Arma usada pelo empresário que matou gari em BH é de uso pessoal da mulher dele
0Hungaria é morto a tiros durante uma discussão de trânsito. O homem suspeito de atirar em um empresário e marido de uma delegada. Ele usou a arma da mulher para cometer o crime. O domingo espetacular foi até Belo Horizonte para contar os detalhes desse caso e conhecer os personagens por trás desse drama. Na realidade, assim, eu acho que ela representa, né, muitas mulheres, porque as mulheres hoje elas estão trazendo eh uma competência com um carinho, principalmente para quem trata de vulneráveis, da causa da mulher, que é a casa da Paulinha, né? Chama Paulinha que não tem jeito, né, minha doce Paulinha. Este homem é Renê da Silva Nogueira Júnior, 47 anos. Nesta entrevista ele fala da atual mulher, Ana Paula Nogueira, uma delegada de Minas Gerais. É muito satisfatório, não só pra família, mas pra sociedade. Este outro homem é Laudemir de Souza Fernandes, 44 anos, gari, pai de uma adolescente de 15 anos, casado com Liliane, técnica higiene bucal. Neste vídeo de 2023, ele está montando o bercinho do afilhado. [Música] Laemir foi morto por um tiro disparado por Renê na manhã da última segunda-feira. Eu vi ele indo trabalhar, entendeu? Isso machuca muito, porque eu vi meu pai antes de acontecer isso. Pensa num cara tranquilo, amigo de todo mundo. Eu sinto assim uma revolta, né? Porque eu acho que foi motivo fútil, sem razão. Eu tenho medo. Essa é a palavra. O motivo do assassinato, uma discussão entre Renê e a motorista do caminhão de lixo que estava na equipe de Laudemir. A rua é muito estreita e ainda tem as pessoas que estaciona tanto na esquerda quanto na direita. A rua na região oeste de Belo Horizonte é bem movimentada. Para recolher o lixo é preciso parar o trânsito em um dos sentidos. Ela fica travada mesmo, então tem que esperar. da eh o movimento fica maior para quem tá atrás passar para não machucar os meninos e para mim não poder esbarrar em nada, não bater em nada. Nessa imagem é possível ver a hora em que o carro do empresário entra na rua onde o caminhão estava parado. Quando dá para ele passar que eu alinhei o caminhão bem próximo do poste na minha direita, bem coladinho para passar, eu coloquei minha cabeça pro lado de fora e o Thiago, que é o outro coletor, começou a manobrar ele, ia me ajudar. Pode jogar mais um pouquinho. O espaço que havia para o carro passar era pequeno. A motorista do caminhão fez sinal com a mão para que Renê passasse. Neste momento, ele ameaçou a motorista. Aí ele olhou para mim, colocou a pistola em punho, mirando para mim e falou: “Se você esbarrar no meu carro, eu vou dar um tiro na sua cara, você duvida.” Enquanto isso, os outros garis recolhiam o lixo na rua. E eu vindo de uma certa distância para jogar o lixo no coxo do caminhão. O mesmo ali eu vendo que particularmente meu b de vista ali ia tirar a cara dela. Eu gritei dizendo para ele: “Você vai matar uma mulher? Você vai dar um tiro na cara de uma pessoa trabalhando?” Aí eu falei: “Moço, você vai você vai atirar em mim? Você tem certeza? Você tem certeza?” E ele saiu. Neste momento da gravação da Câmara de Segurança, é possível ver um dos garis com uma caixa na mão. Eu corri em direção ao caminhão, a porta do passageiro. O empresário passou pelo caminhão, parou o carro e desceu com a pistola na mão. Aí eu fui e falei com o meu parceiro que tava, né, perto de mim, falei com ele, falei: “Toma cuidado que esse homem vai tirar na gente”. Eu vou até fazer o gesto que ele usou, né? Dá licença, ele pegou dessa forma, desceu com a arma por quando ele foi engatilhar a arma, caiu o carregador no chão, ele teve o o aquele mais um tempo de reação de pensar. Aí na que o disparo foi feito ali, eu abaixei, colocar a mão na cabeça, o sinal ali de o instinto mesmo na gente é correr, né? Porque ter alguém atirando. E meu colega gritou, atirou, pegou em mim, pegou em mim. Olha, cena foi chocante. Tudo aconteceu em menos de um minuto depois do momento em que o carro entrou na rua. A câmera registrou a imagem de Lau chegando na esquina já baleado. Todo mundo ali viu aqueles outros pessoal lá também tá de oficina preto, viu? Não tem assim, não teve discussão. Laudemir foi socorrido, não resistiu aos ferimentos. Gente boa demais. Era a pessoa que faz um café delicioso, um bom pai, um bom marido, é um cara presente na empresa, não faltava. Muito, muito gente boa. Dona Nadeg estava na varanda de casa passando roupa quando ouvi o disparo. Eu sinto que eu sou mãe igual a mãe dele, igual muitas mãe para mim. Eu tô falando que eu fiquei toda desarmada, tive nem coragem de vir aqui fora. O empresário foi embora sem prestar socorro. Nesse flagrante obtido pela Record, Renê entra no carro e foge logo depois do tiro. Aqui só pegou placa que o meu inquilino foi lá e pegou a câmara e mostrou pr pra polícia, senão ia passar em púo. Horas depois do crime, o empresário foi surpreendido enquanto treinava em uma academia de alto padrão em uma das regiões mais nobres de Belo Horizonte. Policiais civis e militares cercaram o prédio bloqueando todas as saídas para impedir qualquer possibilidade de fuga. Renê foi preso em flagrante na quarta-feira. O senhor já foi preso uma vez? Não, primeira vez. Responde a outro processo criminal. Criminal. Se lembra aquele processo criminal. Criminal. Eu respondo a a uma a uma lustração do fundo metataço da minha ex-esposa, mas já tenho acautelar contra ela. As mulheres hoje elas estão trazendo uma competência, principalmente para quem trata de vulneráveis da causa da mulher, que é o causa da Paulinha. O homem que no vídeo fala da causa da mulher tem outros processos na justiça. Em 2003, Renê foi acusado de lesão corporal por agredir uma das ex-mulheres no Rio de Janeiro. Em 2005, a agressão foi contra uma ex-noiva. Em 2011, Renê foi apontado em um inquérito por homicídio culposo. Ele teria atropelado e matado uma mulher com o carro em alta velocidade também no Rio de Janeiro. Em 2021, ele aparece em outro caso de violência doméstica contra outra ex-mulher no interior de São Paulo. Em 2024, foi acusado por outra ex-companheira, mas entrou com ação, onde aparece como vítima dela e da ex-sogra. Ele acusa as duas de perseguição e extorção. Renê está preso pelos crimes de ameaça e homicídio qualificado por motivo fútil e pelo uso de recurso que dificultou a defesa da vítima. Ele negou. S trabalhos 1317 vai constar nas câmeras respond. Fui para minha casa, levei o cachorro para passear, troquei de roupa, fui pra academia, cheguei em academia 2:10 por aí deve est na academia também. Na sexta-feira, a perícia confirmou que a arma prendida na casa de Renê foi utilizada no crime. A arma pertence à esposa dele, que é delegada. Ela já prestou depoimento à corregedoria da Polícia Civil, que também instaurou o inquérito para apurar o caso. O delegado responsável pela investigação preferiu não nos dar entrevista. O corpo de Laudemir foi enterrado na terça-feira sob aplausos e revolta. No dia em que foi morto, Laudemir substituía um colega. Ele não costumava fazer aquela rota. Normalmente eu fico com o meu telefone na mão, mas eu fico com um jaleco que o bolso era pequeno, então eu deixei meu celular mais na gaveta e eu não fiquei muito vendo rede social. Então assim, eu simplesmente estava bem tranquila. Meu há de almoço, eu vi que ele não mandou mensagem, mas eu imaginei que ele não tinha mandado mensagem porque ele tava na portaria, porque esse dia ele disse que ele iria começar na portaria. Liliane, a viúva, nos recebeu na casa do casal. A mulher de fala calma não escondeu o sorriso ao falar do marido. Foi o melhor tempo que eu já passei com alguém. Ele olhava e já perguntava: “Ô, meu amor, tá acontecendo alguma coisa? Tá sentindo alguma coisa, né?” E aí ele já tinha alguma coisa, um remedinho, né? Alguma coisa assim. Além da filha de 15 anos, Laudemir deixou também duas enadas. É inaceitável que o meu Lodemiir tenha levado um tiro colhendo o lixo, fazendo aquilo que ele mais amava. Liliane pede que Renê seja julgado e condenado pelo assassinato do marido. Quando ele atirou, ele não atirou no Ludemir, ele atirou no saco de lixo. Só que o Lodemir não era lixo, era um homem com caráter, com qualidades, um homem que estava defendendo uma mulher, uma mulher que estava dirigindo um caminhão de lixo. O medo toma conta. A gente vive isso constantemente, mesmo depois do que aconteceu, o caminão vai continuar bloqueando rua e a tolerância do ser humano hoje tá zero. Eu tô tentando viver um dia após o outro. Quantas vezes esses meninos são humilhados nessa rua e eles não falam pra família deles, eles chegam calado, com um sorriso no rosto, prontos para descansar, para no outro dia tá fazendo a mesma coisa. [Música]







