BOLHA IMOBILIÁRIA? O QUE ESTÁ ACONTECENDO COM O MERCADO AMERICANO?
2O que está acontecendo com o mercado imobiliário americano e qual que é a importância nos seus investimentos de você acompanhar o mercado imobiliário americano para entender o estágio, a condição da economia americana? Eu estou aqui mais uma vez com o Heraldo da Brasil Plural, que é a empresa parceira nossa nos Estados Unidos, na Flórida. É alguém que eu admiro muito e que acompanha vários indicadores econômicos. Então, seja bem-vindo mais uma vez aqui ao canal Heraldo e vamos conversar bastante sobre isso, responder essas perguntas. Obrigado pelo convite, é um prazer táar aqui novamente. Vamos embora. Boa. E só lembrando, gente, eh para quem tiver interesse em ter uma gestão profissional dos seus investimentos nos Estados Unidos, preencha esse QRcode que tá aparecendo aqui. O Heraldo ajuda a gente nesse sentido também. A Brasil Plural tá sempre com a gente, a empresa parceira aqui nossa. nós atendemos a partir de $1.000. E Heraldo, eu gostaria de já começar te perguntando uma coisa. Quais são em termos de mercado imobiliário, quais são os indicadores tradicionais e alguns outros sofisticados também que a gente precisa analisar e que é relevante pra gente tentar entender a condição da economia, certo? É, o tema do mercado imobiliário tem chamado atenção, né? Acho que na alguns dias atrás saíram algumas imagens do aumento de imóveis à venda. Agora tá oo contrário, né? dos últimos anos tem mais vendedor do que comprador e chamou atenção um estoque de 700 B fechando no mês de abril e a demanda quietinha por várias razões. Em vez de entrar na discussão econômica das razões por trás da demanda, vamos só apresentar uma forma de se avaliar a saúde do mercado imobiliário, porque na verdade o mercado imobiliário aqui ele é um bicho de sete cabeças. Você tem regiões, você tem tipos diferentes. Então você tem o mercado residencial. Exato. Você tem o mercado residencial de casas novas na Flórida. Aí você tem o mercado de multifamily, que é considerado comercial, apesar de ser residencial, que é são aqueles prédios pequenos que geralmente tem um dono e aí as pessoas alugam, não tem a possibilidade de comprar o apartamento. indicadores tradicionais que a gente olha por região, por tipo, né, de imóvel. Quando a gente tá olhando um fundo imobiliário, um read, né, que a gente chama aqui re, a gente vai olhar pro aluguel, receita de aluguel, tendência de de vacância, né, quantos imóveis estão ficando sem ninguém alugar, como que tá esse, porque aí você consegue ter uma ideia da demanda na região, no tipo de imóvel. Aí a taxa de hipoteca de 30 anos, ela influencia, por exemplo, a demanda por novas construções ou ou a demanda por vendas de casas e a taxa de 15 anos, que na verdade não existe o contrato futuro, mas seria ali uma taxa, uma taxa entre a de 10 e a de 20 anos, ali é onde você enxerga o a proxy da taxa de refinanciamento. Então, às vezes a pessoa pegou uma hipoteca de 30 anos quando a taxa era, sei lá, 5% e aí agora a taxa caiu para 4% e a pessoa quer refinanciar. Ela juntou um dinheiro, ela bate um pouco do que tá ali no financiamento, a casa aumentou de valor, você consegue trabalhar esse tipo de equity a seu favor quando a taxa cai, que é algo que também ainda não tá não tá pegando, né? Então, ainda não tá chamando muita atenção. E aí você tem outros indicadores também interessantes, tradicionais, que é New Construction, eh, que aí você vê a quantidade de novas construções que estão sendo colocadas, geralmente vai ser de casas e de prédios de multifamily. Os prédios de multifâ são considerados imóveis comerciais para fins aí, eu diria mais jurídicos da de como funciona. Porque para você pegar um empréstimo, alavancar uma obra de um imóvel residencial, se a pessoa declara aquele imóvel como homestead, ou seja, como moradia única, até mesmo aqui nos Estados Unidos existem algumas travas que você não consegue alavancar o projeto, etc., porque você não consegue tomar o colateral. Então o mercado de multifamily, ele é muito mais dinâmico, porque ele é considerado comercial, então ele fica na lei do imóvel comercial. Mas o que eu gosto de olhar são indicadores mais sofisticados. O principal deles é o NHB, que é o National Association of Home Builders. O NHB ele mistura informações que dão um certo aspecto do sentimento do construtor, a percepção de vendas de single family, né, casas single family, ou seja, casas de uma família só. E aí tem uma parte que é meio softir ali, que é baseadas em baseada em percepções, que é as expectativas de venda pros próximos meses. E aí por último eles tentam medir através das empresas que são de corretoras e tal, de imóveis. o tráfico de possíveis compradores, né, visitas de possíveis compradores aos imóveis que estão à disposição. E aí esse dado do NHB, ele fica disponível tanto no site do NHB quanto no próprio site do Fed, no Fred. E as últimas leituras t sido bem ruins, né? No mês de julho, ele ele veio em 33, ele é considerado em expansão acima de 50 e em junho bateu 32, que foi ali uma certa reflexão da persistência do baixo nível de confiança dos construtores. E isso isso é refletido também, por exemplo, no preço futuro do lumber, né, da madeira que tá em queda livre. E a taxa de morto de 7% na média, entre outros desafios aí que não entram no tópico do qual. Gente que mora aqui na Flórida, a gente sabe que aqui na Flórida a gente passou por um período aonde os imóveis dobraram de valor, principalmente em regiões de cidades menores, perto de cidades grandes, mas não tanto nas cidades grandes. Agora você pega região, por exemplo, entre Naples e Tampa, ali dobrou, não tinha nem estoque. E agora a gente vê notícias, sei lá, Pult, a a To Brothers fez um condomínio em Sarazota que é bem no meio, e não vende nenhum e o estoque subiu 50%, e o estoque subiu 100%. Então, é interessante, a gente ao longo do tempo aqui para eh questões internas de acompanhamento cíclico, que é o meu trabalho hoje na inteligência de mercado, a gente criou um negócio chamado Housing Demand Index, que é uma construção bem simples que qualquer um pode fazer, na qual você tenta construir a curva de demanda usando vendas de novas casas, o preço mediano de uma venda de uma casa, dividido ali pela construção de casas e pelos meses de oferta que eles calculam no próprio site do Fred também, quantos meses de oferta tem se pararem de construir hoje, né? Quantas casas temura, quantos meses dentro de uma certa estatística. E aí a gente observa que o o nosso Housing Demand Index, ele tá em território negativo há 4 anos e nos últimos meses ele voltou a tocar num fundo que é ali mais menos de um desvio padrão e meio do histórico da distribuição, né, estatística desde os anos 60. E obviamente que o topo histórico foi marcado ali logo depois da pandemia, no ano de 2021, com aquela febre de pessoas se mudando paraa Flórida, pro Texas, pro Tennessee, mas esses mercados que ficaram bem aquecidos depois do episódio. Ele tá no mesmo nível ali de 2008 praticamente, né? Esse indicador de você e é só residencial que vocês vocês fizeram ou ele pega? Não, não. A gente trabalha olhando mais o residencial. E o engraçado que ele entrou em território negativo em abril, em em janeiro de 2006 e ele ficou em território negativo muito tempo, eh, até a crise de 2008. Então, não é que ele é um indicador assim imediato, né? Ele vai mostrando que o mercado já tá ficando saturado. Ele é um indicador que dá para a gente tirar algumas conclusões a respeito de do balanço entre a demanda e a oferta, né? Porque se ele tá subindo muito rápido, o mercado imobiliário, as construções, etc., tá ficando apertado porque o preço tá subindo junto com a demanda por casas e a oferta tá quieta. E aí se ele cai aí a gente pode assumir que ou a oferta tá aumentando muito rápido, que é o caso do porque que ele se manteve baixo no ano passado, que a demanda não tava tão ruim, mas a oferta tava aumentando. E aí se cai a demanda e a oferta junto, ele cai mais ainda, que é o que aconteceu na última leitura, que se eu não me engano é a leitura de junho ou de julho. Tem outros indicadores bons que eu uso para indicadores, por exemplo, indicador líder, né? Eu gosto de olhar no site do Fed quantos pedidos de permissão que chamam permits aqui nos Estados Unidos foram pedidos para se iniciar uma construção. Esse dado é público, ele vem com um mês e meio de atraso, infelizmente. Mas eu eu alimento um índex de indicadores líderes que a gente usa aqui. Permits é um dos que fazem parte ali do negócio. Outro que eu também acho interessante, mas esse é mais um confirmador de tendência, é dentro da leitura de novas ordens que costuma sair com um a dois meses de atraso, você pode separar para ver no próprio site do Fed também. Há novas ordens em cima de materiais de construção, cimento, essas coisas. Madeira. Exatamente. E aí tem o mais famoso que é o Case Chiller Home Price Index, que eles pegam as 20 maiores cidades dos Estados Unidos. É um indicador super tradicional. A gente gosta de observar o Case Chiller com o diferencial de 12 meses, né, percentual para que você possa inferir uma opinião sem influência de sazonalidade. Então, quando você compara o mês de julho desse ano com o mês de julho do ano passado, você assume que não tem sazonalidade, porque você tá comparando a variação dele analisada de 12 meses. Inclusive, para quem gosta do tema de indicadores econômicos, a grande maioria dos indicadores devem ser observados dessa maneira. Então é isso aí. Não sei agora se quiser discutir sobre temas recentes, é, fico à disposição para você tocar aí. O que eu queria falar até para quem tá tá ouvindo a gente, Heraldo, uma coisa importante é que esses dados eles não são relevantes só para quem, por exemplo, pensa em comprar casa nos Estados Unidos, coisas assim, mas nos seus investimentos como um todo. E eu acredito que, por exemplo, você vai investir em em reads ou em private equery no mercado imobiliário em si. Eu acho que o o grande risco, eu queria sua opinião sobre isso, o maior risco que eu vejo é o risco de concentração. Então o risco é, dependendo daquele projeto, ele ser muito concentrado em uma determinada cidade ou um determinado projeto. E a gente sabe que toda centralização implica fragilidade. Então, antes de você investir no mercado imobiliário, de fato, seja através de um REITE, de um ETF, o que for, ou um private equy, você avaliar isso, esse risco eh de concentração. E a segunda pergunta que eu queria fazer é o seguinte: quando a gente fala de ciclo econômico, o mercado imobiliário é um dos componentes, né? não é uma da dos fatores, é das variáveis ali que a gente acompanha, mas tem outras também. Assim como a gente consegue puxar os pedidos de material de construção, na indústria também dá dá para avaliar isso, mas aí já não é mercado imobiliário, é indústria. Tem também a questão da curva de juros, dados de emprego. Então assim, a economia não é uma ciência exata, né, pra gente cravar e falar: “Não, eu vou olhar esse indicador e é isso daí que vai me servir como antecedente de ciclo.” E baseado nisso, a gente pode dizer que os Estados Unidos vai entrar em recessão ou não ou ou vai demorar um pouco mais para isso acontecer. Então eu queria te perguntar o como que você enxerga em termos de ciclo econômico o mercado imobiliário? Qual que é a importância que você dá para isso? Você acha que ele é um dos indicadores mais importantes ou você acha que tem outros que são mais relevantes pra gente tentar estimar aí o estágio do ciclo e a a saúde da economia americana como um todo? Eu vou responder primeiro a segunda, depois eu falo de concentração, que é um tema importantíssimo também. Medir o ciclo econômico é um trabalho ingrato de uma certa forma, porque é a mesma mesma coisa que o trabalho do meteorologista. Ele não é levado tão a sério quando você tenta falar que daqui a 15 dias vai chover, mas na parte da economia é pior ainda, porque você ainda tem um monte de meteorologista que primeiro espera a chuva cair para depois falar: “Viu só, choveu ontem”. Então aí acaba confundindo a cabeça das pessoas. Mas o trabalho em si, ele é um trabalho muito interessante para quem gosta de tentar organizar o timing pelo qual as coisas acontecem, né? O mercado imobiliário, a gente tem que levar em consideração que nessa nesse atual ciclo, a gente tá lidando com algumas anomalidades que foram experienciadas depois da pandemia, falta de oferta, excesso de demanda, coisas que não são naturais. se comparadas a períodos anteriores, eh, até os ativos, né, assim, você vê 2022 tudo caiu e agora tudo tá subindo também. É, é correlação anda terrível. É, exatamente. A correlação anda muito maligna. O mercado imobiliário, ele é um dos primeiros a dar sinais de deterioração no ciclo econômico, mas não necessariamente vai ser o mercado imobiliário que vai ser o driver de uma tendência de deterioração a ponto suficiente de causar uma crise ou uma recessão. Ele é apenas uma peça na equação. E essa peça que nós estamos discutindo já vem dando sinais desde o início, desde o ano de 2022. Tudo voltou a subir depois de setembro de 2022. O mercado imobiliário não. E aí você tem diversos fatores por trás, mas eu acho que o que mais chama a atenção é olhar a performance do setor fundos imobiliários versus os demais pros últimos 10 anos. A performance é muito muito muito muito distante dos demais. É, é extremamente importante acompanhar a saúde do mercado imobiliário quando a gente discute o ciclo, porque ele é um dos primeiros a dar sinais, mas ele não é só para esclarecer o a forma como o racional é feito, imagina que você tem vários sinais, né? Você tem o mercado imobiliário, você tem indústria, você tem sinais, como por exemplo do da parte de crédito da economia, demanda por por lowens, blá blá blá, e você tem por último, o último de todos ali é o desemprego. Você tem que medir isso de uma forma que quando todas essas luzes vão ficando vermelhas, isso gera um sistema de pontuação. E se você for capaz de medir em desvio padrão, você pode aí aumentar ou diminuir a sua confiança no que você tá achando que vai acontecer. E mesmo com todas as luzes ligadas vermelhas e mais de um desvio padrão abaixo da tendência, ainda existem efeitos que são efeitos psicológicos da sociedade que inexplicavelmente mantém o consumo acima do esperado, como foi observado no período entre 2022 e 2023, que foi a reão imaginária. Quem brinca muito com isso é aquele Mike Green, que ele mostra um gráfico de todos o do CFNAI, que é o indicador dos indicadores, mostrando anos de recessão, anos de recessão. E aí ele fala, aí ele bota 2023, ele bota uma seta e fala: “Aqui foi só sua imaginação.” Eh, então é um trabalho complexo e eu acho que o mercado imobiliário é crucial, mas tem que também levar em consideração fatores que são fatores únicos do mercado imobiliário, como por exemplo regiões, tendências migratórias. tem que levar em consideração, por exemplo, o mercado de escritórios que tá numa crise horrorosa, já se vão aí 3, 4 anos, só que ele representa nem 10% do total do mercado imobiliário. Então não é grande o suficiente para derrubar o o castelo de de cartas, digamos assim. Tem que entender os nuances. Mas o que eu diria é, se você pega um período como o atual, que o mercado imobiliário já indica uma fraqueza e você tem uma correção muito grande na bolsa de mais de 25, 30%, nesse atual momento isso é capaz de acelerar a deterioração do mercado imobiliário. Esse é o momento atual. Por quê? Por causa do do wealth effect. A maioria da classe média, média alta americana, o cara sabe o quanto a casa dele vale. Às vezes o a pessoa tem duas casas, então tem um outro imóvel em outro estado para passar férias, etc. uma casa na praia, sabe o quanto vale cada imóvel e sabe o quanto vale a carteira de ações dele. Se o custo de carregar o imóvel começa a ficar caro, porque subiu seguro fato, subiu o property tax, que seria uma espécie de PTU fato, custo de manutenção nos últimos anos também subiu em algumas regiões, etc. E o cara ainda vê que ele tá perdendo dinheiro na conta dele de ações, a chance desse cara falar: “Pera aí, vou botar a casa à venda” aumenta. Que é exatamente esse o reflexo dos dados que a gente tá vendo agora, que são dados de abril e maio, só que ainda não é um mercado estressado. Por que que eu tô falando isso? Porque as pessoas estão botando a venda no preço que elas querem, mas a gente ainda não começou a ver liquidação. Por quê? A taxa de inadimplência em hipoteca segue baixa pros padrões históricos. A taxa de inadimplência em cartão de crédito tá altíssima. A taxa de inadimplência sem leas de carro tá altíssima, mas ainda não chegou na taxa de inadimplência de hipoteca de imóvel. Por quê? Porque o público que tá alavancado em cartão de crédito e em le de carro é um público que é o público que agora teve que voltar a pagar student low, essas coisas e já tava exagerando num consumo daquela velha história, né? O pessoal hoje em dia compra o que não precisa com dinheiro que não tem. O público que é dono dos imóveis é um público mais velho, um público que já tá próximo da idade da aposentadoria, geralmente o primeiro imóvel já tá todo pago. Isso tem gerado inclusive uma racha na sociedade, aonde as pessoas mais novas falam que os baby boomers e são os atuais, sei lá, malvadões aí da economia e que é por culpa deles que os imóveis estão tão altos e etc. Então, existe um debate social sobre exatamente esse tema do que a gente tá tá falando aqui. Finalizando sobre a questão de concentração, apesar da gente trabalhar majoritariamente com ativos líquidos, eu tenho bastante experiência no mercado de ativos e líquidos alternativos de real estate pela influência dos lugares aonde eu trabalhei, das parcerias e dos fundos pelos quais a gente gosta de investir. E a gente viu nos últimos anos projetos que eram singulares a individuais. principalmente projetos de imóveis comerciais em áreas áreas piores, né, tier two, digamos assim, tipo Alexandria, Virgínia, essas áreas que são cidades regionais, esses projetos deu assim praticamente default, wrs gigantescos, prejuízos históricos e papo de deals que saíram até no Wall Street Journal, né? Então você pega aí é cidades tipo o Flaton, que é um prédio histórico de Nova York, ele foi eh leiloado por 190 milhões logo no início da crise. Esse foi um dos primeiros. E ele tinha sido comprado alguns anos antes por um BI. Então isso aí é uma queda de 81%. E tiveram casos, a maior torre de St Louis no no Missouri é da era da AT&T e a AT&T largou e o prédio foi leiloado por 20, um prédio que valia 200, o prédio da Microsoft em Seattle. Então é assim, é uma uma cagada atrás da outra. E no mercado de multifamily, na Flórida, vai acontecer igual porque nos últimos do anos, a gente sabe, pessoal bate aqui na nossa porta, gostaria de apresentar um projeto novo, etc. Isso rola muito. Quando isso começa a rolar todo mês, a gente sabe que tá demais. Pô, vamos falar aqui, muita gente que veio do Brasil paraa Flórida, que nunca nem trabalhou com o mercado imobiliário, acha que vai chegar rapidinho, montar o Multifamily e ganhar rios de dinheiro rápido, se fosse tão fácil assim, por que que os americanos não estão também fazendo isso ali na região? Então, a taxa de vacância em em multifêmies aqui na Flórida e no Texas é acima de 8% porque teve um excesso de colocação de multifêmies. Só em 2004 foram 608.000 unidades. O maior número em 40 anos, cara, e é tipo para cada 500 pessoas da população tem uma unidade de multifamily, mas os efeitos disso ainda não estão sendo sentidos. O que tem sido observado é o aumento de delinquência em lowens de multifaminas, o que reforça a sua, o seu comentário aí de que quando for entrar nesses ativos de private equory e essas coisas, private credit, tem que tomar muito cuidado. Às vezes é muito melhor entrar num fundo que faz vários, porque se um fal, beleza. você comentou da da Flórida, eu acho que foi 2022 que teve uma saída, né, uma uma chegada, saída tipo assim de pessoas saindo da Califórnia, Nova York, dos comunas lá esquerdistas, principalmente depois da pandemia, imagino que com home office, com essas coisas, a pandemia também ajudou as pessoas indo para lugares mais quentes. Aí teve uma entrada absurda de pessoas, os imóveis subiram, mas aí acho que como construíram muita coisa também agora tá tá tendo esse resultado de vacância, né, tanto na Flórida quanto no Texas. Mas assim, mercado imobiliário, né, Heraldo, só pra gente também não falar, não é difícil você falar assim: “Ah, tá ruim ou tá bom, né?” Porque tem vários setores, a parte de de imóvel residencial tem esse risco em função dessa dessas condições, dessa história, né, que que você explicou. Mas, por outro lado, tem subsetores ali que estão indo muito bem. Eu acho que o tema da moda hoje é inteligência artificial, data center. A gente até nas nossas carteiras a gente surfou essa alta do SMH de semicondutores, que também tem total relação com inteligência artificial e até reforço aqui quem eh tiver interesse na nossa gestão preencha esse esse QRcode que tá aparecendo aqui, aponta o celular e preencha para marcar uma reunião com a gente. Enfim, eh, então acho que essa parte de de inteligência artificial também refletiu, né, no mercado imobiliário em relação a data center. Que que que você tem acompanhado nesse sentido? É uma tendência que não tem volta, né? As próprias grandes empresas de tecnologia juntas anunciaram, se você somar, dá mais ou menos quase 400 B em infraestrutura para desenvolver capacidade, né, para poder processar a inteligência artificial. é uma projeção de capex histórica. E além disso tiveram aí ordens executivas tanto no governo do Biden quanto agora os deals que o Trump tá trabalhando, né? Isso não é ordem executiva, são deals que ele tem fechado com outras empresas e países, com SoftBank, etc. Mas desde o governo Biden, os projetos de infraestrutura contavam com subsídios, pelo menos de menos burocracia por parte do governo e ainda deram uma grana aí para algumas empresas, tipo Intel, etc. Então você tem duas bazucas aí atirando e aí o mercado de data center é um dos primeiros que aparece na fila. Para você ter ideia, a o polo hoje que estão se desenvolvendo mais ali na Virgínia em torno de eh Alexandria, que eu mencionei antes, né, por coincidência e e Richmond dali naquela área, né, entre Alexandre e Richmond. E acho que é onde Olavo morava, não era? Ele morava em Richmond. Exatamente. E o custo de aluguel lá dessas áreas tá subindo quase 20% e estão meio que revivendo fame gerado aí o difunto do mercado imobiliário de Chicago também por causa de data center para negócio de bolsa, etc. E aí o que vem depois na fila são derivadas, né, dessa demanda por data center. Então você tem microrreatores nucleares, é uma possível solução para demanda de energia. Você tem a própria usina nuclear que o próprio Trump comentou, reviveu o trade que tava morto. Então aí você tem agora meio que uma corrida para aumentar a capacidade. Mas assim, pessoal, ninguém ninguém que tiver vendo esse vídeo aqui acabou de descobrir a pólvora. Não, isso tudo já tá dentro do preço dos ativos, tá? A gente não tá dando um breaking news aqui não, que vai sair no mercado amanhã. Eh, mas é interessante, reforçando o que você estava falando, olhar que o mesmo mercado imobiliário tem agora um CAPEX Record para desenvolver data center numa ponta e na outra você tem prédio de escritório capenga e mercado imobiliário em estados que estavam muito aquecidos, sumiu o comprador e aí ficou só a oferta. contrapartida, estados que tavam caindo o preço e piorando deram uma melhoradinha porque começou a cair o preço. Então me parece que ainda é um é um mercado em desaceleração, um mercado anêmico, um mercado que o peso da Flórida e do Texas vai impactar, assim como impactou pro lado positivo em alguns anos, vai impactar pro lado negativo agora nessa atual tendência. Mas enquanto o nível de delinquência em hipoteca de casa familiar não aumentar, não tá num nível estressante que eu acho que vão começar a liquidar imóvel. vai ter um bolão de estresse por causa de multifamily em algumas regiões e isso deve impactar a queda na receita de aluguel das outras pessoas que não tem nada a ver com isso, mas o cara que tá com multifamily quebrado vai baixar o aluguel para dar break even e aí o amigo do outro lado da rua que é dono de um prédio residencial vai ter que baixar o aluguel dele também em algumas regiões, em alguns bairros. É um negócio meio microscópico e isso deve dar até uma melhorada nos dados de inflação, porque o aumento de aluguel foi um dos principais dados que manteve a inflação acima da meta do Fed ou quer que seja nos últimos anos. Então essa é a minha conclusão. Não é nada muito emocionante, nem nada nem nenhuma oportunidade muito urgente, mas se o pessoal começar a perder emprego rápido, aí a gente vai começar a ver essa tendência de gringolar e o negócio pode ficar mais casca grossa. Então toda todo o acompanhamento se faz necessário. Não, isso aí é, então é isso, né? Como você falou, Heraldo, existe o fator humano também, né? Isso é uma coisa que eu falo muito em relação até uma crítica que eu tenho aos austríacos, né? Porque austríaco é sempre muito pessimista, acha que ah, vai vir recessão e estão falando de crise há 10 anos. E existe um um fator que que não é exato e que as coisas podem se eh se desenrolarem de uma de uma forma diferente de de como a gente espera, né? a incerteza é algo presente. Então, nesse sentido, vale acompanhar, vale você se inscrever aqui no canal. Vou trazer o Heraldo mais vezes aqui para pra gente discutir esses dados. Então, acho que passamos aqui por todos os pelo menos alguns tópicos importantes do mercado imobiliário. E obrigada a você que assistiu. Obrigada você também, Heraldo, por tudo que você compartilhou. Muito obrigado pelo convite. É sempre um prazer poder compartilhar os dados e o que a gente tá enxergando. Fechou, pessoal?







