CAMADA 4: o mal que destrói o Brasil | OLAVO DE CARVALHO

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A um bebê que ainda seja incapaz de manipular o seu ambiente físico, ele não aprenderá a falar, né? Mesmo que ele não possa, vamos dizer, eh, supõe o caso de uma criança paralítica, por exemplo, né? Ainda assim, ela terá pelo menos o domínio ideal desse deste ambiente físico. Ela é capaz de se orientar no ambiente físico, coisa que ao nascer ela não era de maneira alguma. Tá certo? Então, uma fase tem de ser abrangida, contida para poder ser superada. Hum. E a superação não a elimina, mas a contém, né? E eh quer dizer, é superação no sentido do alemão alfhebum, quer dizer, você levanta aquilo, você ergue aquilo para um outro eh patamar, não é? Então, cada patamar é assinalado, vamos dizer, por uma atividade predominante, por um pela busca de um objetivo predominante e também pelo surgimento de uma forma específica de sofrimento que não existia. na fase anterior, quando a busca desse objetivo é frustrada, tá certo? Então, vamos dizer, a quarta fase era quando o indivíduo já tinha crescido o bastante e já tinha dominado de tal modo, vamos dizer, o o ambiente verbal em torno, quer dizer, todo o o campo das comunicações, para ele poder avaliar a sua vida como um todo do ponto de vista emocional. Hum. e ver se como um todo ele está feliz ou infeliz. Note bem, um bebê pequeno, ele só está feliz ou infeliz num certo momento, né? Agora, chega uma época em que você tem um fundo emocional de felicidade ou de infelicidade, onde você avalia se gostam de você, se você é aceito, se você é desprezado, se se você obtém as satisfações que quer da vida ou não. E isto mais ou menos corresponde à adolescência. Então aí significa assim a busca da satisfação na vida como um todo, a busca da felicidade, por assim dizer. E a felicidade implica então, vamos dizer, a aceitação, a afeição, etc, etc., né? é justamente quando eh eh os garotos têm, por exemplo, surgem problemas com a família porque ele sente que não é amado o suficiente ser com razão ou sem razão, ou quando ele começa a buscar uma namoradinha, eh quando ele, eh vamos dizer, começa a ter uma relação mais afetiva com o seu círculo de amigos, tá certo? E por exemplo, eh, aí a sua satisfação ou insatisfação se condensa em julgamentos mais permanentes ou mais ou menos permanentes que ele faz sobre as pessoas. Eu gosto do fulano ou não gosto do fulano. Este é meu amigo, aquele é meu inimigo. Coisa que uma criança pequena não tem ainda. Criança pequena, ela pode encher o o outro etapa no instante seguinte estão brincando como se nada tivesse acontecido. Mas chega um dia que a coisa vai se condensando numa espécie de mundo emocional pessoal, numa espécie de autobiografia eh emocional e num julgamento sobre o seu consciente de felicidade ou infelicidade e das razões pelas quais você está feliz ou infeliz, né? Então esta esta fase é buscada, marcada evidentemente pela busca da aprovação, pela busca da afeição e pela escolha das afeições ou repulsas, não é isso? Eh, logo em seguida, o indivíduo entra numa fase em que já não lhe basta ser gostado ou ter dizer a o coeficiente de felicidade necessário, mas ele começa a se testar a seus próprios os olhos para ver se ele gosta dele mesmo ou não, se ele tem motivos ou não. Então ele começa a se testar e buscar desafios, não para provar nada pros outros, mas para si mesmo. Provar pros outros é importante na quarta fase. Hum. Quer dizer, os de fazer coisas que lhe trarão o aplauso, afeição, etc, etc. Mas chega uma hora que o indivíduo quer provar as suas próprias forças. Ele quer saber até onde ele é capaz de ir, tá certo? Então aí começa a buscar desafios, tá certo? Não de olho na plateia, mas de olho na sua própria segurança interior. Quer dizer, a conquista de uma de uma eh confiança, de uma segurança interior que não dependa do julgamento alheio, dependa apenas dele saber quem ele é e do que que ele é capaz, não é isso? Então, por exemplo, eh, se os garotos entram numa briga, tá certo? Importa a cada um deles vencer a briga, mesmo que não haja plateia alguma, não é isso? A, ao fazer, por exemplo, um um exercício, o indivíduo tem que se superar de alguma maneira. Quer dizer, a busca da autossuperação é a a constante. Isso aí é claro que a necessidade do do aplauso, da aprovação ainda existe, mas ela já não é o foco principal. Por exemplo, se o indivíduo ele fracassa, mas é aplaudido por eh afeição, por paternalismo, ele sente profundamente humilhado. Isso não o satisfaz mais, né? Quer dizer, é é o garoto que apanhou na rua e é consolado pela mãe. Se ele está na quarta fase, ele fica feliz porque é é tudo que ele queria isto. Mas se ele tá na quinta, então a a afeição materna começa a ser uma vergonha para ele. É aí que os garotos, por exemplo, fogem da mãe, né? A rejeição da mãe é característica nessa época. Quer dizer, eu não quero ser carregado no colo. Hum. Eu quero, né, ser como o Alberto Roberto. Eu se fiz por si mesmo. Tá certo? Então, esta é uma fase em que o indivíduo se impõe desafios. Todo mundo absolutamente passa por tudo isto, tá certo? Só que tem alguns casos que o jeito para hum aquele mínimo de confiança em si mesmo que lhe permite atuar na sociedade, ele tem de passar para uma outra fase onde colocar-se em teste já não é o suficiente, mas é preciso ter uma eficiência real, como por exemplo quando ele arruma um emprego. Hum. Quer dizer, o meu patrão não quer saber se eu tenho autoconfiança ou não tenho autoconfiança. Ele quer que eu faça o serviço direitinho. Então aí o desafio deixa de ser um meio de autoavaliação e passa a ser um meio de ação efetiva na sociedade, onde você o que interessa não é mais a busca da segurança, mas a busca da eficiência. Hum. Veja que é impossível você passar para esta se você não passou pela anterior, se você não tem aquele mínimo de autoconfiança necessário para você saber quem você é, o que você pode, como é que você vai avaliar se você está sendo eficiente ou não, né? Isso é impossível, né? Muito bem. Se passou por esta fase, então você chega a uma coisa que é a maturidade. Maturidade significa que o indivíduo, ele sabe quem ele é, ele sabe se ele tá feliz ou infeliz e ele sabe, conhece a sua, mais ou menos a seu círculo de capacidades. Ele sabe quais são os seus direitos e deveres na sociedade. Hum. E ele sabe que deve julgar os outros mais ou menos pelos mesmos critérios. Então aí adquir um senso de justiça, de porção que nós diríamos cidadania. Quer dizer, essa camada sé então é a camada do homem normal de toda a sociedade. Quer dizer, você tem que saber quem você é, onde você está, quais são seus direitos, quais são seus deveres e como julgar o próximo de acordo mais ou menos com a mesma tabela de direitos e deveres, tá certo? O que lhe permite então uma convivência objetiva, normal e saudável com outras pessoas. Hum. O desenvolvimento humano, evidentemente, não para aí. Hum. Pode haver uma oitava camada em que o indivíduo que é adulto, ele coloca toda a sua vida em questão. Diz: “Bom, eu já obtive o que eu queria. Eu tô aqui casado, sou um pai de família, sou capaz, etc, etc, etc. Tenho lá meu dinheiro, tenho meu emprego, tá tudo certinho. Mas para que serve tudo isso? Que que eu tô fazendo aqui? Quem sou eu em última instância? Então essa uma etapa de crise, realmente a crise da maturidade. Umas pessoas sofrem a crise da maturidade aos 50, 60, aos 40. Outras sofrem aos 20 e pouco já dependendo, vamos dizer, da velocidade do seu do seu desenvolvimento, né? Então, vamos dizer, até a camada sete, todos os seres humanos devem chegar necessariamente, tá certo? Isso é uma condição para a vida social. Se as pessoas estacionam nas camadas anteriores, a sociedade não funciona. E você vai ver que o Brasil é um exemplo disso, onde o número de pessoas que param na camada quatro é um negócio impressionante. E aqueles que estão na quatro lutando para passar para a cinco, mas sem passar, sem assumir inteiramente a responsabilidade do desafio, portanto, ainda estando na quatro e ainda necessitando muito da fazer da aprovação, do aplauso do grupo, da do apoio exterior, essas pessoas não podem agir objetivamente jamais, porque tudo que elas estão fazendo é para adquirir uma satisfação, uma gratificação e subjetiva no fim das contas. E no entanto, embora estejam na camada quatro, elas podem socialmente desempenhar papéis que correspondem às camadas seguintes, né? Pode ter estar casado, ter filho, ter um emprego, etc, etc. E ainda a sua motivação básica é a de camada quatro, é a aceitação, é a sua felicidade subjetiva, etc, etc. Então, é claro que uma sociedade que é composta de pessoas assim não pode funcionar, não é isso? Por quê? As ações do indivíduo sempre t terão, vamos dizer, uma motivação aparente, que é aquela que corresponde à sua função na sociedade, e uma motivação interior efetiva que é muito mais primitiva, por assim dizer. Quer dizer, o indivíduo parece, por exemplo, que está tentando fazer um trabalho eficientemente, mas não é esse o foco do seu do seu interesse. o seu interesse é receber um agrado e eh como é que se difinir ah quem é o grupo de amigos e quem é o grupo de inimigos e assim por diante. Ah.

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