As sanções, a culpa, a consequência e a solução
0Eu tava esperando o tic-tac da Magnitsk, mas foi muito pior. Não foi taxação, foi sanção econômica. E por favor, galera, isso tem que ficar bem claro. Mas antes de tudo, o que aconteceu e o que eu acho que vai acontecer? E calma aí, vou explicar tudo de forma bem didática. O motivo de sermos sancionados está nas primeiras frases da carta de Trump endereçada a Lula, onde ele diz que abre aspas. A forma como o Brasil tem tratado o ex-presidente Bolsonaro, um líder altamente respeitado em todo o mundo durante seu mandato, inclusive pelos Estados Unidos, é uma vergonha internacional. Esse julgamento não deveria estar acontecendo. É uma caça às bruxas que deve terminar imediatamente. Em parte devido aos ataques insidiosos do Brasil contra as eleições livres e aos direitos fundamentais de liberdade e de expressão dos americanos. Como amplamente foi ilustrado pelo Supremo Tribunal Federal Brasileiro, que emitiu centenas de ordens de censuras secretas e ilegais a plataformas de redes sociais dos Estados Unidos, ameaçando-as com milhões de dólares em multas e despejando-as do mercado brasileiro. A partir de 1eo de agosto de 2025, cobraremos o Brasil uma tarifa de 50% sobre qualquer e todos os produtos brasileiros enviados aos Estados Unidos, além das tarifas setoriais. Então ele finalizou a carta dizendo: “Você nunca ficará desapontado com os Estados Unidos da América”. Fecha aspas. Nessa quarta-feira, o Trump endereçou uma carta parecida como essa a outros países. Aliás, ele já havia dito que faria exatamente assim após mais uma reunião de ditadura do grupo dos bricks, esse ano sediado no Brasil. Mas a nossa carta teve um diferencial e eu já chego lá. Toda a história tem seu início e a do Lula com Trump começou às vésperas da eleição americana, onde o Lula disse que a vitória do Laranjão seria o nazismo com outra cara. E antes do anúncio de ontem, na segunda-feira, o Lula estava nos bricks defendendo a desdolarização do comércio global em um caminho sem volta. Ou seja, o Lula tomou para si uma briga que nem a China teve coragem de propor. E olha, a China é economicamente muito maior que o Brasil. Só que a China escalou o anão diplomático justamente porque se o negócio estourasse, estouraria na nossa cara, não na cara do ditador Xiping. Lula, o bucha de canhão do X. E a esposa do Lula, a deslumbrada da República, vulgo primeira dama também fez questão de contribuir sempre que pôde. Fuck you, Elow Musk. É, Israel, grande aliado histórico dos Estados Unidos, foi acusado em âmbito internacional de promover o holocausto em Gaza numa fala que foi condenada por todo o mundo democrático, dita pelo déspota que ocupa a presidência da República. Sobre a guerra promovida pela Rússia, que é aliada de primeira hora da ditadura chinesa, o governo brasileiro achou super de boa postar em sua página oficial um mapa que mostrava a parte da Ucrânia invadida pela Rússia já anexada ao país do Putin. O que não deveria ser surpresa, já que enquanto os países democráticos, tipo democráticos de verdade, apoiam os Estados Unidos em sua ofensiva contra o Irã e sua base nuclear, o Lula estava condenando com veemência. Porque não se esqueçam, agora a gente anda com Irã no Recreio. Após as eleições na Venezuela, o Lula minimizou repercussão internacional dizendo que não havia nada grave. Então, antes de entrarmos no fator ideológico, nós temos um fator moral envolvido de um déspota que se achava maior do que realmente era. E aí nós entramos na questão mencionada nos primeiros parágrafos da carta do Trump. O Brasil não é o primeiro país sancionado pelos Estados Unidos por motivos morais. A lista é grande, mas veja só quem nos acompanha. Rússia sancionada por censura, descontrole judiciário e perseguição política. China por ser uma ditadura violenta, violadora dos direitos humanos, que controla a internet e promove perseguição política. Irã, por suas prisões arbitrárias, pela repressão ao povo e repressão a protestos. Venezuela, por sua total repressão, oposição política e controle nacional via judiciário, Nicarágua, pelos mesmos motivos, Cuba por todos os motivos citados e dentre tantos outros países, agora chegou a vez do Brasil. Então eu realmente não compreendi o choque de algumas pessoas com ocorrido. Eu lamento muito, mas era esperado, era uma tragédia anunciada. E o interessante é que os que pedem respeito à soberania ficaram calados quando Alexandre de Moraes expulsou o Twitter, uma empresa americana do Brasil, e foi lá bloquear as contas da Starlink, uma empresa totalmente distinta, numa das coisas mais loucas que eu já vi acontecer e a mídia, assim como o governo brasileiro, tratarem com naturalidade. Só que a lista de tarefas do Brasil até serem estacionados pelos Estados Unidos é bem longa. Começou no inquérito das fake news, aberto até hoje, aliás, 6 anos depois, em que ministros do Supremo recentemente informaram aos jornalistas que manterão aberto esse inquérito, pois serve de escudo pra corte e ninguém fez nada. Passamos pela censura prévia, não só da imprensa, como ocorrido com a Cruzé e com a Folha de São Paulo, mas também a milhares de brasileiros nas redes sociais. Isso sem o devido processo legal, sob sigilo absoluto e ameaça de multas altíssimas. E ninguém fez nada. Caminhamos por prisões políticas sem flagrante, sem sentença. Daniel Silveira tá preso até hoje, enquanto o cara que transportava 400 kg de drogas num avião foi absolvido e ninguém fez nada. Pessoas sendo julgadas sem o devido processo legal, sem acesso aos autos sentenciados em bloco, enquanto a polícia brincava que o volume de prisões em massa dava para até entrar no Guinesbook e ninguém fez nada. A violação da imunidade parlamentar com quase 70 parlamentares da oposição processados na Suprema Corte, muitos por palavras proferidas durante seus mandatos e ninguém fez nada. Busque apreensão em empresários simpáticos ao presidente Bolsonaro por uma conversa privada num grupo de WhatsApp e ninguém fez nada. A repressão sistêmica, a crítica, já que hoje é praticamente proibido falar mal da Suprema Corte ou de seus ministros, o cerceamento da crítica política, já que uma mulher foi processada porque chamou o Lula de ladrão. A tentativa de tornar a lei a dúvida sobre o processo eleitoral. E isso uma lei no papel, porque na prática isso já acontece. E vem cá, que regime democrático no mundo faz isso? E ninguém fez nada. Assistimos o governo ser derrotado no Congresso e recorrer à Suprema Corte para governar através dela, como o próprio Lula admitiu ao dizer que se não recorrer ao STF, ele não governa. E ninguém fez nada. O processo de um golpe que não aconteceu, que caminha na velocidade da luz, porque ministros decidiram que precisam correr para não entrar em ano eleitoral. Que regra é essa? Na verdade, o óbvio para todos é que Bolsonaro não pode concorrer. Ele não deve concorrer. Não deixaremos concorrer. E ninguém fez nada. Há 6 anos nós estamos pedindo, não estamos implorando para que as instituições voltem a funcionar. Pedimos ao Senado algo que talvez seja pesadíssimo, que cumprissem seu dever como freio contrapeso de uma instituição que os editoriais do Estadão nos contam ter aumentado e muito seus próprios poderes. E ninguém fez nada. Galera, eu fui processada em 2022 porque eu disse que o Lula colava com ditadores do eixo do mal e eu postei duas matérias da Globo para poder ilustrar minha fala. Eu não tive a quem recorrer. O atual ministro da Suprema Corte, Zanin, ex-advogado do Lula, indicado pelo mesmo que me processou. Quais as minhas chances? Aliás, isso se tornou algo natural no Brasil, ser investigado pela Suprema Corte, ser julgado pela Suprema Corte e se achar ruim, você recorre pra Suprema Corte, aquela mesma que te condenou, entende? Perdemos em muitos casos a opção de ter a quem recorrer, algo que era garantido pela Constituição. Era, portanto, a única solução foi pedir ajuda para fora do Brasil. E quando ela veio, os caras agora olham e dizem: “Ah, nós temos sim os nossos problemas, mas devemos resolver internamente em nome da nossa soberania”. É mesmo? Como? Estamos assistindo há meses os Estados Unidos dizerem que estão acompanhando o que tá acontecendo no Brasil. Recebemos o relator da OEA que veio acompanhar as centenas de denúncias de violações de direitos humanos do devido processo legal e de censura, algo que por aqui é proibido. Washington Post fez matéria, New York Times fez matéria, The Economist fez matéria, o Financial Times fez matéria, o jornal alemão fez uma matéria e nós continuamos a dizer: “Congresso, faça alguma coisa”. E a resposta do Congresso vinha com votações mega importantes, como o aumento do número de deputados. Então, autoridades americanas começaram a se manifestar dizendo que poderiam intervir e sancionar o ministro Alexandre de Moraes, assim como outros membros da Suprema Corte. A resposta dos ministros, acredito eu, para mostrar força, mostrar que não recuam, que não se intimidam, foi, no meu ponto de vista, censurar as BigTech sob pena de multas pesadíssimas para que controlassem o discurso no Brasil. E os ministros tão sabiam a gravidade do que estavam fazendo que a Globo revelou uma conversa de portas fechadas, onde Nunes Marques revelou receio com aquela votação, pois poderia se tornar alvo dos Estados Unidos. Ainda segundo a Daniela Lima da Globo, Gilmar Mendes disse que se ele Gilmar não estava preocupado, Nunes Marques também não deveria se preocupar. Vocês entendem que a reunião dos bricks no Brasil foi só a gota que faltava? E você sabe o que é mais louco? Enquanto a carta do Trump sancionando economicamente o Brasil estava sendo repercutida no país, o Congresso estava votando o aumento de 200 cargos na Suprema Corte e foi aprovado num país que atravessa, graças às políticas do Lula, uma absurda crise financeira e fiscal. O que aconteceu ontem foi triste, mas foi algo construído sem a mínima preocupação de que as consequências atingiriam o povo brasileiro. Porque, como eu disse, todo mundo viu acontecer. Os jornais fizeram matérias a respeito, mas ninguém fez nada. E aqui, óbvio, darei a minha opinião, o que por si só é algo muito perigoso para o regime que vivemos, mas é muito necessário arriscar. Trump deu 20 dias ao Brasil para que a gente resolva o problema. As sanções entram em vigor a partir do dia 1eo de agosto. Especialistas avisaram na Globo que se o Brasil retalhar será uma grande burrice, já que será uma luta de um gorila de 500 kg contra um mico. Não houve e nem haverá indignação mundial. Nenhum presidente de nenhum país sairá em defesa do Brasil, porque Trump tá no modo não se meta ou você vai levar junto. As matérias internacionais apenas repercutiram o fato. Trump sanciona o Brasil e pede que a caça as bruxas ao líder da oposição, cesse. E só uma matéria que tempos atrás leríamos sobre a Venezuela, mas agora é com a gente. Realmente a briga é só interna. E por mais que alguns de esquerda estejam nesse momento comemorando, dizendo que Trump deu um presente ao Lula, eu tenho que informar que essa galera não entendeu nada. 50% de tarifa significa que em 20 dias centenas e talvez milhares de empresas no Brasil começaram a quebrar. Seu Jurandi, do interior de Pernambuco, não vai querer saber de Trump. Ele vai chegar no supermercado e ver que a comida tá com preço impraticável num país que já possui 15% de juros. Nessa hora esse dedo aqui vai pra cara do Lula, porque a galera não vai querer saber quem criou tudo isso. Eles vão atrás de uma solução. Ou você acha que a JBS, aliada do governo, exportadora de carne, que será diretamente atingida, vai quebrar em nome da soberania do Lula e do Alexandre de Moraes? Você acha? As emissoras de TV já noticiam que as indústrias lançam manifestos pedindo que Lula não faça uma retalhação e também aumente as taxas, porque isso seria um tiro no próprio pé. Trump disse que é 50% e o que o Brasil retalhar ele joga em cima desses 50. Galera, a China não aguentou 20 dias, mas o Lula já avisou que vai retalhar sim. E tudo isso é em nome da nova ideologia do presidente que quer quebrar o dólar. e em nome de uma corte que se julgou a detentora da justiça de forma absoluta. Na verdade, eles se julgaram a própria democracia. Após o discurso de encerramento dos bricks na segunda-feira, a jornalista do New York Times fez a seguinte pergunta ao Lula. Minha pergunta é sobre a ameaça de de tarifas, porque a nesse grupo que acabou de fazer esse encontro, tem vários países que ah nesse momento estão negociando, tentando a conseguir algum acordo com os Estados Unidos e tentar fugir de a regimes tarifários duros. Eu queria saber se essas ameaças feitas pelo presidente Trump afetaram de alguma forma a dinâmica do grupo a nesse encontro e se ameaçam a a sintonia e o consenso do grupo. Obrigada. Ela falou pro Lula que os países dos bricks estavam tentando acordos com os Estados Unidos para fugirem das sanções. Tipo, fica aí, Lula, falando que vai acabar com dólar, mas enquanto isso eu tô tentando convencer o Trump pro bem do meu país a não me taxar. Boa sorte. Nisso Lula respondeu. Eu só tô sabendo disso porque você me perguntou. Na reunião dos do dos brick, ninguém ninguém tocou nesse assunto. Simplesmente o cara não tava sabendo que os companheiros de bricks que vão derrotar o imperialismo estavam negociando com Trump nas costas dele. Porque o mundo inteiro sabe, o apoio dura enquanto tem arroz no prato, já que o povo brasileiro descobriu que viver de amor custa muito caro. A expectativa é que nos próximos dias também saia a sanção individual aos ministros na lei Magnitsk, o que será uma demonstração dos Estados Unidos de que a conversa agora é séria e a única opção seria a pacificação do país. E eu vejo a anistia como a principal manifestação que o Congresso poderia oferecer. O fim da perseguição política e a restauração do verdadeiro processo democrático chega de imperadores. Aí eu consigo ver o início de negociação, porque nesse momento para o mundo democrático somos uma ditadura e seremos tratados como tal enquanto esse fato não foi revertido. Só que a pergunta que fica é: quem vai cobrar e até quando vamos aguentar? Até quando Lula e o Supremo, que são os responsáveis por tudo isso, aguentarão? E aí, Hugo Mota, você não tá querendo virar herói, não? Tá aí uma oportunidade. Aguardando as cenas dos próximos capítulos, que acredito virão muito, muito, muito em breve. E já que