticas. Como esse corredor atravessa a fronteira sul da Armênia diretamente com o Irã, foi imediatamente alvo de críticas com o Irã, que, como sabemos bem, já tem relações tensas com os Estados Unidos, expressando profunda preocupação, considerando a presença de uma zona de desenvolvimento econômico exclusiva dos Estados Unidos na sua fronteira, como uma ameaça à sua soberania. A assinatura do acordo de paz entre a Armênia e o Azerbaijão é, sem dúvida, um marco histórico, mas o caminho para uma paz duradura ainda está repleto de desafios, com a questão de Nagor no Karabak, fundamental para a paz, permanecendo ainda sem resolução definitiva. Mas é innegável que esse momento de diplomacia mediado por Trump oferece uma nova esperança para a região, trazendo a possibilidade de um futuro bem mais estável. Entretanto, a vitória diplomática de Trump pode ter implicações geopolíticas mais amplas, principalmente em relação à Rússia. Desde o colapso da União Soviética, a Rússia tem sido vista como a principal potência influente na região do Cáaso, tentando mediar o conflito entre a Armênia e o Azerbaijão. Mas apesar dos esforços de Vladimir Putin, a Rússia não conseguiu avançar para uma solução. E a recente assinatura do acordo de paz pelos Estados Unidos pode ser vista por Moscou como um golpe diplomático. Putin, que sempre buscou manter uma forte presença política e militar no Cáaso, pode perceber essa mediação de Trump como uma ameaça a sua influência na região. Historicamente, a Rússia tem sido um ator crucial nos assuntos do Cáaso, com interesses estratégicos e de segurança, incluindo bases militares e alianças com ambos os países. Mas agora com os Estados Unidos emergindo como mediador de sucesso, Putin pode ver a sua posição enfraquecida. Essa situação pode gerar uma reação de Moscou, possivelmente aumentando a pressão sobre a Armênia, um aliado tradicional da Rússia, para que reconsidere a sua relação com os Estados Unidos. Putin pode tentar reforçar a sua influência na Armênia por meio de acordos econômicos ou militares. Mas essa dinâmica também pode aumentar a tensão com Azerbaijão, que tem estreitado seus laços com a Turquia e os Estados Unidos, criando um cenário mais complicado para a Rússia, que sempre procurou manter o equilíbrio entre os dois países. A Rússia também poderá tentar desestabilizar o acordo de paz de forma indireta, seja por meio de apoio a grupos separatistas ou então por meio de influência política direta. Por isso, o futuro da paz no Cucaso não depende apenas da boa vontade das partes envolvidas, mas também de percepções mais amplas de poder, principalmente por parte da Rússia, que não vê com bons olhos a sua perda de influência naquela região. [Aplausos] Trump ro for international peace and prosperity summit will sign three copies in English president of the unit states signs a witness to the president of the republic of Azerbijan and the prime minister of the republic of Armenia affirming their path to peace stability and prosperity we kindly ask that all guests remain seated for the signing of the documents. That is so great. And we hold up how about holding up that document. [Aplausos]