BOLÍVIA ENTRA EM RUÍNAS E BRASIL SEGUE O MESMO CAMINHO | BRUNO MUSA
0Caso você não saiba, você vai se assustar da relação histórica desse século que a Bolívia tem com a mesma mentalidade e práticas de governos que levaram a Bolívia à ruína e a mentalidade que conduz o Brasil. Será que nós seguiremos o mesmo caminho ou nos desvencilharemos de práticas que levam praticamente à morte econômica de um país? Vamos entender o que está na Bolívia e a relação que nós temos aqui. Quem sabe olhando pro lado, a gente começa a entender o caminho que nós estamos trilhando. Antes de tudo, eu sou Bruno Musa, economista e sócio da Aquavero Investimentos. comento o três em um diariamente na Jovem Pan, os fatos econômicos, investimentos e obviamente atrelados à política. Hoje no cenário novo, eu tô aqui em Joinville, Santa Catarina, que eu fui contratado para dar uma palestra sobre atividade econômica e investimentos. Portanto, um prazer, se puder compartilhar, se inscrever no canal, ativar o sininho, uma vez que isso ajuda o YouTube a distribuir esse conteúdo e, obviamente, distribuir a mensagem buscando reflexão em um país onde hoje, infelizmente, refletir é um grande problema. Pois bem, a Bolívia está praticamente numa guerra civil. Aqui poucos se falam, poucas mídias realmente aprofundam no tema, mas é impressionante ao analisarmos a história dos últimos 25 anos a correlação de mentalidade que conduziu a Bolívia a esse resultado de hoje e o mesmo tipo de mentalidade que conduz o Brasil. Falaremos das diferenças finais que até o momento, por sorte nos levaram à situação catastrófica da Bolívia. Nos últimos meses eles viveram praticamente um alto golpe, esse sim golpe de verdade, como falaremos daqui a pouco, e não como no Brasil ou como muitos falam aqui no Brasil. Duas tentativas de assassinato a Evo Morales, o ex-presidente. Uma delas inclusive com 15 tiros num carro. governador, que imagens circularam, foi sequestrados e depois simplesmente sumiu. Violência nas ruas da população. E o grande ponto é a que se deve tudo isso? A mais do mesmo da fórmula da América Latina, o populismo. Hoje a Bolívia é um país dividido em dois, aqui no Brasil também. Mas na Bolívia, o primeiro lado está com Luiz Arce, que é o presidente que tem as reservas esgotadas em dólares, mas ele tem o controle político. Mas como veremos, ele era ex-ministro de Evo Morales e é uma pessoa de extrema esquerda. Hoje ele é o presidente da Bolívia. Por outro lado, Evo Morales, que era aliado de Luiz Arce, uma vez que Arce era ministro da economia de Evo Morales em um dos seus governos, mas ele é um foragido da justiça, mas com poder ainda em determinadas regiões bolivianos. Ele controla, por exemplo, uma região chamado de Tchapari. Inclusive, há um cartel, cartel de Tchapari. Quando olhamos na internet, nós vemos que esse cartel tem forte relação com o partido Movimento para o Socialismo, partido esse que foi de Evo Morales e segundo alguns institutos já colocam a Bolívia como um país narcoestado. Enfim, a gente começa a ver relações, mas eu acho que a sorte nossa é que estamos entrando nisso de maneira mais dura em 2025 e a população um pouco mais acordada. Mas voltemos um pouco a Bolívia aqui. A inflação atual beira os 25% ao ano. As reservas internacionais simplesmente se esgotaram. No fim de 2014, as reservas internacionais em dólares da Bolívia estava ao redor de 15 bilhões de dólares e agora por volta de 1.7 bilhão. Para fazer um paralelo, as reservas internacionais brasileiras são da ordem de 340 bilhões de dólares. Pior, a Bolívia voltou a imprimir dinheiro, uma vez que ela gasta mais do que arrecada, produz de déficit, assim como no Brasil. Eles precisam, portanto, imprimir mais dinheiro, emitir dívida e eles mesmos financiarem essa dívida para cobrir os altíssimos gastos do governo acima de suas capacidades. Portanto, produzindo défic, como vimos nesse último gráfico. A Bolívia, ela é um país que ela tem gás natural, lítio, terras férteis, demografia positiva e surge o mesmo discurso que aqui no Brasil. Ora, o país tinha tudo para dar certo. É como eu sempre falo, não adianta apenas você ter atributos para dar certo. Se você não faz nada com eles, ele simplesmente se perde no tempo. Imagina uma pessoa com 2,10 m de altura, teria tudo para ser um bom jogador de basquete, mas optou por ficar deitado na cama, comendo besteira e bebendo o dia inteiro. Simplesmente jogou fora o seu atributo importante para ser um bom jogador de bassete. Portanto, a Bolívia, assim como o Brasil, não soube usar os seus recursos. A Bolívia menos do que o Brasil ainda e, portanto, produziu mais pobreza. Ou melhor, os burocratas socialistas que comandaram a Bolívia ao longo desses anos e o Brasil souberam usar esses recursos para fins populistas. Vamos seguir nos números aqui para entendermos a situação. O PIB per capta da Bolívia entre 2015 e 2023 está completamente estagnado. Um PIB per capta abaixo de $.000. Quando olhamos esse mesmo PIB per capita entre 2006 e 2014, nós vemos que ele cresceu mais de 150%. Mas vamos analisar o que fez ele crescer nesse tempo, nesse período, lá no começo dos anos 2000, quando também convencionou se chamar que Lula fez um milagre na economia e já veremos que não foi bem assim. Qual foi, portanto, a fórmula de Evo Morales na Bolívia? O gás natural e consequentemente seus preços altos naquele momento, onde as commodity estavam com os preços lá em cima. Portanto, a Bolívia exportou majoritariamente para Brasil e Argentina o gás natural. Inclusive, não vou me aprofundar aqui, mas muitos embrógros ocorreram entre a Bolívia e o Brasil. A Bolívia nacionalizando a Petrobras de lá. Enfim, eles vieram exportando ao longo dos últimos anos uma quantidade importante de gás pro Brasil e pra Argentina. E nessa exportação, obviamente, entra dólares no país que financia o populismo. A mesma coisa aconteceu no Brasil aqui, onde nós produzíamos superavit ao exportarmos commodities com valores altos. E a questão é o que fizeram com esse superavit, com esse dinheiro que sobrava mais populismo, ao invés de investir em incremento de produtividade. Na Bolívia, mais do mesmo, mais da história do Brasil. financiaram com esses dólares advindos da exportação subsídios, programas sociais sem eficiência alguma, construção de hospitais, estradas, tudo sem métrica nenhuma de análise de retorno para saber se efetivamente teria algum efeito no país de longo prazo. Não, apenas políticas populistas incrementando os gastos do governo. Quando a gente olha nesse gráfico aqui, ele é simplesmente assustador. A evolução da produção, exportações e consumos do gás natural junto com as suas receitas. Na linha vermelha nós vemos que era a produção da bolívia de gás natural. A última linha lá embaixo, a linha azul, era o que ele consumia domesticamente. Então veja que produzia muito mais do que consumia, portanto exportava. Entrava um capital no país, entravam dólares, só que, infelizmente, não foi usado para produtividade e sim para populismo. Com isso, os gastos do governo subiram, que impulsiona o crescimento no curto prazo. Aconteceu com o Brasil e eu venho falando há dois anos, mostrando em números divulgados pelo próprio governo como expansionismo fiscal brasileiro tem puxado o PIB para cima. Não é um crescimento com incremento de produtividade. O próprio governo já soltou isso. O IF, Instituto Fiscal Independente do Senado, também nos seus relatórios bimestrais já mostrou isso. Portanto, mais populismo. E eu já tive a oportunidade de fazer um vídeo nesse canal mostrando alguns motivos que inúmeros mostram como os governos iniciais de Lula cresceram menos o Brasil do que os seus pares. Portanto, não teve nenhuma mágica, teve puro populismo, aproveitando da entrada de dólares das exportações de commodities com preços altos. Lula teve um ato que foi importante, a criação das reservas internacionais. Só o resto foi uma pura destruição e controle do país que a gente vê agora ao longo desses últimos anos. Portanto, na Bolívia, a dependência do gás natural e dos preços elevados fizeram com que essa receita crescesse. Porém, ao longo do tempo, os preços das commodities começaram a cair, inclusive do gás natural, que era o principal produto exportador da Bolívia. Com isso, caiu a receita, só que os gastos governamentais com o populismo continuam crescendo e você financia isso com mais dívida. Dessa forma, o modelo populista que era financiado com superavit agora é financiado com dívida e a relação dívida PIB da Bolívia simplesmente explodiu, ultrapassando os 80%. O que obviamente se torna insustentável, uma vez que praticamente não há demanda pela moeda boliviana. Portanto, tanto no Brasil como na Bolívia, a época da bonança não foi pensada em investir em produtividade para que o crescimento fosse perene ao longo das próximas décadas. O que nós vimos foi uma menor exportação de gás significa menos receita para Bolívia, menos dólar para financiar as importações do país, que agora precisam ser feitas com dívida, incluindo a importação de petróleo. tem petróleo. E o governo boliviano há pouco tempo anunciou que não tem mais dólares para importar combustíveis e sem isso não tem transporte interno, produtos não chegam nas prateleiras, as pessoas não conseguem chegar no trabalho, vira um caos e a atividade econômica começa a ruir, que é o caso da Bolívia nesse momento. Mas para entendermos mais a fundo, precisamos voltar rapidamente aqui no passado. 18 de dezembro de 2005, Evo Morales ganhou a presidência pela primeira vez. Em 2008, ele expulsou a DEA, o Departamento Antidrogas dos Estados Unidos, mas liberou a folha de Coca, nacionalizou os recursos naturais. Em 2009, ele fez a sua própria Constituição e que nela previa uma reeleição. O presidente podia ser eleito e, se reeleito, permanecer mais um mandato. Portanto, 8 anos como aqui no Brasil. Quando chegou a vez dele sair depois de 8 anos no poder, ele, o que ele fez como bom populista se acorrentou ao poder. Obviamente uma analogia não queria sair. E o que ele defendeu? que o seu primeiro mandato não contou, porque a legislação que ele desenhou era de 2009, seu primeiro mandato tinha iniciado em 2006. Portanto, a legislação não estava vigente. Funcionou, as pessoas caíram nessa. Só que quando acabou esse terceiro mandato, ele não mais poderia ir para o quarto mandato, mas ele quis de qualquer maneira, chamou um referendo popular e nesse referendo ele perdeu por 51%. População disse: “Não, não queremos mais do Evo Morales”. E o que ele fez? Alô, Brasil. Ele chamou o Supremo Tribunal Federal de lá da Bolívia, o Tribunal Constitucional, que tinha grande parte dos juízes indicados por quem? Por Evo Morales, que fazia parte do seu partido. Alô, Brasil. O Tribunal Constitucional, portanto, disse que Evo Morales poderia sim concorrer. Foi lá, segundo o próprio Evo Morales, ele ganhou as eleições, mas a OEA, a Organização dos Estados Americanos, detectou sérios indícios de fraude. Portanto, Evo Morales burlou a sua própria Constituição. Evo disse que ele mesmo ganhou as eleições em contagens de dois institutos e duas formas diferentes na época. Os votos foram completamente diferentes um do outro. Uma foi anulado e Evo Morales se declarando presidente. As ruas foram tomadas e assim chegou o golpe final venezuelano quando o relatório da Organização dos Estados Americanos confirmou manipulação nas eleições bolivianas. A pressão foi crescendo, o exército retirou o apoio a Evo Morales e dessa forma, em 2019, Evo Morales renunciou à presidência da Bolívia, dizendo obviamente que teve um golpe, tudo aquilo que a gente já conhece e que remete ao Brasil de hoje. E nessa renúncia ele dizia que não sairia do país, mas o que aconteceu foi que ele se exilou no México e na Argentina como bom populista, não cumprindo a sua própria palavra. Dessa forma aparece a segunda presidente do Senado chamado Janine Anh, em que era opositora, cristã e conservadora. Foi nomeada presidente interina da Bolívia em uma sessão de baixo quórum, mas sim foi nomeada como presidente interina. E o grande ponto é que ela dizia que iria pacificar o país, só que ela apresentou um decreto 4078, que basicamente blindava militares e policiais em eventos de restabelecimento da ordem. Ou seja, ela deu amplos poderes pra tirania política ser exercida. Em 2019, inclusive, foram vários conflitos com pessoas mortas nas ruas na Bolívia. Mas e o Evo Morales, aproveitando o exílio na Argentina, fazia a oposição. Com esse caos instaurado de Janini Anh, que tinha sido colocada como presidente interina, Evo Morales aproveitou esse vácuo para continuar fazendo oposição. Como a população tem memória curta, como no Brasil, o populismo renasce. E chegamos assim às eleições de 2020, onde Evo Morales se encontrava inelegível. E aparece, portanto, Luiz Arce, o atual presidente boliviano, que ele era ex-ministro da economia, um tecnocrata supostamente sério, mas com uma carta poderosa na manga. Ele foi o arquiteto do milagre boliviano no começo dos anos 2000. Milagre, obviamente, que tem a ver com a pauta exportadora do gás e o populismo de distribuição de miséria e distribuição de migalhas, como a gente amplamente conhece aqui no Brasil. Portanto, Luiz Arce ganhou com 55% dos votos e como ele era ministro de Evo Morales, Evo voltou do exílio e foi recebido como semideus pela população com memória extremamente curta ou com falta de conhecimento, mantida na ignorância por um populismo barato para sempre. manter o poder igualzinho aqui no Brasil. Portanto, Arce gostaria de governar agora o país, uma vez que ele tinha sido eleito, mas o Evo Morales não permitia porque o controla nos bastidores. Dessa forma, criou-se dois centros de poder dentro do próprio governo. De um lado, Luiz Arce, que defendia algum tipo de reforma, mesmo sendo da extrema esquerda, e Evo Morales querendo voltar ao passado, assim como o Lula com o mesmo discurso antiquado. Portanto, um ambiente completamente insustentável. levou com que Luiz Arce renunciasse à sua candidatura agora para 2025 e chamou a que Evo Morales fizesse exatamente o mesmo. Lembre-se, socialistas e comunistas querem apenas o poder. Como confiar em alguém que mudou a sua própria Constituição para se manter no poder? Vale lembrar que 26 de junho de 2024, os militares tomaram a porta do palácio presidencial e há quem diga que isso foi arquitetado pelo próprio presidente Luiz Arce para limpar as suas imagens para essa eleição agora de 2025. Cortamos, portanto, para as eleições atuais daqui a poucos dias, dia 17 de agosto. O candidato Andrônico Rodriges, com 6,1% dos votos, é um indicado de Evo Morales, que não pode concorrer, apesar de Evo Morales virar público, e dizer que não vai respeitar a regra e que não vale o que o Tribunal Constitucional colocou. Veja a o desenho como se parece. E tem também Eduardo del Castío com 2,1% dos votos, o indicado de Luís Arce. Ou seja, somado tanto o candidato indicado por Evo Morales como o indicado de Arce somados não chegam sequer ao percentual do terceiro colocado. E quem aparece em primeiro lugar justamente Samuel Dória, liderando o país com a direita pela primeira vez em 20 anos. O que ele quer aqui? Basicamente, recuperar as reservas em dólares, acabar com o mercado negro de dólar, dar fim aos subsídios, aos combustíveis, que gera déficit, distorce preços e a gente sabe que foi a fórmula do fracasso em todos os países. Mia acabou com com o subsídio aos combustíveis e outros produtos na Argentina também. devolver autonomia ao Banco Central, abrir o mercado ao capital estrangeiro e descentralizar a gestão de lítio, ou seja, menos estado e mais setor privado. Oremos aqui pela Bolívia. Não sei se Samuel Dória é algum tipo de Milei ou que levará a um milagre na Bolívia, mas que ela precisa mudar a sua rota urgentemente de mentalidade, assim como o Brasil, que não caímos ainda nesse ponto, porque é o que eu venho dizendo, a Rússia eternamente foi autoritária há séculos. Cuba desde 1959. Hugo Chaves na Venezuela começou em 98, Lula em 2002, mas com uma pauta mais diversificada, esses outros países, a exceção do Brasil, caíram no autoritarismo. A população tinha um clamor pela esquerda. No Brasil, estamos aprofundando esse autoritarismo com a mesma ideologia em 2025, onde a população já entende que isso é um regime nefasto. E a gente tem uma pauta exportadora e uma indústria muito mais forte do que tinham esses países. Portanto, aqui reside a nossa salvação. E essa salvação não é simplesmente esperar o que vem lá de fora, mas atuarmos aqui, falarmos com as pessoas ao nosso lado e não permitirmos a autocensura. Caso contrário, o nosso caminho é justamente o mesmo, o caos econômico que o populismo de esquerda sempre leva. Reflita, pense e espero ter ajudado. Seguimos. Oh. [Música]







