Argentina faz o impossível em apenas 1 ano: da falência à economia em expansão
0E a nossa vizinha argentina, hein? Por pouco não se tornou uma empresa falida. Isso mesmo. A sua história política econômica foi sempre recheada de tensões e crises e hoje encontra-se num outro patamar. Apesar das dificuldades que ainda rondam a população, o que afinal fez a Argentina virar o jogo? É um país hoje que serve de exemplo para os demais? É o que vamos ver nesse vídeo. E que bom estarmos juntos mais uma vez. Espero que esteja tudo bem com você. A Argentina esteve à beira do abismo econômico. Nós sabemos disso. Anos de turbulência, uma reão implacável e o fantasma da hiperinflação assombrando cada lar. Era essa a realidade da Argentina até agora. No entanto, uma revirolta para lá de notável está acontecendo. Atualmente, sob a liderança de Javier Miley, a nação sul-americana não apenas freou o colapso, mas iniciou uma ascensão impressionante. Depois de 2 anos de aperto, o produto interno bruto que chamamos de PIB argentino, disparou com um crescimento surpreendente de 7,7%. Superando as expectativas mais otimistas. A hiperinflação que corroía o poder de compra e minava a confiança está recuando. E num feito histórico, o governo alcançou seu primeiro superavit fiscal em décadas, um marco que sinaliza o retorno para uma gestão financeira responsável. Essa é a primeira vez em quase um século que a Argentina respira á de normalidade, resgatando um legado de prosperidade que a colocou entre as nações mais ricas do mundo. Estamos presenciando não apenas uma recuperação, mas um renascimento econômico. Mas o que exatamente o presidente Milei está fazendo para impulsionar essa impressionante transformação? Vamos mergulhar nos detalhes das estratégias que estão recolocando a Argentina novamente no caminho da prosperidade. Uma coisa é innegável, a política de Milei se destaca tanto devido ao que os seus antecessores fizeram ou não conseguiram fazer. Pode-se argumentar que as políticas de Milei não são tão geniais. é que os líderes anteriores da Argentina fizeram um trabalho tão ruim, tão terrível, que o novo presidente precisou apenas reverter as suas decisões. Primeiro vamos dar uma olhada na história argentina e tentar entender o que deu errado. Histórias como essa não são normalmente promovidas por algoritmos, isto é, não são publicadas nas redes sociais ou quando são. As pessoas não ligam muito. Por isso, muitas pessoas ainda não tm ideia do que realmente está acontecendo na Argentina. A Argentina é um país relativamente jovem, tendo conquistado a sua independência da Espanha em 1816 e a sua Constituição estabelecida em 1853. Essa Constituição foi fortemente inspirada na dos Estados Unidos e a Argentina se tornou uma democracia representativa. Inicialmente, ela era o melhor lugar para se estar. Havia no ar mais do que esperança. Havia orgulho de um país recentemente liberto e com o sol brilhando como brilha em sua bandeira. O PIB per capita da Argentina superou de muitas nações europeias entre as décadas de 1890 e 1910 e em alguns anos até excedeu o dos Estados Unidos. Isso se deveu principalmente às exportações de carne bovina e trigo graças à fértil região dos Pampas no Nordeste. O país também era um dos principais destinos de investimento estrangeiro, pois pessoas de todo mundo queriam participar do rápido crescimento econômico argentino. A nação atraiu milhões de imigrantes de países europeus, como Espanha e Itália, muitos deles escolhendo Argentina em vez dos Estados Unidos. A população da Argentina aumentou de meio milhão na época de sua fundação para cerca de 5 milhões em 1900. Durante essas décadas de rápido crescimento, o país expandiu suas fronteiras geográficas para o oeste e para o sul. A partir do século XX, a Argentina enfrentou um período de instabilidade e declínio. A falta de industrialização resultou em poucos empregos, situação agravada pela Grande Depressão de 1929, que derrubou o PIB em um quarto e as exportações agrícolas. Essa crise desencadeou um caos político, culminando no golpe militar de 1930, que deu início à década infame. Durante esse período, o crescimento econômico estagnou devido à corrupção e às políticas que beneficiavam a elite latifundiária. Outro golpe militar em 43 marcou a continuidade da instabilidade. Em 1946, Juan Domingo Peron assumiu a presidência. Embora popular, as suas políticas econômicas mostraram-se problemáticas. Acordos anticomércio visavam impulsionar a indústria doméstica, mas isolaram a Argentina no pós-guerra. A falta de competição externa levou à estagnação industrial. Peron também aumentou gastos públicos em programas sociais e limitou preços, financiando essas medidas com impressão de dinheiro, que, é claro, gerou populismo e inflação. Entre 1948 e 50, o peso desvalorizou 70%, com a inflação atingindo 50%. Em 1955, Peron foi deposto por um golpe militar e exilado. A era pós Peron foi marcada por uma década de causa e conflitos entre facções políticas e militares. Golpes militares em 1962 e 66. Esse último liderado pelo general Juan Carlos Ungania estabeleceram regimes autoritários cujas políticas econômicas fracassadas provocaram revolta popular. A anulação da proibição a Peron em 1973 permitiu seu retorno do exílio para um terceiro mandato. Porém, o país já se encontrava irremediavelmente desestabilizado. Com a sua morte em 74, a presidência foi assumida pela sua esposa, Isabelita Peron. A crise global do petróleo em 73 e a decisão do governo de imprimir dinheiro para combatê-la levaram a uma hiperinflação que alcançou 600% ao ano no início de 1976. Essa situação de caos inflacionário serviu de pretexto para o novo golpe militar em 76, que instaurou o regime conhecido como processo de reorganização nacional. uma das ditaduras mais sombrias da Argentina. O período foi marcado pela guerra suja, na qual forças estatais e milícias caçaram opositores, resultando em até 30.000 mortes, uma verdadeira guerra civil. Grupos terroristas de esquerda também agiram em resposta ao declínio econômico contínuo. Com a dívida externa crescendo para 45 bilhões de dólares, a perda de poder de compra dos salários em 36% e o desemprego atingindo 18, o maior nível desde a Grande Depressão, o regime militar perdeu apoio. Após a derrota na Guerra das Malvinas contra a Grã-Bretanha, os militares foram forçados a restaurar a democracia em 1983. O retorno democrático com a eleição de Raul Alfonsin não trouxe alívio econômico. Empresas públicas deficitárias, herança de governos anteriores, foram mantidas com o financiamento estatal para evitar o colapso, resultando numa inflação descontrolada. A incapacidade da Argentina de competir internacionalmente levou ao colapso das taxas de câmbio e as tentativas de Alfonsim de desvalorizar a moeda, inclusive substituindo-a duas vezes, falharam em estabilizar a economia. A Argentina enfrentou um cenário econômico desolador no final dos anos 80. O presidente Raul Alfonsin não conseguiu acar com os 5 bilhões de dólares em juros anuais e a perda do apoio financeiro do FMI em 1988 agravou a situação. A inflação atingiu 5000% em 1989. Inimaginável, deixando a população literas escassez de alimentos, além de tumultos com saques a supermercados. Em 1989, Carlos Meny assumiu a presidência, iniciando um processo de privatização de empresas públicas e reabrindo a Argentina ao comércio internacional. Contudo, os efeitos da hiperinflação com os preços, imagine, aumentando 20 bilhões de vezes entre 1975 e 1991, já eram devastadores. E a Industrian Argentina regrediu aos níveis de 1940. Na década de 1990, o país acumulou um déficit comercial de 22 bilhões de dólares, evidenciando uma incapacidade de competir globalmente. A decisão de Men vincular o peso ao dólar por lei, visando estabilizar a moeda, resultou em supervalorização, queda nas exportações, salários e empregos e uma nova recessão. O aumento da dívida pública, uma tentativa de Menin de aliviar a crise, veria ser um peso para a nova administração. Quando Fernando de la Rua assumiu em 99, a valorização do dólar intensificou a supervalorização do peso e a reessão. O maior desafio era a dívida externa que superava os 50% do PIB, ou seja, metade do que o país produzia ia para pagar a dívida externa. A falta de confiança do mercado elevou as taxas de juros para novos empréstimos a 16%, forçando de rua a buscar auxílio do FMI, o que exigiu cortes nos gastos governamentais. O desemprego disparou para 20% e a perda de confiança no governo levou a uma corrida bancária em novembro de 2001 com saques massivos de dólares. Para evitar o colapso, pela rua implementou o Coralito, limitando saques a 250 pesos por semana. A medida gerou revolta popular e tumultos generalizados, levando o presidente a declarar estado de sítio e posteriormente a renunciar. A renúncia de La Rua não freou os problemas. A Argentina declarou um defol em 132 bilhões de dólares da dívida pública. O maior def governamental de sua história, marcando o início da grande depressão argentina. O país mergulhou em turbulência política, tendo cinco presidentes em apenas duas semanas. A era do HALD chegou em 2002 e com ela o abandono da convensibilidade peso dólar. A longo prazo, isso tornaria a economia muito mais estável, mas os efeitos imediatos foram menos animadores. Efetivamente, os argentinos perderam 65% do valor de suas economias devido a uma enorme queda no peso. Além disso, a queda do peso causou uma inflação massiva, pois as importações se tornaram mais caras. A inflação acumulada durante a Grande Depressão Argentina foi de cerca de 80%. Combinado com a perda de poupança, isso resultou num enorme declínio nos padrões de vida. No final da depressão, em 2002, o desemprego atingiu 21% e 57% e5 da população vivia abaixo da linha da pobreza. 300.000 pessoas haviam deixado a Argentina procurando um futuro melhor num outro lugar. O ano de 2003 trouxe esperança com a ascensão de Nestor Kishner à presidência, que viu o PIB crescer 8% ao ano e 11 milhões de pessoas saírem da pobreza. No entanto, a sua ideologia rotulada de kichnerismo e inspirada no populismo peronista levou a erros passados. Nacionalização de empresas, controle de preços, altos impostos de importação e exportação e impressão de dinheiro. Remédio que já não tinha funcionado antes. Essas medidas desaceleraram crescimento e inovação, elevando a inflação acima de 20%. Com Cristina Fernandes de Kishner, a presidência, a partir de 2007, a inflação piorou, impulsionada pela emissão monetária e dívida governamental. O governo chegou a manipular dados oficiais, enquanto a inflação real poderia ter atingido 39,9% em 2014. As más finanças resultaram em um novo defô da dívida em 2014 e o acesso a dólares americanos foi restrito à população. O governo de centro direita de Maurício Macri entre 2016 e 2019 suspendeu as restrições cambiais desvalorizando o peso em 30%. Contudo, a impressão de dinheiro continuou e a inflação ultrapassou 40% em 2016. Com a chegada de Alberto Fernandez em 2019, a situação se agravou. A inflação anual superou 50% em 2019 e 100% em 2023. Os efeitos da COVID-19 e os lockdowns levaram o PIB a encolher 9,9% em 2020. A distribuição de cheques de estímulo impulsionou ainda mais a inflação e a dívida pública que atingiu 102,8% do PIB no final de 2020. Em consequência, a Argentina entrou em default pela terceira vez em 20 anos. Essa instabilidade resultou em 40,1% da população vivendo abaixo da linha da pobreza em 2023, justificando uma busca por líderes radicais em novas direções. Nos últimos 100 anos, o PIB per capita da Argentina em relação à América do Sul despencou de 80% em 1910 para 30% hoje. Grande parte desse declínio é atribuída a políticas governamentais desastrosas. O século XX viu mais que governos militares do que civis focados na permanência do poder e não na economia. Essa sucessão de golpes e instabilidade afugentou investimentos. Líderes civis como Peron também contribuíram centralizando a economia, controlando preços, subsidiando setores e financiando programas sociais via endividamento e emissão monetária. O resultado é um histórico de 113 anos de desequilíbrio fiscal, num total de 123. Sucessivas hiperinflações e novos calotes na dívida externa. Esses ciclos de crescimento e recessão frequentes a cada dois ou 4 anos devastaram empresas e oportunidades. A Argentina estagnou em inovação e produtividade com suas exportações ainda concentradas em commodities como soja, trigo, milho e carne. Apenas 30% do PIB vem do comércio internacional, bem abaixo da média global de 50%, refletindo a falha em agregar valor. A intervenção estadual excessiva com burocracia e alocação ineficiente de recursos sufocou o crescimento e a inovação. Poucos conhecem tão bem essas falhas quanto Ravier Mlei. Autor de vários livros sobre economia argentina, ele se tornou presença constante na mídia criticando o modelo vigente. Em 2023, lançou-se na corrida presidencial contra o establishment de esquerda e, surpreendendo muito, saiu vitorioso com a promessa de reconstruir o país. Mlei apresentou um plano para salvar Argentina da crise em que se encontrava. As suas sugestões políticas se resumem a duas coisas: menos governo e mais liberdade. Embora ele não seja o primeiro libertário na política argentina, ele é de longe o mais radical. Ele disse coisas como: “O Estado é o maior inimigo da sociedade e o Estado é uma organização criminosa que vive de roubo. As suas únicas funções deveriam ser proteger os direitos dos indivíduos, defender a nação, combater o crime e manter as relações exteriores. A ideologia de Milei propõe privatizar ou extinguir funções do governo como educação, saúde e assistência social. Essa é a chamada política da motosserra, simbolizada pelo próprio Milei nos comícios em que levavam uma motosserra como gesto provocador. O objetivo central é reduzir os gastos públicos que atualmente consomem cerca de 40% do PIB para algo próximo de 25%. Ao cortar subsídios e programas sociais, M acredita que será possível baixar impostos, controlar a inflação e impulsionar o crescimento econômico. Essa estratégia, no entanto, é uma faca de dois gumes. Enquanto o livre mercado pode gerar eficiência e mais espaço para as empresas crescerem, a retirada abrupta de apoio estatal ameaça as classes média e baixa, além de impactar funcionários públicos como parte do seu plano radical. Milei também quer extinguir o Banco Central, que ele considera responsável pela hiperinflação ao financiar o governo com emissão de moeda. Embora a crítica seja comum, muitos economistas defendem que um banco central independente é preferível a ausência total de um. O que se vê na Argentina hoje é uma reviravolta notável em curso. Sob a liderança de Milei, o país não só freou o colapso, mas iniciou uma ascensão impressionante, segundo as fontes. Esta é a primeira vez em quase um século que a Argentina respira á, resgatando um legado de prosperidade que a colocou entre as nações mais ricas do mundo. Estamos presenciando não apenas uma recuperação, mas um renascimento econômico. Afinal, o que fez Milei em relação ao seu país e que tem deixado a opinião pública dividida? Bem, desde que assumiu o cargo em 2023, Milei vem implementando uma série de medidas drásticas e o seu objetivo com isso é estabilizar a economia e reverter décadas de declínio. A imprensa argentina e também internacional tem acompanhado de perto os impactos que geram tanto otimismo em alguns setores quanto preocupação em outros. O pilar da gestão de Milei é o corte severo de gastos públicos. Ele reduziu o número de ministérios de 18 para oito, demitiu funcionários públicos, cortou subsídios a serviços como transporte e energia e diminuiu transferências para províncias. Essa política visava eliminar o déficit fiscal e o governo tem reportado superávites mensais nas contas públicas. Logo no início do seu mandato, premeditadamente como forma de prevenção, o governo de Milei desvalorizou o peso argentino em 50%, quando passou de 400 para 800 por cada dólar oficial, buscando com isso alinhar a taxa de câmbio aos valores de mercado e aumentar a competitividade das exportações. Ele enviou ao Congresso um ambicioso projeto de lei que incluía centenas de artigos para reformar o sistema tributário, a lei eleitoral e a gestão da dívida pública. Entre as medidas mais notáveis estavam a revogação de leis como a do aluguel, abastecimento e gôndolas, a transformação de empresas estatais em sociedades anônimas para futura privatização e a modernização do regime de trabalho. Parte desse pacote foi aprovada no Senado em junho de 2024, mas com resistência da oposição, a queda da inflação tem sido um dos focos de Milei. Após um pico em dezembro de 2023, a inflação mensal tem apresentado quedas significativas, embora a taxa anual ainda seja muito alta. O governo busca reabrir a Argentina ao comércio internacional, eliminando restrições e promovendo acordos. Mlei tem buscado o apoio do Fundo Monetário Internacional e se alinhado politicamente a países como Estados Unidos e Israel, participando de cúpulas de direita e reuniões com empresários de tecnologia. Apesar de ainda não estar como os argentinos gostariam, a verdade é que muito dificilmente, ainda mais no cenário global atual, algum país esteja em plena serenidade e a Argentina parece estar voltando aos anos dourados. Talvez isso seja um exemplo para outros países que enfrentam políticas desordenadas, como a Argentina já enfrentou. Mas tudo, claro, dependerá do que vai acontecer no ambiente geopolítico em geral. Se as grandes potências farão ou não as pazes, voltaremos a falar sobre isso mais à frente. Muito obrigado pela sua companhia especial. A gente se vê num próximo vídeo.







