Brasileiro acredita em vida fácil

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Por que somos um país subdesenvolvido se a gente tem tantos recursos? Somos reconhecidos como país do futuro. Outros países que tinham economias menores do que a gente, com menos recursos, conseguiram se tornar grandes potências. E o Brasil segue piorando a sua situação. A gente tem empobrecido nos últimos anos. O que que isso acontece? E para falar sobre isso, primeiro vou fazer um paralelo a um vídeo que todo mundo pediu que eu fizesse react, que é o vídeo do Thales Gomes conversando com 30 pessoas demitidas. Ao invés de eu falar sobre esse vídeo, porque desculpa, no segundo minuto do vídeo você já entende porque que todas as pessoas foram demitidas, né? Aquilo ali é um show de horrores, mas aquilo ali demonstra um traço da personalidade do brasileiro, um traço do que tá na cultura da nossa sociedade, que é a ideia de que todo mundo deve alguma coisa pra gente. Todo mundo deve alguma coisa pra gente. Ah, não, eu estudei muito, tenho que ganhar um salário alto. Ah, não, eu ia de 9 a 5, então tenho que ganhar um salário alto. Ah, não concordo com Todo mundo acha que a gente tem que receber alguma coisa sem antes ter que aprender, se desenvolver. Se você não nasceu rico, meu querido, você tá ferrado. Você provavelmente vai ter que ralar para caramba. Ah, mas o filho do Neymar não rala. É, não vai ralar. Não vai ralar. Ele vai poder ser DJ, ele vai poder ser pintor, ele vai poder ser um filósofo e ainda assim ele vai ter duas, três Ferraris na garagem. Agora você pode ter se formado em Harvard. Se você não ralar para pode ser que você termine a sua vida, vendendo sanduíche natural na praia. Normal, isso possivelmente vai acontecer. Portanto, ter que correr atrás faz parte do desenvolvimento de qualquer pessoa, de qualquer trabalhador e de qualquer país. O que eu vou falar para vocês aqui é por que ao longo da história o Brasil perdeu todos os bondes de oportunidades de desenvolvimento que existiram na nossa sociedade, especialmente no pós-guerra. E vou começar pelo Japão. Você muito bem deve saber, né? Tem muita gente que fala: “O Brasil não se desenvolve porque ele foi colonizado pelos portugueses”. Tá cheio de idiota assim, tá? Você vai ver isso, a Granel, tem milhões por aí. E por quê? É a ideia de que a nossa eh eh a a colônia de exploração, não. Vamos pegar o Japão. O Japão, em 1945 tomou duas bombas atômicas na cabeça. População dizimada, país em frangalhos, né? Foi vencido pelos aliados. E o que que ele fez no pós-guerra? Uma reindustrialização. Como é que ele fez essa reindustrialização? Se o que sobrou da população no pós-guerra era uma população que tinha pouca cultura, uma população ali que tava dizimada pela guerra, os caras resolveram fazer indústria, mão de obra barata. Era um país que tava em frangalhas. E aí, o que que muitas empresas americanas e muitas empresas europeias fizeram? Pô, vamos aproveitar o Japão que tá se reconstruindo e a mão de obra lá é barata, vamos botar nossas indústrias lá. Se você já liu a marca, se você já leu a marca da vitória, que é o livro sobre a história da Nike contada pelo próprio criador, você vai ver que a Nike começou no Japão. O próprio nome Nike tem a ver com o monde que existe lá na Ásia, né? Então o que que foi feito ali? eu vou pegar e vou desenvolver tênis, né? Lá na na no Japão, porque é muito baratinho. E aí a galera foi para lá, falava: “Ô, japonês, chega aqui, olha só, você vai pegar.” Isso aqui é uma agulha, tá? Tá vendo? Agulha. Isso. Agulha, agulha. Isso aí você conecta aqui a linha e você costura, entendeu? Quer que eu explique de novo? Então os caras foram explicando para mão de obra e aí o cara ganhava pouquinho, mas ele começou a aprender a costurar o tênis. Depois ele já começou a olhar, falou: “Pô, isso aqui eu sei fazer também. Aliás, porque se a gente não fizer isso aqui diferente, vamos mudar essa sola, vamos mudar isso aqui.” Daqui a pouco o japonês dominava a tecnologia de lá de costurar tênis. E a mesma coisa aconteceu em outros segmentos. Pô, vamos montar carro no Japão? Vamos. Só que o japonês olhou e falou: “Pô, interessante, deixa eu ver se eu consigo fazer igual”. O cara começou a olhar, falou: “Pô, tecnologia, montar eletrônico, televisão, não sei o que.” Pô, legal. Pô, será que a gente consegue fazer igual? Nasceu a Sony, por exemplo. Aí o cara desenvolveu o walk, falou: “Pô, essa fita cassete aqui e vou botar aqui, vou botar um fiozinho, não sei o quê”, né? E daqui a pouco os caras estavam com um desenvolvimento tecnológico absurdo. E aí o japonesinho que tava ali aprendendo a costurar, daqui a pouco ele dava aula pros outros. E ele falou: “Pô, se eu entendo para caramba disso, se eu posso desenvolver a minha própria tecnologia, minha própria marca, né, por que que eu não vou cobrar mais?” E aí naquela época, entre 50 e a década de 70 e 80, você olhava os produtos, você virava atrás, era tudo made in Japan, made in Japan, made in Japan. O Japão foi se desenvolvendo em termos tecnológicos e desenvolvimento de PIB enriquecendo tão rápido que aquela época, na década de 70, falava-se que o Japão passaria a economia americana. Você já ouviu falar isso recentemente? Pois é, Japão vai ser a potência mundial, né? Vai ficar maior que os Estados Unidos. Só que o tempo foi passando a mão de obra, foi encarecendo, foi ficando muito mais complexa aquela sociedade. E aí as empresas falaram: “Pô, não dá para costurar tênis da Nike aqui no Japão mais, porque o japonês hoje ganha muito dinheiro. Vamos sair daqui, vamos para onde? Vamos para Hong Kong, né, que é uma ilhazinha ali pé da China. Pô, lá os caras podem fazer manufatura. O cara pode costurar lá porque lá o o chinês que mora ali que tinha ainda um aspecto ligado à Inglaterra e tudo, a gente pode fazer um livre mercado. Então vamos, os caras vão lá costurar também o tênis, produzir camisa, um monte de coisa com a mão de obra muito mais barata. E na hora que essas indústrias saíram do Japão, o Japão já era um país rico. Ele já tinha se desenvolvido. Ele dominava tecnologias que você tem até hoje. Vários carros que você conhece, marcas eletrônicas que você conhece, várias tecnologias que você conhece, todas são japonesas. O Japão nunca mais empobreceu. Hoje ele continua sendo um país extremamente rico. E aí o que aconteceu com Hong Kong? começou a receber aquilo tudo e o processo foi exatamente igual. Chegou lá, chamou o cara de Hong Kong lá, o chinezinho lá que enfim de Hong Kong, falou: “Ó, a mesma coisa, tá vendo aqui, ó? Linha, né? Você liga assim, você passa a linha aqui, costura sola, foi explicando o cara, ó, é isso aqui, é, é isso aí. O cara foi aprendendo, foi se desenvolvendo. Em pouco tempo o que que aconteceu? Os caras mesma coisa, tava dominando, pra muito dinheiro rolando ali. Aí surgiu, por exemplo, HSBC, a parte de de finanças, né, mundial. Ali você começou a ter um desenvolvimento complexo em Hong Kong. E ali, no início dos anos 2000 todo mundo ia para Hong Kong, pô, Hong Kong, não sei quê, aqueles prédios maravilhosos e tal, aquela cidade, aquele skyline não sei o quê. Hong Kong se desenvolveu e aí você olhava os produtos, virava atrás, tudo medido em Hong Kong. E aí o que que aconteceu depois? A China foi e falou: “Cara, entendi o que para ser feito, né? Vamos fazer a mesma coisa aqui em uma escala muito maior. Tem uma população gigante aqui. Vamos trazer as indústrias todas pra China”. E a China fez a mesma coisa. Chega lá o cara da Didas, da Nike, ó. Então is sola de sapato, né? N. Vamos costurar. Costura. O chinês, olha aí. Ele ganhava dó dó a hora. Aí ficava band brasileiro aqui que tava todo mundo desenvolvido, né? E a economia da China, ela tinha o mesmo tamanho da brasileira. Eu vou repetir porque isso aqui é muita loucura. A economia chinesa, ela era do tamanho da economia brasileira no final da década de 90. Tinha o mesmo tamanho, tá? Só que lá tem bilhões, literalmente mais de 1 bilhão de pessoas. E aí o que aconteceu? O chinezinho começou a aprender, né? Ah, costurou, não sei quê, foi se desenvolvendo. Daqui a pouco ele começou a fazer uns produtos ali que era uma cópia e todo mundo fala: “Pô, produto chinês é xingling, não sei quem, né? É cópia”. Aprendeu a fazer cópia. Aí o cara ganhava dólar que ficava o brasileiro, tadinho do chinizinho. Salve um chinezinho aqui no Brasil, as universidades da minha época, Não, que absurdo. É, é, é exploração do trabalho na China, não sei quê. Ele ganha muito pouquinho, só que o chinês que ganhava pouquinho, ele começou a aprender a mexer nesse negócio. Daqui a pouco ele desenvolveu a própria tecnologia e assim como Japão, seguiu a mesma coisa. Deixa que eu monto o iPhone para você, americano. Manda aqui, pô. A galera que cobra baratinho, manda o iPhone aí. Aí o americano falou: “Claro, tá aí, ó”. Aí a Apple tá, se você olhar o teu celular da Apple, vira atrás, tá lá. É design California, assembly China, sei lá. Por quê? Porque eles foram aprendendo. Ah, entendi essa peça. Desde que eu faço a peça para você. O chinês começou a fazer tudo, só que ao mesmo tempo que ele fazia, ele aprendia. E no que ele ia aprendendo, ele ia se desenvolvendo. E hoje, hoje a China sofre o mesmo problema que o Japão sofreu e que Hong Kong também sofreu. A mão de obra chinesa hoje ela é cara. Você que aí, tá perdido, achando que lá na China é um monte de gente presa dentro de indústria, sofrendo, tomando chicotada, você tá perdido no tempo. As maiores tecnologias Bid, Huawei, tem ZTE e várias empresas hoje que dominam setor de telecom, setor de baterias, setor de automóveis elétricos. A gente tá vendo a China hoje liderar inteligência artificial em muitos aspectos. Um país que há 25 anos atrás ficava um monte de idiota universidade falando: “Ai, salvem os chinês e hoje o Brasil, né, quase daqui a pouco 100 anos da Segunda Guerra Mundial, o Brasil segue sendo tão pobre quanto.” Na verdade, nem é isso. A gente tem empobrecido nos últimos anos. A gente fica querendo dar aula pro mundo de como fazer as coisas, mas a gente tá 40 anos com o Lula enchendo o saco à esquerda, né? Revolução vara, não sei o que, cara. Esse negócio já acabou. Em 89 caiu o muro, acabou. A gente tem que ter um futuro diferente. E olha que tristeza. Sabe que posição a gente tá hoje? Nenhuma. A gente tá parado no tempo. Vocês vão começar a assistir agora, quando você virar o produtinho atrás, made in Índia. A Índia tá dominando esse mercado. Ela está repetindo a fórmula que deu certo no Japão, a fórmula que deu certo em Hong Kong, a fórmula que tá dando certo na China. E agora vai dar certo na Índia. A Índia tem população, a Índia tem uma mão de obra barata, ela é desburocratizada, ela é focada em livre mercado. E todos esses países que eu falei que passou essa onda poderia ter sido o Brasil, mas é aí que entra a mentalidade dos 30 demitidos, a ideia de que o mundo te deve alguma coisa. Aqui no Brasil a gente acha que a gente tem que receber para depois avaliar se eu vou dar. Um dos idiotas lá fala assim: “Ai, mas eh eu no meu salário eu não acho que é bom, portanto eu não vou me dedicar também”. É, tem razão. Aí você fica na situação que você tá desempregado. Ah, não, eu estudei, mas ninguém paga o salário que eu quero. Pois é, isso acontece, faz parte. Você tá ralando, você tá trabalhando mais do que deveria ou você tá achando, não, eu vou dar só o que me pedem. E aí sabe o que acontece aqui no Brasil? E se você olhar a história de todo mundo que tem sucesso, vou pegar algo que é mais fácil para você. Olha, Anita, olha lá os vídeos do início da Anita cantando em um monte de lugar merda aí lá no na periferia do Rio de Janeiro, cantando funk lá nos lugar ganhando merrecendo nada. Pega as histórias aí, Claudinho Bucho, pega a história aí do do sertanejo, pô. Escuta o Leonardo falar lá onde ele começou cantando, ele fala cantando na zona. vai em e estão chororó, pô. Chororó canta para caramba. Tu vaionde ele começou em churrascaria. Hoje o cara tá rico. Agora o problema do brasileiro é que ele quer ganhar igual o Gustavo Lima, sem nem saber tocar uma viola. Não, eu quero o salário do Gustavo Lima. Aí depois eu aprendo a tocar viola. Querido, você primeiro precisa correr atrás. Depois se você correr atrás, tiver sorte, condições ali, você vai se dar bem. Mas sabe o que que tem certeza que não vai dar certo? Se você nunca fizer isso, se você sempre se apoiar em que o mundo é cruel com você. Ah, não. Meu patrão é cruel comigo. Ele não paga o salário que eu queria que ele pagasse. Ah, meu Deus. Aí sabe o que que a gente tem na nossa sociedade? Uma porrada de cara barbado de 40 anos dormindo no quarto de empregada da casa da mãe. A gente tem uma porrada de gente encostada por aí porque fica acreditando que está sendo injustiçado. Você vai na universidade, pega esses moleques de esquerda aí, né, com barba de pentelho, não sei o quê, falando em revolução. Esse cara aí, quando você tem 20 anos, pô, você é o descoladinho da turma. Quando você tem 30, a mulher já vai te olhar e vai falar: “Querido, acho que tá na hora da gente, né, né, com 40. Você só é um fodido.” Então, é, é até interessante ver como essa galera que tem esse pensamento mais à esquerda e que o mundo deve alguma coisa a ela, ela muda muito quando ela vai ali com seus 25 anos, quando você pega o teu canudo na universidade, né, bota no embaixo do sovaco e vai procurar emprego, começa a pagar conta, aí tu vai ver, teu pai não era tão idiota assim, né? Teu pai chegava 9 da noite, mas ele não era um um explorador do do meu do capitalismo. Ele tava tentando pagar o teu leite ninho aí, que é caro. Então, é interessante perceber que enquanto o Brasil tiver essa cultura de achar que tem que dar alguma coisa a ele para que ele se movimente, para ver se de repente ele faz alguma coisa, a gente seguirá vendo todos os países se desenvolver e a gente parado na fila do pão, acreditando que existe uma solução, né, que é muito dita por política, uma solução mágica, que você vai tomar uma pilulazinha e você simplesmente vai acordar no dia seguinte rico, não vai precisar trabalhar muito, isso não existe, tá? Isso não existe. Se você quer um dia ser alguém na vida, corra atrás, porque se você não fizer isso, outros o farão e você nunca estará sentado na posição lá do Talhes Gomes, olhando pros caras lá. Você vai estar sentado naquelas cadeiras choramingando porque o mundo é cruel com você. Agora o mundo é cruel com todo mundo. Com todo mundo. Você vê gente rica com problema de família. Você vê gente rica aí em depressão e você vê gente pobre que corre atrás, tem uma vida digna. Agora a minha pergunta para você é: em que desses lugares você quer estar? Yeah.

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