AGROCULTURA | 27/07/2025
0Olá, começa agora o Agricultura com as principais notícias do agronegócio. No programa de hoje você vai ver o cooperativismo é uma força do agro brasileiro que vale para produtores de todos os tamanhos. Para os pequenos, uma oportunidade de entrar no mercado e prosperar com as cooperativas regionais. Programa de boas práticas na aplicação de defensivos desenvolvido em parceria com a UNESP de São Paulo, já capacitou mais de 35.000 operadores agrícolas em todo o país. Como uma pequena ajuda mudou para melhor a vida de agricultoras quilombolas no Espírito Santo. Antes elas precisavam trabalhar para terceiros e hoje comercializam pães e delícias com marca própria, preparadas com dedicação e carinho. O agro já contabiliza os prejuízos com as tarifas de Donald Trump, que serão aplicadas a partir de primeiro de agosto. O agricultura está começando. [Música] Nas montanhas capixabas, uma cooperativa vem colhendo mais do que frutas. colhe dignidade, renda e esperança. A Coperfrute em Santa Maria de Getibá transformou o dia a dia dos cooperados e da comunidade ao redor. Quem mostra essa história pra gente é o repórter Bruno Faustino. [Música] [Música] Quem aí resiste à doçura de um morango? Cada fruta carrega o cuidado de quem cultiva com delicadeza. E quem prova um desses morangos leva para casa um pedacinho doce dessa terra repleta de sabores chamada Santa Maria de Gitibá. [Música] O dono dessa propriedade aqui é meu sogro Anildo Larraç, né? E minha sogra também que a Marl Brant Larraç, né? Aqui eu mexo só há 3 anos, mas o meu sogro já mexe 19 a 20 anos aproximadamente, né? Sempre produzindo morango. Sempre produzindo morango. [Música] Nós estamos em Alto Rio Lamego, aqui em Santa Maria de Gitibá, numa propriedade de agricultura familiar. Não parece, mas o Arley é a nova geração que comanda essa plantação de morango aqui da propriedade. E o nome do sítio? Conta para quem tá em casa, o Arley. Sítio abençoado. Abençoado, porque olha o morango daqui, gente, é realmente abençoado. Ô, Arley, quantos pés de morango vocês têm aqui? Atualmente tem 17.000 plantas, né? Tirando a parte nova, né? A parte produtiva são 17.000 plantas. Você consegue colher quanto de morango aqui? Aqui por semana saia média já saiu a 1200 caixas, já saiu a 800 caixas, 900 caixas, varia muito, né? Só que na produção mais forte vai passa de 1000 caixas por semana. [Música] Eu vou mostrar uma curiosidade para você de casa. Você tá vendo só essa parte aqui de cima que tá novinha, né? Para não perder a produção. Olha aqui, ó. Tem fruta embaixo. Tem fruta embaixo. Por quê? Por causa que a gente tem que continuar fornecendo morango, né? Por enquanto que esse daqui não dá nada, tá novo, a gente cola embaixo. [Música] O morango que nasce no sítio tem destino certo. Vai fresquinho, direto para a mesa de muita gente, mas leva junto algo que não dá para embalar. O orgulho de quem planta sonhos e colhe resultados. Esse morango é uma boa parte vai para cooperativa, uma boa parte também vai para Linhares e Ara Cruz. Eh, são nossas principais entregas, Ara Cruz, Linhares e Cooperativa. A Copperfrut, ela começou na verdade em 2005 como uma associação. Aí em 2011 teve essa iniciativa de criar a cooperativa e o principal motivo para paraa criação dessa cooperativa foi a questão do morango, que os pequenos produtores aqui da região, eles não estavam conseguindo escoar a produção de uma maneira rentável. Então, a ideia da cooperativa foi surgir para ajudar nesses nesse nesse gargalo que era a esquação da produção, né? Foi o morango que deu o pontapé inicial, mas a Coper Fruit foi além. Abriu espaço para outros produtos, outros agricultores, outras histórias. Tudo com o mesmo propósito, valorizar quem vive da terra. Ou a gente trabalha com morango, né? trabalha amora, framboesa, mestilo, cereja. A gente trabalha com pouco de abacaxi, goiaba, manga, maracujá, graviola e aí tem os outros produtos, feijão, mexirica, tudo um pouco, né? Então a gente conseguiu melhorar a região como um todo, né? A localidade. [Música] O foco é claro, transformar a vida de quem coopera. Lembra do Harley que a gente conheceu lá no começo? Pois é, ele viu essa mudança de perto, de perto mesmo. A cooperativa ajudou muita gente, né? Se não fosse a cooperativa, a gente não tinha começado o incentivo das estufas. Se a gente fez mais estufas, é por causa da cooperativa. Essas estufas aí estavam chegando aqui em cima. Ninguém tinha muita sabedoria em cima dessas estufas. E essa família aqui sempre tinha um morango muito bom e perguntou se a cooperativa não tinha de alguma forma fazer alguma parceria. Ah, vamos fazer 100%. Então, a tendência no começo era de pegar toda a produção dessa família para custear. Até que depois de uns 3, 4 anos, a família mesmo pegou e falou: “Vamos quitar essa dívida. Nós estamos com dinheirinho aí, nós quer investir e pronto.” Dá todo o apoio. No caso, assim, tem agrônomos, tem o todos também adubos. Se a gente não tinha o trabalho de assistência técnica, hoje era bem difícil. [Música] Isso é cooperar. É quando o sonho de um encontra apoio no coletivo e juntos eles viram realidade. [Música] Depois que a fruta é colhida, ela é entregue aqui na cooperativa e vem para essa área aqui que é uma área de processamento. Por isso que nós estamos usando máscara e touca. E aí você deve estar se perguntando assim: “Ah, mas existe uma máquina para poder colocar essa fruta dentro do saquinho?” Só que não. Chega para trás, Rodrigo. É um trabalho, gente, manual. E os meninos e as meninas não param aqui, tá? Eu posso ficar aqui falando que eles vão continuar trabalhando. Tem ideia quanto tempo leva para produzir um saquinho como esse aqui entre pesar e embalar? 7 segundos. Nós estamos dentro de uma das câmaras frias aqui da cooperativa. Tá vendo? Todas essas embalagens aqui, todos esses pacotes, eles têm destino certo. Ô, Adilson, me conta para onde vai tudo isso aqui, hein? Esses vão pro mercado privado, principalmente. A gente entrega, igual eu falei, Rio, Bahia, Minas, São Paulo. E a gente tá começando também a colocar em algumas prefeituras o morango congelado, já que aí ele também vai nessa mesma embalagem qual vocês estão vendo aí. Aonde vai chegar a Copper Fruit e o que que a Copper Fruit pretende fazer a mais? A gente pretende continuar o crescimento que a gente tá tá tá tendo, né? a gente tenta buscar novos mercados e esperamos crescer cada vez mais aí nos nos próximos anos. Quem ganha com isso tudo? Principalmente os cooperados, os produtores, a cooperativa e a comunidade local. E vocês acharam que eu iria me contentar apenas com aquele moranguinho lá da estufa? Nada disso. Olha só o que prepararam. Uma vitamina de morango para encerrar a reportagem. Vamos ver se tá bom. Hum, saboroso, docinho, com a cara de Santa Maria de Gitibá. [Música] Veja seguindo agricultura. O agro já contabiliza os prejuízos com as tarifas de Donald Trump, que serão aplicadas a partir de 1eo de agosto. Com parceria da Unesp, programa de boas práticas em defensivos, capacita operadores agrícolas em todo o país. Nós voltamos já. [Música] Confira agora as principais notícias do campo. O Instituto Nacional de Meteorologia emitiu um alerta para índice crítico de umidade relativa do ar em algumas regiões do país. Nesta semana, o Centro-Oeste brasileiro e a região de São José do Rio Preto estão entre as localidades com risco de queimadas. Agora no estado de São Paulo, a Defesa Civil informa que as regiões noroeste e a capital podem chegar a índices de umidade entre 20 e 30%. Segundo o mapa de risco de incêndio, entrarão em nível de emergência nos próximos dias as cidades das regiões de Ribeirão Preto, Barretos, Presidente Prudente, Araçatuba e Franca. Em meio ao tempo seco, a Defesa Civil orienta a população a evitar atividades que possam provocar fogo. Quanto aos cuidados com a saúde, a orientação é beber bastante líquido e evitar a exposição ao sol e as atividades físicas nos momentos mais quentes e secos do dia. Agros já contabiliza prejuízos com as tarifas de Donald Trump que entram em vigor esta semana. O tarifaço de 50% anunciado pelo presidente dos Estados Unidos contra produtos brasileiros começa a mostrar os seus efeitos mais devastadores. A medida passa a valer, entra em vigor a partir de 1eo de agosto e atinge em cheio a citricultura, um dos setores mais tradicionais do agronacional e forte aqui no interior de São Paulo. Os Estados Unidos compram 42% do suco de laranja exportado pelo Brasil. Só na safra passada isso significou uma receita de 1,3 bilhão de dólares para o país. Mas com a sobretaxa, a conta simplesmente não fecha e o reflexo direto já aparece no campo. A caixa da laranja, que um ano atrás era vendida por R$ 90, hoje vale menos da metade, R$ 44. O efeito dominó já está em curso. Perda de renda no campo, suspensão de contratos e produtores de laranja consideram deixar as frutas apodrecerem em meio a uma queda acentuada nos preços. O governo brasileiro reagiu mobilizando 40 díos agrícolas e tenta abrir novos mercados como China, Coreia do Sul e Arábia Saudita. Os consumidores norte-americanos sofrerão impacto, assim como os produtores brasileiros de laranja. Metade do suco de laranja que os norte-americanos bebem sai do Brasil. Os Estados Unidos se tornaram mais dependentes das importações de suco de laranja nos últimos anos, devido à doença green nas lavouras cítricas, furacões e também adversidades climáticas. O Pará exporta milhões com açaí, manga e outras frutas. Só no primeiro semestre foram mais de 15.000 1000 toneladas de açaí enviadas ao exterior, movimentando mais de R$ 320 milhões deais. Apesar da tarifa americana de 50% anunciada para agosto, o setor que movimenta o fruto no Pará não teme redução nos contratos, queda de faturamento e nem demissões. Mesmo com uma safra menor que a do ano passado, os exportadores de açaí do Pará estão otimistas. A tarifa imposta pelo governo Donald Trump não deve comprometer os embarques, já que os outros mercados internacionais demonstraram o interesse em comprar o fruto amazônico, garantindo a continuidade das exportações. Tem Inglaterra, França e vários outros países que estão consumindo o nosso açaí. Então eu creio que o Estados Unidos é mais um e do qual ele vai pagar o preço que tiver, não vai ter problema. O o a a o tarifaço lá não é para nós, é para eles lá. Então quem que comprar que vai ter que pagar e se eles quiserem consumir realmente vão ter que pagar e normal. O açaí representa mais de 75% de tudo que o Pará exporta em frutas. O fruto representa o segundo maior PIB do estado, atrás somente do setor da mineração. A tarifa imposta por Donald Trump entra em vigor no dia 1o de agosto. A Associação Brasileira de Exportadores calcula 77.000 1000 toneladas de frutas brasileiras produzidas este ano. Para o diretor da Federação da Agricultura e Pecuária do Pará, o Açaí conquistou o paladar Mundial. Precisamos ter muito cuidado com isso. Claro que todas as taxas, quem comprava com uma taxa de 50%, nós estamos aqui com vários contratos não sendo eh honrados ou ou pedindo para esperar. E algumas das nossas cadeias, a coisa ficou mais séria ainda, principalmente na pisicultura. A gente acredita que esse mês de agosto ainda muita coisa vai acontecer. Torcemos para que os governantes, repito, conversem, eh, tratem essa questão com não só com o respeito que deve ser tratado, mas principalmente com a repercussão que isso vai ter para todos nós. Veja agora outras notícias do campo. [Música] O programa Aplicação Responsável, desenvolvido pela área de boas práticas agrícolas da Corteva, em parceria com a UNESP, completa 20 anos e quase 35.000 1 pessoas capacitadas no país nesse período. Unidades móveis percorrem as regiões produtoras no Brasil e mostram a forma correta de aplicar os produtos, evitando desperdício e problemas de deriva. Para uma pulverização ideal, os aplicadores precisam saber interpretar as condições meteorológicas, como vento, umidade do ar e temperatura, e conhecer as técnicas corretas, além de preparar adequadamente a cauda. A partir de 2026, será exigida a capacitação de todos os aplicadores de defensivo para qualquer categoria de produto. Para que que eu utilizo um produto do químico? Para est combatendo, por exemplo, uma planta daninha, uma doença ou uma praga. Qual o objetivo? depositar a dose quantidade adequada na planta daninha, na doença ou na paga para tá combatendo. Então as ferramentas de boas práticas agrícolas, as informações, elas são um repasse dessas informações para ele aplicar adequadamente e as informações são fáceis. Não é complicado você fazer uma aplicação segura e correta. O que ele precisa é tomar alguns cuidados durante a aplicação. Tá com a velocidade de vento muito maior, baixa um pouco a barra, aumenta um pouco o tamanho da gota, espera um pouco, aplica um pouco depois. Então tem condições ele saber utilizar da maneira correta. Usa que a gente chama de TRD, técnica de redução de deriva. São várias técnicas, dependendo da condição que ele tá aplicando, ele pode utilizar, ele vai sim conseguir fazer uma aplicação segura. No mínimo, ele vai economizar e preservar a saúde, com toda a certeza. E o principal, ele vai tá atingindo o alvo. O que que ele vai estar fazendo? Combatendo o problema e colhendo de uma maneira produtiva e sustentável. Para ajuda no entendimento do impacto das condições de vento e a escolha dos bicos de aplicação, foi desenvolvido um simulador para deixar a deriva mais visível. você cria as gotas de pulverização e o e o propósito dessa gota é aplicar esse produto aqui. Mas por qualquer que seja o motivo, se essa gota se desloca e cai numa outra região, né, e você tem então eh as gotas atingindo e outros alvos que não são exatamente aqueles programados, a gente conceitua isso como deriva física por por a partículas. Então o que que o o simulador deriva faz? Eu ele me permite pulverizar, né, simulando uma condição da natureza, que é o vento. Então eu coloco aqui botas, por exemplo, finas, médias, grossas, muito grossas, em cima de uma de uma quantidade de vento. E aí, né, o o o equipamento é dimensionado para isso, ele produz o arraste das gotas para fora do equipamento. Quando eu coloco é uma ponta que gera bastante gota fina, então eu vejo bastante gota saindo aqui, então eu vivencio o processo de deriva. E aí eu para quem tá sendo treinado, para agricultor, ele tá acostumado a ver isso no pulverizador, mas ele tá sentado pensando em todas as outras coisas que acontecem durante o processo de pulverização e todas as responsabilidades que ele tem, mas ele não tem tempo de olhar a deriva acontecendo. E aí por isso que a gente chama de simulador deriva. Então aqui eu consigo ver a deriva acontecendo e isso torna é o processo bastante intuitivo do deste entendimento. Ao longo dos 20 anos do programa, o desafio de aprendizagem mudou. Antes os produtores precisavam saber até o que eram as boas práticas. Hoje a necessidade maior é conhecer sobre as condições meteorológicas ideais para a aplicação de produtos. O agricultor ele ele ele talvez ele se considere, né, o o aplicador, o agricultor, ele se considere o o mais entendido nisso, porque ele tá todo dia, né, sentindo os efeitos da condição meteorológica. Não, eu sei como é o a meteorologia aqui no meu no meu eh eh na minha área de trabalho, tá? Porém, eh, o entendimento dessas nuances e de uma velocidade máxima ou mínima do vento, eh, de um limite de umidade e temperatura, eh fez com que ele entendesse o tipo de pulverização que ele pode fazer em cada condição, que é um que é um conhecimento que era não era bem estruturado. Então hoje ele sabe perfeitamente que se ele vai aplicar com um pouco mais de vento, ele tem que fazer a gota maior pr para ela resistir fisicamente a a ser carregada e gerar a deriva. E ele sabe buscar na bula essa informação, né? Ah, qual é o limite de vento mínimo e máximo para esse produto? Busca na bula, né? E esse produto vai ser apliado com qual tamanho de gota de busca na bula. Então essa informação acaba sendo um um ganho qualitativo eh que o agricultor passou a perceber. Veja seguindo agricultura, uma pequena ajuda de um novo futuro para famílias de agricultoras quilombolas no Espírito Santo. Nós voltamos já. [Música] A pouca renda obtida com agricultura de subsistência obrigava as mulheres do quilombo São Pedro, o mais antigo do Espírito Santo, a deixar as famílias todos os dias para trabalhar em outras terras. Mas com uma pequena ajuda, a vida da comunidade mudou para melhor. Em uma padaria comunitária, as mulheres quilombolas produzem pães e outros alimentos com marca própria para vender na região. O empreendimento deu um novo horizonte econômico para as pessoas que viviam com pouca esperança no futuro, como mostra pra gente a repórter Natália Vicente da nossa parceira TV Educativa do Espírito Santo. Nem todo lugar nasce no mapa. Alguns territórios nascem primeiro da resistência. Em Beiraçu, no norte do Espírito Santo, existe um território de terra vermelha que nasceu da luta e se firmou pelo direito. São Pedro, o primeiro quilombo a ser regularizado no estado. Terra de fé, de memória e agora também terra de pão. Um simples gesto de colocar a mão na massa virou oportunidade e a farinha virou futuro. Surgiu então a primeira padaria quilombola daqui do Espírito Santo, gerando uma nova visão e um novo futuro pros moradores aqui da comunidade de São Pedro. Nós saímos de dentro da roça dos outros e viemos trabalhar para nós. E é bom que a gente tem um dinheirinho fora do da da gente ter um dinheirinho daqui da padaria para abilha, né? Mudou toda a comunidade, ela acaba se envolvendo. Mudou tudo a comunidade. Nossa mãe. Como que era a comunidade antes de ter uma padaria? Não, nós não tinha renda física, nós trabalhava pros outros para nós ter dinheiro para comer. Aí depois que montou a padaria, nós trabalha dentro dela para nós tirar o nosso sustento daqui. [Música] As mulheres mais velhas da minha família, né, passaram por tanta luta, tantas coisas e mesmo assim não deixaram de acreditar, mesmo com tanta luta, mesmo com tantas coisas que já passaram, continuam lutando, não desiste, são resistente. Então, para mim isso é quase que um sonho, né? Antigamente elas não tinham nada, era muito difícil e hoje a gente ter o que a gente tem, entendeu? É muito, a gente fica muito grato a Deus. A padaria se ergueu em solo sagrado de fé, próximo à pequena igreja de São Pedro, que guarda memória e dá nome à comunidade. Um território marcado por disputas, brigas, por tempo de escassez. Algo que Donodet lembra muito bem. Antigamente nós não tinha nada, menina, não tinha nada, não tinha nada, nada. Nós era pobre, mas pobre mesmo que nós fazia um uma farinha, uma quarta de farinha, dividia 1 L para cada um. Nós não tinha dinheiro para comprar arroz. Nós, a mamãe deixava só o dinheirinho para comprar arroz no sábado, 1 L de arroz que antigamente podia comprar de assim o que podia, né? Sardinha comprava meio kg. Carne não se fala não, nós nem via. Mas com o fermento que faz o pão crescer, cresceu também a força de vontade, a luta das mulheres em buscar novos caminhos, concursos, capacitação e vontade coletiva. O que era apenas sobrevivência virou estratégia de futuro. Nós fizemos muito curso, né? Fizemos Sebrai, fizemos qualificar, nós fizemos bastante curso e aprendimos muita coisa. E numa comunidade que às vezes é esquecida pelas pessoas, né? Saber que vocês fazem isso. Que que isso representa? Ah, para nós apresenta uma alegria, né? Eu faço pão de abóbora, nós faz coxinha de abóbora. Meninos, você vê que gostoso, mas é muito gostoso mesmo. Em cada receita, em cada tempero de quem conhece os ciclos da terra, o futuro vai se modelando. É a esperança passando de geração para geração com a tradição que se renova a cada fornada. Mulheres que comandam, cuidam, colhem e compartilham. Não é só para mim, também pr pr pras pras minhas tias, porque antes elas trabalhavam para outras pessoas, né? Então, acabou também tirando elas da roça, crescendo algo que é delas, na comunidade delas. Então eu também penso nas pessoas que vêm futuras, né? Os jovens igual a Sou minha sobrinha que é pequenininha, daqui uns anos eu vou estar mais velha, ela vai estar mais jovem, vai est, eu espero, né? Tocando esse legado aí, levando. Ah, isso é gratificante demais. ter essa padaria é muito gratificante. Nossa, você não sabe como. Não foi só a economia do lugar que mudou. A autoestima dessas mulheres subiu e até os laços entre as pessoas se transformaram. Eu ficava meses sem ver a minha mãe porque tinha que sair para poder trabalhar, ter o sustento dentro de casa, né? Botar comida dentro de casa. E hoje não. Hoje a gente acorda juntas, vem trabalhar na padaria, volta juntas. Final de semana a gente tá em casa, dá pra gente fazer as coisas, tudo mais. É algo que acaba mudando, né? Porque antes a gente tinha que viver, conviver uma longe da outra para ela ter o sustento. Hoje não. Hoje a gente vem junta, tira o nosso sustento e vai para casa. Se você pudesse descrever então uma palavra, o que que isso tudo representa para você? O que que é? Amor é mais do que fazer pão. É muito mais do que isso. É amor, pelo que elas passaram. por tanta luta e hoje tempo que a gente tem. Eu represento isso para mim é amor. [Música] Seu sonho isso crescer, ser além do que só uma padaria. Eh, também poder inspirar outras comunidades, né? Porque a gente é titulada, né? Mas tem tantas comunidades que passam, que passam, né? Então eu gostaria que isso fosse também uma forma das pessoas não desacreditarem, seguirem os seus sonhos. Por mais que seja difícil, tenha que batalhar, mas que não desistam. [Música] O agricultura de hoje termina aqui. Obrigada pela sua companhia e até o próximo domingo às 10 horas da manhã. Uma ótima semana para todos. [Música]