Antártida: O Continente Proibido que Contém a Verdadeira História da Terra
0A Antártida, um lugar tão gelado quanto misterioso. O continente mais isolado da Terra também é um dos mais mitificados. Teorias sobre civilizações perdidas, instalações secretas, nazistas ocultos e entradas para mundos subterrâneos. Convivem com pesquisas científicas sérias e descobertas fascinantes. Hoje vamos fazer o que poucos se atrevem. Separar o que é real do que é teoria. E aí, o que é ciência e o que é apenas imaginação? Antes de respondermos, que bom estarmos juntos novamente. Espero que esteja tudo bem com você. Desde 1959, a Antártida é governada por um dos acordos internacionais mais notáveis da história, o Tratado da Antártida, assinado no mesmo ano. O tratado foi feito porque no final da Segunda Guerra Mundial os Estados Unidos da América consideraram estabelecer uma reivindicação sobre o território da Antártida. Eles enviaram então a maior força expedicionária militar já direcionada até hoje, conhecida como a operação High Jump, que falaremos mais a seguir. Tal tratado estabeleceria a proibição de atividades militares, testes nucleares e qualquer exploração econômica predatória no continente. Sim, a exploração da Antártida é feita estritamente para a pesquisa científica e o tratado ainda que estabelece que todas as pesquisas feitas em seu solo e os resultados sejam compartilhados. Até hoje, 54 países assinaram o tratado, mantendo bases científicas que operam com inspeções regulares. Nenhum pertence a uma única nação. O continente é território da ciência e da colaboração internacional. Por baixo de quilômetros de gelo escondem-se mais de 140 lagos subglaciais, como o famoso lago Fostock. Isolado por milhões de anos, ele revelou formas de vida extremófilas únicas. Em 2025, uma paisagem perdida de 30 milhões de anos foi descoberta sob a camada de gelo de Wilksland. Rios, vales e até registros de florestas com palmeiras. Algo realmente impressionante. Cientistas de todo o mundo operam em estações de pesquisa, como Mark Murdle, nos Estados Unidos, Fstock, Rússia, e Amonsun Scott, na base Polo Sul. Esses locais produzem dados vitais sobre clima, vida marinha, física atmosférica e até astronomia. Vídeos populares divulgaram o mito da Antártida proibida, em que sugerem que há regiões proibidas para exploração, onde drones são abatidos e que há zonas ocultas onde a verdade está escondida. Mas nada disso foi provado. A maioria das áreas é monitorada devido a práticas de segurança ambiental e climática. Inclusive, qualquer país membro pode visitar a Antártida e qualquer visitante pode acessar a maior parte das áreas das bases, desde que cumpra os protocolos combinados e desde que respeite os protocolos do tratado. Um fato que aumenta as especulações sobre o continente é o fato de que em 1938 houve uma expedição nazista e após isso as buscas de um refúgio subterrâneo que estaria escondido na Antártida começaram. A Alemanha nazista até mapeou uma área chamada NFENland. Embora tenha jogado bandeiras e feito voos de reconhecimento, nunca houve base secreta ou atividade militar significativa. Após a guerra, nenhuma evidência foi descoberta de bases escondidas. Muito se especula sobre uma missão americana ligada ao aparecimento de OVNES na região e o que estaria sendo feito. Embora a operação High Jump, feita logo após a Segunda Guerra Mundial entre agosto de 46 e começo de 1947 seja real, o seu objetivo foi muito diferente, composta por 13 navios, 4700 homens e numerosos artefatos aéreos. O verdadeiro motivo da missão liderada pelo contra almirante Richard Eberd era diretamente ligado à guerra que aconteceu anteriormente. Com a eminência de novas guerras e de que seus soldados poderiam encontrar climas extremos, a missão chegou à Antártida para treinar os militares e testar os seus aparelhos em condições de frio extremo, com o subterfúgio de uma guerra hipotética na própria Antártida. Apesar de publicamente negada, a operação claramente visava consolidar e estender a soberania dos Estados Unidos sobre a maior área praticável do continente. Também determinar se haveria viabilidade de estabelecer, manter e utilizar bases na Antártida, além de investigar possíveis locais de bases. Outro objetivo que constituía a operação era desenvolver técnicas para estabelecer, manter e utilizar bases aéreas no gelo, com atenção especial à aplicabilidade posterior dessas técnicas às operações feitas no interior da Groenlândia, onde as condições climáticas são semelhantes às da Antártida. Os Estados Unidos também buscavam ampliar os estoques existentes de conhecimento sobre as condições de propagação eletromagnética, geológica, geográfica, hidrográfica e meteorológica na área. Em setembro de 1947, o quadrante que os Estados Unidos da América estavam interessados, localizado entre 24 e 90º, foi inclusive incluído como parte da zona de segurança do Tratado Interamericano de Assistência Recíproca, comprometendo seus membros a defendê-lo em caso de agressão externa. Já no ano seguinte, em agosto de 48, os Estados Unidos propuseram que a Antártida estivesse sob a tutela das Nações Unidas, como um território sob administração fiduciária da Argentina, Austrália, Chile, França, os próprios Estados Unidos, Reino Unido e Nova Zelândia. No entanto, essa ideia foi rejeitada pelos países citados, principalmente Argentina, Austrália, Chile, França e Noruega. E mesmo antes da rejeição, em 28 de agosto de 48, os Estados Unidos propuseram aos países reivindicantes alguma forma de internacionalização da Antártida, proposta que foi então apoiada pelo Reino Unido. Já o Chile respondeu apresentando um plano para suspender todas as reivindicações antárticas por 5 a 10 anos, enquanto faziam a negociação de uma solução final. Mas isso não encontrou aceitação nos países. A operação foi tão importante para o país que o documentário The Secret Land, filmado inteiramente por fotógrafos militares tanto da Marinha dos Estados Unidos quanto do exército americano e narrado pelos atores Robert Taylor, Robert Montgummery e Fun Hling sobre a operação High Jump, ganhou em 48 o Oscar de melhor documentário. Oonga apresenta o chefe de operações navais, Almirante da Frota, Chester W. Mimits em uma cena em que ele está discutindo a operação High Jump com os almirantes Bird e Cruzen. O filme ainda reena algumas cenas de eventos críticos ocorridos durante testes da operação, como o controle de danos a bordo e o almirante Bird jogando itens de um avião para torná-lo mais leve, de forma a evitar bater em uma montanha. Então, o objetivo da operação High Jump, apesar de também fascinante para a época, era o estabelecimento de bases militares para ter a possibilidade de testar equipamentos e soldados em situações de climas extremos e não combater naves alienígenas ou nazistas. Pelo menos essa é a explicação oficial. Apesar dessas teorias talvez tenham surgido por supostas falas do almirante Bird, nunca foram comprovadas por documentos oficiais. Com o aumento da tecnologia, inclusive na área de fotografia e filmagens, que ajudam equipamentos a chegarem aonde humanos talvez não consigam, novas teorias foram surgindo sobre os mistérios do continente antártico. Com o uso de drones para gravação de imagens, algumas gravações aéreas da região mostraram imagens de montanhas com formato triangular que viralizaram como pirâmides antárticas. Contudo, os geólogos que estudam a região explicam que são apenas nunatax, palavra que vem do inuit, que representa picos de montanha expostos acima do gelo, que foram moldados por milênios de erosão. Outro mito geográfico sobre o continente se deu devido ao mapa do almirante e cartógrafo otomano P Reis, datado de 1513. Nele, o cartógrafo inclui o que alguns chamam de costa sem gelo da Antártida. Historiadores e cartógrafos, no entanto, explicam que o mapa é uma composição de costas da América do Sul, não da Antártida. Tendo em vista que a camada de gelo atual existe há pelo menos 10 milhões de anos, muito antes da civilização humana. O primeiro desembarque confirmado no continente foi apenas em 1820, durante a primeira expedição Antártica russa, que tinha como objetivo provar ou refutar a existência do sétimo continente, que durante muitos séculos havia sido só uma especulação. Outros relatos antigos falam sobre uma suposta entrada para a Terra oca no Polo Sul. Nessa teoria sugerida no final do século X7 em 1692 por Edmund Hley, o planeta Terra seria completamente opacialmente oco, com um espaço interno substancial. Harley é o mesmo cientista que dá nome ao famoso cometa por ter descoberto a sua órbita. Além de ser um estudioso no assunto, defendia que a leve variação no campo magnético existente no planeta Terra só poderia ser possível com a existência de campos magnéticos internos. A mesma teoria poderia explicar a existência das auroras boreais, sendo essas consequências de gases que escapavam do interior oco da Terra. Diferentes civilizações e povos possuíam o conceito em suas lendas, folclores e mitologias antigas. Muitas vezes, o que se encaixava na teoria, vinda de crenças, contendo até cunho religioso ou místico. Uma das lendas mais famosas sobre o assunto é a história do reino subterrâneo de Agarta, que pode ser habitado por criaturas mitológicas ou líderes políticos. No século XIX, Jay Rids, explorador e escritor científico, deu diversas palestras sobre a Terra O e defendeu que fosse feita uma expedição à Antártida para a comprovação da sua teoria. E apesar de ter participado de uma expedição ao continente, Reynolds não foi um dos participantes da grande expedição de exploração que ocorreu de 1838 a 1842, organizada pelos Estados Unidos em 1871, um romance de ficção também foi importante para alimentar a teoria, o VR, o poder da raça do futuro, de Edward Ban. No livro, o mundo subterrâneo abriga uma civilização utópica e altamente avançada, com arquitetura inspirada no Egito antigo e seres chamados vrillar, que seriam descendentes da superfície que teriam fugido do grande dilúrio. Esses seres dominavam uma energia chamada VRU, capaz de curar ou destruir. Embora fosse uma obra fictícia, a ideia foi levada a sério e por alguns e inspirou a criação da misteriosa sociedadeu na Alemanha. Essa sociedade acreditava que o centro da Terra era habitado por arianos puros e que seria possível acessar esse mundo através de pactos e tecnologias secretas. A partir de 1920, teriam começado um programa para construir discos voadores com tecnologia dos subterrâneos. A seita ligada ao nazismo teria influenciado o próprio Adolf Hitler, que enviou expedições à Antártica em busca de entradas para a chamada terra rouca. Muitos afirmam que após a Segunda Guerra Mundial, alguns nazistas, talvez até, teriam escapado por essas passagens secretas. rombo ao mundo escondido sob os nossos pés. Várias expedições à Antártica foram feitas durante vários anos com o objetivo de comprovar a teoria da Terra oca. Entretanto, nenhuma obteve sucesso em determinar onde estaria a entrada para ela, nem o avanço da tecnologia e os equipamentos modernos conseguiram essa comprovação, já que as medições geofísicas, fotos de satélite e dados de radar comprovam que não há nenhuma cavidade central ou mundo subterrâneo, levando a concluir que a Terra é de fato totalmente sólida. Ainda assim, teorias modernas alegam que satélites, quando passam pela região escondem deliberadamente essa entrada do suposto buraco polar. A ficção ajuda a manter a esperança de que a ideia de uma terra oca seja real. Há inúmeros exemplos de filmes e livros que se baseiam nessa teoria. Talvez o mais popular sendo o romance do famoso escritor francês Jula Vern ou a brasileirando Júlio Verne de 1864, o Jornada ao centro da Terra que relata um mundo subterrâneo repleto de vida pré-histórica. É uma boa leitura, eu recomendo. A história de Vern foi inspiração até mesmo para roteiros de filmes, tanto no final do século XX em 1989, quanto novamente no começo do século XX, em 2008, com filmes de nomes homônimos ao Romance. Além de ter servido como inspiração para outros filmes de conteúdos semelhantes ao original e de continuações, há uma linha tênue que envolve a comprovação da verdade e o fascínio que algumas teorias podem criar em cima da Antártida e o porquê de tantas pessoas acreditarem que ela esconde uma verdade secreta. São razões compreensíveis por ser um lugar menos habitado da Terra de difícil acesso para visitas. de existir um jeito de ser governado por um tratado internacional e esse tratado ser respeitado que é muito raro, além de estar isolado visual, emocional e politicamente. Então, para que as teorias sejam criadas e popularizadas por muitos, basta uma fagulha para alimentar a imaginação. Os vídeos e as teorias da conspiração muitas vezes usam dados reais, mas costuram uma narrativa ao redor que não se sustenta cientificamente. O fato é que a Antártida realmente guarda descobertas impressionantes que não precisam ser mirabulantes. Enquanto alguns procuram portais e pirâmides, a verdadeira Antártida continua revelando maravilhas. O seu solo contém fósseis de florestas pré-históricas. Vales secos que apresentam condições semelhantes às encontradas em Marte, por exemplo. Estudos também revelam que o gelo que encobre o continente possui milhões de anos de dados climáticos. A Antártica ainda será o lar de muitas descobertas. Durante anos, cientistas sugeriram que o seu solo poderia esconder importantes achados. Ainda no final do século XIX, o cientista russo Piotre Kopropotkin propôs pela primeira vez a ideia da existência de água doce sob as camadas de gelo da Antártida. A sua teoria era que, devido à pressão exercida pela massa cumulativa de milhares de metros verticais de gelo, isso faria que houvesse uma diminuição do ponto de fusão nas porções mais baixas, ao ponto de voltar ao seu estado líquido. anos depois, baseado em sondagens sísmicas na tentativa de medir a espessura da camada de gelo do solo feitas durante as expedições soviéticas antárticas, em 1959 e 64, o geógrafo russo Andrei Capitza sugeriu a existência de um lago onde estava fazendo a sua pesquisa. Desde então, cientistas já identificaram a existência de mais de 140 lagos escondidos debaixo de todo o gelo da superfície, sendo um deles inclusive o próprio lago Fstock, que fica coberto por uma camada de 4 km de gelo. E mesmo sob esses lagos glaciares, há ecossistemas únicos, incluindo a descoberta de novas espécies de microorganismos resistentes ao frio extremo. Uma outra descoberta, ainda fresca, foi feita agora em 2025, quando foi confirmada por cientistas a existência de uma paisagem completa, congelada no tempo, literalmente. A idade da paisagem sob o gelo Antártico pode chegar a 30 milhões de anos e fica localizada em Vilcasland, no leste da Antártida. Os pesquisadores acreditam que o local pode ter sido repleto de rios, vales, uma floresta e lá foi encontrado inclusive até pólmeiras. Essa descoberta foi confirmada agora, mas os estudos e o trabalho de campo que envolve o quebra-gelo começaram 8 anos atrás, em 2017, com a perfuração de sedimentos do leito marinho. A análise do sedimento extraído a pouco mais de 1,m5 foi ocasionada no encontro do ecossistema antigo ali enterrado sobre todo o gelo. De acordo com os cientistas, é interessante notar que se sabe menos sobre o leste da Antártida do que sobre o próprio solo de Marte. Pensa novamente, apenas com o avanço da tecnologia que descobertas como essa podem ocorrer. Com o uso de ferramentas avançadas, como radar de penetração do solo, a equipe de cientistas conseguiu até mesmo identificar blocos de terreno elevado. A elevação teve medidas de 120 a 170 km de largura e 85 de comprimento. As análises feitas sobre esses dados levam a crer que não foi a camada de gelo que causou tamanha erosão e que ela deve ser o resultado de uma outra erosão criada por rios. Dessa forma, estima-se que essa paisagem deveria fazer parte do que hoje é a Antártida numa paisagem pré-histórica, muito provavelmente de antes da primeira glaciação em larga escala do continente, o que significaria mais de 34 milhões de anos atrás. Os cientistas ainda acharam no local outros microrganismos que cooperam para a crença de que há milhões de anos o continente antártico se assemelhava ao que é hoje a Patagônia, tendo um clima mais temperado ou tropical. As pesquisas no local continuaram a ser estudadas e aprofundadas com o tempo e a evolução de equipamentos e conhecimento. Por hora, a sua história geológica nos mostra que o continente possui flutuações significativas, apesar de que, mesmo que abruptas, tenham tido pouco tempo para alterar de forma significativa a paisagem abaixo do gelo. Os períodos quentes não foram o suficiente para recuar satisfatoriamente o gelo e expor essa topografia subglacial que se mantém escondida. Bem, mas o importante da descoberta é que a equipe de cientistas espera que a sua análise mais aprofundada da paisagem oculta possa ajudar a prever com mais precisão os padrões de derretimento que ocorrem na atualidade. Assim, entendendo como clima e geografia funcionam conjuntamente e o que esperar em tempos em que as temperaturas só continuam aumentando. Esses achados na superfície do continente mais gelado do nosso planeta são importantes, pois não apenas mudam o que sabemos sobre a Terra, mas também sobre a vida e outros planetas. Então, a Antártida não precisa de conspirações. Ela é por si só fantástica, você não acha? Ela é sim um lugar de mistérios, mas a maioria deles está nos limites da ciência, não nos porões de governos secretos. Teorias conspiratórias fascinam também, claro, e devem ser exploradas como parte da cultura e do fabuloso imaginário humano. Contudo, é fundamental distinguir aquilo que encanta e aquilo que pode ser comprovado. Afinal, a verdade pode ser tão impressionante quanto a ficção quando se trata do continente mais remoto e intrigante do planeta. E você, o que achou desse incrível vídeo sobre esse incrível continente? Deixe nos comentários as suas opiniões, as suas teorias de conspiração. A gente agradece muitíssimo a sua companhia, que é sempre muito especial. A gente se vê num próximo vídeo.