All Tomorrows: A Humanidade 1 Bilhão de Anos no Futuro

0
Share
Copy the link

[Música] Há pouco menos de 100 anos atrás, só de pensar em sair da Terra e explorar a Lua, você já seria taxhado como louco ou doido pedra. Mas, cara, olha só onde a gente tá agora. Com a tecnologia avançando num ritmo absurdo, a ideia de colonizar outros planetas e até de modificar o material genético do ser humano para suportar novas atmosferas não parece mais tão distante assim. Provavelmente em 10, 50 ou talvez daqui 1000 anos, nós já teremos colonizado outros mundos. E quando esse dia chegar, não vai ser só nossa sociedade que passará por mudanças profundas. O ser humano como espécie também sofrerá mudanças radicais em sua biologia. E aí bate aquela pergunta: como serão esses tais humanos do futuro? Quais modificações veremos com os colonos que nasceram e evoluíram em planetas completamente diferentes da Terra? Será que eles ainda vão nos reconhecer como parentes ou até mesmo vão se considerar como seres da Terra? Bom, para mim é muito difícil responder isso, mas pro pesquisador Coan, no projeto Aumors, um futuro repleto de espécies humanas adaptadas a diferentes gravidades e atmosferas é completamente plausível e previsível. E é por isso que hoje eu, o macaco de espido, te convido a mergulhar nesse universo insano e cheio de reflexões sobre o que, no fim das contas, nos tornam humano. De guerras interplanetárias a manipulações genéticas grotescas. Até onde será que vamos, em nome da sobrevivência? Quais serão os limites éticos e morais que teremos que quebrar para chegar em tal resultado? E o principal, o que acontece quando a gente ultrapassar eles? Terra, ano 8025. Depois de milênios de evolução social e tecnológica, chegou um ponto em que a gente não teve para onde correr. A população crescia de forma desenfreiada, o clima enlouqueceu completamente e o planeta começava a dar sinais claros. de que não aguentava mais o peso da humanidade. Foi aí que um projeto ambicioso foi revivido, a colonização de Marte. Embora a tecnologia para colonizar esse mundo já existisse há um tempo, brigas políticas e especulações negativas fizeram com que esse passo parecesse mais distante do que realmente era. Somente quando a Terra realmente começou a ceder, a humanidade levou em conta essa possibilidade. E obviamente que para isso acontecer, eles precisariam levar em conta diversos fatores. O principal é que para um ser vivo realmente se fixar num planeta ou num ambiente totalmente diferente do seu, não basta só ele chegar lá e sair reproduzindo. A gente precisa criar um ambiente minimamente habitável e isso é muito mais complexo do que parece. Um ser humano, por exemplo, não sobrevive sozinho. Nós dependemos de uma rede ecológica inteira para existir e nos alimentarmos. Até porque convenhamos, né? Quem é que consegue sonhar ou criar um mundo melhor de barriga vazia? Então, o primeiro passo foi transformar a atmosfera ao nosso favor. Os cientistas lançaram microrganismos geneticamente modificados, projetados para sobreviver nas condições extremas do planeta vermelho e pouco a pouco liberar gases que ajudariam a construir uma atmosfera respirável. Esse processo foi muito lento e demorou séculos para se aperfeiçoar. Mas funcionou. Depois precisávamos da água. Fragmentos de cometas ricos em gelos foram cuidadosamente desviados para colidirem com Marte. Assim, mares, lagos e oceanos primitivos se formaram nos antigos desertos vermelhos. Então, outro pacote de fitoplânctons e bactérias marinhas foram adicionadas para produzir oxigênio e contribuir ainda mais pra atmosfera. Assim, quando o ambiente aquático finalmente se estabilizou, o próximo passo foi a implementação de uma fauna e uma flora completamente projetada para dominar Marte. Musgos, fungos, plantas e animais, todos eram adaptados geneticamente para suportar a baixa gravidade e a pressão atmosférica marciana. Era um início de uma nova terra nascida do zero e pensada para o desenvolvimento sustentável da humanidade. E quando tudo estava feito, aí sim nós viemos. Milhares de pessoas deixaram a terra em naves colossais, foguetes de fusão e planadores atmosféricos, todos só com passagem de ida. Diante da situação crítica do planeta, não havia um plano B, galera. Era tudo ou nada. Os colonos, inclusive, ainda eram crianças, foram criados com uma missão clara. Não repetiu o mesmo erro que levaram a humanidade à beira do colapso. Por centenas de anos, Martu com uma região próspera, mas ainda ofuscada pelo esplendor terrestre, que brilhava mais intensamente do que nunca. Graças à realocação das indústrias e o acesso dos novos recursos marcianos, a Terra podia usurpar de tudo sem precisar danificar sua própria biosfera restante. Esse foi o auge terrestre, o clímax do desenvolvimento econômico, cultural e social da Velha Terra. Porém, alguém estava pagando o preço. A diferença entre a Terra e Marte não era apenas política. Sobre a gravidade reduzida, os corpos marcianos foram lentamente se modificando. Ao longo de gerações, surgiram formas mais esbeltas que pareciam um pouco até surreal, mas não os distanciavam dos seres humanos. Isso combinado com uma certa quantidade de engenharia genética que na época já era muito utilizado entre nossa espécie levou a separação dos marcianos a um outro nível. Com a evidente exploração interplanetária, a Terra passou a ser visto como um antigo lar fossilizado que prendia a humanidade a extintos selvagens. Enquanto Mart era considerado novo, dinâmico, ativo inventivo, Marte era o futuro da humanidade. Essa ideologia eventualmente atingiu seu ápice revolucionário. Cerca de 1000 anos após a colonização inicial, as nações marcianas tomaram uma decisão drástica, cortaram completamente o comércio e proibiram qualquer viagem com a Terra que não fosse absolutamente essencial. Para muitos, isso foi só um gesto simbólico, um grito de independência marciana. Mas pra Terra foi um tapa na cara, uma afronta direta, uma declaração de guerra. Sem os recursos, as tecnologias avançadas e o suporte industrial de Marte, a Velha Terra começou a definhar. O que antes era um centro de civilização humana virou uma relíquia decadente. E diante desse colapso iminente, a resposta foi direta: retomar o controle custe o que custar. Se o diálogo não funcionasse, a força então resolveria. E assim, séculos depois da Terra se unificar em um único grupo político, ela voltou sua atenção aos céus, mas dessa vez não era com uma certa esperança. Ela se armou e marchou rumo à guerra contra Marte. Durante séculos, escritores e sonhadores imaginaram a guerra entre planetas como algo extremamente épico. Batalhas insanas, naves gigantes cortando espaço, caças duelando no ar e heróis salvando o dia no último segundo. Mas a realidade foi completamente diferente e muito mais cruel do que você imagina. A verdadeira guerra interplanetária foi lenta, silenciosa e angustiante. Um jogo de paciência brutal, onde cada decisão era cronometrada como uma precisão cirúrgica. Cada ação resultava numa destruição numa escala quase que bíblica. Na maioria das vezes, os inimigos nem se viam e nem sabiam da onde estavam tomando o ataque. Na verdade, eles nem mesmo estavam comandando o ataque. Quem lutava eram as máquinas, sistemas autônomos programados para causar o máximo de dano no menor tempo possível. O resultado foi catastrófico. Fobos, uma das luas de Marte, foi completamente despedaçada. Viram uma chuva de meteoro que devastou regiões inteiras de Marte. A Terra, por sua vez, sofreu um impacto nos polos tão violento que eliminou 1/3 da população em questão de dias. Foi por pouco que as duas civilizações escaparam da extinção total, mas no fim o medo falou mais alto em ambos os lados, tá? Os sobreviventes entenderam que continuar significava o desaparecimento total da humanidade. Então eles fizeram as pazes e com muito custo e mais de 8 bilhões de vidas perdidas reconstruíram um sistema solar unificado. Mas dessa vez não bastava juntar os cacos e falar que estava todo mundo numa boa. Mudanças profundas precisavam acontecer. Além de reformas políticas, reformas econômicas, a humanidade queria fazer uma completa reforma biológica no ser humano. Uma das maiores diferenças entre as pessoas dos dois planetas era que ao longo do tempo eles quase se tornaram espécies fisicamente diferentes. Acreditava-se que o sistema solar nunca poderia se unificar completamente até que essa discrepância visual fosse superada. A resposta foi uma nova subespécie humana igual e melhor adaptada não apenas à Terra, mas também à Marte e as condições extremas de qualquer outro planeta. Em poucas gerações, a nova humanidade mostrou o que veio. Unificados sobre um único governo e impulsionados pela tecnologia desenvolvida durante a guerra, eles expandiram como nunca antes visto. Vênus foi completamente terraformado. Os cinturões de asteroides foram colonizados e até as luas de Júpiter e Saturno passaram a brigar novas sociedades. O sistema solar agora pertencia à humanidade, mas como sempre acontece na nossa espécie, não demorou muito até que tudo aquilo parecesse pequeno. Os descendentes dessa era dourada queriam mais. Eles queriam sair do conforto do sol e explorar mundos que orbitavam e outras estrelas. Eles se intitularam como povo estelar e estavam dispostos a enfrentar o impossível para sustentar a sua missão. E assim, mesmo com toda a sua tecnologia, viajar entre as estrelas ainda era um desafio gigantesco. Por muito tempo, as melhores mentes humanas bateram cabeça tentando encontrar uma solução prática. Ideias como a viagem mais rápida do que a luz ou a dobra espacial foram as primeiras apostas da humanidade. Mas logo elas se tornaram inviáveis. Ou elas quebravam as leis físicas ou destruíam um corpo humano no processo. Foi então que surgiu uma proposta simples, mas igualmente genial. Mandar as máquinas primeiro e depois os humanos. Naves autônomas, pequenas e velozes, foram lançadas rumo ao sistema distante. Dentro delas, biomáquinas quase conscientes carregavam a missão de se replicar, terraformar os planetas e, por fim, construir seres humanos usando material genético armazenado dentro deles. Mas esse plano trouxe um efeito colateral cabuloso. Primeira geração de humanos fabricado por essas naves criou um vínculo emocional com as próprias máquinas, enxergando-as como mães ou entidades divinas. Quando descobriam que existia uma humanidade original distante e indiferente, muitos entravam em crise existencial e simplesmente não aguentavam o peso da existência. Ainda assim, nem todos falharam. Os que conseguiram seguir em frente foram suficientes para dar início a uma nova era da humanidade. Sob sóis alienígenas nasceram civilizações que não só rivalizavam com o sistema solar, como também a superavam. Graças à abundância de recursos e ao apoio das máquinas, cada indivíduo vivia com mais conforto e cultura do que os países inteiros do passado. Mas, é claro, tudo isso dependia da expansão humana e do manejo de seus recursos. Parecia o auge da humanidade. A tão sonhada era dourada finalmente tinha chegado. Um período de paz que parecia ser eterno. Mas havia algo muito estranho nisso tudo. Durante a expansão, nenhuma outra forma de vida inteligente foi encontrada. A galáxia estava repleta de vidas simples, mas nada como mentes geniais, culturas ou civilizações. Alguns acreditavam que a inteligência era algo raro no universo. Outros sugeriam explicações místicas, até religiosas. Mas o fato era que o ser humano ainda se via superior às outras espécies e sempre moldava os novos mundos ao seu favor. E é claro que eles não estavam completamente de boa, tá? Diante da superioridade humana, eles sempre se perguntavam o que aconteceria se um dia a humanidade finalmente encontrasse alguém igual ou superior a eles. Infelizmente, a resposta para a pergunta da humanidade estava mais próxima do que se imaginava. e um planeta recém-colonizado. Engenheiros encontraram algo perturbador, restos fossilizados de uma criatura gigantesca, muito semelhante a um pássaro com garras enormes, mas com uma anatomia incrivelmente terráquea. Como aquilo poderia existir em tal planeta anos luz de distância da Terra? Alguns viram fóssil, batizado como panderaves, como prova viva do divino, um sinal de que havia algo maior que guiava o destino da vida. Outros pensavam bem diferente. Aquilo era uma evidência clara de que alguma entidade poderosa havia visitado a Terra no passado, coletado nossos animais e feito experimentos genéticos em outras partes do cosmo. A descoberta silenciosamente reacasu o medo ancestral. Então, a humanidade voltou a fazer o que sempre fez diante do desconhecido, acumular armas ainda mais destrutivas do que as anteriores. O primeiro contato era só questão de tempo. Afinal, o universo era vasto demais para que apenas uma espécie alcançasse a inteligência. Então, eles chegaram. Quase depois de um bilhão de ano após o início da colonização estelar, a humanidade teve o seu primeiro e último contato com a civilização alienígena. Os Gu. E aqui é Gu, tá, rapaziada? Com G, não vai pensando outra coisa, não, tá? Nômades galáticos, os G cruzaram as estrelas por eras, aperfeiçoando-se na manipulação genética e na nanotecnologia até dominarem completamente o mundo material. Com esse poder, eles assumiram uma missão religiosa destrutiva, mas bem parecida com a nossa, reestruturar o universo, segundo sua própria visão de ordem cósmica. A intenção inicial até parecia benevolente. Proteger a sua espécie, não importa o que custasse. Mas a fé cega nesse ideal os transformou em algo muito pior, monstros com poder deuses. Para os Gus, o mundo dos humanos, apesar de terraformados e repletos de cidades e naturezas simuladas, parecia podre, tudo muito artificial e domesticado. As ecologias alienígenas haviam sido apagadas desde o início da expansão humana. A galáxia havia sido transformada numa cópia estéril da Terra e isso ofendeu profundamente os Gu. Ver outra espécie tentando mudar o universo a sua própria imagem como eles faziam foi inaceitável. Então os Gur decidiram não só se vingar da humanidade, mas também castigá-la pela eternidade. Depois de longas guerras. facilmente vencidas pelos Gu. Ao invés de exterminar os humanos, eles usaram seus corpos como matériapra. A consciência foi completamente extinta do ser humano, mas o DNA foi mantido, modificado e multiplicado. Em poucas gerações, a galáxia foi povoada por formas de vidas bizarras, nascidas dos antigos humanos, feras selvagens, animais simbióticos, ferramentas orgânicas e mascotes vivos. dividiam algo em comum. Todos eles já foram humanos um dia. E durante 40 milhões de anos, os Gus reinaram sobre os mundos que moldaram. Quando finalmente partiram para outros universos, deixaram para trás mais de 1000 planetas habitados por ecologias humanas mutantes. Sem seus criadores, algumas espécies não conseguiram suportar a existência e simplesmente degeneraram. Mas contra todas as possibilidades, em alguns poucos mundos, descendentes dos humanos modificados sobreviveram. E assim, mesmo após o fim da humanidade, como conhecemos, centenas de novas formas humanas surgiram no espaço. Os vermes foram os primeiros humanos ser criados pelos Gu. Como punição simbólica pelo comportamento destrutivo e predatório da humanidade. Nós fomos seduzidos a criaturas pálidas, deformadas e subterrâneas, sem dentes, sem ouvidos, com membros atrofiados e metade do sistema nervoso removido. Nossa existência se resumia a escavar e se reproduzir. Mesmo assim, um risquício genético da consciência humana permanecia adormecida, esperando só uma chance para reacender. Do outro lado da balança surgiram os titãs, descendentes colossais do antigo povo estelar. Com mais de 40 m de comprimento, polegares atrofeados e trombas formadas a partir dos seus lábios, com o tempo, a inteligência ressurgiu nesses grupos. Aos poucos, eles usavam suas trombas como ferramentas para esculpir o mundo ao redor, mas o universo não costuma dar segundas chances tão fácil assim. Uma era glacial simplesmente tomou conta do planeta, dificultando ainda mais a ascensão dos titãs. Uma esperança que parecia ter sido apagada para sempre. Enquanto os titãs simbolizavam a paz, os predadores encarnavam a pura selvageria humana. completamente dominados pelo instinto de caça. Muito deles lembravam criaturas tiradas diretamente das lendas antigas, como os vampiros, lobis, homens e goblins. Alguns apresentavam cabeças desproporcionais, com bocas cheias de dentes enormes e incrivelmente letais. Suas mãos e pés, parecidas com patas, carregavam polegares retráteis como lâminas afiadas. Mas nem todo mundo mergulhou na completa bestialidade. Apesar da programação instintiva imposta pelos Gu, alguns indivíduos conseguiram manter suas mentes conscientes e assim pouco a pouco, eles foram deixando a agressividade e retomando a humanidade em suas mentes. Mas entre todos, talvez os mantílopes tenham carregado a maior tragédia humana. Eles continuavam plenamente consciente, pensavam, sentiam e lembravam de tudo, mas estavam presos a corpos inúteis. Os gus os transformaram em herbívoros, capazes apenas de vagar em busca de alimento e usar sua voz como ferramenta e arma. Ao longo de séculos, muitos desses herbívoros criaram cânticos de um passado glorioso, formando os primeiros indícios de cultura, algo que acelerou muito o processo adaptativo e evolutivo dessa espécie. Já em outro universo, talvez por conta da própria e aquática dos Gu, muitos humanos acabaram sendo transformados em criaturas marinhas. Esses seres, conhecido como nadadores, ainda tinham feições humanas escondidas. olhos expressivos, mãos embutidas em nadadeiras e pés que viraram caudas birfurcadas paraa natação. Com o tempo, eles sofreram um processo invertido e foram se afastando da consciência humana, tornando-se cada vez mais instintivos. Enquanto isso, em outro canto da galáxia, uma linhagem teve ainda mais sorte. Os chamados pastores de largato ainda se pareciam muito com os humanos primitivos, mas os gu haviam simplesmente desligado a sua mente. Sem consciência e sem inteligência, eles levavam uma vida primitiva muito, muito simples. Não tinham predadores, não tinham motivos pra felicidade ou pra infelicidade, eles simplesmente existiam. Mesmo assim, encontraram uma forma divertida de sobreviver. Eles criaram uma relação simbiótica com grandes séptes herbívoros que descendiam dos antigos pets trazidos da Terra. Instintivamente, com o tempo, os séptes passaram a dominar cada vez mais o planeta. Com a incapacidade humana de desenvolver inteligência ou raciocínio, os séptis rapidamente superavam os humanos em capacidade, mas não em número. Já os tentadores de outro planeta foram remodelados com uma crueldade quase que artística. Suas fêmeas eram torres de carne fixas no chão, como plantas carnívoras. Os machos, pequenos e frágeis, corriam ao redor delas, servindo alimento e obedecendo. Tudo acontecia por feromônios emitidos pelas fêmeas e sons que comundavam os machos. Era uma sociedade totalmente matriarcal que, por mais bizarro que parecia, cria um sistema de organização social extremamente complexa e eficiente. Já em outros cantos da galáxia surgiram os trituradores de ossos, criaturas peludas com 3 m de altura, garras enormes e bicos poderosos adaptados para uma vida carniceira. Mesmo assim, foram eles a primeira espécie a recuperar algum nível de inteligência. Eles chegaram a formar sociedades primitivas quase que medievais, mas não durou tanto tempo, tá? Eles dependiam demais de restos de outros animais, o que acarretou em um declínio populacional enorme durante sua existência. Os Gu, com seu senso distorcido de justiça, queriam realmente fazer a humanidade sofrer. Os humanos, originários dos mundos rebeldes, precisavam realmente reconhecer o seu erro. Então eles foram transformados em culturas disoçadas de pele e músculos conectados por uma rede de nervos básicos feitos apenas para testemunhar seu destino miserável. Seus olhos, juntamente com a sua consciência, foram completamente mantidos. E com a ausência dos Gu, um verdadeiro milagre biológico aconteceu aqui. Os coloniais acabaram se espalhando por todo o planeta, formando vastos campos de carne humana. E após uma eternidade de sofrimento, algo inesperável começou a surgir em suas mentes, algo que eles pudessem chamar de esperança. Outras espécies também prosperaram anos luz de distância em certos lugares. Seres voadores conquistaram o céu e o chão usando suas asas ou para voar ou para exibição. No planeta sem sol, humanos cegos e de pele fina reinaram por séculos de existência. Outros, como os parasitas, tiveram seu corpo totalmente modificado para esse tipo de vida. Seu abdômen, por exemplo, se transformou em ventosas capazes de se fixar qualquer superfície. Outros, como os Passos Longos, viviam em planetas onde a gravidade era um terço menor do que a de costume. Seus braços, pernas e pescoços foram esticáveis a níveis absurdos. Eles eram finos e gigantes, o que possibilitou um aumento gradual de seu cérebro. Mas entre as criações mais grotescas dos Gu, os deslocados foram os verdadeiros pesadelos da natureza. No mundo onde a gravidade é 36 vezes maior do que da Terra, humanos rastejavam usando seus corpos achatados. Sua vida basicamente era andar por aí e se alimentar de restos do mar. Nas costas de um planeta repleto de ilhas, os pescadores dominaram completamente as praias. Com dedos em forma de anzol e boca cheios de dentes finos. Eles conseguiam alimento com certa facilidade e rapidamente organizaram-se em formas sociais. Já os hedonistas viviam o oposto, um paraíso tropical criado por puro prazer. Eles comiam, dormiam, se divertiam e, principalmente, namoravam muito. Seu intelecto era muito reduzido, então eles não pensavam muito sobre a vida. Eles levavam uma vida vazia, mas feliz. Enquanto isso, espécies mais simples, como osófagos, viviam escondidos comendo outros insetos e cavando buracos. Eles eram insignificantes até o acaso transformá-los nos humanos mais duradouros da galáxia. Mas nem todos os humanos foram modificados pelo Gu. Alguns descendentes do povo estelar escaparam em naves colossais vagando pelo espaço. Com auxílio da sua engenharia genética, eles se adaptaram e desenvolveram uma técnica peculiar para viver livremente no espaço, algo que podemos dizer como um peido a jato. E por fim, surgiram os caçadores de ruína em planetas cheios de cidades antigas. Essa foi a civilização que mais cresceu em comparação às outras. Com o suporte das máquinas que ainda restavam na época dos humanos antigos, eles acreditavam fielmente que eles eram os únicos descendentes diretos dos seres humanos e que eles estavam destinados a libertar toda a sua espécie daquele sofrimento. Com o passar dos milênios, as espécies subhumanas ainda carregavam as cicatrizes do poder do Gu, mas mesmo assim isso não impediu a humanidade de prosperar. Aos poucos, os descendentes dos antigos experimentos começaram a se reorganizar e se readaptar. Foi um processo lento que levou séculos, mas finalmente tinha acontecido. A humanidade teria outra chance para conquistar o universo. Só que dessa vez não existia apenas duas espécies inteligentes, como aconteceu no passado. Agora eram 13 formas humanas completamente bizarras. Cada um com um corpo, cultura e forma única de se pensar. E se a diferença biológica já foi empecílio no passado, imagina agora. Então, a comunicação entre elas parecia impossível. E antes que elas quisessem conquistar as estrelas de novo, elas precisariam superar um desafio antigo, se reconhecer como parte de um mesmo povo. Osetoides, por exemplo, tinham herdado uma paranoia de uma invasão alienígena antiga. Mesmo tendo vencido, ficaram marcados para sempre. Com medo de tudo que fosse diferente, eles preferiam um isolamento. Já os aomorfos, descendentes dos humanos espaciais, evoluíram em gravidade zero e se tornaram seres quase que divinos. Com cérebros gigantescos e uma postura observadora, eles já sabiam da existência das outras espécies humanas, mas optaram por observar sem intervir no processo. E eu acho que você já viu que o contato aqui era inevitável. Com o tempo, as diversas linhagens humanas começaram a se reencontrar. Descobriram ruínas antigas, vestígios do povo estelar e os traumas causados pelo Gu. E assim, uma a uma, as espécies começaram a se unir e se a unificar politicamente. O povo cobra, o povo assassino, os criadores de ferramenta, os sauros sapientes, as pessoas modulares, os piterossappiens, as pessoas assimétricas, os simbiontes, os navegadores e os sátíricos. Até mesmo os próprios asteromorfos. Todos se uniram com objetivo em comum, se preparar para uma possível volta do cu. Mas assim, nem todo mundo aceitou essa aliança, tá? Os insetoides dominados pela xenofobia resolveram se isolar de vez. Já os caçadores de ruína, arrogantes por dominarem a tecnologia antiga, recusaram qualquer contato com outro humano. Foram justamente os caçadores que causaram segundo maior colapso galáctico. Convencidos de que eram os únicos dignos de representar a humanidade, abandonaram seus corpos e transferiram suas mentes para as máquinas. Assim eles conseguiriam navegar pelo espaço sem qualquer dificuldade. Autodenominados como gravitais, eles eram esferas de metais que manipulavam o ambiente com um campo gravitacional. Mesmo sem corpo biológico, eles ainda mantinham as ambições e os delírios de grandeza dos antigos humanos. Rapidamente eles tomaram uma decisão trágica paraa história da humanidade, exterminar todas as outras formas humanas para a unificação plena de sua espécie. Munidos de uma tecnologia avançadíssima, começaram a apagar as estrelas dos outros mundos. E caso algum deles existissem, asteroides gigantes davam golpe final na humanidade. Pobres criaturas, vítimas de sua própria ignorância. Essa foi a maior onda distinção da história da galáxia, maior até do que as causada pelos próprios Gu. De todas as espécies, apenas três sobreviveram. Todas as outras foram extintas. Os próprios gravitais agora dominavam o mundo completamente. Os insetoides ironicamente escaparam do massacre por terem se mantido isolados. Mas a sobrevivência teve um preço. Futuramente os insetóides foram transformados em súditos, completamente distorcidos pela tecnologia genética. Mas nem tudo dentro do império das máquinas era completamente unificado. Algumas facções passaram a simpatizar com esses insetoides. Eles experimentavam um sentimento estranho que poucas máquinas eram capazes de resistir, a compaixão. Em segredo, eles criaram certas linhagens de súditos livres e até desenvolveram afetos por eles. Enquanto isso, nos céus, os asteromorfos ainda estavam em suas arcas. espaciais. Observando, eles sabiam que o conflito com os gravitais era inevitável. E quando a guerra finalmente começou, o universo virou um completo colapso. A guerra durou milhões de anos. máquinas contra seres quase que divinos disputavam intensamente suas tecnologias, mas no final nenhuma máquina resistiu. Os asteromorfos venceram mesmo que com um custo altíssimo. Com as máquinas destruídas, os asteromorfos assumiram a tarefa de reconstruir o que restava do mundo. Eles repovoaram os planetas, acolheram os súditos sobreviventes e criaram seres que chamaram de terrestres espaciais, máquinas orgânicas encarregadas de guiar as novas civilizações. Mas como sempre, o poder foi corrompido por eles mesmos. Em muitos planetas, os terrestres espaciais passaram a se comportar quase como deuses, explorando seus povos com promessas de salvação. Mesmo assim, a gente pode dizer que a consciência orgânica havia reconquistado a galáxia. E quando tudo enfim parecia estabilizado, veio uma nova grande descoberta. Em uma galáxia vizinha, sinais claros de uma civilização indicavam um mundo perfeito para abrigar a vida humana. Aquele planeta lindo, azul, vibrante, foi escolhido como um novo lugar para abrigar as espécies dos asteromorfos e dos insetoides. Ali, uma nova casazenta de todo o mal da sociedade seria então reconstruída. Mal sabiam eles que aquele planeta, agora recém redescoberto, era a própria Terra, o berço esquecido de toda a história humana. [Música] Agora, biologicamente falando, qual é a chance disso tudo acontecer? Bom, sinceramente, o universo de Altimorrow é muito bizarro, rapaziada, e não tem nenhum embasamento científico. Mas, sinceramente, eu nem acho que essa é a proposta dessa obra. Ele não tenta ser realista, tá? Apesar dele mostrar uma forma progressiva de evolução, como se todos os seres estivessem de alguma forma tentando alcançar a inteligência humana, o que eu acho que é completamente errado, o foco dessa história não é essa. Essa obra é sobre como nós, humanos, enxergamos o universo e os outros seres vivos que vivem aqui. Hoje em dia, já fizemos inúmeras manipulações genéticas bizarras em outros seres vivos. O milho, o lobo que virou pug tá aí para comprovar tudo. E a Tomorrow literalmente resgata a nossa necessidade de repensar o nosso estado nesse planeta. E aí, gente, eu nem preciso dizer que essa também é a missão desse canal aqui. Macaco de espío existe para lembrar você. Sim, você, meu primatinha, de que nós não somos nada além de mais uma criação da natureza. E sério, não tem nada de sagrado ou de especial em ser um ser humano. Se a gente já se considera superior a chimpanzés, por mínimos 2% de diferença genética, imagine se existissem outras espécies humanas vivendo com a gente hoje em dia. Cara, na verdade, a gente nem precisa imaginar muito. Isso realmente aconteceu? E se você pensa que foi tudo paz e amor, pô, pode esquecer, mano. Provavelmente rolou de tudo. Guerra, conflito e muita fornicação também. Então, o universo de Altmorrow pode até parecer meio alucinado, mas no fundo ele não tá nem um pouco distante da nossa própria história. E bom, se você ficou até o final dessa jornada, muito obrigado mesmo por dividir o seu tempo comigo. Cara, eu nem preciso dizer que deu um trabalho do caramba fazer esse vídeo. Então, se você puder deixar aquele like, fortalecer aí nos comentários ou se inscrever, cara, nossa, simplesmente vai me dar uma força do caramba. simplesmente só deixando o like já tá bom, tá? [Música]

Comments

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *