BANCO CENTRAL FECHA ACORDO COM A CHINA: O COMUNISMO CHEGOU | BRUNO MUSA

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O Banco Central do Brasil firmou um acordo de R7 bilhões de reais, por volta de 28 bilhões de dólares, com a China, para o incremento do uso da moeda chinesa, o Yan. Será que agora nós viraremos dependentes de uma moeda com controle de capitais e na mão de um país comunista? Como isso nos afeta? bastante. Vamos entender. [Música] A ideia deste canal é que nós possamos refletir. Meu nome é Bruno Musa, eu sou economista e atua há 19 anos no mercado financeiro com a parte de investimentos, tanto no Brasil como fora. Se esse vídeo te agrega valor, que a ideia é refletir em um país que cada vez mais nos estão proibindo disso, por favor, compartilhe o vídeo, dê o joinha, se inscreva no canal e deixe o seu próprio comentário. Isso ajuda que o YouTube distribua todo o conteúdo. E antes de tudo, eu gostaria de agradecer mais uma vez a Zapala, que é o nosso parceiro extra oficial. Eu falo extra porque a gente não tem nenhum tipo de contrato, mas é uma empresa que eu já comprava antes de estruturar essa parceria e eles comumente me mandam peças de roupa. Sou amigos do dono, justamente porque eles pregam os mesmos valores que nós pregamos de meritocracia, ética, lealdade, fé, enfim, uma série de valores que são importantes pros pilares fundamentais que nós acreditamos que uma sociedade deva se sustentar. Portanto, muito obrigado a Zapala. Pois bem, o Brasil e a China firmaram um acordo de swap cambial de 157 bilhões deais, por volta de 28 bilhões de dólares, ampliando o uso do Yan. Esse contrato é válido por 5 anos. Obviamente isso é uma operação mais técnica, mas no momento que vivemos é um marco geopolítico. Para aqueles que não entendem, vamos falar o que é um swap cambial, que nada mais é do que um acordo entre dois bancos centrais, no caso do Brasil e da China, que permite a troca de moedas em um valor pré-determinado, funcionando como um colchão de liquidez. Vale lembrar que já explicamos também que a própria Argentina tem um contrato de SUAP que foi renovado com a China, mas nesse momento me parece muito mais um marco geopolítico e o grande problema é nos tornarmos mais dependentes da China. Nesse ponto, através desse suap, se uma crise cambial atingir o Brasil, por exemplo, o Banco Central pode recorrer ao Yuan, a moeda chinesa, diretamente, sem depender dos intermediários em dólares. Aqui tem um primeiro grande ponto importantíssimo. Há pouco tempo começou a ser noticiado que dentro do balanço de pagamentos, já fiz um vídeo exclusivo explicando o balanço de pagamentos, recomendo que entendam, porque isso mostra como funciona toda a relação de um país com o exterior, quais são as suas contas e como está a situação do Brasil nesse momento. Nós temos na primeira grande conta, as transações correntes, um déficit que engloba tudo que nós transacionamos entre produtos, serviços e renda com exterior. Temos um déficit. Na outra ponta nós temos a conta financeira que engloba os investimentos estrangeiros no Brasil. Os investimentos em carteiram, o que os estrangeiros investem aqui no nosso mercado de capitais e também as reservas financeiras. O grande ponto é que agora o que nós temos de entrada de investimento estrangeiro direto não mais financia o déficit em conta corrente. É a maior diferença em 10 anos. E é bem provável que os Estados Unidos agora diminuam os investimentos no Brasil, que é o primeiro país que mais investe em investimento produtivo de longo prazo, não investimento especulativo, por conta de todo esse embróglio que Lula vem criando. Ou seja, se nós temos uma diminuição brutal dos investimentos de longo prazo, essa entrada de dinheiro não mais financia o défic contra corrente. A gente pode ter que precisar usar as nossas reservas financeiras que estão por volta de 340 bilhões de dólares hoje, grande parte em dólar. Ou seja, também estamos na dependência de títulos públicos americanos e Lula querendo bater de frente com o Trump. Em meio a tudo isso, por isso eu falei do marco geopolítico que pode envolver esse suapo, pode ser inclusive mais perigoso se for usado como essa marca geopolítica a favor dos bricks. Lula tem um grande peso nisso. As tarifas no Brasil começaram a ser a mais alta do mundo, agora empatadas com a Índia, justamente porque naquele evento esvaziado dos bricks no Rio de Janeiro, Lula veio a público e sozinho começou a bater no dólar. Diferente da China, que faz isso de maneira quieta e calada, tantos outros países também que vem diversificando a sua moeda, mas não. Lula, como bobo da corte, quis levantar a mão, assumir uma responsabilidade onde o Brasil sequer é uma potência militar ou econômica. Portanto, agora pagamos todos os pesos disso. E mais, ele continua batendo na possibilidade de desdolarizar e incrementar os bricks, bater de frente com o maior investidor estrangeiro no Brasil e o segundo maior parceiro comercial brasileiro e, claro, a economia mais rica do mundo. Tudo isso traz consequências no curto, no médio e no longo prazo. Mais coloca o Brasil entre as duas grandes potências hegemônicas que obviamente estão em guerra nesse momento, que é os Estados Unidos e a China. E mesmo assim tem encontro entre eles. Lula sequer foi aos Estados Unidos ou ligou a Donald Trump para parabenizá-lo pela sua vitória nas eleições. Portanto, foi rompendo essa relação que hoje está no seu pior nível e grande parte, obviamente, culpa de Lula e todo o seu entorno que não sabe interpretar o que Donald Trump quer. Ora, Bruno, então nós temos que nos submeter a eles. Nós somos extremamente mais fracos e dependentes dele. Inclusive as empresas americanas que podem ser sancionadas pela Lei Magnitsk tem aqui no Brasil uma receita que é praticamente irrisória frente à sua receita global. Portanto, obviamente, o Brasil é muito mais dependente e ao que vemos um Lula historicamente comunista recorrendo agora a uma maior dependência da China, um país comunista. Vale lembrar que o dólar é usado em 80% das transações globais de câmbio hoje no mundo. 80%. As reservas internacionais dos países também superam 80% na média em dólares. Tem algo depois em euro, em ouro, em Bitcoin e etc. Mas grande parte está em dólar. E quando tá em dólar é em título público americano, portanto financiando o governo americano. O que a China quer é basicamente consolidar a sua moeda como um uso maior entre vários outros países, especialmente dos bricks. E isso engloba contratos de energia, commodities e tecnologia. os impactos direto pro Brasil. Basicamente no agronegócio, podemos ter exportadores de soja, carne e açúcar que podem fechar seu contrato diretamente em Yan. A mineração, como minério de ferro e o Níel, por exemplo, vendido em larga escala paraa China, podem ser liquidados em moeda chinesa. A energia, a mesma coisa. E o sistema financeiro permite que alguns bancos comecem a fazer reservas em UAN. Mas tudo isso envolve um risco muito maior, como falaremos em breve, o que é basicamente uma dependência maior da China. Vale lembrar que a China é o maior parceiro comercial do Brasil hoje. Vamos analisar os números. Do total das exportações brasileiras de 337 bilhões de dólares em 2024, o comércio bilateral entre Brasil e China representou por volta de 157 bilhões. Soja, minério de ferro, petróleo e carne representam os principais produtos que nós exportamos à China, enquanto o Brasil importa principalmente insumos industriais e tecnologia. Ou seja, mais uma vez, nós não somos produtores de algo que agrega valor e sim commodities, que são mais fáceis de serem encontradas em outros países. Vamos olhar isso aqui. De tudo que o Brasil exporta, 28% vai pra China, 12% pros Estados Unidos e o resto dividido em vários outros países. as importações por volta de 225 bilhões total, 25% é importado da China, 16% dos Estados Unidos, o que mostra a nossa altíssima dependência com relação às exportações e importações da China, que hoje é o nosso maior parceiro comercial, como falamos. E um dado histórico que pouco é divulgado, acredito que poucos sabem disso, o primeiro trimestre de 2025, agora o ano que nós estamos, 41% do comércio entre Brasil e China já foi liquidado em IAN. 41%. Ou seja, é algo que vem crescendo e claramente nos coloca numa dependência maior do próprio Yuan, da própria China. Não é segredo de ninguém que Lula quer fortalecer os bricks e com isso acaba brigando com os Estados Unidos com todo o risco implícito que isso traz. Como expliquei há poucos minutos atrás, Lula quer fortalecer essa aliança com países autoritários, com países mais fechados, que hoje compõe os bricks. Inclusive, todo acordo que a China consegue fazer com outros países, agora com novos países que incorporaram nos bricks, o avanço do Yuan é um desafio à supremacia do dólar. Acordos, por exemplo, fechados com Brasil, Rússia, Arábia Saudita e Emirados Árabes da China com esses países é interpretado, obviamente como um passo na erosão de forma lenta, gradual, mas consistente dessa hegemonia americana. Eu particularmente acho que é muito difícil o dólar perder grande parte do seu espaço no curto prazo. No longo prazo, isso obviamente pode e tende a acontecer, mas grande parte da confiança ainda é depositada no dólar. Tanto é que mais de 80% das reservas internacionais média dos países está ainda em títulos públicos americanos. Vale lembrar que o Yan, a moeda chinesa, ela não é totalmente conversível. é um país onde mantém controle de capitais, não necessariamente você consegue retirar o dinheiro de lá, o que obviamente acaba por afugentar, levando mais medo dos investidores em colocar dinheiro na China que de um dia paraa noite. Uma vontade do Xi, de um partido comunista pode simplesmente travar o seu dinheiro por lá. É um país controlado pelo comunismo. A moeda ela está sob controle estatal. Vale lembrar que em 1994 a China desvalorizou do dia paraa noite a sua moeda em 50% para começar a colocar os seus produtos como competitivos no exterior e desde então vem mantendo a sua moeda desvalorizada nesses últimos 30 anos de forma artificial para que os seus produtos sejam competitivos. Isso envolve toda a dinâmica que Trump precisa urgentemente, eu concordo com esse diagnóstico, ajustar, que é diminuir os seus déficits em transações correntes e seus déficits comerciais para que ele não dependa de produtos, principalmente da China, que é obviamente o seu inimigo geopolítico. E vale lembrar também que a moeda chinesa, ela depende de mecanismos e boa vontade do Estado comunista chinês e não de forças de mercado, justamente como esse exemplo que eu dei de manter a moeda desvalorizada de forma artificial. Tudo isso altera as funções, gerando disfunções dentro da economia, o que obviamente abre possibilidades de investimento como um todo. Eu deixo o link aqui no descritivo. brunomusa.com.br/investimento. br/investimento, sou eu mesmo quem respondo. E obviamente nós discutimos isso sempre diariamente nos grupos de WhatsApp com todo o conteúdo disponível também dos membros da comunidade Liberdade Sem Fronteira. Faço o convite para que todos possam participar. Portanto, acho extremamente difícil que no curto prazo a confiança saia do dólar e vá justamente para uma moeda chinesa nas mãos de um partido altamente fechado, comunista e com controle de capitais. Tanto é que já há grandes matérias mostrando a fuga de investidores chineses indo, por exemplo, investir até em imóveis no Japão de forma geral. Ou seja, controle de capitais e uma moeda com taxa manipulada pelo governo, obviamente acaba levando maior medo e afugentando os investidores. Tanto é que a China, também já tive a oportunidade de fazer um vídeo explicando isso, passa por problemas internos muito grandes, problema de demografia, diminuição da população, dificuldade de transformar a economia de construção com impulsionamento do estado nos primeiros anos desse século para transformar agora em uma economia de consumo. Eles estão com extrema dificuldade. 25% do PIB, toda a cadeia produtiva é representada pelo setor imobiliário, que está obviamente em uma crise tremenda. Tudo isso eu já expliquei em vários outros vídeos mostrando as fontes, os dados, tá disponível aqui nesse canal. Portanto, há uma grande dificuldade da China, mas claro, toda essa desdolarização pode acontecer, digamos, no médio e no longo prazo. Inclusive, tem um livro que eu gosto muito que está aqui, chama Desestatização da Moeda de Hayek, que foi prêmio Nob em 1974, mostrando que o mundo ganharia muito mais com competição entre moedas, entre moedas públicas, pode ser, e privadas. E aí entra, obviamente o Bitcoin, que para mim é uma grande reserva de valor e a gente não pode ficar de fora. Obviamente não é uma recomendação de compra, mas vale com que cada um entenda todo esse processo. Portanto, o que a gente precisa entender é que nessa tese de hike que encaixa diretamente com a tese do Yuan, não adianta você colocar guela baixo uma moeda para uso corrente. Você pode obrigar as pessoas a liquidar esses pagamentos internacionais, digamos, entre os bricks. Então, uma compra e venda tem que ser liquidada em Yan, entre Brasil e China, por exemplo. Mas a moeda de reserva, você recebe o Iuan e irá converter em uma moeda que você confia. Portanto, haverá uma demanda maior por dólares nesse caso e uma oferta maior à venda do próprio Yan, quem vai querer manter a sua reserva em Yan em uma moeda com controle de capitais. Mesmo que você faça isso assumindo o risco em uma quantidade menor, é bem provável que você mantenha uma quantidade maior em dólares. E justamente isso é explicado no livro que eu mencionei aqui de Hek. Ou seja, o que determina o valor de uma moeda é justamente a sua demanda. E é por isso que uma oferta maior da moeda feita pelos bancos centrais ao longo das últimas décadas vem trazendo a própria inflação. E uma moeda que não tem demanda, porque você tem receio de guardar essa moeda como reserva de valor, ela tende a ter o valor depreciado. E a China mantém a sua moeda depreciada de forma artificial para que os seus produtos continuem sendo competitivos no exterior. Espero que isso não seja uma maior dependência do Brasil em um país que vem colocando seus tentáculos na África, na América do Sul, com o maior porto, por exemplo, do Peru de Ticai, que já fiz um vídeo explicando sobre isso. E os Estados Unidos quer manter, obviamente, a sua hegemonia aqui na América Latina, diminuindo a importância dos bricks. E justamente por isso, Trump falando com Putin, falando com a Índia, tentando enfraquecer a própria China e consequentemente os bricks. Enquanto isso, nós, Bobo da Cortes, continuamos gritando. E eu falo: “Nossa, a figura do executivo no Brasil continua gritando sozinho pela desdolarização, sem entender minimamente as consequências que isso pode ocasionar, ou melhor, entendendo e talvez faça parte do seu projeto de poder. Por isso, é importante que falemos das oportunidades que elas têm e são muitas. Espero que tenha ficado claro e seguimos. M. [Música]

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