BLACK MIRROR 7: ANÁLISE de TODOS os EPISÓDIOS! (SPOILERS) | Futurices
0a temporada 7 de Black Mirror chegou na Netflix e o Charlie Brooker criador da série resolveu deixar o terror de lado dessa vez e trazer o Sci-fi de volta com tudo achei ruim não achei top óbvio porém será que a série segue trazendo episódios que cutucam a gente até a Espinha né que fazem a gente repensar o uso da tecnologia a sociedade as relações humanas o tédio da existência e até o que a gente posta no nosso feed ou será que já deu uma cansada e virou só mais uma antologia que vive da fama do passado nesse vídeo a gente vai passar por cada um dos episódios da nova temporada com spoilers tá então já sento o popô aí porque hoje tem análise com uma pitada aí de paranoia digital e crise existencial afinal Black Mirror é isso né uma ficção que esfrega na nossa cara os reflexos mais distorcidos e mais reais do nosso mundinho moderno e pessoas tudo bem com vocês meu nome é B Eler eu sou Futuristas e hoje a gente vai falar sobre Black Mirror né a clássica série de sci-fi da Netflix que adora mostrar o que acontece quando a tecnologia passa do ponto e transforma a realidade em um verdadeiro pesadelo digital porque assim Black Mirror a tecnologia até começa com boas intenções né mas daí vira chip que conecta o cérebro à nuvem algoritmo que molda a realidade simulação que revive o passado tamagotech que ganha consciência e por aí vai só que felizmente na vida real ainda existem tecnologias que vieram para facilitar a nossa vida e não para dar dor de cabeça e um exemplo disso são em pessoas comuns primeiro episódio da sétima temporada de Black Mirror a gente acompanha a Amanda e o Mike um casal com uma vida simples e que comemora o aniversário de namoro comendo hambúrguer zoado num motel mais zoado ainda e tá tudo bem porque aquilo é suficiente para eles mas tudo muda quando a Amanda entra em um estado vegetativo por conta de um tumor no cérebro e aí que surge a River Mind uma tecnologia que promete devolver a consciência dela por meio de um implante cerebral conectado à nuvem parece milagre mas na verdade a solução tem um preço bem alto de todas as formas possíveis pessoas comuns é o típico episódio Black Mirror né começa com um drama íntimo e cotidiano e aos poucos apresenta uma tecnologia que parece a solução perfeita mas que depois viram o nosso pior pesadelo apesar disso o que torna esse episódio especial é que diferente de outros da série o terror aqui não tá em um futuro distante ou em tecnologias mirabolantes mas sim no presente num sistema que já é bastante familiar a tecnologia entra como promessa de mais tempo de vida mas entrega menos presença menos afeto menos humanidade menos tudo e o Mike aceita o procedimento achando que tá salvando a esposa mas o que ele faz mesmo é prender os dois num sistema de cobrança infinita e assim como acontece no episódio de Oan é péssima a Netflix aqui faz de novo o favor de debochar da própria desgraça porque a River Mind funciona exatamente como qualquer aplicativo de streaming que a gente já conhece muito bem começa como algo bem conta mas logo vem o plano premium pacote Lux o Ultra Lux o Lux Master Blaster Cabuloso e sei lá mais o quê e a cada upgrade a gente tem menos autonomia e mais boleto com a Amanda é a mesma coisa ela passa a ter horário para existir tempo limite para est acordada tem até propaganda no meio das conversas se ela quer fazer uma viagem tem que pagar pela cobertura e se quer engravidar adiciona aí mais uma taxa extra e pro Mike aquela vida simples que eles levavam agora exige plantão dobrado humilhação pública e performance constante tudo isso para continuar entre muitas aspas vivendo ou seja o que era amor vira plano de assinatura o que era cuidado vira prestação e a vida literalmente se torna um serviço e quando a Amanda experimenta a versão Lux do River Mind a crítica escala né o hambúrguer tem um gosto melhor a música emociona mais o sexo é otimizado e voltar pra simplicidade depois disso fica difícil afinal o luxo digital intoxica e o comum começa a parecer um castigo pessoas comuns mostram então que o futuro não é feito de grandes inovações distantes mas daquilo que a gente já tá vivendo de um mundo onde o básico é cobrado onde tudo exige um extra e onde até a má alguém parece precisar de atualização é uma crítica ao sistema de saúde aos modelos de assinatura e sobretudo ao capitalismo que transforma até o nosso tempo os nossos sentimentos e a nossa existência em produto no fim o episódio pergunta o que que a gente perdeu nesse caminho e talvez a resposta esteja ali simples esquecida num motel caído num hambúrguer duvidoso no que já era suficiente antes da gente achar que precisava deais em Beteno a gente conhece a Maria uma executiva de uma fábrica de chocolates que tá ali vivendo uma vida normal até ela reencontrar a Verity uma ex-colega de escola que digamos não guardou boas lembranças do passado isso porque a Verity era aquela nerd solitária que sofria um bullying pesado e olha ela não superou não mesmo as duas acabam na mesma empresa e aí que as coisas ficam estranhas pra Maria é nome de marca mudando e-mail chegando diferente do que ela escreveu gente tratando a Maria como se ela estivesse perdido completamente o juízo e o pior é que ela mesma começa a duvidar disso também e o mais interessante é que a gente vê tudo pela perspectiva dela né então a gente sabe que ela tá certa mas todo mundo ao redor age como se ela estivesse surtado mesmo a grande verdade é que a Verity criou uma tecnologia que com um simples colar permite que ela molde a realidade ao gosto dela e o pior é que todo mundo ao redor é arrastado para essa versão dos fatos como se fosse a única possível o episódio então é basicamente sobre isso sobre imagem traumas controle poder e como a gente pode ser destruído só pelo jeito que os outros escolhe enxergar a gente beteno é sobre uma garota que foi humilhada ignorada rotulada como a esquisita no colégio e que anos depois vira uma gênia da tecnologia cria um dispositivo que literalmente reescreve a realidade e resolve usar isso para se vingar ela não usa violência física mas manipula a percepção ao ponto de isolar desestabilizar e fazer a outra parecer louca numas light high tech que revele o velho jogo de poder onde quem controla a narrativa controla tudo só que o mais interessante é que a Verity não vence né apesar de todo o seu plano maquiavélico ela se dá mal no final e o episódio não trata isso como uma grande verdade libertadora pelo contrário o que era trauma para uma vira trauma reciclado pra outra porque a Maria agora tá no mesmo lugar com o mesmo poder e provavelmente vai repetir o mesmo ciclo então o que que esse episódio quer dizer né talvez que por mais tentador que seja transformar a dor em vingança o trauma não se resolve quando você inverte os papéis ele só se reinventa apesar do seu poder infinito a Verity não curou nada né ela só passou a viver presa na própria mágoa e a Maria quando assume o controle entra exatamente nesse mesmo jogo ou seja o poder não cura o passado e a tecnologia por mais avançada que seja não conserta ferida emocional em resumo façam terapia em Hotel Revery a série entrega um episódio de romance sci-fi com um gostinho de clássico que eu achei um dos mais bonitos dessa temporada a história gira em torno da Brandy uma atriz que acaba topando protagonizar o remake de um filme antigo usando uma tecnologia de simulação hiper realista a tal empresa Red Dream coloca ela literalmente dentro do filme e lá ela vive cada cena como se fosse real fala por fala sentimento por sentimento conforme a Brandy vai pesquisando sobre a atriz original do filme a Doroty que tirou a própria vida depois do sucesso do longa ela começa a se reconhecer nos traumas dela na solidão na pressão da indústria na dor de nunca ter vivido um amor verdadeiro e na forma como tudo que é íntimo vira espetáculo e é dentro da simulação que a Brandy acaba vivendo o que a Dorot talvez nunca pôde que é um romance com a Clara uma personagem digital que carrega traços profundos da Dorot real isso tudo enquanto do lado de fora a equipe surta com bugs instabilidade e atraso de produção e aí que o episódio traz uma crítica muito interessante porque Hotel Revery não traz um discurso escancarado contra a IA ou contra a tecnologia mas vai cutucando a ferida com calma né mostrando como mesmo o mercado cinematográfico estando cercado de recursos ultraavançados o que transforma tudo ainda é o que é humano e mesmo que a Clara seja uma criação digital o episódio não se contradiz afinal o sentimento da Brandy não brota do algoritmo em si ele vem da marca que outra mulher deixou ali antes já que a Clara só é tão viva porque carrega a intensidade da Dorot que um dia existiu ou seja de uma forma extremamente emocional e sutil Hotel Revery critica os remakes vazios a obsessão da indústria por digitalizar tudo e o uso da inteligência artificial como se fosse resolver aquilo que depende do improviso do erro ou do toque a brand se envolve se transforma e volta diferente deixando claro que no fim o que move a arte continua sendo o sentimento e não o processamento o The Revery é um episódio que homenageia o cinema os filmes antigos as narrativas com alma daquelas que atravessam décadas não por causa dos efeitos mas porque tem verdade é uma história que deixa claro que mesmo tudo sendo simulado o que fica é o que foi sentido de verdade nem que seja por 90 minutos [Música] já o quarto episódio da sétima temporada de Black Mirror Brinquedo discute de forma provocativa os limites entre realidade tecnologia e consciência a história acompanha o Cameron um jornalista de games que é convidado para testar um novo jogo criado pelo Colin Ritman o mesmo cara que criou Benderset mas o que parece ser só mais um game na verdade é uma simulação complexa habitada por criaturas digitais chamadas Stronglets uns tamagoches mais evoluídos que aparentemente desenvolveram autoconsciência e passaram a temer a própria morte a partir daí Brinquedo mergulha em temas como o culto as teorias da conspiração a perda da confiança na realidade compartilhada o poder de manipulação das narrativas digitais e o paradoxo de um mundo onde a tecnologia criada para entreter acaba moldando e devorando a própria humanidade o Cameron acredita ser um cara que vê a verdade né que descobriu algo revolucionário e se torna defensor daquelas vidas digitais mesmo que isso signifique colocar a sua própria existência em risco e aí a grande provocação é: será que os Stronglets realmente evoluíram e passaram a ter sentimentos próprios ou será que o Cameron só projetou neles as suas dores traumas e a sua necessidade desesperada de dar algum sentido pra vida talvez não seja o episódio mais impactante da temporada mas o alerta é interessante afinal a discussão não gira em torno de robôs do mal e sim da forma como a gente utiliza e vê a tecnologia sobre como a gente vai se rendendo pouco a pouco a sistemas de controle cada vez mais sutis achando que tá despertando quando na verdade tá só trocando de prisão então a pergunta que fica por fim é: até que ponto a nossa humanidade já foi sequestrada por algoritmos que moldam mais a gente do que a gente molda eles né [Música] já o quinto episódio chamado Elody é um dos meus preferidos nele a gente acompanha o Philip um homem recluso e meio amargurado que um dia recebe uma encomenda inesperada a mulher que ele amou há muitos anos morreu e uma empresa chamada Eulod quer que ele faça o upload das memórias que ele tem dela para um veló imersivo onde amigos e família vão poder reviver lembranças dentro de uma simulação digital só que tem um problema o Philip já não consegue lembrar mais do rosto dela e a partir daí através de uma tecnologia revolucionária ele literalmente mergulha em fotos antigas fitas velhas e registros analógicos que ele tinha enterrado junto com o que sentia o episódio propõe uma reflexão bem potente sobre memória sobre luto e o risco de transformar o passado em um lugar editável demais porque com a tecnologia oferecida pelo kit de luto o Philip consegue literalmente entrar nas fotos andar por dentro da imagem revisitar cenas observar detalhes que tinham passado batido e tudo isso parece lindo até a gente percebeu quão perigoso é quando a lembrança vira um produto reprogramável pouco confiável apesar disso diferentemente da maioria dos episódios de Black Mirror Elody não mostra a tecnologia como uma vilã aqui pelo contrário ela funciona quase como uma terapia mas uma terapia que só dá certo quando encontra do outro lado alguém disposto a sentir de verdade ou seja o luto nesse caso não se resolve com nitidez com HD com escaner emocional ou com uma fotografia transformada em realidade aumentada ele se sustenta na ausência no que faltou e no que a gente nunca vai lembrar por inteiro e o episódio entende isso muito bem no fim das contas eu acho que Yolody é sobre a diferença entre lembrar e reviver lembrar é um processo interno subjetivo cheio de ruídos e reviver pode ser arriscado porque congela o tempo e impede a gente de seguir isso porque o Philip só encontra alguma paz quando ele para de tentar reconstruir a imagem perfeita da mulher que se foi e começa a olhar para si mesmo para sua culpa sua arrogância seus erros e só ele consegue enxergar não só ela mas ele mesmo por quem realmente era com uma estética que valoriza o toque o tempo a poeira em suspensão e o silêncio Elody é um episódio que desafia o próprio conceito de Black Mirror ele não mostra um futuro apocalíptico ou uma iá fora do controle mas sim algo mais íntimo e talvez até mais assustador que é como a gente lida com o que passou e com o que sente é um episódio que fala sobre uma geração que viveu entre o analógico e o digital que trocou álbuns de fotos por arquivos em nuvem memórias de papel por notificações do Google Photos e que talvez por isso esteja precisando reaprender a lembrar né não com uma fidelidade cirúrgica mas com afeto e com humanidade no fim Eulod deixa um recado bonito e melancólico de que a vida não é feita para ser revista em alta definição mas sim que ela é feita para ser sentida mesmo nos erros nas falhas ou nos silêncios [Música] o sexto e último episódio da nova temporada de Black Mirror e USS Calister Into the Infinity é a primeira continuação direta de um episódio da série e mostra que a tão sonhada liberdade da tripulação digital era só mais uma camada de prisão agora eles vivem escondidos dentro do jogo Infinity tentando sobreviver em meio a milhões de jogadores e driblar o suporte do sistema enquanto do lado de fora um CEO sem noção só quer manter os lucros rodando para mim esse episódio mergulha numa crítica a promessa de mundos infinitos que na prática só servem para manter a gente preso tudo parece expansivo mas é só repetição disfarçada não tem história só missão vazia não tem fim só manutenção e no meio disso tudo eu acredito que o episódio se assume quase como uma autocrítica afinal o Brooker revisita personagens recicla fórmulas mas também vira o espelho pra gente até porque será que a gente realmente quer mesmo novidade ou só mais do mesmo com cara de novo inclusive o criador do jogo preso dentro da própria obra é praticamente uma metáfora do Brooker né um programador de mundos forçado a agradar o público e a plataforma mesmo que isso signifique repetir eternamente o que já funcionou o episódio não fala só então de jogos e dos perigos da tecnologia ele fala de redes de séries infinitas de filmes que já estão na 10ma sequência e de sistemas que se alimentam da nossa demanda constante por mais conteúdo no fim Intida Infinity é menos sobre inovação e mais sobre reconhecer que a gente também faz parte desse ciclo e que talvez a verdadeira prisão não esteja no jogo mas na nossa dificuldade e da indústria de deixar uma história acabar apesar disso tudo o episódio diverte tem boas atuações personagens carismáticos e uma trama que segura a atenção então se o Brooker quisesse fazer um blockbuster redondinho né daqueles que a indústria adora empacotar e vender como se fosse novidade ele claramente conseguiria mas justamente por saber disso talvez ele esteja dizendo o tempo todo que essa repetição confortável e vazia é justamente o problema da coisa [Música] fechando essa temporada dá para dizer que Black Mirror dessa vez não tá tão interessado em prever um futuro insano com tecnologias absurdas né na real quase tudo aqui a gente já viu antes chip na cabeça simulação upload de memória com sentimento não tem nada muito novo ou que faça a gente sair gritando: “Meu Deus o que será de nós?” E talvez seja exatamente esse o ponto porque o foco dessa vez não tá nas máquinas surtadas e sim na gente na forma como a gente vive sente consome e tenta dar sentido para tudo isso as tecnologias se repetem mas os dilemas são outros agora não é mais sobre o que pode dar errado em um futuro distante mas sim sobre como a gente já vem se enrolando com o presente com que já existe agora então é uma temporada menos espetaculosa e mais íntima né que troca a piração pelo desconforto real a paranoia pela culpa pela saudade pela negação e pelo controle esse nada que reinventa a roda pelo menos ela acerta na pergunta mais difícil que é se o problema tá mesmo na tecnologia ou na forma que a gente escolhe usá-la né em resumo é uma temporada menos sobre o que o futuro reserva pra gente e mais sobre o que a gente anda fazendo com o presente e isso para mim torna ela uma das mais perturbadoras até agora mas aí o que que você achou dessa nova temporada de Black Mirror curtiu não curtiu me conta aí embaixo e se você curtiu esse vídeo não esquece do like da inscrição que ajuda um montão um beijo e a gente se vê no futuro เฮ [Música]







