Análise Dra. Ana Beatriz do Vídeo de Adultização do Felca
0Começo esse vídeo dizendo que hoje eu sou
felquinha. Que orgulho desse menino. Oi, queridos. Tô passando aqui. Hoje é sábado
de tarde, mas eu não me contive para falar sobre o que repercutiu ontem. Para minha total
alegria que foi o vídeo eh publicado pelo Felka. Que orgulho de ver que uma nova geração,
uma geração que sempre se botou dizendo, né, que que não tava aí para nada. Pois é,
a geração Z tá mostrando que em qualquer geração existem pessoas que se importam e existem
pessoas que não se importam. E o Felco mostrou que se importa. Eu tô muito, muito feliz. orgulho
de ver pessoas usando seu poder de influência para influenciar de fato coisas que precisam ser
vistas e que precisam que todos saibam e que todos se posicionem e que todos tomem uma providência.
Criança e adolescente é território muito especial, é território que deveria ser responsabilidade de
toda a sociedade, porque eles serão os adultos daqui a pouco, nos governarão e também ditarão
os valores. crianças hoje submetidas ao que ontem o Felka denunciou de maneira brilhante por
influenciadores que usam esse poder simplesmente para lucrar com a exploração de menores. A
adultização já é algo que vem ocorrendo há muito tempo e todo mundo tá fazendo o que de conta
que não tá acontecendo. Está acontecendo e o pior, está acontecendo dentro de casa. pais responsáveis
começam a fazer isso com as crianças, não por amor, não por orgulho de expor as suas crias,
mas simplesmente porque elas também geram um bom dinheiro. E tudo isso movimenta uma indústria, uma
indústria que trata gente como mercadoria e trata criança e adolescente como mercadoria nobrea, como
se fosse a parte mais macia da carne, o baby beef. Pois é, é assim que essas pessoas vêm as crianças.
E eu acho que não dá mais. Eu sou de uma geração que falo disso desde 2008, quando eu escrevi o
Mente Perigosos. E ali eu já deixei claro o que eu achava disso tudo. Eh, participei de muitos
programas, fui muito, tive bons parceiros nessa luta. O Casé Fortes do Ministério Público de Minas
Gerais, a Paula Meri, a delegada Paula Meri, que trabalhou muitos anos no combate ao abuso infantil
pela Polícia Federal aqui no Rio de Janeiro. E o que tava deixando a gente assim era quem virá,
né? Quem virá dessa geração? Porque a gente falou, foi ouvido, mas foi pouco ouvido. E a gente falou
numa época que não tínhamos a força da internet e dos influenciadores. Eu acho que tá chegando agora
um momento que em breve influenciador não é mais quem influencia, é quem influencia positivamente o
que vai somar na vida dos outros ou da sociedade. E isso eu acho que o Felca mostrou com seus 27
anos. Por outro lado, a gente tem aí o Ítalo Santos, que com 28 anos mostrou que a mesma
geração pode também fazer o oposto. Tá na hora de escolhermos em que lado vamos estar e deixar
isso muito claro, que as redes sociais comecem agora a ser um território eh onde as pessoas usem
suas influências para de fato fazer a diferença e fazer a diferença para quem mais precisa. A gente
vive tempos em que as pessoas estão perdidas em discussões intermináveis sobre pontos de vistas,
mas existem coisas que não se tratam de ponto de vista. preservar a infância e adolescência, não
fazer precocemente esse processo de adultização, o que compromete a saúde mental de todos eles.
O que a gente vê é que crianças e adolescentes submetidos a esse tipo de crime que foi revelado,
e a gente tá falando revelado de um perfil, devem ter vários outros, é muito mais comum do que
a gente imagina e isso com certeza contribui pros altos índices de adoecimento de jovens adultos
e também índices de autoestermínio, ou seja, de tirar a própria vida. O que me chama atenção é
também dizer uma coisa, eh, o mesmo processo que eh Ítalo Santos eh usou já é conhecido de nós, né?
Ele começou adotando 10 crianças e ele tá botando todo mundo numa casa para preservá-los porque ele
é muito generoso. A gente já viu isso, né? A gente viu uma mãe de 50 ser muito generosa também.
Quem não lembra? flor de lis chegou a ter 50 crianças adotadas e a gente viu que não tinha nada
de adotado e que tinha muitos outros interesses. Então, por trás disso tudo, existe realmente
uma indústria que ganha com a desgraça alheia e essa indústria vive de dinheiro. Então, a gente
tem que tomar o lado. De que lado nós estamos? Hoje eu sou Felquinha, que é como se intitula o
canal do Felca, mas eu queria que muitos outros se aliassem a nós e pudesse dar esse grito. Talvez
seja O da Liberdade, um filme que eu comentei em 2023 e que muita gente falou que aquilo é
não acontecia, que aquilo era ficção. Pois é, existe, existe. E essas crianças são crianças que
estão sendo usadas para que adultos ganhem mais dinheiro. Em breve, daqui a pouco, porque 10 anos
passa rápido, né? Elas serão adultos absolutamente infelizes e substituídos nessa nessa indústria
do prazer e do do abuso de forma muito rápida. Quero também dizer, todos nós somos responsáveis,
mas vamos exigir que o Ministério Público, o Conselho Tutelar, todos ajam, porque assim,
não dá pra gente ficar discutindo coisas só ideológicas e esquecer que existe na prática
um sofrimento cruel que vai ceifar toda uma geração que hoje tá exposta nas redes como
nunca esteve. Então eu queria dizer que hoje eu sou felquinha e você hoje é o quê? E o que
que a gente tá disposto a fazer? De que lado você quer tá? Muito obrigada e pensem, porque
isso é de verdade, não é de mentira. [Música]







