Billings 100 Anos | Documentário Completo

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no início do século XX São Paulo enfrentava uma grave crise energética uma cidade em plena transformação onde a ferrovia e a cultura cafeeira impulsionavam o crescimento e a industrialização surgia como destino inevitável mas o progresso encontrava um limite a escassez de energia elétrica [Música] foi neste cenário que o engenheiro ASA White Kenny Bills redefiniu os rumos da [Música] engenharia ele propôs reverter o curso dos rios utilizando o desnível da Serra do Maroveria o futuro de São Paulo esse projeto audacioso não só reconfigurou a geografia da região mas também foi o alicerce para a expansão urbana e industrial da cidade peelings 100 anos [Música] o AA White Bills ele era um visionário né primeira coisa importante é que ele estudou profundamente a condição geográfica e hidráulica da cidade de São Paulo então do ponto de vista de engenharia ele foi assim genial genial merecidíssimo o nome que eh foi dado à represa né principal o principal reservatório na verdade o projeto Serra da Usina Rborden não é um reservatório não é a Biens é todo um sistema que a gente chama de projeto serra interligado no início do século XX São Paulo precisava de mais energia paraa sua industrialização e a ideia foi então construir um reservatório para gerar energia na Baixada Santista que é o Zining Borden usando a queda livre da Serra do Mar para que isso acontecesse era necessário reverter as águas do Planal de Piratininga pra vertente oceânica então foi construído um sistema que lançava água doce pro mar então a água tinha só que a condição do Planalto era uma condição de um rio lento um rio vagaroso tanto o rio Pinheiros como o rio Tetê eram rio sinuosos lentos com curvas isso não gera energia elétrica a primeira condição para se gerar energia elétrica que atendeu nos primeiros anos do século XX em 1901 já era possível gerar energia elétrica pela condição geográfica em Santana do Parnaíba então a questão geográfica você tá no Planalto Atlântico aí você tem o início da depressão periférica ali é o único lugar em São Paulo que o Rio TT ganha velocidade portanto é onde eles instalam eh a usina de energia elétrica que não consegue atender a demanda e aí eh as white beans é um americano contratado pela Light canadense vem ao Brasil desenvolver um projeto de estudo ao invés de você fazer um canal subterrâneo ligando os reservatórios do Alto da Serra com o reservatório do Rio Grande depois chamado reservatório do Bigs você fez a inversão de um afluente do TT que era o rio Pinheiros transformando ele do canal Pinheiros e dessa maneira aproveitando água eh da bacia do TT até intercessão pelo menos com o Rio Pinheiros para bombeamento para o reservatório do Bins então eh qual o papel do Bingas ele foi o grande eh líder com conhecimento técnico capaz de transformar os recursos na implantação do projeto Serra então nós temos um sistema que ele sai do rio Tetê com a com a usina de Parnaíba que hoje onde fica a usina da a barragem de Gade de Souza essa água ela é transportada por gravidade também por um sistema de bombeamento na usina que é a usina elevatória usina São Paulo eleva 5 m essa água para que ela chegue então por por gravidade na usina elevatória de pedreira e a partir da usina elevatória de pedreira eu elevo 25 m dessa água para completar aqui o sistema Billings então qual que é o projeto dele assim de uma maneira muito simples falando tem um volume de água grande num rio lento que é o rio Tetê o rio Pinheiros é tributário do rio Titê desemboca no rio Tetê ele pensa da seguinte maneira: vamos reverter o rio Pinheiros então ele é construído a usina de traição que vai reverter o rio ela vai ganhar também a vazão da represa Guarapiranga uma parte da água da Guapiranga vai contribuir e vai encontrar um represamento de dois rios que já estavam represados aqui e tudo isso reservado para se ligar com uma represa que estava mais próxima da serra que é a Rio das Pedras então Rio das Pedras Serra baixo o reservatório Billings é um reservatório artificial então para que ele tivesse essa configuração e conseguisse armazenar essa quantidade de água que ele armazena ele precisou do quê de algumas estruturas no alto aqui no alto da serra e também ao longo do de toda a sua extensão para que essa água ficasse represada dentro de um sistema de colinas que tinha aqui na região de Planalto as pessoas não sabem que ela foi construída pelo homem né ela não existia eh então muitas pessoas até hoje não sabem acho que é um lago natural não é ela é um represamento de muitos rios que tem a contribuição de outros rios para manter aquele volume de água e que ela modifica toda a paisagem da região metropolitana de São Paulo né o Riacho grande é um exemplo disso a vila original do Riacho Grande ela não é onde nós conhecemos hoje ela tá eh imersa na própria represa então o projeto da Serra da Light ele é um projeto que modifica toda a configuração dos rios para ter um volume de água numa condição de desnível da própria Serra do Mar de 700 800 m para gerar grande volume de energia eh hidroelétrica a usina de Henry Borden ela então ela aproveita essa queda d’água essa energia que tá aqui acumulada na no Planalto Paulistano que chega essa água então para gerar esse esses equipamentos e transformar essa energia em energia elétrica e distribuir para dentro do sistema interligado nacional que é o SIM é a usina Henry Borden ela vai mudar a realidade transformar São Paulo em autossuficiente para energia elétrica se você pensar até a de 1900 1950 meados da década de 1950 eh a progressiva ampliação da usine reborden você vai perceber que ela naquela ocasião ela era praticamente a única fonte de energia que existia na primeira metade do século XX a partir da Primeira Guerra Mundial portos marítimos portos fluviais usinas hidrelétricas possam ser áreas de segurança nacional quando você entra em guerra em conflito com algum interesse esse interesse vai querer te estrangular e não foi diferente em 32 32 os paulistas rebelados contra o governo brasileiro governo federal investem com nas fronteiras do estado de do Paraná e do Rio de Janeiro e Minas Gerais e as tropas federalistas num ataque aéreo eh não bombardeia nenhum batalhão eles bombardeiam a usina Henrybord uma bomba caiu numa bananeira ali ao lado e a outra bomba caiu no telhado da usina eh sem dúvida o que eu entendo uma interpretação que eu tenho né é que não foi para destruir a usina e simidar e fazer com que a usina parasse de funcionar a usina e dessa maneira atrapalhar fazer uma pressão né sobre a população né e também ao esforço de guerra paulista então embora ela tenha caído dentro da usina numa área eh de segurança que fazia a usina funcionar era tipo o controle da usina ela não explodiu então ela ela fez avarias mas ela não incapacitou a usina a usina poderia continuar gerando mas aí por ordem das tropas eh revolucionárias eles desligam para evitar mais bombardeio eles desligam a usina né ela para de fornecer energia São Paulo fica num apagão no dia seguinte eles voltam a gerar energia nessa perspectiva de gerar energia na Machado Santista a Henry Borden eh foi desviado o a desviadas do Titê para dentro do canal do Pinheiros que por sua vez era combinada para dentro da Billings que ia pra vertente oceânica então esse sistema ele parecia funcionar adequadamente no no início do século passado porém a medida que os rios da metrópole foram se tornando mais e mais poluídos nós acabamos tendo um problema ambiental seríssimo que é a poluição da metrópole lançada num reservatório limpo nãoé de água limpa naquela época você não tem a cidade de São Paulo tão imensa como é década de 20 tá certo só que a poluição a cidade foi crescendo a poluição foi crescendo quer dizer e hoje o que a gente tem é é toda o que pese ter sido parado porque na Constituição a gente conseguiu parar o bombeamento contínuo era contínuo hoje eles bombeiam quando tem enchente São Paulo então o que mais prejudica a qualidade das águas da Bills não é nem as ocupações do seu entorno a maior contaminação da nossa represa é o bombeamento das águas poluídas do rio Tept Pinheiro [Música] [Música] [Música] hoje a represa Billings ela sofre bastante eh devido aos lançamentos de esgoto doméstico que ocorrem de forma irregular outro problema é o seguinte: em episódios de chuvas intensas aqui na região metropolitana de São Paulo você precisa evitar que a água do Pinheiros né eh flua no sentido do TT e aí essa água ela tem que ser revertida paraa represa Bines então aí tá um segundo eh uma segunda grande fonte de poluição para pra represa BIN além dessas cargas né pontuais existem também as cargas difusas que são aquelas cargas que estão associadas com a lavagem do solo do entorno da represa né então para cada episódio de chuva essa água acaba drenando pra represa e ela acaba carreando também diversos poluentes que comprometem a qualidade da água bom os principais problemas ambientais que nós temos no reservatório são eh primeiro ocupações irregulares segundo ainda o bombeamento do rio Pinheiros para o interior do reservatório terceiro a questão da supressão de vegetação quarto empreendimentos que são feitos sem que haja uma discussão com os órgãos competentes ou senão com as instâncias competentes então quando você tem uma mistura disso né que é supressão de vegetação ocupação irregular grandes empreendimentos e uma falta inclusive de fiscalização aí você tem o que nós conseguimos observar hoje que é a piora da qualidade de água do reservatório e também a perda de capacidade de armazenamento desse reservatório supressão da cobertura vegetal que é a Mata Atlântica que é quem garante né as nascentes o ciclo da água uma vez suprime a floresta para implantar bairros cidades você tá substituindo a floresta ao invzar água na bills água que não tem cheiro não tem gosto e não tem cor entre esgoto e lixo então esse é o começo do problema o reservatório Bings ele tem sim uma preocupação a especulação imobiliária a ocupação do território né o planejamento urbano né está na lei Bings que também querem vai fazer ela ela é de 2009 parcialmente não foi cumprida quase nada e já estão pedindo para rever por quê não fizeram o que devia não fizeram lição de casa não cuidaram da água não cuidaram do reservatório é mais fácil mudar a lei né e o que que a gente observa na represa Billings é que o corpo central que é influenciado pelos bombeamentos esporádicos e aqueles braços que têm uma ocupação mais consolidada com o tempo né eh principalmente que pega os municípios de São Paulo de Adema e São Bernardo nesses trechos mais impactados eh os padrões de qualidade eles Eles não estão sendo atualmente cumpridos eles estão em desacordo né com o padrão o padrão legal aonde as ocupações são irregulares a grande maioria desses lugares não tem nenhuma coleta de esgoto tem a chegada da água mas não tem nem a coleta nem o afastamento nem o tratamento desse esgoto é o pior mesmo é o esgoto mesmo né não tem outra coisa sabe assim se eles melhorar o esgoto dá pra gente fazer bastante coisa legal aqui mas enquanto não mexer aí a gente não pode fazer nada porque tudo os as feeses né falar a verdade vem tudo lá de cima vem do outro lado ela passa tudo aqui então o cheiro é horrível né aa mais quando bate o sol aí o cheiro fica bem forte mesmo e vai para onde isso aí a os esgoto vai lá paraa represa veja só a Lei Nacional de Adicionamento Básico ela diz o seguinte: o que é esgotamento sanitário é coleta transporte e tratamento o que a gente paga na conta da água é exatamente isso a gente paga o X de água e a gente paga o mesmo X do esgoto quando a gente paga o mesmo valor pelo esgoto é para que esse esgoto seja coletado transportado e tratado esse serviço não é feito ou se é feito é de forma muito pouca por isso que nós estamos dentro de um de da represa BIN repleta de esgoto então a população precisa cobrar isso ela tá pagando por um serviço que não tem de forma eficaz como essas ocupações estão numa área de proteção aos mananciais não pode ser feito nenhum tipo de projeto de saneamento então o esgoto das casas dessas pessoas acaba chegando direto no reservatório então o grande impacto não só pro reservatório mas também pra saúde dessas pessoas é esse que o esgoto ele chega direto no reservatório sem nenhum tratamento e essas pessoas sofrem por conta disso é assim à noite não tem água eles fecham né mas quando é de manhã que a água chega ela é um leite puro tanto é que assim café de manhã essas coisas a gente faz eu faço com a água da mina que a gente busca né na mina e eu faço com a água da mina porque eu já andei tomando água da torneira e me deu diarreia então eles que teria que e mexer arrumar aí sim aí você fala: “Não agora eu tenho o esgoto eu vou pagar.” Aqui é onde lançava diariamente todos os esgotos da grande São Paulo então aqui é a parte mais poluída da represa que esse esgoto vem com tudo que é tranqueiro e vai sedimentando não chega esses sedimentos eles não chegam lá nos contrafortes da Serra do Mar que é onde estão as aldeias indígenas então a mas não chega a linchaiada que tá aqui mas a poluição chega [Música] que na represa a criança gosta de nadar né menos eu né que não gosto então as crianças elas adoram né mas a gente escolhe o dia né que quando a água tá muito suja aí não deixa a criança entrar né mas eles vêm aqui para nadar para pescar criança gosta é para pra gente a represa faz bem também né só que eh um pouco eh a gente acha assim é que a represa vem muita sujeira né de fora também vem acho que tem dos banheiros também dos na indígena que vem bastante né a sujeira eh no caso se for eh a represa fosse melhor hoje claro que a gente teria mais qualidade de vida mas infelizmente isso afeta também na questão de de hoje em dia né como a represa tá né poluída tá doente então e a gente não sabe o que fazer né como que podemos fazer para recuperar né então isso limita bastante a qualidade de vida né dos povos [Música] indígenas [Música] h onde nós temos aldeias indígenas como essas cinco que estão aqui principalmente três delas que são dentro do município de São Bernardo do Campo eh são as áreas que nós temos maior preservação quero dizer o seguinte a grande São Paulo sem esse reservatório recuperado e preservado não sobrevive às atividades tanto econômicas como sociais se houver um colapso do reservatório Billings nós de imediato teremos aproximadamente 8 milhões de pessoas sem água eu acho que isso já é um impacto bastante grande né então preservar recuperar o reservatório significa preservar a vida de aproximadamente 8 milhões de pessoas na região metropolitana de São Paulo [Música] [Música] а soluções para melhorar a qualidade da represa Billings elas estão algumas em curso e enfim uma primeira solução é a melhoria da qualidade d’água do do Pinheiros que é uma fonte e significativa pra represa Bíles segunda eh solução importante é cuidar do uso e ocupação do solo da represa o município que tem a responsabilidade pelo saneamento dos esgotos domésticos ele tem que ter contratos com as empresas de saneamento no sentido de nos próximos anos zerar o lançamento de esgoto bruto nos corpos hídricos que fluem pra represa bins e o terceiro seria ações junto com o município na redução das cargas difusas então enfim é você ter um programa de varrição de ruas limpeza dos sistemas de drenagem sistemas de amortecimento de água de chuva enfim são medidas que minimizariam a carga poluente difusa que migra paraa represa o primeiro problema da BNIX é a fiscalização integrada entre estado e municípios isso tem que acontecer de uma forma muito rigorosa a segunda questão é a perspectiva de uma política para impedir o adensamento dos balanciais porque uma vez que os loteamentos vão sendo anunciados eles vão sendo verticalizados e você tem mais população portanto você tem mais carga difusa no reservatório o terceiro ponto é a recomposição da área da mata ciliar que funciona como os cílios funcionam nos olhos para proteger a a o corpo d’água então isso é um filtro natural que protege o reservatório e além disso você tem que revejetar as áreas que foram desmatadas e que são fundamentais paraa produção de água no reservatório ela perdeu 50% da sua capacidade de produção natural desde 1930 e isso eh significa você tira a floresta você tem menos água né então é preciso revegetar é preciso compensar aquilo que foi perdido ou seja você precisa de gestão e você precisa de um processo de recuperação eu não acredito em soluções que sejam individualizadas porque o reservatório ele faz parte de sete municípios então não dá para você pensar numa solução individualizada os municípios têm que se conversar de que forma como é que nós vamos pensar o reservatório Billings juntos de que maneira que a gente vai fazer essa integração entre os municípios na busca de soluções sim a a a qual é a solução você parar de bombear esgoto parar de de ter loteamentos irregulares e até regulares porque já foi degradado além do limite as áreas preservadas precisam ser garantidas preservadas para que a represa tenha condição de ser reenchida com águas de suas nascentes naturais essa é a solução necessária fundamental qualquer outra é paliativo sim o o Estado né cumprir o que tá escrito na lei específica nos próximos 100 anos a gente pode porque assim a lei ela é muito boa ela foi muito bem pensada agora entre a lei e a prática existe uma certa distância então eu acho assim o desafio é o estado trabalhar de forma integrada para pôr em prática essa lei específica que trata muito bem né eh da gestão do uso e ocupação do solo no entorno da represa com a perspectiva de melhorar a condição de qualidade de água que é tudo que a gente almeja você tem um reservatório com 100 anos de existência e quanto foi feito para proteger esse reservatório né e na verdade nós vemos que a capacidade da sociedade na proteção desse bem natural foi muito pequena e o tempo passou né e o tempo passou e nós ingressamos na era da emergência climática o que torna as coisas piores né agora passados 100 anos é mais um motivo de nós pensarmos como nós tratamos esse reservatório e como ele deve ser tratado não só para agora mas pro futuro né que vai ser muito mais desafiador com certeza os 100 anos da represa Billings devem ser comemorados por nós ainda termos em 100 anos né um reservatório como esse com capacidade de armazenamento porém esses 100 anos eles devem ser repensados né a gente tem que aprender com os erros eu acho que nós temos que pegar tudo que a gente errou e falar assim: “Olha erramos nisso nisso nisso e devemos procurar soluções para isso isso e isso” assim num pensamento integrado mesmo as futuras gerações que não tem nada a ver com a irresponsabilidade das presentes gerações então essas presentes gerações precisam entender que que virão futuras gerações que seja um século dois séculos um bilhão de anos precisa chegar na terra em condições de sobreviver né mas sobreviver com condições de vida digna então as atuais gerações sabe são fundamentais para que exista vida daqui 100 anos 200 anos 300 anos 1 bilhão de anos nós temos 1 milhão de pessoas vivendo lá então se a gente conseguir né embutir na cabeça dessas pessoas a sua responsabilidade a gente ganha um exército não de uma pessoa mas de 1 milhão de pessoas trabalhando em própria o que é algo extremamente importante né enxergar o reservatório Billings como um ente querido daquele que você vai e aquele que você quer proteger né então enxergue como se fosse um parente seu assim como fazem os grupos indígenas que eles falam que todo corpo d’água é parente e para isso você tem que proteger e preservar então enxerguem assim como se fosse um parente seu que você quisesse proteger e preservar então a gente precisa entender que é um processo cirúrgico socioeconômico então a gente precisa sair do socioeconômico pro socioambiental né para garantir não só 100 anos da Billings mas que a gente vai passar a Billings permanece [Música] [Música] [Música] [Música]

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