Armas do Apocalipse – Os submarinos nucleares que podem destruir o mundo em segundos
0Caros amigos, bem-vindos a mais um episódio de Hoje no Mundo Militar. Neste vídeo falaremos sobre os submarinos nucleares de mísseis balísticos e do por são vistos como as armas do apocalipse, capazes de destruir o mundo em meros segundos. Recentemente, o presidente Donald Trump, em resposta a declarações provocativas feitas por Dimitri Medevedev, ex-presidente da Rússia, ordenou o deslocamento de dois gigantescos submarinos nucleares de mísseis balísticos para áreas próximas da costa russa. Uma notícia que agitou o mundo, mas muita gente ainda se pergunta o que exatamente são esses submarinos e por são considerados tão letais. Vamos começar pelo básico. O que é um submarino nuclear de mísseis balísticos? Essas embarcações são plataformas móveis altamente furtivas, projetadas para carregar mísseis balísticos intercontinentais armados com ogivas nucleares. Alimentados por reatores nucleares, podem permanecer submersos por meses, navegando silenciosamente pelos oceanos, sem precisar emergir para reabastecer. A sua letalidade vem da capacidade de lançar um ataque nuclear devastador de qualquer lugar do mundo sem serem detectados. Imagine, um único submarino pode carregar dezenas de mísseis, cada um com 10 a 12 ogivas, capazes de destruir cidades inteiras. Eles formam o pilar da chamada tríade nuclear junto com bombardeiros e mísseis terrestres, garantindo que um país possa retaliar um ataque nuclear mesmo após um ataque surpresa devastador. Mas por que eles são vistos como ameaças assim tão terríveis? Primeiro, a invisibilidade. Submarinos modernos usam tecnologias super avançadas de redução de ruído, tornando-os quase indetectáveis por sonares inimigos. Isso significa que eles podem sobreviver a um primeiro golpe nuclear, permitindo um segundo ataque retaliatório. E é justamente essa a base da dissuasão nuclear, pois uma potência nuclear sabe que mesmo que o seu ataque inicial devaste as principais bases e centros de lançamento, os submarinos do inimigo ainda estarão em algum lugar, com a sua carga mortífera e intacta, prontos para revidar o golpe com centenas de ogivas. O segundo fator é a mobilidade. Eles patrulham vastas áreas oceânicas, forçando os adversários a gastar recursos gigantescos em patrulha e vigilância. E terceiro, o poder destrutivo. Míseis como o Trident 2 americano ou o Bulava russo podem atingir alvos a milhares de quilômetros com precisão cirúrgica e velocidade hipersônica, tornando as defesas antimíseis ineficazes contra um lançamento massivo. Em resumo, os SSBNs, como são chamados os submarinos nucleares de mísseis balísticos, não são apenas armas, são garantidores da dissuasão nuclear mútua assegurada. Agora vamos ao contexto histórico. O desenvolvimento desses submarinos foi acelerado logo no início da Guerra Fria com os Estados Unidos, temendo um ataque soviético, iniciando o programa Polares em 1955, o primeiro míssel balístico nuclear americano que podia ser lançado de submarinos. Usado para equipar em 1960 o USS George Washington, o primeiro SSBN do mundo, a lançar com sucesso um míssil nuclear armado enquanto submerso. A União Soviética respondeu nos anos 60 com classes como a hotel e a Yank, construindo submarinos que podiam lançar mísseis SSN6, levando a uma corrida armamentista submarina com ambos os lados investindo bilhões em submarinos furtivos com capacidades cada vez maiores. Na década de 70, os Estados Unidos introduziram o Missel Trident e os soviéticos avançaram com a classe delta de submarinos, elevando o jogo para mísseis com alcances intercontinentais. Ao longo das décadas seguintes, países como China, Reino Unido e França entraram no clube modernizando as suas frotas para garantir também a dissuasão nuclear plena. Hoje, em 2025, esses submarinos evoluíram para máquinas de alta tecnologia. Mas o essencial permanece. Invisibilidade como escudo e fogo nuclear como espada. Mas quais são os principais modelos de submarinos nucleares de mísseis balísticos em operação hoje no mundo? Começando pelos Estados Unidos, operam a classe Ohio, a espinha dorsal da frota SSBN. São 14 submarinos, cada um com 170 m de comprimento, deslocando 18.750 750 toneladas quando submerso e capazes de carregar até 20 mísseis Trident 2 D5. Cada míssel com 8 a 12 ogivas nucleares com alcances de 12.000 km e precisão de 90 m. Equipados com reatores nucleares que duram décadas sem reabastecimento, costumam patrulhar os oceanos por períodos que variam entre os 90 e os 120 dias. Mas em caso de emergência podem permanecer longos meses em patrulha, desde que recebam suprimentos de comida de tempos em tempos. A vida no interior dessas embarcações não é fácil com os marinheiros, podendo permanecer meses sem qualquer contato com o sol ou ar puro, confinados no interior de um cilindro de aço a dezenas ou centenas de metros de profundidade em turnos incessantes que podem ser de até 12 horas ininterruptas, com apenas algumas pausas breves para as refeições e um pouco de TV no refeitório. Passando para a Rússia, o país mantém frota robusta e moderna com a classe borei, submarinos de 170 m, deslocando 24.000 toneladas, armados com 16 mísseis bulava, cada um com até 10 ogivas, e alcance de 9.300 km. São os submarinos de mísseis mais modernos da marinha russa e começaram a ser comissionados em 2013, equipados com sonares avançados. Ainda operam cinco submarinos da classe Delta 4 com 16 mísseis Cineva ou Lineir, mas a Borei é o futuro com 12 unidades planejadas. Na China, a classe tipo 04 Jin domina com seis submarinos operacionais, cada um de 135 m, deslocando 11.000 toneladas e carregando 12 mísseis JL3 com alcance de 10.000 1000 km e múltiplas ogivas. A variante tipo 0a tem melhor furtividade, com cascos mais hidrodinâmicos e profundidade operacional de 400 m e velocidade de 30 nós. Eles representam o crescimento da tríade nuclear chinesa, com patrulhas no mar do sul da China para projeção de poder regional. O Reino Unido opera a classe Vanguard com quatro submarinos de 150 m. 15.900 toneladas armados com 16 missasis Trident 2 D5 compartilhados com os Estados Unidos. Baseados na Escócia, eles garantem a dissuasão contínua britânica, com dois sempre em patrulha no mar. A classe Dread Note em construção terá 153 m, propulsão pump jet para menos ruído e casco conformal para os mísseis e entrará em serviço na próxima década. Por fim, a França com a classe Trionfan com quatro submarinos de 138 m, 14.335 toneladas de deslocamento, vem equipados com 16 mísseis M52.2 com alcance de 9.000 1000 km e Ogivas TNO. Esses submarinos não são só engenharia, são símbolos de poder e medo na geopolítica moderna, mas ao mesmo tempo que espalham terror pela sua capacidade de destruir continentes inteiros, também impõe a paz através da garantia de destruição mútua em caso de ataque.